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EDIÇÃO 12 - Abril/09 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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INTRODUÇÃOA primeira Conferência das NaçõesUnidas sobre o Ambiente Humano, em 1972,Estocolmo, ocorreu motivada pela crescentepreocupação com questões como poluiçãoambiental, chuvas ácidas e extinção deespécies, que ensejavam o debate sobre asrelações entre ambiente e desenvolvimento.Seguiu-se à Conferência o lançamento dorelatório "Nosso Futuro Comum", elaboradopela Comissão Mundial sobre Meio Ambientee Desenvolvimento, também denominadaComissão Brundtland, em 1987, cujadefinição de desenvolvimento sustentável éa que parece alcançar consenso até hoje: "odesenvolvimento que atende às necessidadesbásicas das gerações atuais semcomprometer a capacidade das geraçõesfuturas atenderem às suas, observados oslimites e capacidade dos processosambientais" (CNUMAD, 1988).A partir da Conferência de Haia, em1991, o conceito de desenvolvimentosustentável passou a associar, ainda, osaspectos de diversidade cultural, justiça sociale segurança global.Esses acontecimentos culminaramcom a realização da Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento (CNUMAD), no Rio deJaneiro, em 1992.Na fase preparatória desse evento,logrou-se formar coalizão de empresários oude grandes empresas "transnacionais",denominada de Conselho EmpresarialMundial para o Desenvolvimento Sustentável(World Business Council for Sustainable Development- WBCSD), que estaria maisprofundamente comprometido com aspropostas da Comissão Brundtland e com osdesafios da Rio-92 (HOLIDAY et al.; 2002).Esses empresários propuseram areflexão sobre o meio ambiente, de modo areverter prejuízos econômicos para suasempresas, decorrentes de inúmeros fatorescomo desperdício de energia e água, faltade aproveitamento de resíduos, alto custo daprodução e passivo ambiental, que afetam asinformações ambientais resultantes dasatividades industriais, além de afetarem einfluenciarem a saúde ambiental dapopulação.Esse grupo de empresáriospertencentes ao Conselho EmpresarialMundial para o Desenvolvimento Sustentáveldestaca, ainda, que a busca dodesenvolvimento sustentável, tambémimplica em mudanças nos sistemaseconômico, social e político, enfatizando, noaspecto econômico, a mudança deparadigma de "crescimento" para"desenvolvimento", com melhor eficiência nouso dos recursos naturais e integração devalores ambientais às práticas econômicas,com visão de longo prazo.A influência dessas e outrascontribuições mantêm-se vivas, funcionandocomo fermento para as idéias e propostasdiscutidas na atualidade, para atransformação de paradigmas e modelos dedesenvolvimento humano e de acesso edistribuição de riquezas.Philippi Jr e Malheiros (2005)mostram que o enfrentamento dosproblemas devem ser tratados porintermédio do estabelecimento de políticasintegradas tanto nos aspectos sociais,econômicos, institucionais e ambientais, paraque as indústrias em âmbito local encontremeficiência na sua produção.A preocupação com o meioambiente ganhou força após a ocorrência dedesastres ambientais de grandes proporções,que despertaram a atenção da mídia mundiale propiciaram a criação de legislaçõesambientais mais rigorosas. Esses acidentesresultaram não somente em altos custos dereparação para as empresas envolvidas, comodanos à imagem destas e tensionamento nosrelacionamentos com investidores,fornecedores, e clientes, afetando de formasignificativa sua competitividade (HUNT;AUSTER, 1990).Por essa razão, tornou-se necessáriaa adoção de sistemas de gerenciamentoambiental que garantissem asustentabilidade competitiva das empresasa longo prazo. Tal fato implicou norompimento do paradigma da reação para aação, envolvendo a atuação preventiva e próativa.Com a adoção de sistemas degerenciamento ambiental as empresasverificaram que a redução do impactonegativo de suas atividades ao meioambiente, não somente reduz custos, comopropicia o desenvolvimento de produtos demelhor qualidade, aumentando acompetitividade no mercado mundial, umavez que no novo paradigma melhoriaambiental e competitividade caminham juntas(PORTER; LINDE, 1995).Gestão ambiental pró-ativa implicanecessariamente em maior aproximação dasempresas com seus stakeholders, de modo agarantir, além da competitividade, suaestabilidade no mercado econômico, aquiincluídos investidores, reguladores,ambientalistas, fornecedores, instituiçõesfinanceiras, clientes, consumidores,empregados, comunidade, entre outros.Também é necessário que seus shareholdersrecebam informações claras e precisas paraa tomada de decisões que podem definir osrumos e a sustentabilidade da atividadeempresarial.Nos últimos anos verifica-seampliação da publicação de balançospatrimoniais de empresas, que incluem dadosoriundos do que se denomina decontabilidade ambiental. Uma das funções dacontabilidade ambiental é identificar os custosambientais da atividade, possibilitando odirecionamento de ações tendentes a reduzilos,demonstrando, ainda, as implicaçõesfinanceiras de longo prazo da incorporaçãodos princípios da sustentabilidade nacorporação empresarial (BENNETT; JAMES,1998). Esses aspectos são tão importantespara o processo de tomada de decisões dosshareholders, quanto dos stakeholders,podendo definir o futuro dos negócios deuma empresa.A inclusão de informaçõesambientais nesses balanços e especialmentesua divulgação pública vem atender, ainda,ao conceito de responsabilidade social dasempresas, decorrente do conceito maisamplo de desenvolvimento sustentável, queenvolve, conforme já mencionado,desenvolvimento econômico, compreservação dos recursos naturais e justiçasocial. Além do que, essas informaçõespermitem o monitoramento e avaliação dasituação, auxiliando na tomada de decisãodos gestores, podendo fazer parte daestratégia empresarial (PHILIPPI JR,MALHEIROS, AGUIAR, 2005).Contudo, embora venha crescendoa inclusão de informações ambientais nosbalanços patrimoniais das empresas, aRevista Brasileira de Ciências Ambientais - Número <strong>12</strong> - <strong>Abril</strong>/20<strong>09</strong> 39 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478

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