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trabalho simples ou trabalho complexo? - Connepi2009.ifpa.edu.br

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4. O TRABALHO COMPLEXO NO BRASILApós a queda da bolsa de Nova York, em 1929, o mundo vivia uma grande crise econômica e inici<strong>ou</strong>-se nosEstados Unidos o New Deal, plano de recuperação da economia, que repercutiu em todo o mundo. No anoseguinte, 1930, assumia a presidência do Brasil Getúlio Vargas. Este período é também marcado pelo fim dahegemonia cafeeira e o início de uma nova fase econômica baseada na indústria e início “ao mesmo tempoda história da apropriação burguesa do Estado, para induzir o processo de modernização capitalista edesenvolver estratégias com vistas a sua legitimação social [...]” (NEVES, 2005, p.87)O processo de modernização capitalista no Brasil utiliz<strong>ou</strong> umaaparelhagem institucional diversificada e complexa que express<strong>ou</strong> aprogressiva racionalização da economia e da vida social, exigindo aformação de novos intelectuais capazes de dirigir e administrar oprocesso. Com isso, a formação para o <strong>trabalho</strong> <strong>complexo</strong> no paístambém foi objeto de reordenamento. Se a criação de duasuniversidades na década de 1920 havia introduzido o model<strong>ou</strong>niversitário no país, o centralismo autoritário do Estado corporativoinstalado na década seguinte o reafirm<strong>ou</strong> regulamentando-o. (NEVES2008, p. 34)Também durante os primeiros anos do século XX, o desenvolvimento urbano e industrial motiv<strong>ou</strong> osurgimento e expansão tecnológica, ofertada nas escolas técnicas de nível médio. Segundo Neves (2008,p.37), “A criação desse novo sistema de formação técnico-profissional foi decorrência das mudançassocietárias que atravessam o país”. Ou seja, surgiu para atender o grande número de pessoas que deixavam ocampo em busca de novas perspectivas na cidade,[...] O migrante rural. Esse novo operário era, em boa parte de formapreconceituosa, considerado como carente de um saber específico parasuas novas tarefas e, so<strong>br</strong>etudo, como alguém que devia rapidamenteincorporar ritmos de <strong>trabalho</strong> e comportamentos exigidos no mund<strong>ou</strong>rbano-fa<strong>br</strong>il, distintos das práticas usuais no meio rural. (NEVES2008, p. 37).Esta forma dual que acompanha a história da <strong>edu</strong>cação <strong>br</strong>asileira desde a colonização até nossos dias, muitovisível na formação técnica de nível médio, é cruel, pois, oferece oportunidades <strong>edu</strong>cacionais, de certa formalegitimadas por leis, diferenciadas para ricos e po<strong>br</strong>es e agora corroboradas com a modalidade tecnológica.[...] se o dualismo no interior do ensino secundário tendeu a seatenuar, a configuração dual do sistema escolar como um todopermaneceu, através da distinção entre o ensino médio tecnológicoorientado para a formação para o <strong>trabalho</strong> <strong>complexo</strong> e uma formaçãotécnico-profissional básica destinada aos segmentos populares com ointuito de formar os quadros inferiores da hierarquia socio<strong>edu</strong>cacional.(NEVES 2008, p. 40).Diante de tantas conjecturas para o que afinal forma o ensino técnico: para desempenhar o <strong>trabalho</strong> <strong>simples</strong><strong>ou</strong> o <strong>trabalho</strong> <strong>complexo</strong>? Percebe-se que com o passar do tempo mudanças vão ocorrendo no sistemacapitalista onde seus “avanços” vão exigir um novo tipo de trabalhador:

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