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O discurso da responsabilidade social na ... - Contemporânea

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Ed.19 | Vol.10 | N1 | 20121791 - IntroduçãoEsse artigo pretende promover uma reflexão sobre a comunicação e sobreseu papel central <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de contemporânea, buscando demarcar historicamentepor que e como as estratégias <strong>da</strong>s corporações transitaram <strong>da</strong> ênfaseno produto para a ênfase <strong>na</strong> marca. Utilizamos a pesquisa bibliográfica comomodelo teórico e dialogamos com autores à luz <strong>da</strong>s teorias do consumo, <strong>da</strong>mídia e <strong>da</strong> comunicação. Como recorte metodológico, investigamos algumasestratégias de comunicação institucio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> instituição fi<strong>na</strong>nceira Bradesco,com a propagação do <strong>discurso</strong> <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong>empresarial, sob a perspectiva <strong>da</strong> comunicação integra<strong>da</strong> (KUNSCH, 2003) e<strong>da</strong> nova retórica do capital (MOTA ROCHA, 2010).A primeira parte do trabalho apresenta um breve panorama sobre aimportância <strong>da</strong> comunicação no contexto <strong>da</strong> globalização e expõe algumastransformações que exigiram <strong>da</strong>s empresas planejamento de comunicaçãointegra<strong>da</strong> e uma maior atenção ao gerenciamento dos relacio<strong>na</strong>mentos comos vários públicos de interesse <strong>da</strong> organização. Demonstramos <strong>na</strong> segun<strong>da</strong>parte do artigo como as empresas utilizam as estratégias <strong>da</strong> comunicaçãoinstitucio<strong>na</strong>l, de olho <strong>na</strong> boa imagem corporativa e em sua reputação, paraobterem a boa vontade dos vários públicos de interesse que impactam e sãoimpactados por suas iniciativas. Para comprovar nossos argumentos, a<strong>na</strong>lisamosalgumas estratégias institucio<strong>na</strong>is do Bradesco, com enfoque no lançamento<strong>da</strong> marca Banco do Planeta.Salientamos, portanto, o papel <strong>da</strong> comunicação como fun<strong>da</strong>mental <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>decontemporânea e, historicamente, observamos que foi a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>de 1970, com a revolução tecnológica <strong>da</strong> informação e com a integração de todosos meios de comunicação, que passamos a viver a era <strong>da</strong> informação e <strong>da</strong> interativi<strong>da</strong>de,intensifica<strong>da</strong>, é claro, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990 com o boom <strong>da</strong> internet.Estamos diante do período que marca a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> comunicação como instrumentode inteligência empresarial, ocupando posição estratégica nos negócios, sobretudo,para as empresas trans<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Esse campo epistemológico é defendido porKunsch (2003, 2009) como comunicação organizacio<strong>na</strong>l integra<strong>da</strong>.É notável que <strong>na</strong> era <strong>da</strong> nova economia global <strong>da</strong> informação, <strong>da</strong> produçãoe comercialização, a cultura organizacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong>s empresas passa por diversastransformações: a flexibili<strong>da</strong>de de funções, a ausência de estoque, a extensautilização de tecnologia <strong>da</strong> informática e <strong>da</strong> robótica, a participação e responsabili<strong>da</strong>demultigrupal dos trabalhadores, configurando novos modelos de gestãoque revolucio<strong>na</strong>m o mundo do trabalho. Convivemos, conforme Kunsch(2003), com o hibridismo de um modelo tradicio<strong>na</strong>l, mecanicista, e de ummodelo de organização moder<strong>na</strong>, flexível e orgânica.Além disso, segundo a autora, “a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> globalização passaa ser um fenômeno e um novo paradigma para entender o mundo de hoje”(KUNSCH, 2009a, p. 61), pois, com os sistemas mundiais de comunicaçãoGames e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura


Ed.19 | Vol.10 | N1 | 2012180formados por redes, cresce exponencialmente o intercâmbio ou miscige<strong>na</strong>çãocultural entre as socie<strong>da</strong>des que se conectam de forma ubíqua e passam a compartilharinformações, estilos de vi<strong>da</strong>, comportamentos de consumo em umacultura media<strong>da</strong> por uma comunicação global.Na era <strong>da</strong> produção e <strong>da</strong> comunicação tradicio<strong>na</strong>l, o produto era o alvo<strong>da</strong>s atenções e estratégias empresariais. Depois, entrou em ce<strong>na</strong> o cliente/consumidor,para qual convergiam to<strong>da</strong>s as ações e to<strong>da</strong> comunicação mercadológica.O intuito era vender, elimi<strong>na</strong>r estoques, sempre com foco <strong>na</strong> produção enos meios de veiculação impressos como jor<strong>na</strong>is e revistas.Segundo Fontenelle (2009, p. 21-22), é a partir <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s de 1950/1970,que começa o processo de substituição do produto pela imagem <strong>na</strong> sua comunicação,“não ape<strong>na</strong>s porque havia uma necessi<strong>da</strong>de objetiva de as empresas sediferenciarem (com a explosão de produtos em massa ca<strong>da</strong> vez mais homogêneos),como também devido ao surgimento <strong>da</strong> televisão”. Neste novo cenário,abre-se a possibili<strong>da</strong>de de se produzir campanhas comerciais com imagens,algo, anteriormente, fora de cogitação. Ain<strong>da</strong> segundo a autora, enquanto nosanos de 1970 ain<strong>da</strong> se podia pensar em mercados de massa, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>de 1990, as organizações se veem diante do desafio <strong>da</strong> segmentação, ou seja,do atendimento de públicos específicos com gostos diferenciados, <strong>da</strong> perso<strong>na</strong>lização,emergindo milhares de mercados de nichos.Ou seja, em um cenário emblemático e competitivo <strong>da</strong>s organizações,surge o campo de estudos denomi<strong>na</strong>do de comunicação organizacio<strong>na</strong>l ou,como preferem alguns autores, comunicação corporativa, comunicação empresarial,ou ain<strong>da</strong> institucio<strong>na</strong>l, visto que se tornou primordial a necessi<strong>da</strong>dede gerir relacio<strong>na</strong>mentos com os vários públicos de interesse, os stakeholders- consumidores, colaboradores, acionistas, fornecedores, distribuidores, parceiros,ONGs, governo em seus diversos escalões, imprensa, comuni<strong>da</strong>de, igreja,organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is etc. - , e não ape<strong>na</strong>s expor os produtos e/ou serviçosaos consumidores, conforme argumentações anteriores.Sendo assim, uma instituição deve pensar seu planejamento estratégicode comunicação, alinhando sistemicamente to<strong>da</strong> sua filosofia e sua políticaglobal, direcio<strong>na</strong>ndo a convergência <strong>da</strong>s diversas áreas <strong>da</strong> organização, comorecursos humanos, marketing, operações, fi<strong>na</strong>nceiro, entre outras, para permitir,além de uma atuação sinérgica, a possibili<strong>da</strong>de de melhores resultadoscom as estratégias e táticas comunicacio<strong>na</strong>is. Esse seria, resumi<strong>da</strong>mente, oconceito <strong>da</strong> comunicação organizacio<strong>na</strong>l integra<strong>da</strong>, proposto pela pesquisadoraMaria Margari<strong>da</strong> K. Kunsch (2003).A autora sugere uma divisão <strong>da</strong> comunicação organizacio<strong>na</strong>l integra<strong>da</strong> emcomunicação inter<strong>na</strong>, administrativa, mercadológica e institucio<strong>na</strong>l. Dessa forma,a organização pode fazer o diagnóstico, planejar e executar inter<strong>na</strong>mente suas ativi<strong>da</strong>dese, assim, atingir o objetivo principal: conquistar credibili<strong>da</strong>de por meio <strong>da</strong>construção de relacio<strong>na</strong>mentos de confiança com todos os seus públicos de interesse.Games e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura


Ed.19 | Vol.10 | N1 | 2012182<strong>da</strong> comunicação organizacio<strong>na</strong>l integra<strong>da</strong> (inter<strong>na</strong>, institucio<strong>na</strong>l e mercadológica),elas visam, de certa forma, blin<strong>da</strong>r a concorrência por meio de vantagemcompetitiva. Isso porque essas ações podem gerar maior preferência dos consumidorese também maior valorização dos negócios.Nesse sentido, a comunicação corporativa passa também a priorizar acomunicação institucio<strong>na</strong>l e lança nossa experiência no universo <strong>da</strong>s marcas.Para Andrea Semprini (2006, p. 21), “a marca está, ao mesmo tempo, profun<strong>da</strong>menteliga<strong>da</strong> à esfera do consumo, alimenta-se <strong>da</strong> comunicação e representauma manifestação <strong>da</strong> economia pós-moder<strong>na</strong>”.Outra pesquisadora que corrobora o entendimento sobre a importância<strong>da</strong>s marcas em nosso tempo é Isleide Fontenelle. Segundo ela, a marca proporcio<strong>na</strong>pistas para entendermos por que o sujeito atual, “que não é encantandopelas imagens que o cerca, paradoxalmente, faz uso delas para construir asimagens sobre si mesmo e sobre o mundo, porque sabe que, <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de contemporânea,estar <strong>na</strong> imagem é existir” (FONTENELLE, 2002, p. 23).Esse argumento nos aju<strong>da</strong> a entender duas situações: uma, a quebrano fluxo <strong>da</strong>s produções publicitárias, antes, pauta<strong>da</strong>s exclusivamente nosaspectos funcio<strong>na</strong>is dos produtos, atualmente, com o foco <strong>na</strong> imagem <strong>da</strong>smarcas; outra, a proliferação de estratégias volta<strong>da</strong>s aos desejos, necessi<strong>da</strong>dese afetos do consumidor que deseja, além de consumir, aparecer, dialogar,reclamar, tor<strong>na</strong>r-se visível, único, importante.Nesse sentido, interessa-nos compreender como algumas empresasotimizam suas marcas corporativas, fazendo uso de algumas estratégias deresponsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong> ou, <strong>na</strong> concepção de Semprini (2006), investindo emuma postura <strong>social</strong> <strong>da</strong>s marcas. Resta compreender como os atributos intangíveistêm sido usados como diferencial competitivo para as organizações.Segundo Fontenelle (2002), a marca é uma imagem com força e potencial decriar uma diferenciação no mercado.2 - Valor de marca, imagem e propagan<strong>da</strong> institucio<strong>na</strong>lVamos eluci<strong>da</strong>r o papel fun<strong>da</strong>mental que a marca passou a ter <strong>na</strong>contemporanei<strong>da</strong>de, pois, em uma combi<strong>na</strong>ção perfeita com a comunicaçãoe o consumo, ela se estabelece como universo simbólico no espaço<strong>social</strong>. Para Semprini (2006, p. 150), “os anos 90 representam uma reviravolta,pois é nessa época que o mercado começa sua transição pós--moder<strong>na</strong> e orienta-se decidi<strong>da</strong>mente para os valores imateriais”. Comum mercado ca<strong>da</strong> vez mais competitivo, diversificado e, em alguns segmentos,saturado, uma marca não se faria notória sem um planejamentoestratégico de comunicação. Nas palavras do autor:Inebriado pelo poder <strong>da</strong> comunicação, certo número de marcasparece acreditar que elas podem se libertar definitivamente doproduto e fazer de sua marca um ser puro de comunicação, umGames e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura


Ed.19 | Vol.10 | N1 | 2012numa visão expandi<strong>da</strong>, responsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong> é to<strong>da</strong> e qualqueração que possa contribuir para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de. (ASHLEY, 2003, p. 6-7).186Nesses termos, podemos compreender que o papel <strong>da</strong>s organizações sofreuforte modificação, pois, em muitos casos, elas passaram a assumir papel mais complexo,de auxiliadora do Estado no cumprimento de metas sociais e culturais.Observando a tendência que surgia no cenário inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ede olho <strong>na</strong> opinião pública favorável às corporações que “humanizavam” o capital,uma parte do empresariado brasileiro resolveu incorporar algumas açõesde responsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong> em sua gestão, atualizando o conceito <strong>da</strong> velha filantropia.Essa tentativa de criar uma “consciência de ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia” por meio dosinvestimentos em projetos socioambientais vai, paulati<strong>na</strong>mente, servindo debase para impulsio<strong>na</strong>r a imagem corporativa e, como consequência, vali<strong>da</strong>ndocerta diferenciação imagética entre os concorrentes.Nessa ênfase, as realizações dos projetos sociais tor<strong>na</strong>m-se “produtossimbólicos”, cujo público é formado pelos consumidores, acionistas,imprensa, fornecedores, comuni<strong>da</strong>de, etc. Logo, a promessa de atrair econquistar a simpatia <strong>da</strong> opinião pública e, talvez, influenciar o comportamentodo consumidor no ato <strong>da</strong> compra pode ser um dos argumentos paraas empresas começarem seus investimentos nessa área. Outro argumentorelacio<strong>na</strong>-se às questões fi<strong>na</strong>nceiras, como abatimento no imposto de ren<strong>da</strong>e incentivos fiscais por parte dos governos.Podemos concluir, portanto, que a responsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong> implica compromissopermanente, proativo por parte <strong>da</strong>s organizações, com ações volta<strong>da</strong>spara todos os stakeholders e vincula<strong>da</strong>s à transformação <strong>da</strong> cultura organizacio<strong>na</strong>l.Em outras palavras, não pode ser considera<strong>da</strong> como modismo passageiroou utiliza<strong>da</strong> como estratégia de greenwashing.No caso específico deste artigo, interessa-nos a<strong>na</strong>lisar algumas ações estratégicasde comunicação integra<strong>da</strong>, a partir do lançamento <strong>da</strong> marca Bancodo Planeta. Entendemos que to<strong>da</strong>s as estratégias de responsabili<strong>da</strong>de socioambientalpromovi<strong>da</strong>s pelo Bradesco servem para a construção do <strong>discurso</strong><strong>da</strong> nova retórica do capital (MOTA ROCHA, 2010) e <strong>da</strong> promoção de umaimagem corporativa diferencia<strong>da</strong> no mercado fi<strong>na</strong>nceiro.Por meio do trabalho <strong>da</strong> assessoria de imprensa, a instituição fi<strong>na</strong>nceiradivulgou suas razões para lançar o projeto Banco do Planeta em dezembrode 2007. Nessa ocasião, o Bradesco afirmava ser o banco privado que maisinvestia em ações de responsabili<strong>da</strong>de socioambiental no país. Entretanto, suaequipe de comunicação havia detectado o baixo conhecimento por parte dosseus públicos de interesse <strong>da</strong>s inúmeras ações nessa área.De acordo com o press release, a justificativa se <strong>da</strong>va por dois fatores:porque o Bradesco desenvolvia ações há mais de 50 anos, mas sua primeiracampanha institucio<strong>na</strong>l ocorreu em 2006, em função <strong>da</strong> celebração doGames e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura


Ed.19 | Vol.10 | N1 | 2012187cinquentenário <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Bradesco; porque as diversas iniciativas empreendi<strong>da</strong>seram tão pulveriza<strong>da</strong>s que não geravam a devi<strong>da</strong> visibili<strong>da</strong>de sobre oenvolvimento do Bradesco com o tema.Esse foi o cenário em que o Banco do Planeta foi idealizado pela agênciaNeogama/BBH, como estratégia para gerar posicio<strong>na</strong>mento diferenciado do bancoem relação ao aquecimento global, e aproximar o relacio<strong>na</strong>mento com o clienteno que tange à percepção dos inúmeros investimentos em projetos socioambientais.O Banco do Planeta é apresentado como um banco dentro do próprioBradesco, com produtos e serviços totalmente relacio<strong>na</strong>dos às questõesde RSA (responsabili<strong>da</strong>de socioambiental), que reúne iniciativas como: aFun<strong>da</strong>ção Bradesco; parceria com a Fun<strong>da</strong>ção SOS Mata Atlântica; implantaçãode um programa de neutralização de carbono; uso de papel reciclado nomaterial de comunicação inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong>, talão de cheques e envelopes dedepósito; ser integrante do Índice Dow Jones de Sustentabili<strong>da</strong>de e do Índice deSustentabili<strong>da</strong>de Empresarial (ISE) <strong>da</strong> Bovespa; campanha de racio<strong>na</strong>lizaçãode consumo de energia e água; dentre outros.Na revista Marketing, edição de abril de 2010, o Bradesco ocupou exatamente14 pági<strong>na</strong>s, com a reportagem intitula<strong>da</strong> “A presença de um Banco Completo”.O trabalho integrado de comunicação institucio<strong>na</strong>l por meio <strong>da</strong> assessoria de imprensapossibilitou estampar a evolução do conceito “completo” para “presença”, eain<strong>da</strong> apresentar inúmeras ações de responsabili<strong>da</strong>de <strong>social</strong>, uma delas realiza<strong>da</strong> hámais de cinco déca<strong>da</strong>s, como no caso <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Bradesco.Segundo a reportagem, o banco tem uma importante parceria com aSOS Mata Atlântica há mais de 20 anos, e, no quesito ambiental, criou oBanco do Planeta em novembro de 2007, que deu origem à FAS (Fun<strong>da</strong>çãoAmazônia Sustentável) - instituição que oferece um salário “bolsa-floresta” aosmoradores <strong>da</strong> Região Amazônica, com o objetivo de preservar 14 milhões dehectares de floresta. De acordo com o gerente de marketing, o projeto ganhouo reconhecimento que merecia e, atualmente, propaga-se <strong>na</strong>s redes sociais, emuma plataforma digital denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Banco do Planeta.Outra importante ferramenta institucio<strong>na</strong>l utiliza<strong>da</strong> pelo Bradesco éo patrocínio de eventos socioculturais, cujo objetivo explícito seria viabilizara inclusão <strong>social</strong>, mas, de acordo com os estudos sobre a imagem <strong>da</strong>marca, seria uma <strong>da</strong>s formas de criar associações positivas liga<strong>da</strong>s a essetipo de experiência (FONTENELLE, 2002).Como resultado de to<strong>da</strong>s as suas ações estratégicas, inclusive de comunicação integra<strong>da</strong>,o Bradesco foi eleito a marca mais valiosa do Brasil em 2010, segundo o ranking <strong>da</strong>Brand Fi<strong>na</strong>nce, que lista as 100 maiores marcas do País. Avaliado em R$ 23, 1 bilhões, obanco está em primeiro lugar pelo quarto ano consecutivo. Além disso, o Bradesco passoua figurar no mesmo ano como a única instituição fi<strong>na</strong>nceira <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> lista <strong>da</strong>s dez maisvaloriza<strong>da</strong>s do mundo. De acordo com o estudo Top 500 Banking Brands, <strong>da</strong> revista TheBanker, o banco brasileiro está <strong>na</strong> no<strong>na</strong> posição <strong>da</strong>s marcas mais valiosas do setor.Games e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura


Ed.19 | Vol.10 | N1 | 2012Considerações Fi<strong>na</strong>is188Visamos entender o que mudou <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de do consumo para que acomunicação institucio<strong>na</strong>l tenha se tor<strong>na</strong>do tão importante para as grandesempresas, pois, para elas, não basta ape<strong>na</strong>s desenvolver bons produtos e serviços,é preciso oferecer valor agregado aos consumidores por meio <strong>da</strong> imagem<strong>da</strong> marca, melhorando a percepção dos stakeholders em virtude <strong>da</strong>s ações integra<strong>da</strong>sde comunicação <strong>da</strong> empresa com a socie<strong>da</strong>de.Sendo assim, nossa proposta foi demonstrar algumas estratégias corporativasno campo <strong>da</strong> produção midiática do Bradesco e do lançamento do Banco doPlaneta. Por essa razão, apresentamos informações oriun<strong>da</strong>s do trabalho de assessoriade imprensa <strong>da</strong> instituição <strong>na</strong> captação de press releases online presentes nos sitesBanco do Planeta e Comuni<strong>da</strong>de Banco do Planeta e <strong>da</strong> matéria de capa <strong>da</strong> revistaMarketing (abril, 2010), intitulado “A presença de um banco completo”.Encantar, fidelizar, construir uma relação de longo prazo depende deações estratégicas que possibilitem a aproximação <strong>da</strong> marca com seu público deinteresse. Essa aproximação deve acontecer não somente como uma transaçãoindividual (por exemplo, o ato de compra no ponto de ven<strong>da</strong>), mas por meio deum conjunto de interações com o cliente em diferentes plataformas midiáticas.Trata-se de um dos grandes desafios <strong>da</strong>s empresas contemporâneas, pois,segundo alguns especialistas <strong>da</strong> área de marketing, as marcas de sucesso sãoaquelas construí<strong>da</strong>s pela exploração de múltiplos contatos entre a marca e oconsumidor. Ampliamos a afirmação e observamos que há de se encantar econstruir laços com todos os stakeholders para que o sucesso possa ser alcançado.Uma eficiente gestão de comunicação integra<strong>da</strong> desenvolve estratégias quereú<strong>na</strong>m esforços <strong>da</strong>s áreas inter<strong>na</strong>, institucio<strong>na</strong>l e mercadológica.Notas1 Segundo Ogden (2007), os conceitos de marketing viral e buzzmarketing são bempróximos. A principal diferença é que o marketing viral se propaga exclusivamentepela internet, enquanto o buzzmarketing pode extrapolar para o espaço urbano.Porém, ambos estão fortemente relacio<strong>na</strong>dos com a propagação <strong>da</strong> mensagem bocaa boca. A intenção é gerar um burburinho, ou seja, trabalhar com um fato que tenhapotencial para desencadear uma grande repercussão, inclusive de mídia espontânea.Como exemplo, podemos citar a guerra dos travesseiros no Parque do Ibirapuera.2 Segundo Fontenelle (2002, p. 195), “imagem de marca é um ‘complexo imaginário’,cercado de mitos, fábulas, que dizem respeito às representações, àsfantasias, aos sonhos de uma época. Trata-se, portanto, de um estereótipo”.Podemos, então, perceber que um dos estereótipos contemporâneos, ao lado <strong>da</strong>beleza, <strong>da</strong> juventude e do sucesso é a sustentabili<strong>da</strong>de, em razão <strong>da</strong> amplitudeque a temática tomou <strong>na</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s sendo pauta de notícias, programastelevisivos, filmes, documentários, <strong>discurso</strong> publicitário seja empresarial ou deorganizações não gover<strong>na</strong>mentais etc.3 Segundo a instituição, trata-se do maior programa privado de ensino gratuito doBrasil. São 40 escolas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal e maisde 2,2 milhões de alunos atendidos nos últimos 10 anos, nos cursos presenciais eà distância.Games e sociabili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Cibercultura

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