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ENSINO DA ARTE, FORMAÇÃO DOS SENTIDOS E ... - anpap

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18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes PlásticasTransversalidades nas Artes Visuais – 21 a 26/09/2009 - Salvador, BahiaNa visão de BOURDIEU (1999, p. 283), a percepção é uma “aptidãopara receber e decifrar as características propriamente estilísticas”, umacompetênciapropriamente artística que se traduz em conhecimento prático(adquirido pelo convívio com as obras ou por intermédio de umaaprendizagem explícita) de sistemas de classificação que permitemsituar cada elemento de um universo de representações artísticas emuma classe necessariamente definida em relação à classecomplementar (constituída por todas as representações artísticasconsciente ou inconscientemente excluídas).Depreende-se daí que a formação dos sentidos humanos – partindo-seda premissa que a sensibilidade estética não é um atributo inato ao sujeito,nem o estatuto de estético uma qualidade natural ao objeto – é tarefa do ensinode artes e condição si ne qua nom para a leitura das imagens.Apreciar, nessa linha de pensamento, envolve todo o conhecimentoconstruído pelo sujeito e tem por suporte a prática social precedente, em cujadinâmica se criam tanto os sentidos humanos quanto o objeto. Desdobrandoessa análise, no que diz respeito aos comportamentos humanos, cabe lembrarque são modelados por conteúdos objetivados em “regras de conduta”. Dessaforma, “a elevação do nível de sensibilidade” está intrinsecamente ligada àsnecessidades humanas e aos comportamentos instituídos culturalmente e sedá pari passu com o desenvolvimento das práticas sociais (HEINICH, 2001, p.12-13).Assim, a finalidade da arte se realiza na medida em que, primeiro,proporcionar “condições concretas de acesso às obras, em quantidade(extensão) e em qualidade (intensidade) compatíveis com um padrão elevadode arte ao maior número possível de pessoas”; segundo, disponibilizar não um“consumo massificado e passivo”, e sim “uma apropriação-fruição das obrasque promova a consciência e permita o desenvolvimento da autoconsciência”;terceiro, “criar necessidades e prazeres especificamente humanos, tais como:acuidade perceptiva e a agudeza de sensibilidade, o exercício da capacidadede reflexão, de interpretação e de crítica, entre outros, pois que a arte écriação-produto específico do homem e só à sua humanização deve sedestinar” (PEIXOTO, 2003, p. 47-48). Por fim, possibilitar “ao fruidor atento umanova consciência” e um “adensamento da autoconsciência”, que estão,3218

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