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O PRÉ-SAL É DELAS? - Núcleo de Modelagem Ambiental - UFRJ

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7 polegadas no final. Todos os poços sãofeitos assim”.Qual é a novida<strong>de</strong> no caso do poço<strong>de</strong> Tupi, então? Carminatti começa a explicaçãopor um <strong>de</strong>talhe: “A camada <strong>de</strong> salé formada por vários tipos <strong>de</strong> sais, algunsmuito solúveis. Como você fura com lama,para sustentar a pressão no poço, em contatocom a lama esse sal po<strong>de</strong> se dissolver.Isso cria instabilida<strong>de</strong>, então toda a químicada lama é superestudada. A lama não <strong>de</strong>vereagir com as camadas <strong>de</strong> sal, para que elascontinuem estáveis, até pelo menos terminaro trecho que está perfurando e <strong>de</strong>scero revestimento <strong>de</strong> aço. Esse realmentefoi um gargalo tecnológico que teve <strong>de</strong>ser vencido antes <strong>de</strong> se furar o poço. Aslamas são fluidos sintéticos, quimicamentebalanceados <strong>de</strong> acordo com as formaçõesrochosas que você vai encontrar. Masassim como a engenharia <strong>de</strong> poço foi daPetrobras, a engenharia química do poçotambém foi da Petrobras”.Carminatti é gaúcho, tem 57 anos. Nãodiz e acha que não é certo, do ponto <strong>de</strong>vista comercial, dizer <strong>de</strong> quem era a equipe<strong>de</strong> perfilagem que acompanhou a Petrobrasem Tupi. Acha, inclusive, que não temmuita importância se foi <strong>de</strong>sta ou daquelaempresa. Todas trabalham com alta tecnologiae estão sempre competindo para criarequipamentos, ferramentas melhores, pornecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência, ele diz. Masacrescenta: “Tecnologia é uma coisa. Explorarpetróleo é outra. Explorar é a i<strong>de</strong>ia,O equipamentoe os dados eramótimos. Masnão são eles quetomam as <strong>de</strong>cisões.Carminatti, coma equipe, <strong>de</strong>cidiuo mapa que leva a localizar on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve serfurado o poço. Sacar que naquele localtem petróleo, criar o mo<strong>de</strong>lo geológico”.Carminatti fala, a rigor, do mo<strong>de</strong>lomais geral, <strong>de</strong>senvolvido pela equipe naqual trabalha praticamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> queentrou na Petrobras, há 33 anos. Diversasteses <strong>de</strong> mestrado e doutorado foram escritaspor geólogos da companhia nesseperíodo, baseadas no trabalho práticona Petrobras e em dados da geologia, daflora e da fauna – não só brasileiros, mastambém africanos e do Oriente Médio,que têm relação com a tese, como logomais se verá. Esses trabalhos sustentavama hipótese <strong>de</strong> que o petróleo relativamenteabundante que a companhia <strong>de</strong>scobrira apartir <strong>de</strong> meados dos anos 1970 na Bacia<strong>de</strong> Campos em águas profundas eraapenas parte menor <strong>de</strong> jazidas gigantesexistentes em camadas geológicas aindamais fundas sob o oceano.Existiria uma espessa camada <strong>de</strong> salabaixo dos reservatórios do petróleo <strong>de</strong>Campos. Ela teria sido formada há cerca<strong>de</strong> 120 milhões <strong>de</strong> anos. Nessa época se<strong>de</strong>u a fragmentação da Gondwana, quecontinha os atuais territórios da Áfricae da América do Sul e era um pedaçodo gran<strong>de</strong> continente único que existiraantes, a Pangeia.Essa teoria se consolidou a partir<strong>de</strong> levantamentos do subsolo do AtlânticoSul feitos pelas gran<strong>de</strong>s potências,preocupadas com formações irregularesReproduçãoO INSTRUMENTO E A CABEÇAA cabeça da operação era a equipe <strong>de</strong>geólogos da Petrobras, sob o comandodo gaúcho Mario Carminatti (abaixo),que <strong>de</strong>u as coor<strong>de</strong>nadas precisas<strong>de</strong> on<strong>de</strong> furar e como exatamenteconstruir uma estrutura, <strong>de</strong> cerca<strong>de</strong> quatro quilômetros <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong>aço emendados, parecida com umtelescópio invertido gigantesco, <strong>de</strong>30 polegadas em cima, no subsolomarinho, e 7 embaixo, no fundo dopoço, no pré-sal. A sonda era a NoblePaul Wolf, da empresa americana NobleDrilling, alugada a um custo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>meio milhão <strong>de</strong> dólares por diaReprodução10 | retratodoBRASIL 51

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