Prêmio Brasil Fotografia 2012
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abertura<br />
2 de agosto de <strong>2012</strong><br />
exposição<br />
3 de agosto de <strong>2012</strong><br />
a 30 de setembro de <strong>2012</strong><br />
av. rio branco, 1489<br />
campos elíseos - são paulo - sp<br />
01205-905<br />
telefone 11 3337-5880
Trajetórias e percepções. É isso que celebra a<br />
edição <strong>2012</strong> do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong>, que<br />
traz os olhares individuais de oito fotógrafos<br />
brasileiros, com suas referências e descobertas.<br />
As imagens não são formadas apenas por câmeras<br />
e lentes. Mais do que pela técnica, elas<br />
são criadas ao longo tempo – muito antes que<br />
possam ser registradas – por períodos de luzes e<br />
de sombras, pela sociedade e pelo indivíduo, são<br />
feitas de sonhos e realidades. A fotografia, mais<br />
do que um registro, é um processo. Tão artístico,<br />
cultural e social quanto o seu produto final.<br />
jayme garfinkel<br />
presidente da porto seguro
O processo é o produto<br />
A arte, hoje, localiza seu caráter e seus atributos<br />
nas interações, nos resultados do desenvolvimento<br />
do processo criativo e no legado deste processo,<br />
e não somente no objeto-produto finalizado.<br />
É possível perceber que ocorre uma profunda<br />
união e conexões dependentes entre a arte e outros<br />
elementos, como a sociedade, a tecnologia, a<br />
educação, a filosofia, o reuso e a renovação, unidos<br />
por uma participação coletiva e colaborativa.<br />
A criação se desenvolve em um processo concomitante<br />
de investigações, caminhando pela<br />
definição, produção, formação e documentação.<br />
O artista sai de sua área de conforto para compor<br />
sua obra, tendo em vista a apropriação dos<br />
planejamentos e metodologias concernentes a<br />
outros meios não originalmente artísticos.<br />
A hibridação de técnicas e práticas como componente<br />
inerente à ação criadora vem se disseminando<br />
como umas das fortes características<br />
das linguagens contemporâneas.<br />
Antigas nomenclaturas, como pintura, escultura,<br />
fotografia, já não são suficientes para definir<br />
as novas propostas estéticas. Mas estas técnicas<br />
continuam sendo utilizadas como meio<br />
para transmitir projetos e trabalhos.<br />
Edição <strong>2012</strong><br />
Nesta edição, o <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> selecionou<br />
e premiou oito fotógrafos. Com suas trajetórias individuais,<br />
eles apresentam seus ensaios e propostas,<br />
formando uma pequena mas representativa mostra<br />
da produção fotográfica contemporânea brasileira.<br />
A Comissão de Premiação indicou o fotógrafo Miguel<br />
Chikaoka para o <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Especial,<br />
considerando sua formação e seu trabalho<br />
experimental, e de cunho social, junto à comunidade.<br />
Além de ser idealizador e agregador do núcleo<br />
Fotoativa, o profissional é responsável pela formação<br />
de vários fotógrafos paraenses.<br />
Resgatando técnicas arcaicas e reconstruindo de forma<br />
manufaturada novas e pessoais plataformas para<br />
o desenvolvimento de suas ideias, Letícia Ramos,<br />
<strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Pesquisas Contemporâneas,<br />
situa sua obra no limite entre as artes visuais, o cinema<br />
e a arquitetura.<br />
Na investigação da paisagem e de suas formas de<br />
representação, ela amplia suas pesquisas sobre inventos,<br />
inventores, projetos óticos, desenhos de observação,<br />
mapas imaginários, diários científicos e as<br />
tecnologias de registro do movimento. Sua poética<br />
está impregnada de questões proeminentes sobre<br />
seu estado ontológico, nas quais o tempo, em sua<br />
mobilidade, multiplicidade e simultaneidade, é parte<br />
da formação da imagem.
Signos e anamnese<br />
Trabalhando através de memórias atávicas, Natalie<br />
Laufer Salazar, <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Revelação,<br />
busca resgatar a trajetória de sua família por meio<br />
do número tatuado no braço de sua avó no campo<br />
de concentração.<br />
A marca, transformada em signo ao ser aplicada<br />
nos ambientes e mobílias da casa da avó, mantém<br />
vivos os horrores do holocausto, ocupando estes<br />
referenciais de infância e tatuando os espaços das<br />
memórias futuras.<br />
Fábio Messias, <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Ensaios,<br />
busca, através de um sobrevoo nos cômodos<br />
da casa da avó, sua presença em locais de referência.<br />
A narrativa do artista mostra sua dor<br />
aparente e a angustiante situação de sua consciência,<br />
desconectando-se e se desconstruindo<br />
inexoravelmente.<br />
Em sua instalação Parabéns, São Paulo e Oratório,<br />
Carlos Dadoorian, <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> Pesquisas<br />
Contemporâneas, apropria-se de imagens do noticiário<br />
de televisão sobre as agressões à comunidade<br />
gay ocorridas na Avenida Paulista, reeditando-as<br />
e trazendo um significado de homenagem<br />
e indignação em contraponto com as imagens do<br />
vídeo Oratório, referenciais às prisões dos homossexuais<br />
judeus e ao holocausto armênio.<br />
O corpo e o espaço<br />
Feco Hamburger, Menção, desenvolve seus trabalhos<br />
em vários níveis de percepção e intersecção,<br />
exigindo permanente atenção visual, mental e física<br />
para decodificação dos seus significados. A<br />
representação imagética, a luz, o tempo, o movimento<br />
percorrem a gênese criativa no sentido de<br />
uma descoberta sensorial na exploração da obra<br />
Paulo Pereira, Menção, com seu ensaio Corpo de<br />
Passagem, explora o corpo consciente na entrega<br />
das experiências do imaterial. Mas em momento<br />
algum a questão é mostrada de forma explícita, e<br />
sim por meio de indícios estrategicamente construídos<br />
no desenvolvimento de sua narrativa.<br />
O espaço mítico dos sonhos de heroísmo e<br />
superação está no ensaio Losolmo Gym, de<br />
Daisuke Ito, Menção. Ele surge através do olhar<br />
sobre a desordem e o caos, e é reconstruído a<br />
partir da memória e dos sonhos dos garotos pobres<br />
de serem lutadores de boxe em uma academia<br />
decadente de Havana.<br />
cildo oliveira<br />
curador geral do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong>
comissão de<br />
premiação<br />
cildo oliveira<br />
artista visual<br />
eder chiodetto<br />
curador e pesquisador<br />
geórgia quintas<br />
professora<br />
simonetta persichetti<br />
crítica e professora<br />
fabiana bruno<br />
professora
prêmios aquisição<br />
miguel chikaoka<br />
prêmio brasil fotografia especial<br />
fábio messias<br />
prêmio brasil fotografia<br />
carlos dadoorian<br />
prêmio brasil fotografia<br />
pesquisas contemporâneas<br />
letícia ramos<br />
prêmio brasil fotografia<br />
pesquisas contemporâneas<br />
natalie laufer salazar<br />
prêmio brasil fotografia revelação
prêmio<br />
brasil fotografia especial<br />
miguel chikaoka<br />
Nascido em 1950, em Registro (SP), Miguel Chikaoka<br />
se formou em Engenharia na Unicamp, depois<br />
morou um período na França, e finalmente se instalou,<br />
no início dos anos 1980, em Belém (PA). A<br />
essa altura, o engenheiro já havia sido substituído<br />
por um fotojornalista idealista e combatente.<br />
Em 1984, Chikaoka fundou a Associação Fotoativa,<br />
revelando então seu perfil de exímio educador.<br />
Nesses 28 anos de atividade, a Fotoativa se<br />
tornou referência nacional no aprendizado e na<br />
difusão da fotografia como prática de uma linguagem<br />
sensível.<br />
Ao incorporar em seus projetos didáticos processos<br />
artesanais de construção de imagens,<br />
Chikaoka estimula sensorialmente seus alunos e<br />
incorpora o lúdico como estratégia para “desautomatizar”<br />
o olhar e a percepção.<br />
A observação do entorno como forma de<br />
desenvolver tanto o ser político quanto o ser<br />
poético. A fotografia como forma de ativar a<br />
consciência do seu tempo e a autoestima. Eis<br />
aí o papel revolucionário que um educador<br />
pode exercer.<br />
Há tempos Chikaoka incorporou em sua produção<br />
autoral como fotógrafo a mediação entre<br />
o mundo, as pessoas e a representação. Num<br />
trabalho que ele opta por chamar de “relacional”,<br />
obras como Urublues, aqui exposta, são a<br />
resultante de um processo que começa com o<br />
estímulo que ele causa num grupo de fotógrafos<br />
emergentes e termina numa obra que incorpora<br />
diversos pontos de vista, as falhas, os acertos, as<br />
incertezas do caminho e a poética do encontro<br />
de olhares, tão díspares quanto ávidos pela criação<br />
de sentidos.<br />
A obra Loading... tensiona de forma perspicaz as<br />
estratégias artesanais e sensoriais que Chikaoka<br />
evoca em suas ações, criando ainda uma ironia<br />
com a palavra que passou a integrar nosso cotidiano<br />
cada vez que baixamos programas na internet.<br />
“Loading... é a palavra que define muito bem<br />
a minha ação dentro das estratégias didáticas que<br />
crio”, comenta Chikaoka.<br />
A fotoescultura Hagakure e as quatro fotografias<br />
de nuvens e árvores presentes nessa mostra, que<br />
homenageia a trajetória de Chikaoka, pontuam<br />
tanto sua conexão com a cultura oriental quanto<br />
a influência da região amazônica em seu trabalho.<br />
Hagakure é uma espécie de “harakiri para fotógrafos”<br />
em que imagens dos olhos do próprio artista<br />
são perfuradas por espinhos da palmeira Tucumã.<br />
Nas palavras do artista e curador Orlando Maneschy,<br />
“o ato de atravessar a película, furar a ‘menina<br />
dos olhos’, de dentro para fora, pode remeter ao<br />
ritual do harakiri, que além de ser um ato de recuperação<br />
de honra é, ainda, um ato de lealdade<br />
para com seu senhor; mas, aqui, o ato pode ser<br />
encarado como uma entrega total à experiência<br />
de enxergar, como se, ao atravessar os olhos da<br />
imagem com o espinho, Chikaoka libertasse seu<br />
olhar para ver além”.<br />
eder chiodetto
ilha de carateteua, pará,1987<br />
ilha de colares, pará,1990
ilha de colares, pará, 1990<br />
plácido de castro, acre, 1987
loading...,2003/<strong>2012</strong><br />
loading...,2003/<strong>2012</strong><br />
instalação interativa: colagem de fotografias, fotogramas e “pincéis de luz”(*), e objetos (câmeras obscuras)<br />
(*) desenho com revelador sobre papel fotográfico velado.<br />
instalação interativa: colagem de fotografias, fotogramas e “pincéis de luz”(*), e objetos (câmeras obscuras)<br />
(*) desenho com revelador sobre papel fotográfico velado.
prêmio<br />
brasil fotografia<br />
fábio messias<br />
Essa luz sobre o jardim<br />
Minha avó faleceu no dia 30 de setembro de<br />
2011, com 85 anos.<br />
Viveu os últimos 8 anos acometida pelo mal<br />
de Alzheimer. Dificilmente consegui enfrentar<br />
a sua dor aparente e sua angustiante situação<br />
para fotografá-la.<br />
Em determinado momento passei a imaginar que<br />
sua consciência, desconectando-se e se desconstruindo<br />
à minha frente, podia vagar livremente<br />
pela casa, sobrevoando seus cômodos preferidos,<br />
fazendo-se presente nas situações das quais permanecia<br />
alheia fisicamente, viajando através de<br />
lapsos de tempo, atrás de memórias e fotografias<br />
apaziguadoras e vendo o menino Miguel, seu primeiro<br />
bisneto, brincando pela casa.<br />
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong>
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong><br />
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong>
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong><br />
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong>
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong><br />
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong>
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong><br />
série “luz sobre o jardim”, <strong>2012</strong>
prêmio<br />
brasil fotografia pesquisas<br />
contemporâneas<br />
carlos dadoorian<br />
Parabéns, São Paulo / Oratório<br />
Parabéns, São Paulo<br />
Ali, embaixo do mesmo céu, três milhões de<br />
pessoas se orgulham de ter a maior Parada Gay<br />
do mundo. Ali, alguns levam porrada por serem<br />
o que outros não aceitam que sejam. Intolerância.<br />
Ali, não se pode beijar, abraçar ou andar de<br />
mãos dadas. Intolerância. Ali existe a guerra diária<br />
de não sabermos se passaremos ilesos a algum<br />
ataque. Ali, naquele barulho do vai e vem de milhões,<br />
existe o silêncio da impunidade, da tolerância,<br />
da intolerância... Ali, onde todas as nacionalidades<br />
se cruzam existe intolerância. Intoleranz.<br />
E impunidade.<br />
Não se pode esquecer os rótulos que já mataram<br />
tantos, feriram muitos e ainda estão por aí, na espreita,<br />
esperando uma vítima qualquer. A história<br />
se repete. E a impunidade também.<br />
O “Parabéns” foi para São Paulo, onde uma inesperada<br />
e crescente intolerância por parte de determinados<br />
grupos sociais com as pessoas da co-<br />
munidade gay da cidade vem acontecendo. Mas<br />
poderia ser para qualquer lugar em que práticas de<br />
intolerância são manifestadas todos os dias. Seja<br />
a intolerância religiosa, cultural ou mesmo a intolerância<br />
à orientação sexual.<br />
A instalação é feita com a técnica de lambe-lambe.<br />
A obra é composta por 47 imagens captadas<br />
de vídeos oriundos da internet sobre ataques a<br />
homossexuais ocorridos na cidade de São Paulo.<br />
Copiadas centenas de vezes e impressas em papel<br />
sulfite, essas imagens são expostas num espaço<br />
fechado com uma cortina preta e iluminado por<br />
uma lâmpada fluorescente, que fica no meio da<br />
sala. A lâmpada faz referência ao ataque em que<br />
foi usada como arma e tem por objetivo projetar as<br />
sombras dos visitantes nas paredes. As imagens<br />
cobrem todos os espaços: paredes, teto e chão,<br />
por isso as pessoas entram no ambiente descalças.<br />
A edição/reordenação das imagens expostas,<br />
mais que uma simples apropriação, representa<br />
uma manifestação de solidariedade às vítimas,<br />
além de parceria com os autores dos vídeos.<br />
Oratório<br />
A obra lembra a “classificação” dada pelos nazistas<br />
às pessoas que iam para os campos de concentração.<br />
Os judeus eram identificados por uma<br />
estrela de David amarela; os homossexuais, por um<br />
triângulo rosa cravado no peito de seus uniformes.<br />
As consequências dentro dos próprios campos são<br />
fatos conhecidos de todos: intolerância.<br />
O Genocídio Armênio, ainda não reconhecido<br />
pela história, é sublinhado no vídeo pela música<br />
Lillaby (Canção de Ninar), composta por Khachatour<br />
Avétissian em homenagem aos mortos<br />
neste conflito.<br />
O vídeo foi produzido em 2011, tem 3’42’’ e é<br />
realizado com fotografias e trechos de filmes<br />
apropriados da internet. A obra faz menção às<br />
agressões a gays, aos homossexuais presos em<br />
campos de concentração e ao genocídio armênio.
instalação “parabéns, são paulo / oratório”, 2011
1 2<br />
3 4<br />
5 6<br />
7 8<br />
9<br />
lorem ipsum, 0000
prêmio<br />
brasil fotografia pesquisas<br />
contemporâneas<br />
letícia ramos<br />
Polar<br />
Os meus trabalhos artísticos se localizam no<br />
tênue limite entre arte, cinema e arquitetura.<br />
Baseiam-se nas pesquisas sobre a representação<br />
da paisagem, a formação da imagem e as tecnologias<br />
de registro do movimento. Há sempre uma<br />
questão principal que me coloco: como parar o<br />
tempo? Como ter múltiplas vistas do mesmo instante?<br />
Como representar este espaço fragmentado<br />
e simultâneo?<br />
Ao investigar a paisagem e suas formas de representação<br />
fotográfica, deparo-me com inventos,<br />
inventores, projetos óticos, desenhos de observação,<br />
mapas imaginários e diários científicos.<br />
É neste contexto que localizo esta pesquisa artística<br />
e fotográfica.<br />
O ensaio Polar, primeiro da série Atlas Extraordinário,<br />
é inspirado pela Escala de Beaufort<br />
e suas peculiares descrições visuais do<br />
efeito dos ventos sobre a terra e o mar. Para<br />
desenvolvê-lo, construí uma câmera própria<br />
para a realização de filmes. O equipamento<br />
foi baseado na pesquisa imagética dos primeiros<br />
submarinos de madeira, nas primeiras<br />
explorações polares e na tecnologia Polaroid.<br />
A partir de três câmeras polaroides lupa 6 utilizadas<br />
para retratos instantâneos 3x4, construí a<br />
câmera dos ventos com o objetivo de registrar a<br />
paisagem ártica. Esta pesquisa, que envolveu técnica<br />
fotográfica, ciência e literatura, deu origem à<br />
publicação de um livro pré-viagem. Em tom ficcional,<br />
ele documenta a história de um explorador e<br />
seu invento. Em outubro de 2011, parti finalmente<br />
para a viagem “real” a bordo de um veleiro em<br />
direção ao Polo Norte.<br />
No Ártico, cada tomada feita com a câmera construída<br />
por mim foi realizada diversas vezes frente<br />
a uma mesma paisagem polar. Como a câmera<br />
possui seis lentes, cada papel fotográfico é composto<br />
por seis imagens aparentemente iguais.<br />
Tendo como base a técnica do stop motion, as<br />
fotografias foram digitalizadas; os seus seis quadros,<br />
recortados um a um, numerados e colocados<br />
em sequência, sem alinhar o centro visual da<br />
imagem. O resultado são cenas em movimento<br />
geradas pelos diferentes pontos de vista (diferença<br />
de paralaxe) em relação à paisagem, e não pela<br />
passagem do tempo.<br />
As dificuldades climáticas da região, assim como<br />
o tipo de câmera utilizado na expedição artística,<br />
aproximam as fotografias da “pintura de paisagem”.<br />
O químico congelado pelos -16º de extremas<br />
temperaturas elevou o tempo de revelação,<br />
antes instantânea, suprimindo detalhes, produzindo<br />
distorções cromáticas e formais na paisagem<br />
fotográfica.<br />
Estes “falsos” movimento e cor da paisagem<br />
imprimem outro tempo técnico e estético para a<br />
imagem, reforçando seu caráter ficcional.
montanha branca, <strong>2012</strong><br />
paleolítico II, <strong>2012</strong>
partícula I, <strong>2012</strong><br />
partícula II, <strong>2012</strong>
vento solar I, <strong>2012</strong><br />
vento solar II, <strong>2012</strong>
vento solar III, <strong>2012</strong>
prêmio<br />
brasil fotografia revelação<br />
natalie laufer<br />
salazar<br />
Série<br />
50950 é o número de série que minha avó materna<br />
tem marcado no braço esquerdo. Como judia<br />
polonesa, foi presa com toda a sua família no campo<br />
de concentração e extermínio de Auschwitz.<br />
Única sobrevivente do núcleo da família Saper,<br />
após ser solta de Auschwitz, reencontrou um jovem<br />
da mesma cidade, nos campos de refugiados<br />
da Alemanha. Na Alemanha, nasceu a primeira<br />
filha deles, minha mãe. Os três vieram para o <strong>Brasil</strong>.<br />
Aqui, eles construíram uma vida, uma família.<br />
O número 50950 não está somente vivo na<br />
minha memória de infância ou nas histórias<br />
e fatos que pesquiso e leio atualmente!<br />
Ele está no nosso sangue, no DNA de<br />
dois filhos, quatro netos e seis bisnetos.<br />
Essa marca é mantida, repassada, lembrada.<br />
Como uma tatuagem invisível, mas perceptível,<br />
permeia as escolhas e os caminhos da nossa<br />
família! Talvez em cinco anos, não haja mais<br />
sobreviventes do Holocausto, mas o número<br />
50950 continuará vivo, pulsando, inesquecível,<br />
ocupando todos os espaços, para sempre!<br />
série, 2011
série, 2011<br />
série, 2011
série, 2011<br />
série, 2011
menções<br />
daisuke ito<br />
prêmio brasil fotografia menção<br />
feco hamburguer<br />
prêmio brasil fotografia menção<br />
paulo pereira<br />
prêmio brasil fotografia menção
menção<br />
prêmio brasil fotografia<br />
daisuke ito<br />
Losolmo Gym<br />
Losolmo Gym está localizada na segunda maior<br />
cidade de Cuba, Santiago de Cuba. Os meninos,<br />
aqui, treinam descalços, vestidos com pouco<br />
mais que trapos.<br />
O equipamento é decrépito. O piso do ringue de<br />
boxe está cheio de remendos desiguais, as cordas<br />
estão desgastadas e há apenas um equipamento<br />
para a prática do esporte. Ainda assim, a academia<br />
já produziu quatro campeões olímpicos. Cada um<br />
desses meninos pobres cubanos tem o sonho de<br />
se tornar um campeão. Eu acho que isso não é<br />
pelo dinheiro, nem mesmo pela fama. Para esses<br />
meninos, ser um boxeador é o pináculo nobre e<br />
heroico da aspiração humana.<br />
losolmo gym, 2011
losolmo gym, 2011<br />
losolmo gym, 2011
losolmo gym, 2011<br />
losolmo gym, 2011
losolmo gym, 2011<br />
losolmo gym, 2011
menção<br />
prêmio brasil fotografia<br />
feco hamburger<br />
Cavernas - Pulmão<br />
O projeto Cavernas investiga a relação entre espectador<br />
e obra na constituição do significado.<br />
Discute a representação imagética da fotografia e<br />
propõe uma experiência sensorial na exploração<br />
da obra. Latência e revelação. Potencialidade e<br />
significação na relação entre espectador, obra e<br />
luz. Tempo e movimento.<br />
A obra Pulmão – primeira resultante da pesquisa<br />
– é uma vídeo-animação digital de uma<br />
mesma fotografia em diferentes interpretações<br />
de contraste. A variação linear e gradual da<br />
curva de contraste produz imagens sucessivas<br />
que, animadas em 24 quadros por segundo,<br />
e em modo loop, trazem a sensação de um<br />
movimento cíclico. Expansão e contração,<br />
deslumbramento e ocultação.<br />
No espaço expositivo um fone de ouvido isola o<br />
som ambiente, favorecendo a percepção do espectador<br />
de sua própria respiração, criando tensão<br />
entre a imagem e o ritmo do corpo.<br />
Vídeo-animação digital de uma fotografia em diferentes<br />
interpretações de contraste.<br />
Duração 1’11 modo loop – aspect ratio 4:3.<br />
Monitor 29’’(resolução 1600×1200) + computador<br />
com Quick Time Player ou equivalente<br />
+ fone de ouvido com noisecancelling para<br />
isolamento acústico.<br />
projeto cavernas, 2009/<strong>2012</strong>
menção<br />
prêmio brasil fotografia<br />
paulo pereira<br />
Corpo de Passagem<br />
Debruçado sobre uma cerimônia de origem<br />
afro-brasileira, o autor apoia-se na figura de Exú<br />
para pôr em questão a corporeidade dos seres<br />
que ali surgem.<br />
Com o foco da pesquisa alternando-se entre o<br />
documento e o vivenciar, o autor aprofunda-<br />
-se no que mais o seduz: a doação dos corpos,<br />
o esvaziamento da psique, a fuga do cotidiano…<br />
O uso do corpo para a experiência do encantado.<br />
Exú: Ser mediúnico imagético. Comunicação,<br />
transferência, movimento.<br />
A transformação do corpo pela entidade que se<br />
manifesta. Imaterial que se apossa da matéria.<br />
Técnica: fotografia digital, cor, impressão jato de<br />
tinta sobre papel de algodão.<br />
corpo de passagem, 2010
corpo de passagem, 2010<br />
corpo de passagem, 2010
corpo de passagem, 2010<br />
corpo de passagem, 2010
corpo de passagem, 2010
esumos biográficos
miguel chikaoka<br />
registro, sp – 1950<br />
Miguel Chikaoka nasceu em Registro, São Paulo, mas mora e trabalha em Belém, Pará, desde 1980. Em 1976, formou-se<br />
em Engenharia Elétrica pela Universidade de Campinas, São Paulo. Nos três anos seguintes, frequentou a École Supérieure<br />
de Mécanique et Eletricité de Nancy, França. O artista não concluiu o curso, mas lá participou das primeiras exposições<br />
fotográficas da carreira.<br />
Entre 1981 e 1991, já no <strong>Brasil</strong>, Chikaoka foi colaborador da Agência de <strong>Fotografia</strong> F4; e de 1991 a 1994, da N-Imagens,<br />
ambas de São Paulo. Paralelamente, atuou como fotojornalista, produtor cultural, arte-educador, curador de projetos<br />
ligados à fotografia e incentivador de novos talentos. Em 1984, idealizou o núcleo de estudos fotográficos Fotoativa, que<br />
se tornou uma associação de utilidade pública em 2004.<br />
Em seus trinta anos de carreira, Chikaoka já esteve no júri de diversos prêmios e exerceu vários cargos em instituições<br />
ligadas à fotografia e aos direitos humanos. Entre os cargos de destaque está o de conselheiro da Rede de Produtores<br />
Culturais da <strong>Fotografia</strong> no <strong>Brasil</strong>, em 2011; e o de conselheiro da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, entre 1992<br />
e 1994. Miguel também foi diretor da Agência de <strong>Fotografia</strong> Kamara-Ko, entre 1992 e 2011.<br />
O fotógrafo e arte-educador Miguel Chikaoka ainda ministrou dezenas de palestras e oficinas, levando seus conhecimentos<br />
para países como Inglaterra, Venezuela, Moçambique, França, além de oito estados brasileiros.<br />
As obras de Chikaoka estão presentes em diversas publicações, como o catálogo da mostra Images of Silence, do<br />
Museo de Arte de las Americas, 1989; do XI Salão Arte Pará e do I Salão Nacional de Arte Fotográfica da Bahia, ambos<br />
de 1992; da mostra L’Amerique dans tout ses États, da Maison de l’ Amerique, 1993; do Museu de Arte Moderna de<br />
São Paulo, 2005; e do Centre de Promotion du Livre de Jeunesse, 2006.<br />
Fora do país, obras de Miguel Chikaoka fazem parte do acervo do Centro Português de <strong>Fotografia</strong>, Porto (Portugal); e<br />
do Museo de Arte de las Americas, Washington (Estados Unidos). No <strong>Brasil</strong>, seus trabalhos podem ser encontrados<br />
em espaços culturais como a Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro; o Museu de Arte de São Paulo - Coleção Pirelli/<br />
Masp, São Paulo; e o Museu de Arte de Belém, Pará. Chikaoka também integra a coleção da Galeria Angelus, Pará; e<br />
do NAFOTO - Núcleo de Amigos da <strong>Fotografia</strong>, São Paulo.<br />
Miguel Chikaoka é o vencedor do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Especial <strong>2012</strong>.
fábio messias<br />
são paulo, sp – 1980<br />
Fábio Messias é paulistano, e atualmente vive e trabalha na capital paulista.<br />
Em 2000, formou-se no curso de Design Gráfico da Escola Panamericana<br />
de Arte e Design de São Paulo, e hoje atua como diretor de arte em<br />
diversos projetos.<br />
O interesse pela fotografia começou aos 27 anos, a partir de sua paixão<br />
pelo desenho. Dos 12 aos 19 anos estudou e produziu muito, transformando<br />
o dom em uma profissão.<br />
Messias sempre gostou de fotografias construídas, nas quais o fotógrafo<br />
faz experiências, pensa no cenário, na luz..., mas somente em 2007, ao<br />
comprar a câmera de um amigo, mergulhou neste novo universo: passou<br />
a ler sobre o assunto, a buscar referências, até decidir fazer seu primeiro<br />
curso básico.<br />
Em 2009, ainda se sentia muito preso à arte fotográfica como reprodução<br />
da realidade. Tudo mudou ao ver a série Herbarium, do fotógrafo<br />
espanhol Joan Fontcuberta. As plantas inventadas pelo artista mexeram<br />
com a cabeça de Fábio e o fizeram perceber as infinitas possibilidades<br />
da fotografia.<br />
Em 2011, o artista apresentou sua obra na projeção coletiva Perspectiva,<br />
dentro do Festival Paraty em Foco, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>); e dentro do<br />
Festival Fotograma – 11, Montevidéu (Uruguai); e no Projeto Dobradiça,<br />
com Fernanda Rappa, Galeria Asterix, São Paulo (<strong>Brasil</strong>). Este ano, já participou<br />
de duas exposições coletivas: Documental Imaginário, no Espaço<br />
Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>); e Memórias da Imagem, do III<br />
<strong>Prêmio</strong> Diário Contemporâneo de <strong>Fotografia</strong>, na Casa das Onze Janelas,<br />
Pará (<strong>Brasil</strong>). Com cinco anos de carreira na área da fotografia, Fábio Messias<br />
é um dos selecionados da edição Talent <strong>2012</strong> da Foam Magazine,<br />
publicação do Museu de <strong>Fotografia</strong> de Amsterdã, Holanda.<br />
Fábio Messias é o vencedor do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2012</strong>.<br />
letícia ramos<br />
santo antônio da patrulha, rs – 1976<br />
Letícia Ramos nasceu em Santo Antônio da Patrulha, cidade próxima a<br />
Porto Alegre, mas vive e trabalha na capital paulista. Em 1999, formou-se<br />
em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande<br />
do Sul; e, em 2007, concluiu o Curso Superior em Cinema pela FAAP,<br />
instituição de ensino universitário de São Paulo.<br />
Pesquisas e experiências artísticas inspiradas pelos conhecimentos adquiridos<br />
sobre arquitetura, cinema, técnicas fotográficas e tecnologias óticas<br />
fazem parte da vida da artista há pelo menos dez anos. Letícia é uma videomaker<br />
que está sempre pesquisando a formação das imagens e criando aparatos<br />
fotográficos para captar e reconstruir o movimento presente em cenas<br />
da natureza e em cenários urbanos com múltiplas lentes e pontos de vista.<br />
Letícia tem obras publicadas e quatro exposições individuais na carreira: a<br />
videoinstalação Jardim de Cronopios, no This is not a Gallery, Buenos Aires<br />
(Argentina), 2008; o projeto ERBF – Estação Radiobase Fotográfica, no Centro<br />
Cultural São Paulo, 2009/2010 (<strong>Brasil</strong>); o projeto Escafandro, no Centro<br />
de Criação em Artes Midiáticas La Bande Vidéo, Quebec (Canadá), 2011;<br />
e o projeto Bitácora, na Galeria Mendes Wood, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), <strong>2012</strong>.<br />
De 2004 até hoje, a fotógrafa já participou de pelo menos vinte exposições<br />
coletivas no <strong>Brasil</strong> e fora do país. Esteve nas cidades de Porto Alegre, Curitiba,<br />
São Paulo, Rio de Janeiro e Belém (<strong>Brasil</strong>); e em Buenos Aires (Argentina),<br />
Cidade do México (México) e Londres (Reino Unido), onde participou<br />
da mostra Pause and Reflect, realizada na Tate Modern Gallery.<br />
Entre os prêmios que recebeu, destacam-se: o <strong>Prêmio</strong> Rumos de Artes Visuais,<br />
do Instituto Itaú Cultural, 2009; e o <strong>Prêmio</strong> Marc Ferrez – Funarte para<br />
Criação Fotográfica, com o projeto Bitácora, 2010. Este prêmio a levou a<br />
participar da residência artística The Artic Circle a bordo de um veleiro no<br />
Pólo Norte, em <strong>2012</strong>. Recentemente, Letícia também foi selecionada para o<br />
Programa de <strong>Fotografia</strong> do Centro Cultural São Paulo <strong>2012</strong>/2013.<br />
Letícia Ramos é a vencedora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Pesquisas Contemporâneas<br />
<strong>2012</strong>.
carlos dadoorian<br />
rio de janeiro, rj – 1964<br />
Carlos Alexandre Dadoorian nasceu na capital do Rio de Janeiro, mas vive e trabalha<br />
na capital paulista. Mestre em Estatística, atua como fotógrafo desde 2004. Para<br />
aprimorar seu olhar e suas técnicas já participou de diversos cursos e workshops<br />
fotográficos, com destaque para os do MAM - Museu de Arte de São Paulo (<strong>Brasil</strong>)<br />
e os do ICP - International Center of Photography, de Nova Yorque (EUA).<br />
natalie laufer salazar<br />
rio de janeiro, rj – 1969<br />
Natalie Laufer Salazar nasceu na capital do Rio de Janeiro, mas há dois anos<br />
vive e trabalha na capital paulista. Economista, com pós-graduação em Finanças,<br />
em 2011 formou-se no curso de <strong>Fotografia</strong> da Escola Panamericana<br />
de Arte e Design de São Paulo. A fotógrafa é casada e tem dois filhos: Joaquim<br />
Pedro, de onze anos, e Catarina, de nove.<br />
A relação histórica entre fotografia e fotografia em movimento tem sido a<br />
fonte de inspiração dos trabalhos do artista, que também se inspira em filmes<br />
que foram importantes em sua vida. O ato de recortar e colar fotografias,<br />
criando imagens em movimento, e o próprio aprisionamento do tempo no<br />
momento da foto atraem Dadoorian.<br />
Natalie Salazar é a vencedora do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Revelação <strong>2012</strong>.<br />
Nos oito anos de carreira, ele participou de diversas exposições, entre elas, uma<br />
individual: a exposição Dark Room, na Fauna Galeria, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011.<br />
De 2007 até hoje, o artista participou de dez exposições coletivas: exibição do<br />
filme-fotografia Para que Estes Saltos Tão Grandes, na Semana EPSON FNAC/FS<br />
da <strong>Fotografia</strong>, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2007; projeto Quase Todos os Dias São Paulo, III<br />
Festival Cinema & Cidade, Rio Grande do Sul (<strong>Brasil</strong>), 2008; projeto Da Gênese<br />
Convulsiva, com a obra Ninho, Micasa, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2009; projeto Do Espaço<br />
Estilhaçado, com fotos da série Fluxos, Micasa, São Paulo (<strong>Brasil</strong>) 2010; projeto<br />
Percurso, com fotos da série Poesia em Construção, Galeria Ímpar, São Paulo (<strong>Brasil</strong>),<br />
2010; projeto Do Desejo Inconfesso, com parte do trabalho Derek Me Jarman,<br />
Micasa, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2010; instalação Sf/Sm, na exposição Geração 00 – A<br />
Nova <strong>Fotografia</strong> <strong>Brasil</strong>eira, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; projeto Uma Coisa São Duas,<br />
Galeria Ímpar, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011; projeto Uma Coisa São Duas, mostra Black<br />
Espaço Casa Vogue, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), <strong>2012</strong>; e instalação Parabéns, São Paulo/<br />
Oratório, na III Mostra São Paulo de <strong>Fotografia</strong>, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), <strong>2012</strong>.<br />
Dadoorian também foi selecionado para participar de duas edições do Salão Arte<br />
Pará, Pará (<strong>Brasil</strong>), 2007 e 2009; de duas edições do <strong>Prêmio</strong> Diário Contemporâneo<br />
de <strong>Fotografia</strong>, Pará (<strong>Brasil</strong>), 2010 e 2011.<br />
Carlos Dadoorian é o vencedor do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> Pesquisas Contemporâneas<br />
<strong>2012</strong>.
daisuke ito<br />
sendai, japão – 1976<br />
Daisuke Ito nasceu no Japão, mas vive e trabalha na capital do Rio de<br />
Janeiro. Entre 2000 e 2002 estudou Fotojornalismo no IDEP, escola superior<br />
de fotografia, desenho e moda situada em Barcelona, Espanha. De lá,<br />
partiu para uma viagem de sete anos pela América Central e América do<br />
Sul, quando conheceu um pouco da cultura brasileira. Em 2009, mudou-se<br />
para Tóquio, mas pouco depois voltou ao <strong>Brasil</strong>.<br />
O fotógrafo começou a carreira em 2007. Daisuke Ito desenvolveu os primeiros<br />
trabalhos profissionais na favela carioca conhecida como Chapéu<br />
Mangueira. O cotidiano da comunidade atraiu o olhar sensível do artista,<br />
que retribuiu a acolhida dos moradores com belos registros em preto e branco.<br />
Seu trabalho tem sido publicado nas principais revistas do <strong>Brasil</strong> e Japão.<br />
Ito possui diversas premiações, entre elas, uma menção honrosa no Lens<br />
Culture International Exposure Awards, em 2010; e no The 2010 e The<br />
2011 International Photography Awards. No currículo do fotógrafo ainda<br />
constam uma bolsa de estudos na Lucie Foundation; a medalha de prata<br />
no Prix de la Photographie de Paris; e a posição de finalista no Burn Magazine<br />
Emerging Photographer Grant, em 2011.<br />
Nos últimos quatro anos, Daisuke Ito participou de quatro exposições individuais:<br />
Favela, na The Last Gallery, Tóquio, 2009. Daisuke Ito, na Zen<br />
Gallery, Tóquio (Japão) e Pequim (China), 2010; e Night Butterfly, na Free<br />
Factory Gallery, Tóquio (Japão), 2011. No mesmo período o fotógrafo participou<br />
de cinco mostras coletivas nos Estados Unidos, França e Japão: Favela,<br />
na Tokyo Metropolitan Photo Museum, Tóquio (Japão), 2009; Night<br />
Butterfly, no mesmo local, em 2010; 31 Contemporary Photographers, na<br />
Gallery 291, São Francisco (EUA), 2011; 31 Contemporary Photographers,<br />
na VIII Gallery, Nova Iorque (EUA), 2011; e The Premiere Exhibition of<br />
Winning Photographs, no Espace Dupon, Paris (França), 2011.<br />
Daisuke Ito recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2012</strong>.<br />
feco hamburger<br />
são paulo, sp – 1970<br />
Feco Hamburger é paulistano, e hoje vive e trabalha na capital paulista. As<br />
primeiras experiências com fotografia aconteceram no final da década de<br />
1980. Entre 1990 e 1992, começou a estudar Linguística na Universidade de<br />
São Paulo, mas o envolvimento com a arte fotográfica falou mais alto e ele se<br />
voltou totalmente para a área. Em 1995 abriu seu próprio estúdio e se tornou<br />
conhecido e respeitado no segmento publicitário e editorial, fotografando<br />
para agências e revistas renomadas.<br />
Feco tem trabalhos publicados em livros de moda e possui no currículo<br />
três premiações, entre elas o <strong>Prêmio</strong> Abril de Jornalismo – Melhor Ensaio<br />
Fotográfico, 2004. Nessa mesma época, o interesse pela pesquisa de<br />
novas linguagens dentro da fotografia e em outras mídias começa a ser<br />
percebido em seus trabalhos.<br />
Nos últimos 24 anos, o artista participou de dez exposições, entre elas, três<br />
individuais: Noites em Claro, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo<br />
(<strong>Brasil</strong>), 2004; Sobre a Permanência, Centro da Cultura Judaica, São Paulo<br />
(<strong>Brasil</strong>), 2009; e D. Helena, Espaço Ophicina, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011.<br />
Entre as exposições coletivas, destacam-se: a videoinstalação Neutrino,<br />
na exposição Geração 00 – A Nova <strong>Fotografia</strong> <strong>Brasil</strong>eira, São Paulo<br />
(<strong>Brasil</strong>), 2011; e na mostra Coleção Itaú de <strong>Fotografia</strong> <strong>Brasil</strong>eira Paço<br />
Imperial, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), <strong>2012</strong>.<br />
Feco também concebeu e dirigiu o espetáculo Termografia da Multidão,<br />
na 8ª. Feira Literária de Paraty, Rio de Janeiro (<strong>Brasil</strong>), 2010; e projetou, com<br />
Raimo Benedetti, a videoinstalação Termografia II Modo Manual, no II Fórum<br />
da Cultura Digital, Cinemateca <strong>Brasil</strong>eira, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2010. Os<br />
projetos interativos foram desenvolvidos com uma câmera infravermelha.<br />
Trabalhos do artista podem ser encontrados nos acervos da Pinacoteca do<br />
Estado de São Paulo, no Instituto Itaú Cultural e em coleções particulares.<br />
Feco Hamburger recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2012</strong>.
paulo pereira<br />
osasco, sp – 1978<br />
Paulo Pereira nasceu em Osasco, mas vive e trabalha na capital paulista. O interesse<br />
pela fotografia surgiu na adolescência, quando registrava festivais de balões.<br />
A vontade de se profissionalizar apareceu nos tempos da Escola Panamericana<br />
de Arte e Design de São Paulo. Ao observar grupos de estudantes<br />
fotografando, Paulo viu que era “aquilo” que queria fazer. Depois de concluir<br />
o primeiro ano de Publicidade, seguiu para o Senac, onde cursou os<br />
módulos básicos de fotografia.<br />
Paulo ainda fez um ano de Comunicação Social, mas deixou a faculdade<br />
para trabalhar com fotógrafos paulistanos no segmento publicitário e<br />
editorial. Foi assistente durante cinco anos.<br />
Para desenvolver o pensamento fotográfico, começou a participar de<br />
grupos de estudos, cursos e workshops sobre história da fotografia, ensaio<br />
fotográfico, narrativas digitais e trabalhos autorais desenvolvidos<br />
por profissionais como Marcelo Greco, Maya Goded e Claudi Carreras.<br />
Em 2009, o artista iniciou a graduação em fotografia, concluída este ano;<br />
e em 2010 foi um dos membros fundadores do Estúdio Luzia, espaço<br />
voltado a práticas e discussões fotográficas. Paulo atua no estúdio como<br />
fotógrafo e produtor e ainda ministra cursos de fotografia e oficinas,<br />
como a do IV Festival de <strong>Fotografia</strong> do Recife, em 2010.<br />
Inspirado pelos movimentos modernistas e por artistas como Geraldo Barros,<br />
Pierre Verger, Miguel Rio Branco e João Castilho, Paulo Pereira desenvolve<br />
trabalhos autorais com inspirações artísticas e documentais. Nos últimos<br />
seis anos, ele participou de festivais, salões e exposições. Entre os eventos<br />
estão o SP Photo Fest, com Encontro das Saudades, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2009;<br />
o V FestFotoPoa, com Cidade Signo, Rio Grande do Sul (<strong>Brasil</strong>) 2011; e o VI<br />
FestFotoPoa, com Apropriados, Rio Grande do Sul (<strong>Brasil</strong>), <strong>2012</strong>.<br />
O fotógrafo também foi finalista do 2º Concurso Consigo, Categoria<br />
Social, com Sô Zé, 2009; e do <strong>Prêmio</strong> Fundação Conrado Wessel, com<br />
Corpo de Passagem, São Paulo (<strong>Brasil</strong>), 2011.<br />
Paulo Pereira recebeu Menção do <strong>Prêmio</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>Fotografia</strong> <strong>2012</strong>.
prêmio porto seguro fotografia<br />
conceituação<br />
cildo oliveira e eder chiodetto<br />
curadoria geral<br />
cildo oliveira<br />
realização<br />
manuseio montagem e produção cultural ltda.<br />
patrocínio<br />
porto seguro cia. de seguros gerais<br />
prêmio brasil fotografia – edição <strong>2012</strong><br />
curadoria<br />
eder chiodetto<br />
projeto expográfico<br />
eduardo silva<br />
coordenação de produção<br />
mario bibiano<br />
produção<br />
danielle galdino<br />
erica boni<br />
gabriela fagundes<br />
greta iannicelli<br />
juliana barbosa<br />
marcel putarov<br />
roberto farias<br />
assessoria de imprensa<br />
flavia fusco<br />
curadoria pedagógica<br />
radamés rocha<br />
monitoria<br />
guilherme ramalho<br />
karen veiga<br />
montagem<br />
manuseio montagem e produção cultural<br />
este produto foi confeccionado com recursos da lei federal de incentivo à<br />
cultura e deverá ser destinado, obrigatoriamente, à distribuição gratuita<br />
redação e revisão de textos<br />
chrystianne leite pimentel<br />
identidade visual<br />
caso design comunicação<br />
contabilidade<br />
carvalho ramos<br />
realização<br />
manuseio montagem e produção cultural ltda.<br />
impressão<br />
mattavelli gráfica e editora ltda.