Peixe e Protil (2007) apontam que parte dos índices utilizados <strong>para</strong> mensurareficiência <strong>social</strong> em <strong>cooperativas</strong> são influenciados diretamente por índices estritamenteeconômicos. Esse resultado torna o desempenho financeiro das <strong>cooperativas</strong> <strong>um</strong> pontode interesse <strong>para</strong> investigações mais aprofundadas. Já Bialoskorski, Nagano e Morais(2006) afirmam que organizações <strong>cooperativas</strong> são empreendimentos sociais e aevolução e o desempenho de seu quadro associativo é de grande importância <strong>para</strong> <strong>um</strong>aconsideração sobre seu desempenho. Se a cooperativa não apresenta sobras relevantes,justamente pela maximização dos serviços prestados e preços oferecidos a seusassociados, a evolução do empreendimento pode estar sendo erroneamente mensurada,pois neste caso a mensuração estaria captando a evolução do desempenho individual decada associado, e não da estrutura cooperativa como <strong>um</strong> todo.Sendo assim, a evolução da atividade econômica de seus associados e aorganização do quadro <strong>social</strong> poderia ser utilizada <strong>para</strong> estudar-se desempenho eeficiência em <strong>cooperativas</strong>. O crescimento do quadro <strong>social</strong>, a participação emassembleias gerais, a proporção de cooperados ativos, poderiam então ser exemplos deíndices relevantes <strong>para</strong> entender-se o desempenho de <strong>um</strong>a cooperativa.(BIALOSKORSKI; NAGANO e MORAIS, 2006).2.3 Comprometimento dos associados e ações de Responsabilidade SocialTraçando <strong>um</strong> <strong>para</strong>lelo com as sociedades de capital, existem diversas pesquisasque procuram relacionar o preço pago pelas ações com o nível de <strong>responsabilidade</strong><strong>social</strong> desenvolvido. Dentre elas, os trabalhos de Roman, Hayibor e Agle (1999),Harrison e Freeman (1999), MCWillians e Siegel (2001), Moore (2001) e Velde,Vermeir e Corten (2005) merecem destaque. Esses trabalhos apontam que elevações nosníveis de <strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong> implicam em a<strong>um</strong>entos no prêmio pago pelas ações daempresa. Nesse trabalho é ass<strong>um</strong>ido que a expansão no prêmio pago pelas ações édecorrente do interesse dos investidores em se tornar proprietários de organizações queinvestem em <strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong>. Esse resultado permite avaliar o resultado geradopor essas ações <strong>para</strong> a empresa.Entretanto, quando se faz <strong>um</strong> <strong>para</strong>lelo com a avaliação do nível atividade de<strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong> das <strong>cooperativas</strong>, a junção da lógica econômica e <strong>social</strong> e o fatodo direito de propriedade nessas organizações não ser comercializável não permite quese o tenha <strong>um</strong> indicador claro da efetividade destas atividades. Haja vista não existir <strong>um</strong>prêmio pago pela quota de capital.Assim, esse trabalho, considerando as afirmações de Staatz (1987), Cook (1995),Fulton (1999), Chaddad e Cook (2004), Serigati (2008) e Costa, Chaddad e Azevedo(2010), estabelece como hipótese que a <strong>fidelidade</strong> do cooperado seria <strong>um</strong>a resposta dosproprietários às atividades de <strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong> das <strong>cooperativas</strong>. Em outraspalavras, tem-se que:H o : As ações de <strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong> nas <strong>cooperativas</strong> são valorizadas peloscooperados e esse valor é representado no a<strong>um</strong>ento da sua <strong>fidelidade</strong>.Portanto, diante da hipótese, o comprometimento dos associados se assemelhaao prêmio pago pelas ações em sociedades de capital. Essa hipótese é interessanteporque permite visualizar o desenvolvimento das atividades de <strong>responsabilidade</strong> <strong>social</strong>nas <strong>cooperativas</strong> como <strong>um</strong>a estratégia econômica vista pela ótica de incentivos àredução da <strong>fidelidade</strong>. Isto é, os gestores da organização utilizam essa atividade <strong>para</strong>tornar o cooperado fiel.