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Prêmio Brasil Fotografia 2013

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abertura<br />

22 de outubro de <strong>2013</strong><br />

exposição<br />

23 de outubro de <strong>2013</strong><br />

a 9 de janeiro de 2014<br />

av. rio branco, 1.489<br />

campos elíseos - são paulo - sp<br />

01205-905<br />

telefone 11 3337-5880


O <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> deste ano traz uma<br />

visão ampla de trabalhos sensíveis e que contribuem<br />

para uma reflexão sobre a fotografia e<br />

para a nossa sociedade. O conjunto das obras<br />

e a importante preocupação com a linguagem e<br />

a narrativa, além da qualidade técnica criativa,<br />

são destaques desta edição. Os premiados estão<br />

mesclados entre os mais experientes e jovens<br />

fotógrafos, revelando novas experiências e reflexões<br />

sobre a fotografia. Sensibilidade e criatividade<br />

são, definitivamente, o diferencial da edição<br />

do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2013</strong>.<br />

jayme garfinkel<br />

presidente da porto seguro


A realidade do progresso tecnológico na segunda<br />

metade do século XX resulta num<br />

processo de transformação, surgindo várias<br />

perspectivas de análises para as diferentes correntes<br />

teóricas ou paradigmas que norteiam o<br />

pensamento hoje.<br />

Paralelamente ao progresso nas tecnologias<br />

de comunicação, de artes, de materiais e de<br />

genética, surgiram mudanças paradigmáticas<br />

no modo de se articular a sociedade e suas<br />

instituições.<br />

Constituído no século XV e consolidado no século<br />

XVIII o pensamento da Modernidade em<br />

seus fundamentos, a Verdade é adquirida pela<br />

Razão. E em substituição a estes princípios, são<br />

propostos novos valores, mais abertos e menos<br />

classificatórios, bases para o pensamento, a<br />

ciência e a tecnologia, propondo ultrapassar a<br />

Modernidade.<br />

A partir da década de 1980, desenvolve-se a<br />

construção de uma cultura global. Não apenas<br />

a cultura de massa, já desenvolvida e consolidada<br />

desde meados do século XX, mas um<br />

verdadeiro sistema cultural; um conjunto de<br />

valores orienta a produção cultural emergente e<br />

permeia o mundo político-econômico advindo<br />

da globalização.<br />

Ressalta, entre outros, a multiplicidade, a fragmentação,<br />

a desreferencialização e a entropia, a<br />

aceitação das diversas expressões estéticas assim<br />

como a inclusão de todas as culturas nos mercados<br />

consumidores. Neste modelo os serviços e<br />

informação têm preponderância sobre a produção<br />

material; a comunicação e a indústria cultural obtêm<br />

importante participação na difusão de valores<br />

e ideias.<br />

Tendo tradicionalmente o figurativismo como<br />

principal eixo da arte e após o surgimento do<br />

abstracionismo e outras novas expressões, todos<br />

os discursos são válidos, não há mais paradigmas<br />

impostos para a apresentação da realidade, surgindo<br />

uma crise ética e estética, encaminhando<br />

para uma entropia generalizada. Assim, com a<br />

destruição dos referenciais, aflora a “crise da representação”,<br />

que assusta as artes e as linguagens no<br />

contexto contemporâneo.<br />

As narrativas do hoje apresentam diferenças fundamentais<br />

a tudo o que veio antes, desconsiderando<br />

até mesmo os critérios-chaves da estética moderna;<br />

do novo, da ruptura e da vanguarda. Não é<br />

necessário inovar nem ser original, e a repetição de<br />

soluções passadas é incentivada.<br />

Dentre as múltiplas narrativas algumas se apresentam<br />

através de trabalhos espelhando de maneira<br />

crítica o sistema da arte e suas relações<br />

com o espectador, através de objetos, de instalações<br />

e de vídeos, questionando o entendimento<br />

do objeto artístico e estabelecendo possíveis<br />

discursos ideológicos e estéticos.<br />

Segundo Philipe Dubois, no livro Cinema, vídeo e<br />

Godard, o vídeo já foi considerado uma imagem<br />

intermediária entre o cinema e o computador, um<br />

momento de passagem no mundo das tecnologias<br />

visuais. Hoje devemos considerá-lo como plataforma<br />

de pensamento. Um estado, não um objeto. Isto<br />

é, compreender o vídeo como “estado-imagem”,<br />

como forma que pensa as imagens do mundo e os<br />

dispositivos que as acompanham (instalações com<br />

inúmeras telas), articulando múltiplas relações entre<br />

obra e espectador: físicas, perceptivas, ativas, com<br />

configurações de espaço e tempo. Considerar o vídeo<br />

como campo metacrítico, maneira de ser e pensar<br />

“em imagens”.<br />

Ainda entre as narrativas, a utilização de textos<br />

do próprio autor ou referências e citações ou com<br />

apropriação de imagens e títulos de manchetes<br />

de jornais, assim expondo o fazer artístico sem<br />

restrições, em aberto, evidenciando as possíveis<br />

relações entre textos e imagens.<br />

As poéticas contemporâneas constroem-se a partir<br />

das narrativas em aberto, questionando noções<br />

de identidade e do próprio processo de criação<br />

e recepção da obra. A arte hoje é um campo livre<br />

sem demarcações prévias, um território livre<br />

no qual o artista rompe os paradigmas, recicla e<br />

entrecruza técnicas e linguagens, permitindo um<br />

estado constante sobre a linguagem e seus desdobramentos<br />

desconhecidos.<br />

cildo oliveira<br />

curador geral do prêmio brasil fotografia


comissão de<br />

premiação<br />

cildo oliveira<br />

artista visual<br />

diógenes moura<br />

escritor e curador de fotografia<br />

eder chiodetto<br />

curador e pesquisador<br />

maria hirszman<br />

crítica de fotografia<br />

ronaldo entler<br />

pesquisador e professor


prêmios aquisição<br />

boris kossoy<br />

prêmio brasil fotografia especial<br />

bruno veiga<br />

prêmio brasil fotografia ensaio<br />

carolina krieger<br />

prêmio brasil fotografia ensaio<br />

denise camargo<br />

prêmio brasil fotografia<br />

bolsa de desenvolvimento de projeto<br />

fernanda rappa<br />

prêmio brasil fotografia<br />

bolsa de desenvolvimento de projeto<br />

priscilla buhr<br />

prêmio brasil fotografia revelação<br />

menções<br />

dirceu maués<br />

dirnei prates<br />

leonardo costa braga


prêmio<br />

brasil fotografia especial<br />

boris kossoy<br />

A fotografia é como uma cicatriz no corpo, às<br />

vezes intrigante porque plasma o momento da<br />

ação. Por vezes direta e intencional, às vezes acidental<br />

e ocasional. Por ser diversa em seu significado,<br />

são marcas que contam mentiras diferentes.<br />

Mario Cravo Neto<br />

Sem Título.<br />

A imagem de um manequim (sempre eles/elas) de<br />

olhos fechados – vida, sonho ou morte –, protegida<br />

por uma moldura quase barroca, poderia ser<br />

uma espécie de síntese do modo de ver/enxergar<br />

e de como Boris Kossoy encara o seu tempo e o<br />

traz, poético, melancólico e radical, para dentro da<br />

sua fotografia. Um bosque; uma outra vitrine em<br />

qualquer lugar do mundo; um guerreiro de pedra<br />

em uma janela visto a partir de um canal em Amsterdã;<br />

um tigre no hall de um hotel em Brasília; o<br />

olhar do homem que não se vê (mas que sabemos:<br />

este homem está por trás da cortina transparente,<br />

autorretrato); os pequenos símbolos extraterrestres;<br />

as luzes como um disco voador. Este é o mundo<br />

de Boris Kossoy. É para esse novo/velho mundo<br />

que o fotógrafo – um dos maiores pensadores sobre<br />

fotografia no <strong>Brasil</strong> – vem dedicando toda a sua<br />

vida. Desde aquelas primeiras imagens, feitas em<br />

1955, que ao mesmo tempo mostram a Avenida<br />

São João e anunciam o que poderia ser um disco<br />

voador e seus habitantes nas ruas das cidades. Eles,<br />

os outros. O fotógrafo os encontra constantemente.<br />

Serão íntimos dentro do mesmo olhar. Como se<br />

fossem gente. Mas apenas os que sabem ver poderão<br />

enxergá-los. E decifrá-los. A criação do artista<br />

trata de elementos que se apresentam e se repetem<br />

como os seus dias e o seu destino: gente entre eles;<br />

bichos entre símbolos; paisagens entre elas; cidades<br />

por elas mesmas; o fotógrafo entre todos. O tempo<br />

como recorrência. Boris Kossoy diante de si mesmo.<br />

Autor de uma série/livro fundamental para a compreensão<br />

do desenvolvimento da fotografia no <strong>Brasil</strong>,<br />

Viagem pelo fantástico, com o passar do tempo<br />

Kossoy sobrepôs o fantástico pela foto documental<br />

entrando no jogo de luz e sombras de uma<br />

fotografia como projeção interior (anos de 1980).<br />

Quando retomou a luz como fluido do seu destino<br />

(anos de 1990), os elementos do fantástico voltaram<br />

como se nunca tivessem sido esquecidos,<br />

porque ali se tratava de uma questão de estado de<br />

espírito. Então veio a natureza, as cidades, a presença<br />

humana e os detalhes infra-humanos (mais<br />

nítidos a partir de 2000) numa fotografia com a<br />

força de um passado que apenas o rigor técnico<br />

de um olhar assentado poderá produzir presente/<br />

futuro: a continuação do silêncio pré-além-túmulo;<br />

a máscara do homem que se decompõe e se reinventa;<br />

a moda apenas representada nas unhas vermelhas<br />

e na ponta de um cigarro; a louca andante<br />

em Nova York e ninguém ao seu lado quer saber<br />

de nada. Aquele olhar perdido. O abandono físico/<br />

mental. Quase sempre sua fotografia é tomada por<br />

um “esquema” cinematográfico: é noite, o fotógrafo<br />

ouve um disparo do outro lado do portão.<br />

Pelo monitor de TV acompanha o que resta de um<br />

crime a vinte passos da porta da sua casa. A imagem<br />

exibe a silhueta do corpo já retirado. Apenas<br />

o desenho vazio (vazio?) sobre a calçada/asfalto.<br />

A violência on line. Dentro de casa. Com a câmera<br />

instalada no muro. A fotografia adiante do abandono<br />

para chegar à morte.<br />

Aquele que parece um outro mundo e não o nosso.<br />

Mas estamos dentro. Somos e seremos sempre a<br />

xérox legítima de um extrato social. Kossoy sabe<br />

disso. Descobre a hora certa para trazer de volta a<br />

fotografia que estava hibernando ou aquela outra,<br />

que só faz sentido porque vem do seu olhar. Que<br />

só faz sentido porque sua obra não possui “apenas<br />

uma face exterior”. Gênero. Intimidade não<br />

explícita. Identidade. Cada imagem com sua ficção<br />

interrompida: a realidade que muda quando sabemos<br />

o que estamos vendo. Ou melhor, quando<br />

rompemos a segunda pele da fotografia. Tudo consequência<br />

da viagem pelo fantástico. Desde aquele<br />

disco voador pairando sobre a Avenida São João.<br />

Por isso Isabela, aquele outro manequim, representa<br />

sempre alguém inesquecível. Trata-se de um tipo<br />

de natureza entre resina e afeto. O manequim humanizado.<br />

Desfeito como material de consumo. O<br />

retrato que nos leva a uma face interior. A fotografia<br />

de um artista que aproxima sua vida da existência<br />

dos outros, das outras coisas, das nossas coisas,<br />

do que ninguém vê. Dos que aqui estão. Dos que<br />

ainda estarão para chegar.<br />

diógenes moura<br />

escritor e curador de fotografia


hotel rivieira. la habana, cuba, 2001


sem titulo. (da serie “busca-me”), madrid, 2012<br />

sem título. (da série hotéis) brasília, DF, <strong>2013</strong>


sem título. amsterdã, holanda, 2001


sem título. leverkusen, alemanha, 1983<br />

sem título. washington DC, 2011


Sem título. Leverkusen, Alemanha, 1983<br />

surpresa na estrada (da série viagem pelo fantástico). periferia de são paulo, 1970


sem título. lisboa, 2011


sem título. são paulo, 2010


prêmio<br />

brasil fotografia ensaio<br />

bruno veiga<br />

Paisagem blindada<br />

Junho de <strong>2013</strong>: <strong>Brasil</strong> em plena conflagração.<br />

Passeatas, protestos, violência e repressão nas<br />

ruas do Rio de Janeiro e de todo <strong>Brasil</strong>. O medo<br />

entra em cena, os tapumes nas fachadas de<br />

prédios e especialmente nas agências bancárias<br />

surgem como biombos contra a violência e as<br />

ideias que estão vindo das ruas.<br />

Os módulos de compensado formam conjuntos<br />

que expressam o temor, mas também criatividade<br />

e expressão de individualidade, pois cada<br />

fachada exige uma saída numa verdadeira arquitetura<br />

improvisada do medo.<br />

Pela Av. Presidente Vargas as equipes de trabalho<br />

desfilam suas técnicas nas montagens de<br />

tapumes, alguns resultam em montagens mais<br />

apuradas, mais precisas, outras mais toscas e<br />

improvisadas.<br />

paisagem blindada, rj, <strong>2013</strong>


paisagem blindada, rj, <strong>2013</strong>


prêmio<br />

brasil fotografia ensaio<br />

carolina krieger<br />

O espelho do avesso<br />

O espelho do avesso, composto de 11 imagens,<br />

é um ensaio que trata da (in)distinção a partir<br />

de uma narrativa em aberto. Miranda que traz à<br />

tona a polaridade das cosias do mundo: natureza<br />

e cultura, luz e sombra, primitivo e divino,<br />

beleza e fealdade.<br />

A pesquisa que gerou esse ensaio foi inspirada<br />

pelo seguinte trecho do livro Memórias da Bananeira<br />

da poeta Isadora Krieger:<br />

“Quando vimos um cão correndo na beira, na<br />

beira do mar e na sua, sim, ela existe dentro de<br />

nós, é na beira da que a contemplação começa,<br />

é na contemplação que começa a brecha, e a<br />

brecha termina onde? E se eu te disser que nunca<br />

termina? E se eu te disser mais, disser que o<br />

nunca termina parece muito com a vez que vimos<br />

um cão correndo na beira, quando o mar virou<br />

um ouro molinho, todo derramado, respingando<br />

dourado aqui e ali, quando vimos o fogo junto<br />

com a água, o acima com o embaixo, o lá longe<br />

com o cá perto, quando nos vimos com patas e<br />

vimos o cão com pernas, tudo misturado, quando<br />

vimos o acontecer tão imenso que o esticar nem<br />

sequer existia, absurdo e natural, assim.”<br />

o espelho do avesso, 2011/2012


o espelho do avesso, 2011/2012


o espelho do avesso, 2011/2012<br />

o espelho do avesso, 2011/2012


o espelho do avesso, 2011/2012


prêmio<br />

brasil fotografia bolsa<br />

de desenvolvimento<br />

de projeto<br />

denise camargo<br />

Memórias da espuma rosa<br />

O objetivo deste projeto é a criação de uma série<br />

fotográfica cujo ponto de partida são textos<br />

que remontam a memórias cotidianas, em geral<br />

de infância, e que no conjunto revelam aspectos<br />

identitários da autora. O resultado final do projeto<br />

é um livro-objeto, contendo textos, imagens<br />

e registros do processo de criação do trabalho.<br />

Memórias da Espuma Rosa, a um primeiro olhar,<br />

versa sobre um tema corriqueiro na fotografia: a<br />

memória. Entretanto, pretende problematizar noções<br />

de identidade e o próprio processo de criação.<br />

São fotografias construídas a partir de textos<br />

produzidos pela autora e registram as condições<br />

em que se dá o fazer artístico, evidenciado pela<br />

relação entre textos e imagens.<br />

Técnica: Livro-objeto de 20 x 25 cm, contendo<br />

série fotográfica de aproximadamente vinte imagens,<br />

acompanhada de textos poéticos.<br />

memórias da espuma rosa, 2010


prêmio<br />

brasil fotografia bolsa<br />

de desenvolvimento<br />

de projeto<br />

fernanda rappa<br />

Sementes crioulas<br />

O projeto Sementes crioulas tem como objetivo<br />

fazer uma documentação fotográfica da relação<br />

entre a população local e o Banco de Sementes<br />

Crioulas na região do Agreste da Borborema,<br />

no Estado da Paraíba. Informações sobre mitos,<br />

lendas e estórias que reflitam o imaginário coletivo<br />

local serão coletadas. Para tanto, uma câmera<br />

escura será construída junto à população<br />

na região do plantio.<br />

Apresenta-se uma reflexão sobre a relação entre<br />

magia e ciência. Essas sementes são protegidas<br />

pelos moradores da região, que se articularam<br />

em organizações para promover a agricultura<br />

familiar e a conservação da agrobiodiversidade.<br />

sementes crioulas, 01/10/13


prêmio<br />

brasil fotografia revelação<br />

priscilla buhr<br />

Ausländer<br />

“Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente,<br />

somos habitados por uma memória.”<br />

José Saramago.<br />

Ausländer, em alemão, quer dizer estrangeiro.<br />

Esse ensaio retrata o paradoxo dos sentimentos<br />

despertados durante a procura por uma identificação<br />

pessoal em uma terra desconhecida, distante<br />

e, ao mesmo tempo, impregnada de memórias<br />

e raízes. Uma história sobre busca, sobre<br />

um reencontro imaginário entre neta e avô.<br />

Em 1935, tempos difíceis que antecediam a Segunda<br />

Guerra Mundial, meu avô materno, com<br />

18 anos, deixava a Alemanha e chegava ao <strong>Brasil</strong>.<br />

Para trás, ficaram os pais, os amigos, os sonhos.<br />

Cresci ouvindo suas histórias e buscando<br />

referências daquele país que, de alguma forma,<br />

também sentia como meu.<br />

O ensaio “Ausländer” começou a ser produzido<br />

em junho de 2011, durante uma viagem de<br />

20 dias que fiz pela Alemanha, na tentativa de<br />

um encontro com todo o significado da palavra<br />

“ascendência”. O destino, o vilarejo de Nannhausen,<br />

terra do meu avô. Ruas vazias, apenas<br />

um silêncio quase absoluto, que me conduziu<br />

ao encontro da casa em que meu avô nascera.<br />

Um encontro de poucas palavras, de uma troca<br />

de olhares tímidos e um sentimento indescritível<br />

de se sentir no eixo, no princípio. Porém, como<br />

poderia fotografar algo que ali não existia mais?<br />

Onde estava a presença do meu avô, além de<br />

no meu imaginário? Ali não existiam as minhas<br />

memórias, e sim, as dele. Então, a casa deixou<br />

de ser o meu objeto de busca e parti para uma<br />

construção das minhas próprias memórias, memórias<br />

criadas sobre lembranças efêmeras de<br />

uma relação entre neta, avô, laços e ausências.<br />

As fotografias surgiram a partir do processo de<br />

identificação com o desconhecido naquele país,<br />

mas, mais do que isso, as imagens surgiam como<br />

se eu fotografasse, para mostrar para o meu avô,<br />

como eu via e sentia a sua terra. A inquietação<br />

da contradição, entre se sentir estrangeira e, ao<br />

mesmo tempo, fortemente ligada afetivamente a<br />

uma terra, guiou a construção do meu olharsobre<br />

as minhas relações com o espaço e com o<br />

vazio. São fotografias que revelam sentimentos<br />

muito fortes porém voláteis e frágeis de uma memória<br />

familiar fragmentada, quase inexistente.<br />

Memórias que me habitam e fazem-me sentir<br />

habitante de um lugar que não é o meu. Ausländer<br />

é um ensaio sobre a construção dessas<br />

memórias e, assim, precisei me reencontrar com<br />

outra casa. Um ano após a minha viagem para a<br />

Alemanha, voltei meu olhar para a casa em que<br />

meu avô viveu no Recife. Um lugar em que também<br />

vivi grande parte da minha infância, mas<br />

que me desperta a dúvida se as lembranças que<br />

tenho dos momentos que vivi ali são reais ou<br />

imaginárias. De alguma forma essa ausência me<br />

deu a possibilidade de me reencontrar com o<br />

meu avô e ainda, no meu imaginário, pude lhe<br />

mostrar essas fotografias que criei sobre a sua<br />

ausência em mim.


ausländer, 20/07/2012<br />

ausländer, 20/07/2012


ausländer, 20/07/2012<br />

ausländer, 20/07/2012


ausländer, 20/07/2012


prêmio<br />

brasil fotografia menção<br />

dirceu maués<br />

Frenetic Slow City<br />

Uma pequena viagem aos fragmentos pixelizados<br />

de uma cidade superexposta em imagens que se<br />

transmutam lenta e surpreendente, em uma mixagem<br />

quase radiográfica de seus signos urbanos. O<br />

trabalho transita entre as linguagens da fotografia,<br />

do vídeo e da pintura. É um vídeo-pintura, onde<br />

formas e cores vão se transformando lentamente<br />

a partir de movimentos distintos: o movimento<br />

frenético das ruas da cidade, num traveling panorâmico<br />

de um trajeto aleatório, em meio ao acaso,<br />

e o movimento desacelerado de imagens multiplicadas<br />

e em profusão.<br />

Frenetic Slow City é um vídeo feito com aparelho<br />

de celular em uma única tomada contínua<br />

nas ruas de Belém/PA, a partir da multiplicação<br />

e desaceleração dos frames, distorções de cores<br />

e deformações das imagens. Efeitos obtidos<br />

pela subversão do uso dos programas contidos<br />

no aparelho de celular ou de programas simples<br />

de edição de imagens. O vídeo chega a um resultado<br />

de caráter pictórico – as imagens vêm e<br />

vão numa simbiose contínua de cores.<br />

Técnica: Vídeo de celular.<br />

frenetic slow city, 2011


prêmio<br />

brasil fotografia menção<br />

dirnei prates<br />

Verdes complementares<br />

No projeto, procuro estabelecer relações entre<br />

os campos cromáticos e meus estados de<br />

percepção e sentidos, através de imagens de<br />

grande circulação que absorvo e descarto diariamente.<br />

O diálogo entre fotografia e pintura,<br />

recorrente em meu processo, se apresenta sob<br />

a forma de grandes planos de cor, oriundos de<br />

imagens secundárias eleitas das notícias de jornais,<br />

que podem ser lidos no conjunto, como<br />

num pequeno diário cromático.<br />

O projeto tem por objetivo desenvolver trabalhos<br />

em fotografia que operem um deslocamento<br />

no olhar do observador a partir de imagens<br />

do seu cotidiano. O projeto objetiva, também,<br />

subverter a noção de valores nestas imagens,<br />

ao enfatizar elementos secundários e ao abordar<br />

possíveis diluições de fronteiras entre intenção<br />

documental e representação pictórica.<br />

A técnica utilizada consiste em apropriação e<br />

refotografia de imagens de jornais, feitas com<br />

câmera digital, ampliadas em papel fotográfico<br />

Luster Premium e parcialmente cobertas com<br />

adesivo colorido semitransparente.<br />

“Elba foi achado uma hora após o corpo de L.”, 2010


“pai e filho morrem em acidente em V. F.”, 2010<br />

“polícia inspecionará poços em busca de jovem sumida”, 2010


“militares estão atentos aos principais crimes fronteiriços, como narcotráfico”, 2010<br />

“dois caminhões e um Vectra se envolveram em batida na BR-116”, 2010


prêmio<br />

brasil fotografia menção<br />

leonardo costa<br />

braga<br />

Paradigma<br />

O trabalho tem como propósito a investigação da percepção<br />

subjetiva da vida, ao utilizar mecanismos visuais para<br />

gerar uma proposta de linguagem para questionar o que<br />

cada um chama de realidade. O paradigma da existência é<br />

uma pergunta muito simples: qual a relação de separação<br />

e de união entre o observador e o observado? A arte, a<br />

ciência, a religião e qualquer meio de conhecimento ou<br />

relacionamentos apenas existem porque esta dúvida ou<br />

experiência se perpetua no espaço, no tempo e na consciência<br />

desde que o universo é universo, ou desde que a fotografia<br />

é fotografia, ou será que o universo é apenas uma<br />

fotografia na nossa consciência e a fotografia é o universo<br />

em cada um? Poderíamos pensar infinitos paradoxos que<br />

estão propostos nestas imagens. Quem cria a imagem –<br />

o artista, a natureza, a máquina ou o espectador que a<br />

vê neste agora? Como é possível a maré que durou seis<br />

horas na paisagem, que engoliu o artista, se transformar<br />

em seis segundos de fotografias que engoliram a maré,<br />

perpetuando este instante num mar de pensamentos<br />

dentro das pessoas? Como o trabalho parece um autorretrato,<br />

para mim não era retrato nenhum, era apenas querer<br />

recriar a linguagem da vida naquele único momento.<br />

Para quem estava olhando da praia era uma performance;<br />

para a máquina era luz; para a linguagem fotográfica era<br />

um documento; para a arte pode ser a possibilidade de<br />

reverter conceitos contemporâneos em discurso próprio.<br />

Então vamos à derradeira pergunta – A separação ou a<br />

união entre os seres é apenas um ponto de vista?<br />

paradigma, <strong>2013</strong><br />

Técnica: <strong>Fotografia</strong> digital. Edição em software de vídeo.<br />

Vídeo em looping.


esumos biográficos


oris kossoy<br />

são paulo, sp – 18/04/1941<br />

Natural de São Paulo, Boris Kossoy interessou-se desde jovem pela fotografia,<br />

uma paixão que perduraria ao longo de sua vida. Sua obra fotográfica se<br />

desenvolve em quatro grandes áreas: profissional, acadêmica, institucional e<br />

artística. Em cada uma delas sua atuação tem deixado marcas e seguidores.<br />

Arquiteto pela Universidade Mackenzie (1965), mestre e doutor pela Escola<br />

de Sociologia e Política de São Paulo (1977-1979). Iniciou-se no magistério<br />

em 1973, instalando o primeiro Curso de <strong>Fotografia</strong> da Faculdade de Comunicação<br />

Social Anhembi (SP); foi professor também do Curso de Especialização<br />

em Museologia, e da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da<br />

UNESP (Campus de Bauru). Seu percurso na Universidade de São Paulo teve<br />

início em 1987; em 2000 prestou concurso para livre-docência e, em 2002,<br />

para o cargo de professor titular da Escola de Comunicações e Artes. Nesta<br />

instituição é pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências<br />

da Comunicação. Entre outras atividades, é coordenador do Núcleo<br />

de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória (NEIIM/LEER–USP).<br />

Assim como grande parte dos fotógrafos brasileiros de sua geração, Boris<br />

foi um autodidata; sua carreira profissional teve início em 1965 através<br />

do Estúdio Ampliart, atuando nas áreas de jornalismo, documentação<br />

e publicidade. Prestou serviços para jornais, revistas e veículos como<br />

Jornal da Tarde, Última Hora, Quatro Rodas, Manchete, TV Record, paralelamente<br />

a uma obra autoral que segue até o presente.<br />

Ao longo de sua carreira acadêmica, fotografia, teoria, história e poética<br />

foram o centro das investigações, em diferentes direções. Enquanto<br />

historiador, teórico e pesquisador, tem sua obra mais conhecida voltada<br />

à investigação da história da fotografia no <strong>Brasil</strong> e América Latina, aos<br />

estudos teóricos da expressão fotográfica e à aplicação da iconografia<br />

como fonte de investigação nas Ciências Humanas. Dentre seus trabalhos<br />

mais recentes como curador, é de se mencionar: Círculo fechado: os<br />

japoneses sob o olhar do DEOPS (Memorial da Resistência de São Paulo/<br />

Estação Pinacoteca, 2009); Horizontes: fotografias de Bruno Cals (1500<br />

Gallery, Nova York, 2012) e Um olhar sobre o <strong>Brasil</strong>: a fotografia na<br />

construção da imagem da nação (Instituto Tomie Ohtake/Ministério da<br />

Cultura/Fundação Mapfre, SP, 2012-<strong>2013</strong> e circuito nacional).<br />

Sua carreira autoral como fotógrafo esteve centrada principalmente no realismo<br />

fantástico e na busca de elementos de mistério que permeiam as cenas do cotidiano<br />

urbano e da natureza, percepção essa que chamou de “mundos paralelos”.<br />

Mostras individuais de sua obra fotográfica foram montadas no Museu<br />

de Arte de São Paulo, Universidade de Nova York, Centro de la Imagen (México),<br />

Museu de Arte da Bahia, Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de ter<br />

participado de um número expressivo de exposições coletivas. <strong>Fotografia</strong>s de<br />

sua criação encontram-se representadas, entre outras instituições, nas coleções<br />

permanentes do Museu de Arte Moderna (Nova York), Biblioteca Nacional de<br />

Paris, Museu Metropolitano de Arte (Nova York), Centro da Imagem (México,<br />

D.F.), Instituto Smithsonian (Washington D.C.), Eastman House/Museu Internacional<br />

de <strong>Fotografia</strong> (Rochester, Nova York), Museu de Arte Moderna de<br />

São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de coleções particulares.<br />

É ampla a bibliografia sobre sua obra, publicada tanto no <strong>Brasil</strong> como internacionalmente.<br />

Kossoy é autor de 13 livros, entre eles, os clássicos: Viagem<br />

pelo fantástico; Hercules Florence, a descoberta isolada da fotografia<br />

no <strong>Brasil</strong>; São Paulo, 1900; <strong>Fotografia</strong> e história; Realidades e ficções na<br />

trama fotográfica; Os tempos da fotografia: o efêmero e o perpétuo; Dicionário<br />

histórico-fotográfico brasileiro; Boris Kossoy fotógrafo e um olhar<br />

sobre o <strong>Brasil</strong>; A fotografia na construção da imagem da nação (coord.).<br />

Em 1984, recebeu do Ministério da Cultura e da Comunicação da França<br />

a condecoração Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres pelo conjunto<br />

de sua obra.<br />

Boris Kossoy é o vencedor do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Especial <strong>2013</strong>.


uno veiga<br />

rio de janeiro, rj – 15/08/1963<br />

Bruno Veiga nasceu no Rio de Janeiro/RJ, onde hoje vive e trabalha. Começou<br />

a fotografar nos anos 80 nos diários nacionais O Globo e Jornal do <strong>Brasil</strong>.<br />

Trabalhou como freelancer na Agência Tyba de 1990 a 1995. É associado ao<br />

Estúdio da Gávea no Rio de Janeiro desde 2005.<br />

carolina krieger<br />

balneário de camboriú, sc – 02/05/1976<br />

Nascida em Balneário Camboriú (SC), hoje vive e trabalha em São Paulo.<br />

Carolina Krieger descobriu a fotografia como forma de expressão em<br />

meados de 2009. Vê na captura da imagem a possibilidade de apreensão<br />

das coisas fugidias do mundo.<br />

Exposições individuais: Rio - luzes, formas e cores, Museu da República, Rio<br />

de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 1993; 60 retratos em Exposição Permanente da Casa de<br />

Cultura de Parati, Parati (<strong>Brasil</strong>), 2003; Casa de Bamba, Fotogaleria do Teatro<br />

San Martin, Buenos Aires (Argentina), 2003; Casa de bamba, Espaço Cultural<br />

Sérgio Porto, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2004; Casa de bamba, Cabildo Histórico,<br />

Córdoba (Argentina), 2004; Casa de bamba, Centro Cultural España y Gutierrez,<br />

Mendoza (Argentina), 2006; O Rio que eu piso, Cordoaria Nacional,<br />

Lisboa (Portugal), 2008; The city at your feet, The Arts House Gallery, Singapura<br />

City (Singapura), 2008; Ponte aérea, Galeria Bergamin, SPARTE/FOTO,<br />

São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2009; Pedras portuguesas e subúrbio, Galeria da Gávea, Rio<br />

de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2010; e Interruptor, Fauna galeria, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012.<br />

Sua formação começou em 2010, ao realizar os cursos de Técnica de <strong>Fotografia</strong><br />

com Ivan Abujamra e de História da <strong>Fotografia</strong> com Amilcar Packer.<br />

Exposições coletivas: Subexposta, no Gorila Café, São Paulo; Popporn Festival,<br />

Gorila Café, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; O silêncio me contou, Galeria<br />

Cartel 011, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; Projeto imóvel, Occupy Copan, São<br />

Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012; Pauliceia 458, MIS, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012; projeto<br />

pivô Suporte leilão de parede, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012; e projeção na ação<br />

cultural VC Mostra SP, DOC Galeria, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>.<br />

Carolina Krieger é a vencedora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Ensaio <strong>2013</strong>.<br />

Exposições coletivas: Making off/cinema brasileiro, Museu da Imagem e do<br />

Som, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 1998; Ensaios de um <strong>Brasil</strong> (exposição e livro), Centro<br />

Cultural Banco do <strong>Brasil</strong>, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2001; A imagem do som<br />

(exposição e livro), Paço Imperial, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2002; O corpo inventado,<br />

Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2004; La<br />

collection Joaquim Paiva, Setembre da La Photo, Nice (França), 2005; Modern<br />

photographic expression of Brazil, ZAIN, Yokohama (Japão), 2008; e Coleção<br />

Itaú de fotografia brasileira, Paço Imperial, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2012.<br />

Publicações: Bastidores do Municipal, Editora Desiderata, 2008; O Rio que eu<br />

piso, Editora Memória <strong>Brasil</strong>, 2007; Cidade submersa, Editora Casa da Palavra,<br />

2006; Xangô da Mangueira, Associação <strong>Brasil</strong>-Mestiço-SESI, 2006; Rio literário,<br />

Editora Casa da Palavra, 2005; Jongo do Quilombo São José, Associação<br />

<strong>Brasil</strong>-Mestiço-SESI, 2004; e Geografia carioca do samba, Editora Casa da<br />

Palavra, 2004.<br />

Bruno Veiga é o vencedor do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Ensaio <strong>2013</strong>.


denise camargo<br />

são paulo, sp – 28/12/1964<br />

A fotógrafa, pesquisadora e gestora de projetos culturais nasceu em São<br />

Paulo/SP. Mudou-se para Brasília/DF em 2009. Denise Camargo é doutora<br />

em Artes pela Unicamp e mestre em Ciências da Comunicação pela<br />

ECA–USP. Foi docente do bacharelado em <strong>Fotografia</strong> do Centro Universitário<br />

Senac, onde também coordenou a pós-graduação em <strong>Fotografia</strong><br />

até 2011.<br />

Seus trabalhos são focados na teoria e crítica fotográfica; poéticas e<br />

processos criativos; imagem e as matrizes ancestrais africanas. Denise<br />

recorre a temas que exploram questões da identidade cultural brasileira,<br />

tradições, diversidade e patrimônios imateriais. O objetivo da artista é<br />

difundir a imagem fotográfica através de projetos socioculturais.<br />

Recebeu o I <strong>Prêmio</strong> Nacional de Expressões Culturais Afro-<strong>Brasil</strong>eiras<br />

(2010), com o projeto da exposição E o silêncio nagô calou em mim, e o<br />

II <strong>Prêmio</strong> Nacional de Expressões Culturais Afro-<strong>Brasil</strong>eiras (2011), pelo<br />

projeto de mediação cultural Processos do silêncio. Recentemente, recebeu<br />

o <strong>Prêmio</strong> Palmares 2012 para publicação de sua tese de doutorado,<br />

origem dos projetos que desenvolveu.<br />

Principais exposições: Antologia da fotografia africana, Pinacoteca do<br />

Estado, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 1998, seguido de trabalho na publicação francesa<br />

Revue Noire; São os filhos do deserto onde a terra desposa a luz,<br />

Espaço Porto Seguro de <strong>Fotografia</strong>, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 1999; a convite do<br />

Consulado Americano em São Paulo apresentou Herança compartilhada,<br />

Sesc São Paulo, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2005; Privilégio do objeto, Espaço<br />

ECCO, Brasília (<strong>Brasil</strong>), 2008; E o silêncio nagô calou em mim, Espaço<br />

Cultural Renato Russo, 2010.<br />

fernanda rappa<br />

campinas, sp – 16/12/1981<br />

Nasceu em Campinas/SP. Sua formação em fotografia começou em 2002<br />

na Escola Panamericana de Arte e Design. Cursou Comunicação Social<br />

pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, e em 2010 concluiu sua<br />

formação pela Central Saint Martins School of Art and Design (Londres).<br />

Exposições coletivas: Over easy, Lauderdale House; Within limits, Kingsgate<br />

Gallery; Metamorphose, Islington Arts Factory; e You wish it would<br />

last forever, Concours Gallery, todas em 2009; 27º Salão de Artes de<br />

Embu, Embu (<strong>Brasil</strong>), 2010; Projeto dobradiça, Galeria Arterix, São Paulo<br />

(<strong>Brasil</strong>), 2011; Arte Pará 30 anos, Fundação Rômulo Maiorana, Belém<br />

(<strong>Brasil</strong>), 2011; Do moderno ao contemporâneo, Torre Santander, São Paulo<br />

(<strong>Brasil</strong>), 2011; Espacialidades, Central Galeria de Arte Contemporânea,<br />

São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; 18º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande,<br />

Praia Grande (<strong>Brasil</strong>), 2012; 28º Salão de Artes de Embu, Embu (<strong>Brasil</strong>),<br />

2012; Documental imaginário, Oi Futuro, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2012; 21º<br />

Encontro de Artes Plásticas de Atibaia, Atibaia (<strong>Brasil</strong>), 2012; Caminhos<br />

da fotografia, Torre Santander, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012; Memória, Central<br />

Galeria de Arte Contemporânea, São Paulo(<strong>Brasil</strong>), 2012; Fähigkeiten,<br />

Paço das Artes, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>; e Adaptação e a hipótese da<br />

palmeira errante, Labverde Manaus (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>.<br />

Exposições individuais: Significados remotos, Pinacoteca Municipal de<br />

Novo Hamburgo Novo (<strong>Brasil</strong>), 2011; The hunt, Goethe Institut, Porto<br />

Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2012; Controle, Central Galeria de Arte, São Paulo (<strong>Brasil</strong>),<br />

2012; e Onde não estou, Museu Solar do Barão, Jundiaí (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>.<br />

Fernanda Rappa é a vencedora do Premio <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Bolsa de Desenvolvimento<br />

de Projeto <strong>2013</strong>.<br />

Denise Camargo é a vencedora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Bolsa de Desenvolvimento<br />

de Projeto <strong>2013</strong>.


priscilla buhr<br />

recife, pe – 30/01/1985<br />

Priscilla Buhr nasceu em Recife/PE. A jovem fotógrafa é formada em Jornalismo<br />

pela Universidade Católica de Pernambuco.<br />

Foi uma das vencedoras do Fotograma livre 2010 (mostra que integra a programação<br />

do Festival Internacional de <strong>Fotografia</strong> de Porto Alegre – FestFoto<br />

PoA). Teve o convite para participar do programa <strong>Fotografia</strong> <strong>Brasil</strong>eira Contemporânea<br />

da edição 2011. Em dezembrode 2010, realizou sua primeira<br />

exposição individual, com o trabalho Autodesconstrução, aprovado no edital<br />

do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães do Recife. O mesmo trabalho<br />

foi exposto na Galeria Eulengasse, em Frankfurt, Alemanha. Três fotografias<br />

deste mesmo ensaio foram publicadas na 13º edição da revista S/Nº, editada<br />

por Bob Wolfenson e Helio Hara.<br />

Participou da Mesa “Encontros com o Autor” da 5ª edição do FestFotoPoA,<br />

em 2011. No mesmo ano, ainda teve trabalhos publicados nos livros Melhor<br />

do fotojornalismo brasileiro 2011, Linguagens, e na edição especial da Revista<br />

Continente para a edição 2011 da Fliporto. Foi selecionada para a mostra<br />

Portfólio em foco, da edição de 2012 do Paraty em Foco – Festival Internacional<br />

de <strong>Fotografia</strong>. Em novembro de 2012, participou da exposição fotográfica<br />

Pernambuco convida Pará, com curadoria de Simonetta Persichetti na Arte<br />

Plural Galeria, em Recife. Em dezembro de 2012 teve o ensaio Eu vi Estelita<br />

selecionado para compor a edição Azul da Una Revista, publicação pernambucana<br />

de artes visuais. Em janeiro de <strong>2013</strong> foi uma das vencedoras do 6º<br />

Concurso de <strong>Fotografia</strong> Pernambuco Nação Cultural.<br />

dirceu maués<br />

belém, pa – 13/07/1968<br />

Dirceu Maués nasceu em Belém/PA, vive e trabalha em Brasília. Graduado<br />

em Artes Plásticas pela UnB (2012) e mestrando do Programa de<br />

Pós-Graduação em Artes – UnB. Atuou como fotógrafo nos principais<br />

jornais impressos em Belém/PA de 1997 a 2008. Desde 2003, desenvolve<br />

trabalho autoral em fotografia, cinema e vídeo, em torno de uma<br />

pesquisa que envolve a construção de câmeras artesanais e o uso de<br />

dispositivos precários.<br />

Em 2009, foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien/Berlim pelo<br />

programa Rumos Itaú Cultural, sendo também contemplado com uma<br />

Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística 2008/2009. Em 2012 foi artista<br />

residente na WBK Vrije Academie, em Haia/Holanda, através do 17º<br />

Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil. Seus<br />

trabalhos fazem parte das coleções Pirelli-Masp, FNAC, Videobrasil,<br />

MAC-PR (Museu de Arte Contemporânea –Paraná), MARP-SP (Museu<br />

de Arte de Ribeirão Preto – São Paulo), MEP-PA (Museu do Estado do<br />

Pará), Coleção Joaquim Paiva e Coleção Rubens Fernandes Jr.<br />

Dirceu Maués recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2013</strong>.<br />

Durante cerca de um ano foi fotógrafa da Fundação do Patrimônio Histórico<br />

e Artístico de Pernambuco. Atualmente integra o coletivo 7<strong>Fotografia</strong>, que<br />

desenvolve atividades de produção, pesquisa e debate na área de fotografia,<br />

na condição de coautora, editora, produtora e fotógrafa.<br />

Priscilla Buhr é a vencedora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Revelação <strong>2013</strong>.


dirnei prates<br />

porto alegre, rs – 27/01/1965<br />

Dirnei Prates nasceu em Porto Alegre/RS, onde vive atualmente. Trabalha<br />

com fotografia e vídeo utilizando imagens apropriadas de jornais, filmes<br />

antigos, fotografias e imagens do arquivo pessoal.<br />

Cursou arquitetura e urbanismo na UFRGS/2003 e participou, desde então,<br />

de cursos e oficinas com diversos artistas, entre eles Jailton Moreira,<br />

Lucas Bambozzi e Luiz Duva, Carlos Fadon Vicente, Antônio Fatorelli,<br />

Maria Helena Bernardes e Charles Watson.<br />

leonardo costa braga<br />

brasília, df – 13/04/1973<br />

Leonardo Costa Braga nasceu em Brasília/DF e hoje mora em Belo Horizonte/MG.<br />

Exposições individuais: Festival Internacional de <strong>Fotografia</strong> de Paraty, Rio<br />

de Janeiro (2010); Palácio Rio Branco, Salvador (2010); Centro Municipal<br />

de <strong>Fotografia</strong> de Montevideo, Uruguai (2010); Centro Cultural María Élida<br />

Marquizo, Uruguai (2011); Centro Cultural Banco do Nordeste, <strong>Brasil</strong><br />

(2012) e em <strong>2013</strong> expôs na Quadrum Galeria de Arte, Belo Horizonte.<br />

Desde 2006 atua no coletivo Cine água em parceria com o artista Nelton<br />

Pellenz. Em 2012 recebe indicação ao PIPA (<strong>Prêmio</strong> Investidor Profissional<br />

de Arte); participou do MAC Encontra os Artistas, promovido pelo<br />

grupo de estudos em crítica e curadoria do departamento de Artes Plásticas<br />

da USP, e recebeu destaque da Bolsa Iberê Camargo 2012.<br />

Suas exposições individuais são: Verdes complementares, Palácio das<br />

Artes, Belo Horizonte (<strong>Brasil</strong>) em <strong>2013</strong>; Paisagens populares, CCSP /<br />

SP, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2012; <strong>Fotografia</strong>s recentes, Fotogaleria Virgílio<br />

Callegari,Porto Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2012.<br />

Entre as exposições coletivas recentes estão: Eu não quero ser cineasta,<br />

Sala de Cinema P. F. Gastal, Porto Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2010; Cine água, 2010;<br />

Salas de chuva, Galeria Fayga Ostrower, Funarte, Brasília (<strong>Brasil</strong>), 2010;<br />

Cine brasileño de cortometraje en México, Filmoteca de La UNAM, Cinematógrafo<br />

del Chopo, Ciudad de Mexico (México), 2011; Marestesia,<br />

2011; Caos e efeito, Itaú Cultural, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; Idades contemporâneas,<br />

Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul,<br />

Porto Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2012; Alien: manifestações do disforme, Museu de<br />

Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2012; Cromomuseu:<br />

pós-pictorialismo no contexto museológico, Museu de Arte do Rio Grande<br />

do Sul, Porto Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2012; ArteSul contemporáneo, Galeria<br />

Subte, Montevidéu (Uruguai), <strong>2013</strong>; 64º Salão de Abril, Sobrado José<br />

Lourenço, Fortaleza (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>; e Cinema do acaso, Museu Victor<br />

Meirelles, Florianópolis (<strong>Brasil</strong>), <strong>2013</strong>.<br />

Exposições coletivas: Centro Cultural da UFMG, Belo Horizonte (<strong>Brasil</strong>);<br />

Museu da Cidade de Santa Maria, Santa Maria (<strong>Brasil</strong>); Festival de Inverno<br />

da Cidade de Bonito, Bonito (<strong>Brasil</strong>), 2005; Foto Rio (<strong>Brasil</strong>), 2007;<br />

Photo Pub (Eslovênia), 2007; New Gallery Shop (Alemanha), 2007; Salão<br />

Caja (Espanha), 2007; Salão da Bahia, Museu de Arte Moderna da<br />

Bahia (<strong>Brasil</strong>) 2007; Festival da Imagem (Portugal), 2008; The New Life<br />

Berlin Festival (Alemanha), 2008; Foto Arte, Brasília (<strong>Brasil</strong>), 2008; Fundação<br />

Conrado Wessel, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2009; Devercidade, Fortaleza<br />

(<strong>Brasil</strong>), 2010; Festival Internacional de <strong>Fotografia</strong> de Porto Alegre, Porto<br />

Alegre (<strong>Brasil</strong>), 2011; Art-Rio, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2011; Geração 00:<br />

a nova fotografia brasileira, Sesc Belenzinho, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011;<br />

Sp-Arte, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; Baró Galeria de Arte, São Paulo (<strong>Brasil</strong>),<br />

2011; HAP Galeria de Arte, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2011; Art-Rio, Rio<br />

de Janeiro, 2012; Segue-se ver o que quissesse, Palácio das Artes, Belo<br />

Horizonte (<strong>Brasil</strong>), 2012; e SIMBIO, Palácio das Artes, Belo Horizonte<br />

(<strong>Brasil</strong>), 2012.<br />

Leonardo Costa Braga recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2013</strong>.<br />

Dirnei Prates recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2013</strong>.


prêmio brasil fotografia<br />

conceituação e curadoria geral<br />

cildo oliveira<br />

realização<br />

manuseio montagem e produção cultural ltda.<br />

patrocínio<br />

porto seguro cia. de seguros gerais<br />

prêmio brasil fotografia – edição <strong>2013</strong><br />

curadoria<br />

eder chiodetto<br />

projeto expográfico<br />

eduardo silva<br />

coordenação de produção<br />

mario bibiano<br />

produção<br />

paula dias<br />

greta iannicelli<br />

assistentes de produção<br />

fernanda vargas<br />

heber da silva kusano<br />

juliano angelin<br />

paula cristina<br />

thiago gomes<br />

curadoria pedagógica<br />

radamés rocha<br />

mediadores<br />

alex sá<br />

micheline lemos<br />

montagem<br />

manuseio montagem e produção cultural<br />

revisão de textos<br />

luiz maffei<br />

projeto gráfico<br />

caso design comunicação<br />

este produto foi confeccionado com recursos da lei federal de incentivo à<br />

cultura e deverá ser destinado, obrigatoriamente, à distribuição gratuita<br />

assessoria de imprensa<br />

flavia fusco<br />

contabilidade<br />

carvalho ramos<br />

impressão<br />

mattavelli gráfica e editora ltda.<br />

realização<br />

manuseio montagem e produção cultural ltda.<br />

www.premiobrasilfotografia.com.br

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