que o equipamento de seu uso pudesse ter sido antes da empresa. LuizFrancisco fez outras considerações. “Parte de meu trabalho é digitada nocomputador de minha secretária e costumo usar o computador de minhacasa também”. Mas ele mesmo descartou a hipótese de um dessescomputadores pertencer ou ter pertencido a outrem.Em outros telefonemas feitos para a redação da ConsultorJurídico, o procurador cogitaria de outras possibilidades, como a de terusado um disquete que lhe foi emprestado há tempos por MarceloEllias, quando este advogava para a Caixa de Previdência do Banco doBrasil (Previ). Essa possibilidade, contudo, não parece combinar com adata de criação do arquivo, 31 de agosto.Em pelo menos três vezes, Luiz Francisco invocou como provada sua absoluta correção, o fato de ser socialista e de ser sua tarefa“destruir o capital, como escrevi em meu <strong>livro</strong>”. O Opportunity seria aincorporação do que há de mais nocivo na humanidade. E revelou quepara livrar o país desse problema tem lançado mão de todos osrecursos. “Já fui à CVM, à CPI do Banestado, à Advocacia-Geral daUnião, ao Senado, à Controladoria-Geral da União e vou onde puder irpara cumprir a minha missão”.Depois de mandar a ação, Luiz Francisco afirmou que apublicação da mesma não estava autorizada e que o envio serviuapenas para que se produzisse uma notícia a respeito. “Vou tirar até oúltimo tostão de vocês se o site publicar essa história”, avisou ele. “Nãopra mim, que não quero dinheiro, mas para um asilo de cegos”,acrescentou, completando que a “a partir de agora as portas doMinistério Público estarão fechadas para vocês”.A reportagem procurou o empresário Luiz Roberto Demarco eseu advogado, Marcelo Ellias, mas nenhum dos dois respondeu aospedidos e recados deixados pela revista. Ao primeiro por meio de suasecretária, Magna. Ao segundo, pelo celular.• Cenas insólitasEm um primeiro momento, Luiz Francisco convidou areportagem para verificar se, em seu computador, haveria algumvestígio de arquivo produzido fora da Procuradoria.36
Ao ser procurado, em Brasília, pelo correspondente da revistaConsultor Jurídico, Vicente Dianezi, o procurador adotou uma atitudeincomum e inédita em sua história. Não permitiu a entrada em sua sala.Pela primeira vez, recusou-se a receber um jornalista em seugabinete. Afinal, os anais da imprensa registram atos do procurador comoo de ter pegado emprestado o gravador do jornalista Andrei Meirellespara gravar, através da divisória do gabinete contíguo, sua rumorosaconversa com o senador Antonio Carlos Magalhães, quatro anos atrás.“Só converso com jornalistas investigativos e não sei quem sãovocês”, disse pelo telefone ao ramal da portaria. Acrescentou quepoderia nos receber na quarta-feira, dia 8, quando apresentaria toda adocumentação daqueles últimos três anos do caso Previ/Opportunitty.Foi-lhe solicitado, então, que apenas enviasse para o saguão a cópia dequalquer outra petição gravada na fonte tipográfica estrangelo edessa, amesma da ação civil. Essa fonte, pouco usada, costuma ser encontradaem empresas de informática, como a Nexxy.Como não tinha a fonte em seu computador, mandou porintermédio de sua assistente a cópia de um ofício, datado de 1999, masa fonte era arial. Dirigiu-se, então, ao saguão. Recusou-se a estender amão ao jornalista. Muito alterado, foi dizendo que sua luta era pelosdireitos humanos, pelos pobres e contra o capital. O procurador falavaalto, borrifava saliva e, envolvendo toda essa emoção, cuspiu aobturação que passou procurar no chão, do alto de seus cerca de 1m80de altura.“Ninguém vai macular a minha imagem. Se tentarem isso, vou àJustiça buscar tostão por tostão e darei para o hospital da hanseníase”.De pouco adiantou explicar que a única intenção era a de encontraruma explicação para aquela fonte de texto incomum nas petiçõesoficiais. “Talvez seja coisa do Marcelo Ellias que sempre vem aqui. Elepode ter trazido um disquete”. Indagado sobre a freqüencia com que seavista com Marcelo Ellias, recusou-se a responder. Ele esteve aqui esteano? “Sim, esteve”. Quando foi a última vez? Nada respondeu. Disseapenas que Ellias era advogado da Previ.Mais raivoso ainda disse que recebeu a informação “uma semanaantes” de que o Consultor Jurídico era “patrocinado pelo GrupoOpportunity”. “Estou investigando”, acrescentou.” Não são vocês quevão macular a minha imagem. Eu vivo do minguado salário que receboaqui”. E dirigiu-se ao elevador, retirando-se, falando alto: “Não tenhonada com a Nexxy Capital. Eu sou contra o capital”.37
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