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um ambiente integrado para elaborar e analisar - SciELO Proceedings

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O IMPACTO POSITIVO DO PROGRAMA LUZ NO CAMPO NAEXTENSÃO RURALA SERICICULTURA EM RIBEIRÃO CLARO – PRJOSÉ R. DO CARMO*RUI MANUEL B.S.MARQUES*GENÉSIO BETIOL JR.*FERNANDO SELLES RIBEIRO*** Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia da Universidade de SãoPaulo - PIPGEInstituto de Eletrotécnica e Energia, Av. Prof. Luciano Gualberto 1289, CEP05508-900 - São Paulo – SPE-MAIL: jrcarmo@iee.usp.br; rmanuel@iee.usp.br (mestrandos)FAX.: 5511816287, FONE: (0XX-11) (3091-2657)** Escola Politécnica de Engenharia – PEA da Universidade de São PauloAv. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, 158 – Bloco A – Sala A2-33 - CEP05508-900 - São Paulo – SP.E-MAIL: genesio.betiol@poli.usp.br (mestrando) ; fribeiro@pea.usp.br (Prof.Dr.)FAX.: 5511816287, FONE: (0XX-11) (3091-2657)Res<strong>um</strong>oO Programa “Luz no Campo” criou impacto positivo e favorável à ampliação de oportunidades no meiorural. Facilitou o acesso de trabalhadores ao bem energético lhes proporcionando melhoria nascondições socioeconômicas. Em decorrência, após a conclusão das obras de eletrificação rural nosassentamentos de “Anh<strong>um</strong>as” e “Maria Neto”, implantados em Ribeirão Claro, no Estado do Paraná,foi possível viabilizar dois projetos de sericicultura (cultura do bicho-da-seda) naquela localidade. Ocons<strong>um</strong>o de energia desses projetos não se restringiu apenas ao conforto h<strong>um</strong>ano, mas foi tambémcanalizado <strong>para</strong> a produção. Como resultado, o êxito econômico que vem sendo obtido naquelesassentamentos, em menos de <strong>um</strong> ano, se deve às ações de transformação no campo, que reduzirama pobreza e a<strong>um</strong>entaram as perspectivas de melhor qualidade de vida aos assentados.AbstractThe "Luz do Campo" program has created positive and favorable impact to the opening of opportunitiesin the rural area. It has contributed to facilitate the access of workers to energetical facilities and hascontributed to providing them with better social and economical conditions. As a consequence after theaccomplishment of the rural electrification process in the settlements of "Anh<strong>um</strong>as" and "Maria Neto"implanted in Ribeirão Claro in Paraná, it was possible to come to terms with two projects ofSericiculture in that location. The energy cons<strong>um</strong>ption of these projects has not been only restricted toh<strong>um</strong>an comfort, but has also been aimed at the production. As a result, the economical successachieved in those settlements in less than a year's time, is due to the transformation actions in thecountryside that have lowered poverty and raised the perspectives of better life quality to the settlers.1. IntroduçãoA criação de bicho da seda – atividade conhecida como Sericicultura – graças à eletrificação ruralrealizada, está em franca expansão na região Norte do Paraná, oferecendo aos moradores de


assentamentos e pequenos proprietários rurais a possibilidade de obter rendimentos a cada 25-30 diascom a utilização de mão-de-obra familiar.O programa de eletrificação rural “Luz no Campo” 1 do Governo Federal teve <strong>um</strong> importante papel noscaminhos iniciais da universalização dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica aofinanciar as obras rurais com o recurso da RGR 2 .A Concessionária de Distribuição de Energia da região 3 que atende ao Município de Ribeirão Claro,no Norte do Paraná, vem realizando investimentos em consonância com o Programa “Luz no Campo”.Praticamente já universalizou a região e mantém <strong>um</strong> bom padrão técnico na construção e expansãodas linhas-tronco e ramais. O resultado dessa expansão, permite aos trabalhadores rurais dosassentamentos em estudo, o de “Anh<strong>um</strong>as” e o de “Maria Neto”, com infraestrutura foi financiada peloBanco da Terra 4 , usufruírem o abastecimento energético disponibilizado após a eletrificação rural, erealizar importantes melhorias socioeconômicas.2. Objetivo deste trabalhoO objetivo deste trabalho é mostrar como a extensão do Programa de Eletrificação Rural “Luz noCampo”, após o acesso à energia elétrica, foi importante <strong>para</strong> o desenvolvimento dos assentamentosbeneficiados e como ela vem influenciando na transformação comportamental da população emestudo. Com a energia elétrica é possível que haja <strong>um</strong> desenvolvimento sustentado naquelascomunidades . Os trabalhadores que cultivam o bicho-da-seda já têm renda própria e estão setornando pequenos empresários.2.1. Metas e benefíciosO projeto tem como meta a transformação econômica e social das localidades rurais que trabalhamcom a cultura do bicho-da-seda, com a finalidade de a<strong>um</strong>ento da renda e a criação de empregos nocampo.Estes projetos em áreas rurais beneficiadas pela energia elétrica são mais <strong>um</strong>a excelente opção,dentre outras tantas, <strong>para</strong> desenvolver o campo e gerar riquezas, repercutindo diretamente no a<strong>um</strong>entoda renda anual dos pequenos produtores.2.2. JustificativaA extensão rural a partir do Programa Luz no Campo apresenta boas soluções no campo e contribui<strong>para</strong> a diminuição do êxodo rural e reduz de forma importante os custos sociais, a<strong>um</strong>enta a satisfaçãodos beneficiários envolvidos e promove a inclusão social.A sustentabilidade procurada vem com o desenvolvimento socioeconômico no momento em que épossível atender as necessidades locais via a<strong>um</strong>ento de renda.Projetos como os de Ribeirão Claro valorizam os trabalhadores rurais que usam a energia não sócomo bem de cons<strong>um</strong>o, mas também como vetor de desenvolvimento daquela região, justificando-se amultiplicação dos mesmos.2.3. As bases teóricas1O Programa “Luz no Campo” é gerenciado pela Eletrobrás.2RGR – Reserva Global de Reversão3CLFSC – Companhia Luz e Força Santa Cruz – Concessionária de Distribuição de Energia do Sudoeste Paulista e Norte doParaná.4Banco da Terra - Fundo de Terras e da Reforma Agrária - serviço do Banco do Brasil <strong>para</strong> o financiamento de imóveis ruraispor trabalhadores rurais, que já inclui os custos com a doc<strong>um</strong>entação necessária à aquisição do imóvel, e <strong>para</strong> o investimentoem infra-estrutura básica.


O trabalho segue a linha de pensamento de alguns pesquisadores e entusiastas da eletrificação rural,associada à sua extensão e à transformação no campo e baseia-se na produção orientada <strong>para</strong> otrabalhador rural ora conectada à rede energia elétrica.Segundo a CEPAL “o rural se refere a formas de organização e a estilos de vida sustentados eassociados a atividades que - pela natureza dos processos biológicos em que se baseiam, pela sualocalização ou pelas condições econômicas, sociais e as técnicas produtivas com que se realizam –impedem a complementação espacial ou geram desvantagens <strong>para</strong> ela e, por tal motivo, <strong>para</strong> aconcentração n<strong>um</strong> espaço das atividades e da população” (CEPAL, 1979).Para NASCIMENTO & GIANNINI, “O acesso à energia elétrica interfere na vida do homem do campo,tanto no aspecto de eficiência microeconômica quanto nos termos de sua integração social. Asbarreiras <strong>para</strong> universalização do atendimento ao meio rural são particularidades inerentes a estemercado, considerando, principalmente, sua dispersão espacial que induz a elevados custos iniciais deatendimento e seu padrão de baixo cons<strong>um</strong>o per capita, a<strong>um</strong>entando assim o tempo necessário <strong>para</strong> arecuperação do capital investido” (NASCIMENTO & GIANNINI, 2002).E que, “Entretanto, <strong>para</strong> <strong>um</strong>a melhor avaliação da contribuição de qualquer programa de eletrificaçãorural, faz-se necessário modificar os critérios de análise de viabilidade <strong>para</strong> sua implementação,devendo-se incorporar outros componentes como o ambiental e social. Via de regra, os agentes diretosdo projeto de eletrificação rural: agricultores, concessionárias e órgãos financiadores tendem a seconcentrar nos resultados de curto prazo, colocando de lado, os benefícios sociais dos projetos, que<strong>um</strong>a análise puramente econômica não denota” (NASCIMENTO & GIANNINI, 2002).Segundo a equipe da Eletrobrás e do CEPEL, “Constata-se assim que, apesar dos esforçosconcentrados no passado, apenas 39% das propriedades rurais no país possuem acesso de formaregular e segura à energia elétrica, significando a exclusão de milhões de brasileiros, sem energianecessária à satisfação de suas mínimas necessidades de sobrevivência e sem possibilidade deagregar o valor da energia ao produto agrícola, impedindo ainda tanto o a<strong>um</strong>ento da renda quanto ageração de novos empregos. Considerando as interações entre a energia e a qualidade de vida,eqüidade e o desenvolvimento econômico, e, por outro lado, entre a energia e a sustentabilidadeambiental, a promoção do desenvolvimento sustentável nas áreas rurais passa necessariamente peloequacionamento da questão energética. Isto posto, o Programa de Eletrificação Rural “Luz no Campo”objetiva internalizar as premissas deste novo padrão de desenvolvimento, e a sua avaliação érealizada abrangendo os aspectos econômicos, técnicos, sociais e ambientais, buscando obterrespostas sob a ótica de cada <strong>um</strong> dos agentes envolvidos: moradores / produtores rurais,concessionárias e governo” (GUSMÃO ET AL., 2002).E aduz, “Isto posto, o Programa de Eletrificação Rural “Luz no Campo” objetiva internalizar aspremissas deste novo padrão de desenvolvimento, e a sua avaliação é realizada abrangendo osaspectos econômicos, técnicos, sociais e ambientais, buscando obter respostas sob a ótica de cada<strong>um</strong> dos agentes envolvidos: moradores / produtores rurais, concessionárias e governo” (GUSMÃO ET.AL., 2002).E quanto ao processo de sustentabilidade, segundo o MME, “Entende-se por desenvolvimentosustentável aquele que concilia métodos de proteção ambiental, eqüidade social e eficiênciaeconômica, promovendo a inclusão econômica e social, por meio de políticas de emprego e renda”(MMA, [1999?]).E, “Mais do que <strong>um</strong> tipo de programa, a transformação de mercado é, de fato, <strong>um</strong> resultado ou <strong>um</strong>produto” (Hastie et al., 1996).Concluem-se os pensamentos teóricos em que “A transformação de mercado implica em <strong>um</strong>a reduçãosustentável das barreiras de mercado até o ponto em que a utilização de bens e serviços eficientesseja prática normal “ (ETO, PRAHL e SCHLEGEL, 1996).3. O Projeto do bicho-da-seda


A sericicultura gera renda <strong>para</strong> as famílias assentadas em Ribeirão Claro-PR . Antes de começar aproduzir, os trabalhadores recebem assistência e orientação <strong>para</strong> o plantio da amora, construção dosbarracões e os cuidados que a atividade exige. As famílias assentadas em Ribeirão Claro-PR queinvestiram na criação do bicho-da-seda estão obtendo bons resultados.Figura 1. Vista parcial do barracão construído e da eletrificação rural no assentamento[Foto: Kelson José de Godoy]Em seguida, a empresa Kanebo fornece a larva, ins<strong>um</strong>o básico da atividade.Figura 2. Plantação de amora no Município de Ribeirão Claro – PR[Foto: Kelson José de Godoy]A atividade é rentável à medida que cada casulo pode fornecer aproximadamente 900m de fibracontínua.O bicho-da-seda é a larva da mariposa da seda (Bombyx mori), inseto lepidóptero da família dosbombicídeos. Há muitos séculos a sua criação é feita pelos produtores de seda. Quando sai do ovo eaté chegar ao estado adulto, passa por várias modificações (a metamorfose) que o transforma emmariposa. Ao passar pelo estado de crisálida, o bicho fabrica <strong>um</strong> casulo constituído por fibras de seda.


Figura 3. Larvas se alimentando das folhas de amora[Foto: Kelson José de Godoy]A larva sofre diversas mudas, quando a<strong>um</strong>enta de tamanho e sai da cor escura <strong>para</strong> <strong>um</strong> tom claro. Aofim de cada muda, devora cada vez mais as folhas de amoreira, seu alimento preferido, e com as quaissão obtidos os melhores rendimentos. Depois da quarta muda, após 23 dias nas camas (figura 4) aslarvas procuram <strong>um</strong> lugar adequado <strong>para</strong> instalar o casulo, imobilizam-se e começam a secretar <strong>um</strong>asérie de fios delgados, em que se envolvem até ficarem encerradas n<strong>um</strong> invólucro amarelado e opaco,formado pela massa dos fios.Figura 4. Os bichos comendo folhas de amora nas “camas”...[Foto: Kelson José de Godoy]Passadas duas ou três semanas, nasce a mariposa, de cor esbranquiçada, que perfura a parede docasulo e sai do casulo, onde é fecundada pelo macho e mais tarde deposita de 400 a 500 ovos.Figura 5. Os bichos são suspensos em “boxes” <strong>para</strong> formar os casulos...[Foto: Kelson José de Godoy]


O casulo perfurado não tem valor comercial, pois rompe os fios e, antes que a mariposa saia, efetua-seseu afogamento por meio de vapor d'água ou ar quente. A saída do casulo só é permitida àquelas quefarão a postura de ovos na temporada seguinte.Figura 6. A criadora Rosilei da Silva Almeida[Foto: Kelson José de Godoy]O casal Rosilei (figura 6) e Luiz Fernando Almeida 5 , <strong>um</strong>a das famílias que investiram no bicho-da-sedaem Ribeirão Claro, moradores assentados há seis meses – desde que a energia elétrica foi ligada –encontrou nessa atividade <strong>um</strong>a boa forma de gerar renda extra. Rosilei é a responsável por todo otrabalho, enquanto o marido se dedica à roça de café e diz: “É <strong>um</strong>a atividade que exige esforço ededicação, porém compensa. Tanto é que pretendemos dobrar a produção em breve”.3.1. Os recursosAs famílias assentadas, trabalhadores rurais de baixa renda, tiveram suas terras e obras deinfraestrutura básicas e imóveis rurais financiadas pelo Banco da Terra, que é <strong>um</strong> Fundo de Terras eda Reforma Agrária, gerido pelo Conselho Curador do Banco da Terra, com a participação de Estados,das Associações de Municípios e das comunidades. O objetivo é a geração de ocupação e renda nocampo por meio de acesso a terra. Obtiveram ainda financiamentos produtivos, associados àcapacitação e assistência técnica, através dos demais programas do Ministério do DesenvolvimentoAgrário <strong>para</strong> a construção do barraco e compra de equipamento utilizado na cultura do bicho-da-seda.Segundo a CIVAP 6 , a característica do Banco da Terra em São Paulo é que as propriedades não sãolotes divididos pelo número de famílias, mas sim <strong>um</strong>a produção coletiva na fazenda adquirida, emculturas que tenham valores agregados, onde já existam mercados <strong>para</strong> inseri-los. “Estes mutuáriosvão organizar <strong>um</strong>a associação que será responsável pelo financiamento. O trabalhador contará comdois hectares e meio <strong>para</strong> construção de <strong>um</strong>a casa, também financiada, e <strong>um</strong>a roça, mas a produçãoda propriedade é coletiva, o que evita problemas de locais menos favorecidos, garantindo inclusive,<strong>um</strong>a produção uniforme e de vol<strong>um</strong>e <strong>para</strong> o mercado”. (CIVAP, 2004)3.2. O investimento necessário à implantação5 ENTREVISTADA: Senhora Rosilei da Silva Almeida (Criadora do bicho-da-seda)LOCALIDADE: Sítio Primavera – Ribeirão Claro – PRDATA: 16/04/016CIVAP - Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema


Com investimento inicial de aproximadamente R$ 5 mil, os trabalhadores que optaram pela criação dobicho-da-seda puderam construir <strong>um</strong> barracão de 400 m² e adquirir os equipamentos <strong>para</strong> seleção eclassificação dos casulos, que garante maior rentabilidade na comercialização, além de produtosnecessários <strong>para</strong> dar início ao trabalho.A primeira produção foi possível tirar em seis meses, tempo que levou <strong>para</strong> crescer a plantação deamora, alimento do bicho-da-seda.Figura 7.Máquinautilizada na classificação dos casulos[Foto: Kelson José de Godoy]Segundo a criadora entrevistada, Rosilei da Silva Almeida, “O negócio se torna bom por isso, pelo girorápido, porque depois desse processo inicial é possível tirar <strong>um</strong>a produção por mês”. Disse ainda que“antes de investir nesse negócio, contamos com assistência e orientação da empresa Kanebo, quetambém fornece os produtos necessários (como a larva) <strong>para</strong> os envolvidos no projeto e depoiscompra toda a produção”.3.3. Capacidade do projetoA produção de casulo verificada está em torno de 80 a 90kg por mês. Estima-se em doze meses <strong>um</strong>total de 20.400kg nos dois assentamentos. Considerando-se que dez famílias optaram pela criação dobicho-da-seda, a tabela a seguir mostra a capacidade do projeto.Produção deCasulosTabela 1. Capacidade de produção de casulosFamíliasprodutorasMédiaMensal /kgTotaldekg / mêsTotalde kg /anoQuantidades 10 85 850 10.2003.4. Aspectos econômicos e financeirosCada quilo de casulo entregue é remunerado a <strong>um</strong> preço médio de R$ 5,65 (varia de R$ 4,00 a R$6,00, dependendo da classificação do casulo). Descontando o preço da larva, a cal utilizada, a contade energia elétrica (cons<strong>um</strong>o médio mensal de 180 kWh) e outras despesas, o lucro líquido daoperação é de R$ 3,15 por quilo.


Nesta condição, sobra <strong>para</strong> cada família R$ 267,80, após todas as despesas e obrigações pagas.Representa hoje, mais de <strong>um</strong> salário mínimo (hoje igual a R$ 260,00) e corresponde a ganho de <strong>um</strong>adiferença de 3%.Tabela 2. Aspectos econômicos e financeiros da operação <strong>para</strong> <strong>um</strong>a família.Produçãomensal deCasulos / kgPreçomédio porcasulo(1)Renda brutaanual(R$)(2)Outrasdespesas*(3)Despesascom energia(180 kWh)(1)-(2)-(3) =Rendalíquidaanual (R$)850 5,65 4.803,00 1.245,00 880,00 2.678,00*Despesas com a cal, larvas, pagamento da terra, equipamentos e outras.Considerando que há dez famílias envolvidas com a criação do bicho-da-seda nos doisassentamentos, é possível estimar a renda obtida por elas em <strong>um</strong> ano:Tabela 3. Aspectos econômicos e financeiros da operação <strong>para</strong> o conjunto de famílias envolvidas.Produçãomensal deCasulos / kgPreçomédioporcasuloRenda brutaMensal(R$)(1)Rendabruta anual(R$)(2)Outrasdespesas*(3)Despesascom energia(180 kWh)(1)-(2)-(3) =Rendalíquidaanual (R$)850 5,65 4.803,00 57.630,00 14.940,00 10.560,00 32.136,00*Despesas com a cal, larvas, pagamento da terra, equipamentos e outras.3.5. Os resultados e benefícios alcançados pelos trabalhadoresAntes de mudar-se <strong>para</strong> o assentamento, o casal Rosilei e Luiz Fernando Almeida morava na cidade,onde têm casa própria. Rosilei era doméstica, ganhava menos que <strong>um</strong> salário mínimo e tinha patrão.“Depois que a energia elétrica foi ligada aqui no assentamento, resolvemos alugar nossa casa nacidade e vir <strong>para</strong> cá. Hoje está bem melhor, além do que, aprendi a gostar de cuidar dos bichinhos”,declarou”.Dona Nadir Fassine e Benedito Camilo da Silva 7 moram no assentamento e, além do bicho-da-seda, ocasal também cultiva na propriedade café, milho, feijão etc. “A energia elétrica e o bicho-da-seda foiforam boas alternativas <strong>para</strong> as famílias aqui do assentamento, pois a gente consegue ganhar <strong>um</strong> bomdinheiro extra”, disse Dona Nadir.4. Considerações finaisO ganho social e econômico verificado neste trabalho, reflete a oportunidade aberta pelo Programa deEletrificação Rural “Luz no Campo”. O impacto positivo na cultura do bicho-da-seda pode serrepassado à outras atividades no campo, e propiciar o acesso a <strong>um</strong> grande contingente que seencontra à margem da sociedade, no mercado de trabalho rural, diminuindo o êxodo rural emelhorando a condição socioeconômica da população.A eletrificação rural nos assentamentos de “Anh<strong>um</strong>as” e “Maria Neto”, permitiu, com o projeto dobicho-da-seda, a utilização racional da energia elétrica voltada não só <strong>para</strong> satisfazer as necessidadespessoais, mas também à produção.O Município está ganhando, pois o custo social de se manter o público vindo da area rural,desempregado ou sub-empregado nas periferias das cidades, é bastante alto. O Estado tambémganha e a concessionária da região começa a ter o retorno do investimento feito.7ENTREVISTADO: BENEDITO CAMILO DA SILVALOCALIDADE: Ribeirão Claro – PRDATA: 16/04/01


A eletrificação rural trouxe <strong>um</strong>a renda líquida anual de R$ 267,80 por propriedade naquelesassentamentos e, embora ainda pequena, ela representa <strong>um</strong> ganho significativo no processo deinclusão social <strong>para</strong> aqueles trabalhadores que há pouco tempo atrás não conseguiam nem o sustentoda sua família. Com o acesso à energia elétrica eles já têm em suas moradias <strong>um</strong> chuveiro elétrico,<strong>um</strong>a geladeira e <strong>um</strong>a televisão e <strong>um</strong>a identificação na sociedade como produtores rurais.A perspectiva de crescimento é boa, haja vista que a criação do bicho-da-seda poderá ser ampliada e,conseqüentemente, gerar a<strong>um</strong>ento da renda familiar.Palavras-chave: Eletrificação rural, Assentamento, Extensão rural, Inclusão social, SericiculturaAgradecimentosA realização do trabalho foi possível graças à reportagem feita por Kelson José de Godoy(Comunicação Social) da Companhia Luz e Força Santa Cruz, Concessionária de Distribuição deEnergia Elétrica do Sudoeste do Estado de São Paulo e Norte do Paraná, gentilmente cedida <strong>para</strong> finsacadêmicos e divulgação do Programa “Luz no Campo” e o trabalho de extensão no meio rural.ReferênciasCEMIG; Diagnóstico Sócio-Econômico dos Produtores Rurais Integrantes do Projeto Piloto doPrograma Il<strong>um</strong>inação Rural – ILUMINAR; 1988.CEPAL; Las Transformaciones Rurales en América Latina:¿Desarrollo social o Marginación?;Santiago de Chile; Cuadernos de la CEPAL; Servicios Gráficos CEPAL/ILPES; 1979.CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO VALE DO PARANAPANEMA. São Paulo: CIVAP, 2004.Disponível em: http://www.civap.com.br/banco_txt.htm. Acesso em: 18 jun. 2004.COPEL; Eletrificação Rural: monitoração e avaliação do programa de eletrificação rural;Relatório final; 1997.4º ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO RURAL AGRENER, 2002, Campinas. Anais do Congresso.Campinas, SP: 1cd-rom.ETO, Joseph; PRAHL, Ralf; and SCHELEGEL, Jeff; a Scooping Study on Energy-Efficiency MarketTransformation by California Utility DSM Programs; (LBNL-39058). Berkeley, CA: LawrenceBerkeley National Laboratoty. July, 1996.HASTIE, Steve; CRAIG, McDonald; KING, Mike; SMITHERS, Richard; Market Transformation in aChanging Utility Environment: A Guidebook for Regulators; Synergic Resources Corporation forNational Association of Regulatory Utility Commissioners. January; 1996.NASCIMENTO, M. V., GIANNINI, M. et. alli; Programa de Eletrificação Rural “Luz no Campo” e aAvaliação no Estado do Mato Grosso / CEMAT: caso piloto; In: Anais do IX Congresso Brasileirode Energia; Vol. II; pp. 701-710; 2002.MMA; Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. Agenda 2; Infraestrutura e IntegraçãoRegional; Brasília; 1999.

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