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livro-tognolli_ok1

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correções levemente desdenhosas. O jornalismo absorve (tentaabsorver) todas as formas de representação do real, inclusive acrítica a ele mesmo. Uma gaze transparente e radiante cobre amídia: chama-se entrelinhas. Estas, o leitor não encontrará namídia. Quiçá, poderá encontrá-las, bem didáticas, apenas quandodaquela surda detonação que é uma revista, uma TV, pondo a nu ospodres de sua concorrência. Raramente o pote racha e a água podresurge, como um detergente, para alertar o leitor de que algo havia,não por detrás (como vindicavam os frankfurtinianos) mas nomeio da notícia.A idéia da rapidez, postulada pela Internet, foi aos poucosdando a noção de que, na era da velocidade, as ideologias estavammortas. E que agora os professores universitários eram rebeldessem causa e, ideologicamente, pobres de marré-marré.Mc Luhan hoje está errado. O meio não é a mensagem: agorao e-mail é a mensagem. Lentamente, os blogs, um novo deles criadoa cada minuto, em todo o mundo, são os arautos de que agora o e-mail é a mensagem.Sobre isso, em 18 de junho de 2006, Luis Nassif escreveu naFolha:“No início dos anos 90, a inacreditável entrevista de PedroCollor para a revista Veja inaugurou a era de maior poder da mídia,desde o início dos anos 50. Descobriu-se a notícia-espetáculo, os fatosinverossímeis baseados em fontes suspeitas, mas que atendiam à sedede show. Denúncias graves não foram apuradas, denúncias vaziasviraram manchete, forçou-se a barra, mas o presidente caiu. Aindaque à custa de um pequeno Fiat Elba.Seguiu-se um longo período de denúncias inverossímeis, ouinteressadas. Criou-se até essa obra-prima do jornalismo ficcional, o“roteiro Frankestein”, que consiste em juntar pedaços de notíciasverdadeiras, porém irrelevantes, e compor um roteiro com denúnciasgraves, porém falsas.Ao longo dos anos 90, esse tipo de jornalismo gerou peças deficção famosas, como a capa de Veja sobre Chico Lopes -segundo aqual o lobista amigo de Lopes, ele e o banco que pagava asinformações, se comunicavam por meio de três celulares e obanqueiro Salvatore Cacciolla obtinha as informações por meio do“grampo” dos aparelhos. No dia da mudança de câmbio, o “grampo”falhou, por isso Cacciolla quebrou.23

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