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PBF2015_catalogo_MIOLO_05_BAIXA_DUPLAS

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Ministério da Cultura e Porto Seguro Seguros apresentam<br />

Abertura 14 de junho de 2016<br />

Visitação 15 de junho a 14 de agosto de 2016<br />

Terças a sábados, das 10h às 19h<br />

Domingos e feriados, das 10h às 17h<br />

Agendamento de visitas mediadas<br />

educativo@ecps.com.br<br />

Espaço Cultural Porto Seguro<br />

Alameda Barão de Piracicaba, 610<br />

Campos Elíseos – São Paulo – SP<br />

www.premiobrasilfotografia.com.br


O Prêmio Brasil Fotografia 2015 surge para reverberar e reconhecer a produção<br />

de artistas brasileiros que utilizam a fotografia como meio de linguagem,<br />

observação e expressão.<br />

O reconhecimento de trabalhos de toda uma vida, o fomento à pesquisa e ao<br />

desenvolvimento de novas linguagens e a alegria do estímulo a novos talentos<br />

são um patrimônio cultural que queremos ajudar a construir.<br />

Nesta edição, o Prêmio Brasil Fotografia passa a ser acolhido em um novo local,<br />

dedicado às artes, o Espaço Cultural Porto Seguro, possibilitando que mais pessoas<br />

possam conhecer e contemplar suas obras.<br />

Parabéns aos premiados!<br />

Fabio Luchetti<br />

Presidente da Porto Seguro<br />

4<br />

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Utilizando a fotografia como um meio de observação, de informação, de análise<br />

e de opinião, o fotojornalismo aponta para fatos sociais da vida humana e suas<br />

repercussões na sociedade, elaborando uma narrativa fotográfica do acontecimento<br />

enfocado empregada para remeter a informação em concordância textual.<br />

A partir de análises da conjuntura e dos sujeitos participantes, o fotojornalista tem<br />

como proposição descrever um acontecimento em imagens, evidenciando motivos<br />

de importância transitória com sensibilidade, avaliando as situações e procurando<br />

os melhores ângulos para fotografar com instinto, rapidez de reflexos e curiosidade.<br />

Evandro Teixeira utilizou, na década de 1970, nas manifestações contrárias à<br />

ditadura, uma escada de alumínio para melhor e inusitados enquadramentos, unindo<br />

a força noticiosa à força visual, conseguindo no contexto juntar uma impressão de<br />

realidade a uma impressão de verdade. (Vilches, 1987: 19).<br />

Com intuição e sentido de oportunidade para determinar se uma conjuntura ou um<br />

instante desta situação é de potencial interesse fotojornalístico, Evandro Teixeira<br />

avalia eticamente para representar fotograficamente.<br />

O fotojornalista constrói uma linguagem de instantes, sumarizando em um ou em vários<br />

momentos, “congelados”, as substâncias de um acontecimento e suas significações.<br />

É o “instante decisivo”, citado por Henri Cartier-Bresson, o instante em que, no dizer de<br />

Lester (1991:7), “o assunto e os elementos composicionais formam uma união.”<br />

Evandro Teixeira procura um gesto ou uma expressão indiciadora do caráter e da<br />

personalidade do sujeito ou um momento de uma ação ou um lance do rosto que<br />

revela a emoção. Com o olhar seletivo, sentido de oportunidade e reflexos rápidos,<br />

seleciona o instante e o enquadramento capazes de denotar o fato, pois os instantes<br />

suscetíveis de representar um acontecimento sobrevêm e desvanecem rapidamente.<br />

Nessa narrativa do instante, Evandro Teixeira colhe momentos únicos nos quais,<br />

expondo dores, alegrias, sentimentos íntimos, em uma composição evidenciando o<br />

motivo principal, permite ao leitor compreender melhor o acontecimento.<br />

Cildo Oliveira, curador<br />

6<br />

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COMISSÃO DE<br />

SELEÇÃO<br />

Ana Maria Belluzzo, curadora<br />

Cildo Oliveira, artista visual<br />

Cristiano Mascaro, fotógrafo<br />

Lucia Py, artista plástica<br />

Ronaldo Entler, pesquisador e professor<br />

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Premiados<br />

e categorias<br />

Evandro Teixeira<br />

Prêmio Brasil Fotografia Especial<br />

Luiz Baltar<br />

Prêmio Brasil Fotografia Ensaio Impresso<br />

Marlos Bakker<br />

Prêmio Brasil Fotografia Ensaio Multimeios<br />

Dirceu Maués<br />

Prêmio Brasil Fotografia Bolsa Desenvolvimento de Projeto<br />

Leo Caobelli<br />

Prêmio Brasil Fotografia Bolsa Desenvolvimento de Projeto<br />

Leticia Ranzani<br />

Prêmio Brasil Fotografia Revelação<br />

Menção Honrosa<br />

Bárbara Wagner<br />

Diego Lajst<br />

Edu Simões<br />

Ligia Jardim<br />

Ricardo Neves<br />

Thelma Vilas Boas<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

ESPECIAL<br />

Evandro Teixeira<br />

Evandro Teixeira nasceu em 1935, em Irajuba, no interior da Bahia. Iniciando a<br />

carreira em 1957, no Rio de Janeiro, lançou-se como repórter fotográfico de<br />

O Diário da Noite e O Jornal, ambos dos Diários Associados, importantes referências<br />

jornalísticas da época. Em 1963 passou a fazer parte da equipe de reportagem do<br />

Jornal do Brasil.<br />

Em 1969 foi selecionado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro para<br />

representar a fotografia brasileira na Bienal de Paris. Mas, apesar da conquista, teve<br />

sua participação barrada em função do governo militar durante a ditadura.<br />

Entre os principais prêmios que recebeu estão o Prêmio Especial da Unesco no<br />

Concurso Internacional “A Família”, em Tóquio (Japão, 1993), os Prêmios do Concurso<br />

Internacional da Nikon (Japão, 1975 e 1991) e o Prêmio da Sociedade Interamericana<br />

de Imprensa, em Miami (EUA), com a lendária foto “A queda da moto”.<br />

Visando retratar os principais registros em sua carreira lançou, em 1983, o livro<br />

“Fotojornalismo”, reunindo fotos marcantes de acontecimentos nacionais e<br />

internacionais desde a década de 1960. Além de imagens inéditas e registros<br />

históricos, a obra contou com o poema “Diante das fotos de Evandro Teixeira”,<br />

do poeta Carlos Drummond de Andrade, feito especialmente para a ocasião.<br />

Também em “Fotojornalismo” encontram-se textos de Otto Lara Resende, Antonio<br />

Callado e Marcos Sá Correa, sendo incluído, em 1992, no acervo da Biblioteca do<br />

Centro de Artes Georges Pompidou (Paris, França).<br />

Em 1994 teve o currículo incluído na Enciclopédia Suíça de Fotografia, onde estão<br />

registrados os maiores fotógrafos do mundo. Hoje, suas fotos integram acervos de<br />

renomados museus, como: Museu de Belas Artes (Zurique, Suíça); Museu de Arte<br />

Moderna La Tertulia (Cali, Colômbia); Masp e Museu de Arte Contemporânea de São<br />

Paulo (São Paulo); e MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro).<br />

Rainha Elizabeth II, São Paulo, 1968<br />

Também são de sua autoria diversos livros que incluem temas inusitados e relevantes<br />

que compõem a sua trajetória profissional: “Canudos, 100 anos”, lançado em 1997,<br />

traz um registro histórico do cenário da guerra, de seus sobreviventes e herdeiros<br />

– todos com mais de 100 anos de idade; “O Livro das Águas”, publicado em 2002,<br />

aborda o impacto do programa de irrigação na vida dos sertanejos do Rio Grande do<br />

Norte; “Vou Viver”, datado de 2004, retrata a morte do poeta chileno Pablo Neruda<br />

com registros da ditadura da década de 1970 no Chile, um dos maiores furos de sua<br />

13


carreira, fotografando com exclusividade o corpo de Neruda e toda a sua preparação<br />

para o histórico funeral do poeta. Também em 2004, Evandro teve sua vida e obra<br />

retratadas em um documentário, exibido nacionalmente, intitulado “Evandro Teixeira:<br />

Instantâneos da Realidade”.<br />

Em 2008, Evandro lançou uma de suas mais renomadas obras, reunindo fotografias<br />

históricas do Golpe Militar em “68 Destinos/Passeata dos 100 mil”. Ainda neste ano,<br />

foi responsável pela fotografia do livro “Vidas Secas”, que comemora os 70 anos de<br />

publicação do clássico de Graciliano Ramos. Já em 2009, o fotojornalista partiu em<br />

viagem pelo Brasil, registrando os projetos da ONG Visão Mundial, que culminaram<br />

no lançamento do livro “Caminhos da Transformação”.<br />

No decorrer de sua carreira, Evandro Teixeira realizou inúmeras exposições<br />

individuais e coletivas nas principais capitais do mundo e por diversas cidades<br />

brasileiras. Também conduziu importantes debates, palestras, seminários e integrou<br />

o corpo de jurados de grandes prêmios nacionais e internacionais de fotografia<br />

e jornalismo.<br />

Mais recentemente, em 2014, teve sua biografia publicada pela jornalista, também<br />

baiana, Silvana Costa Moreira. “Evandro Teixeira – Um Certo Olhar” traz alguns dos<br />

seus principais registros fotográficos ao longo da carreira, trilhando as memórias da<br />

infância em Irajuba até suas andanças fotográficas mundo afora. Além dos dramas<br />

e histórias engraçadas vivenciadas em suas aventuras profissionais, o livro também<br />

inclui depoimentos de nomes como Ziraldo, Moraes Moreira, Alberto Dines, Sergio<br />

Cabral (pai), Vladimir Palmeira, Ancelmo Gois e Sebastião Salgado, com quem dividiu<br />

a mostra dos 40 mais importantes fotógrafos do mundo na Galeria da Leica (NY).<br />

Manifestações, avenida Rio Branco,<br />

Rio de Janeiro, 1968<br />

14<br />

15


Morte de Pablo Neruda,<br />

Santiago, Chile, 1973<br />

Enterro de Pablo Neruda,<br />

Cemitério Geral de Santiago, Chile, 1973<br />

16<br />

17


Papa Francisco, Catedral Metropolitana,<br />

Rio de Janeiro, 2013<br />

“A mão de Deus”, Papa João Paulo II,<br />

Belém, Pará, 1980<br />

18<br />

19


Chico Buarque, Tom Jobim e Vinicius de Moraes<br />

no aniversário de 66 anos do poeta,<br />

Ipanema, Rio de Janeiro, 1979<br />

Carlos Drummond de Andrade,<br />

Copacabana, 1986<br />

20<br />

21


Alemanha X Argentina, final da Copa do Mundo,<br />

Maracanã, Rio de Janeiro, 2014<br />

Rainha Elizabeth II e Pelé,<br />

Maracanã, Rio de Janeiro, 1968<br />

22<br />

23


PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

ENSAIO<br />

IMPRESSO<br />

LUIZ BALTAR<br />

Fluxos<br />

Moro em Bonsucesso (zona norte do Rio de Janeiro) e trabalho em Botafogo (zona<br />

sul). Nesse percurso que cruza a cidade, passo horas dentro de ônibus. Diariamente.<br />

Aproveito o tempo para capturar, no meu celular, as imagens que passam.<br />

No formato expandido de panorâmicas. O congestionamento cria distorções:<br />

espaciais e temporais. Alteram distâncias e velocidades e acelerações. A própria<br />

cidade que observo se transforma no mesmo ritmo das cenas que passam pela janela.<br />

Esse movimento – por vezes, é não linear; por vezes, caótico; raramente, porém,<br />

retilíneo e uniforme. A maneira que encontrei para traduzir tudo isso em imagens<br />

foi buscar o caos, o ruído, a fragmentação, a quebra, a reconstrução, os múltiplos<br />

ângulos. Fotografias expandidas no formato de longos e sucessivos instantâneos.<br />

Na edição as imagens capturadas são divididas, achatadas, alongadas e repetidas<br />

como se fossem eventos no tecido espaço-temporal (quadridimensional) da<br />

relatividade. Quero falar com elas da experiência do percurso, da desordem<br />

urbana que me impressiona. Da beleza e decadência da cidade que se dissolve.<br />

Da velocidade que mistura os elementos visuais fazendo surgir, assim, ‘fantasmas’<br />

e ruídos inusitados.<br />

Sem título, 2015<br />

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Rodoviária, Rio de Janeiro, 2014<br />

Favela Metro Mangueira, Rio de Janeiro, 2015<br />

27<br />

30


Zona Portuária, Rio de Janeiro, 2015<br />

Bonsucesso, Rio de Janeiro, 2014<br />

31<br />

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Zona Portuária, Rio de Janeiro, 2015<br />

Avenida Brasil, Rio de Janeiro, 2013<br />

35<br />

38


PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

ENSAIO<br />

MULTIMEIOS<br />

MARLOS BAKKER<br />

Com o que sonham os peixes?<br />

Engarrafado no trânsito de São Paulo, pude observar, inúmeras vezes, um estado<br />

de ausência passageira que parece se apossar de quem está parado a minha<br />

volta. Em meio ao transe, os olhares se cruzam e, como se houvéssemos quebrado<br />

uma etiqueta urbana, o outro parece dividir comigo o mesmo desconforto em<br />

ser descoberto e se descobrir ali, de viver o presente, e a mesma vontade de se<br />

transportar para outro lugar, outro tempo... Assim, buscando surpreender o cotidiano<br />

que me cerca, decidi esconder uma câmera na parte de trás do meu carro e, graças<br />

a uma ligeira mudança de ponto de vista, tentar tornar visível uma realidade que se<br />

ocultava sob a aparência do comum. Passei a observar a atividade no interior dos<br />

carros que, como nossos pensamentos, parece se desenrolar num mundo paralelo.<br />

Dentro daquele confinamento, vidas são vividas – planos são feitos, sonhos são<br />

sonhados, emoções íntimas afloram – navegando-se de um lugar para outro, tanto<br />

geograficamente como psicologicamente. Porém, apesar da aparente privacidade,<br />

o que supostamente deveria nos envolver e acolher como um abrigo, na verdade<br />

se coloca mais como um palco a céu aberto, separado da plateia por uma fina<br />

membrana transparente, um mediador entre duas realidades. Através dos para-brisas<br />

esverdeados, como peixes num aquário, motoristas e passageiros têm suas vidas<br />

expostas e são observados sem se dar conta.<br />

Frame de um dos 12 vídeos de<br />

duração variada expostos<br />

simultaneamente em looping<br />

(aproximadamente 01’00” cada vídeo)<br />

41


Frame de um dos 12 vídeos de duração<br />

variada expostos simultaneamente em looping<br />

(aproximadamente 01’00” cada vídeo)<br />

Frame de um dos 12 vídeos de duração<br />

variada expostos simultaneamente em looping<br />

(aproximadamente 01’00” cada vídeo)<br />

42<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

BOLSA<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DE PROJETO<br />

DIRCEU MAUÉS<br />

[in]certa paisagem: imaginário<br />

de luz e prata<br />

“[in]certa paisagem: imaginário de luz e prata” pretende abordar a paisagem partindo<br />

de experimentações com quimigramas (pintura/desenho químico sobre material<br />

fotossensível): pura imaginação química investigando as possibilidades da paisagem<br />

entre a fotografia, o desenho e a pintura. Pretendo experimentar as possibilidades<br />

do quimigrama considerando as características de reação química dos materiais<br />

utilizados: químicos reveladores e fixadores sobre papel fotográfico velado. Nesse<br />

papel impregnado de luz e, portanto, carregado de uma incrível potência de sombra<br />

e escuridão: surgirá uma paisagem... com imaginário de luz e prata. Há sempre uma<br />

névoa encobrindo a certeza nas imagens, mesmo nas mais precisas. Neste projeto<br />

abordo a paisagem considerando esse jogo entre ficção e realidade que habita a<br />

névoa que encobre as imagens contemporâneas.<br />

Quimigrama, 2015<br />

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Quimigrama, 2015<br />

Quimigrama, 2015<br />

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Quimigrama, 2015<br />

Quimigrama, 2015<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

BOLSA<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DE PROJETO<br />

LEO CAOBELLI<br />

Acesso Permitido<br />

3H2B9843.jpg<br />

Ao finalizar “Postais”, minha pesquisa evoluiu para algo que se pode chamar de<br />

“arqueologia de hard drives”. O processo de apropriação que antes incluía visitas a<br />

feiras de pulgas e todo tipo de lojas de usados, agora se concentra em descobrir para<br />

onde vão todos os velhos discos rígidos depois de uma falha no computador ou devido<br />

à obsolescência programada. Nesse rastro identifiquei duas linhas metodológicas: local<br />

e global. A primeira se refere ao consumo de tecnologia no Brasil. Como na maioria dos<br />

países em desenvolvimento, o lixo tecnológico brasileiro fica em seu território e é coletado<br />

por trabalhadores informais conhecidos como “catadores”. Seu valor não está ligado a<br />

seus dados, mas a seu material: cobre, ferro, alumínio, imãs, etc. Depois de coletado por<br />

catadores, esse “e-waste” – junto a caixas de papelão, latinhas de alumínio, fios de cobre<br />

e toda sorte de recicláveis, vai para galpões de reciclagem em áreas periféricas de cidades<br />

como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Nessa primeira linha de investigação<br />

comecei a contatar esses galpões e seus proprietários, como William em Porto Alegre e<br />

Alemão Sucateiro em São Paulo. William é jovem, 22 anos, várias tatuagens pelos braços e<br />

rosto e se veste como um gangsta rapper, já Alemão tem 40 anos e poucas pretensões de<br />

carregar um estilo de moda. Em comum, além de conviverem com a pobreza dos galpões,<br />

eles têm a habilidade de se conectar à rede de catadores. Em ambos lugares comecei a<br />

comprar velhos HDs por seu peso (1 quilo = 3 reais) e passei também a entrevistar catadores<br />

e proprietários em um esforço para entender a trilha deixada pelas imagens presas nesses<br />

“drives”. O próximo passo foi o de criar uma máquina rodando um sistema operacional<br />

Linux (de código aberto e, por isso, evitando vírus) e iniciar o processo de recuperação<br />

de imagens através de softwares. O resultado é impressionante: férias, celebrações de<br />

família, graduação, retratos, paisagens, carros, trabalhos e muitas imagens de sexo.<br />

As fotografias latentes nesses HDs podem nos fazer entender muito além do lixo, elas<br />

podem nos apresentar aos grandes problemas contemporâneos da imagem: a falta de<br />

privacidade, a inabilidade para lidar com a tecnologia e o uso de tecnologia militar em nosso<br />

cotidiano (como reconhecimento facial). Na segunda linha temos o lixo tecnológico em<br />

escala global. O “e-waste” é rotineiramente exportado de países desenvolvidos para países<br />

em desenvolvimento, frequentemente violando termos de tratados internacionais. Inspeções<br />

em 18 portos europeus em 20<strong>05</strong> encontraram mais de 47% de lixo destinado à exportação,<br />

incluindo o chamado “e-waste”. Apenas o Reino Unido exportou ao menos 23.000 metros<br />

cúbicos de lixo eletrônico para Índia, África e China em 2003. Nos Estados Unidos se<br />

estima que entre 50 e 80% do lixo eletrônico coletado para reciclagem é exportado para<br />

os mesmos países. Para explorar o processo de globalização através do consumo de<br />

tecnologia e seu descarte, iniciei um processo de contato virtual com galpões e lixões na<br />

Nigéria, Gana e Índia. O método me permitiu entrevistar trabalhadores e proprietários,<br />

assim como comprar discos rígidos desses lugares. Em menos de duas semanas depois da<br />

compra recebi os primeiros HDs nigerianos e, após a recuperação de imagens, seu conteúdo<br />

era bastante similar com as fotografias brasileiras, porém sem a presença de nigerianos,<br />

apenas com retratos e cenas contendo brancos caucasianos europeus.<br />

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011_censored (1).jpg<br />

022.JPG<br />

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100_3153_censored (1).jpg<br />

077_censored (1).jpg<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

REVELAÇÃO<br />

LETICIA RANZANI<br />

Multidão densa de indivíduos<br />

próximos, mas subjetivamente<br />

separados<br />

“Multidão densa de indivíduos próximos, mas subjetivamente separados” é um<br />

estudo sobre o autorretrato e a encenação. Coletei por quase um ano descrições<br />

em perfis de sites de relacionamento, buscando mapear todas as formas como um<br />

eu pode existir e como muitas pessoas podem ser iguais, mas diferentes. É também<br />

a forma como um indivíduo se coloca esperando ser um alguém que um outro<br />

deseja. Acredito que cada descrição, além de uma projeção, é também uma forma<br />

de autorretrato, é ao mesmo tempo textual e fotográfico, pois ele lhe direciona<br />

a imaginar um indivíduo único e plural, criando assim uma série de camadas de<br />

personagem, que podem ser qualquer um, assim como o personagem de Luigi<br />

Pirandello em “Um, nenhum, cem mil”. Um homem em crise que se percebe sendo<br />

muitas pessoas diferentes, um para cada um, que ele se relaciona. O recorte que<br />

proponho são mulheres, entre 18 e 60 anos, onde é possível identificar questões de<br />

gênero, papel social da mulher, forma como ela se coloca para o mundo, percebendo<br />

diferenças culturais, classe social, interesse pessoal etc.<br />

Instalação de 3 x 0,91m.<br />

Impressão sobre papel.<br />

57


PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

BÁRBARA WAGNER<br />

Crentes e Pregadores<br />

“Crentes e Pregadores” busca investigar o fenômeno do crescimento das igrejas<br />

evangélicas no Brasil e a relação estreita do evangelismo com o que ficou conhecido<br />

como a “nova classe média” do país. Sugerindo soluções para a vida agora, e<br />

não para o depois, a maioria das organizações evangélicas se insere no centro da<br />

lógica imediatista do consumo e do empreendedorismo. Com atenção a diferentes<br />

representações de coletividade e individualismo nas ruas e nos templos, a série<br />

“Crentes e Pregadores” enreda relações entre terreiro, palco e altar, observando os<br />

gestos que se tornam indistintos tanto na esfera do popular como do pop.<br />

Crentes e Pregadores, 2014<br />

66<br />

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Crentes e Pregadores, 2014 Crentes e Pregadores, 2014<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

DIEGO LAJST<br />

No dia 22 de outubro de 2015, o edifício do Lyceé Jean-Quarré, no norte de Paris,<br />

teve todos os seus moradores realocados para abrigos da cidade. Eram cerca de 1300<br />

imigrantes que habitavam as salas de aula dessa escola desativada, a grande maioria<br />

homens africanos refugiados. Estive em Paris algumas semanas antes, com o intuito<br />

de fazer alguns retratos dessas pessoas.<br />

Depois de várias negativas desconfiadas, conversei com um ou dois que falavam<br />

algumas palavras de francês ou inglês e descobri que muitos precisavam de fotos<br />

para documentos, para poderem dar entrada em seus pedidos de asilo. Acabei<br />

fazendo então as duas coisas: de cada um, tirava um retrato “para mim” e um<br />

3x4 “para ele”. Uma fila de homens da Eritreia e do Sudão se formou, dezenas de<br />

refugiados que queriam conseguir abrigo no continente europeu. Mais tarde, olhando<br />

as fotografias e tentando entender o que era este trabalho, percebi que as imagens<br />

mais interessantes na verdade eram as deles e não as minhas, pois naquelas havia<br />

muito mais significado: as fotografias 3x4 transparecem a enorme necessidade que<br />

têm esses homens de se sentirem legitimados.<br />

A foto-documento ganha ainda mais importância para aquele que sai de sua terra<br />

natal em busca de uma nova realidade; é o primeiro passo para que ele passe a<br />

existir nesse novo contexto. Mais do que simples registro, a fotografia se transforma<br />

em ferramenta de sobrevivência. Há, nesse gesto, uma dupla apropriação: enquanto<br />

o fotógrafo, em seu “olhar para o outro”, sente o ímpeto de apresentá-los ao mundo,<br />

estes homens, personagens da maior onda imigratória dos últimos tempos, precisam<br />

também do fotógrafo para se tornarem cidadãos.<br />

Sem título, 2015<br />

70<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

EDU SIMÕES<br />

Clichê/Rio<br />

O Rio de Janeiro está entre as cidades mais fotografadas no mundo e é,<br />

seguramente, a mais pródiga na produção de clichês visuais de si mesma. O Cristo,<br />

o Pão de Açúcar, Copacabana, o corpo dos meninos ou das mulheres seminuas,<br />

miríades de pôr do sol e outras tantas fórmulas visuais que, de tanto serem repetidas,<br />

tornam-se uma quase realidade. Sabemos que a reprodução destes clichês é um dos<br />

maiores medos de todo fotógrafo sério. Para minha própria surpresa, foi justamente<br />

em busca destes clichês que me veio a ideia de reunir, em 2015, as imagens para<br />

esse ensaio. O resultado é um clichê sem clichês, já que as imagens não seguem<br />

os padrões usuais desse tipo de fotografia, tão amplamente difundido e turbinado<br />

ao extremo pelo império das redes sociais. Ao perseguir e divergir, a um só tempo,<br />

da ideia do clichê fotográfico, o trabalho acaba por propor uma sutil conversa sobre<br />

como nos representamos e criamos pequenas utopias para viver em algumas cidades.<br />

Para fazer este trabalho, contei com a involuntária ajuda de seis escritores: Clarice<br />

Lispector, Carlos Heitor Cony, Rubem Braga, Millôr Fernandes, Carlos Drummond de<br />

Andrade e Machado de Assis. As imagens reunidas para esse ensaio foram feitas<br />

entre os anos 2002 e 2012, inicialmente para uma publicação especializada em<br />

literatura brasileira.<br />

Sem título, 2015<br />

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Sem título, 2015<br />

Sem título, 2015<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

LIGIA JARDIM<br />

Branca Branca<br />

“Branca Branca” trata-se de um ensaio desenvolvido em 2015 (composto por quatro<br />

trípticos) com a intenção de mostrar o tempo, o espaço das coisas e do afeto, assim<br />

como as relações transitórias, efêmeras na paisagem da memória. O ensaio fotográfico<br />

foi realizado quando precisei despedir-me da casa da minha avó. Os objetos –<br />

protagonistas nesse espaço de ausência – que para ela tinham uma história carregada<br />

de significados, passaram a ser em mim a concretude da lembrança dela, da minha<br />

infância, dos almoços de domingo. Como guardar esse espaço de 230m² repleto de<br />

memórias (objetos, ângulos, perfumes, brincadeiras e fotos) em um território afetivo?<br />

Como preencher a ausência pela fotografia? Quando era criança, esse lugar era<br />

enorme. Conforme fui crescendo, foi diminuindo e se tornaria vazio. Uma despedida<br />

que transforma o início (ou afirmação, constatação) da vida adulta.<br />

Tríptico 02, detalhe<br />

78<br />

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Tríptico 02<br />

Tríptico 02<br />

81<br />

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PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

RICARDO NEVES<br />

Asfixia<br />

A paisagem da cidade reflete as relações sociais que nela se estabelecem.<br />

Questões como a opressão, o bullying e a privação das liberdades também aparecem<br />

na arquitetura que nos é mostrada, mas, como na sociedade, nem sempre é vista.<br />

A cidade verticalizou-se não observando recuos ou espaços que permitissem a<br />

respiração das construções. Restam, em vários locais, edificações muito altas<br />

comprimindo outras mais baixas. Para o observador mais atento da paisagem, fica<br />

a sensação de asfixia dos prédios menores, que são privados da luz e do ar a que<br />

teriam acesso se não estivessem nesta condição. Mas, como se formou o panorama<br />

atual? O menor lá estava e foi emparedado pelos maiores? Ou isto aconteceu<br />

paulatinamente, primeiro um e, como não houve reação, veio o outro? Ou ainda, os<br />

maiores lá estavam e o pequeno entre eles chegou, por ser melhor estar ali do que<br />

em lugar nenhum?<br />

Frame do vídeo gerado a partir de<br />

animação com fotografias digitais<br />

85 86<br />

87


Frame do vídeo gerado a partir de<br />

animação com fotografias digitais<br />

Frame do vídeo gerado a partir de<br />

animação com fotografias digitais<br />

88<br />

89


PRÊMIO BRASIL<br />

FOTOGRAFIA<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

THELMA VILAS BOAS<br />

Galáxia Imaginativa<br />

“Galáxia Imaginativa” se trata de um cubo oco, revestido de papel preto e com<br />

um arco voltaico no seu interior. Instalado em uma sala escura onde os visitantes<br />

colaboram para construção de uma constelação de signos perfurando o papel<br />

com agulhas de maneira que a dispersão dos raios UV seja liberado por diminutos<br />

orifícios, chegando aos papéis salgados que estão dispostos nas paredes ao redor do<br />

cubo. Com o tempo a prata iluminada se oxida, mapeando aos poucos este homem,<br />

seu tempo e seus signos. Sais de prata se oxidam mais que outros a depender<br />

do tempo que estão expostos à luz, porém não será interrompido este processo e<br />

tampouco fixada uma imagem final. Os papéis saturam-se na oxidação. A imagem<br />

enegrecerá com o tempo. Os bastões de carbono do arco voltaico se pulverizam até<br />

serem totalmente consumidos. Não há mais luz, não há mais dispersão de energia,<br />

não há mais representação.<br />

Galáxia Imaginativa, detalhe<br />

90<br />

91


Galáxia Imaginativa, instalação<br />

92<br />

93


RESUMOS<br />

BIOGRÁFICOS<br />

95


Evandro<br />

Teixeira<br />

(SANTA INÊS – 1935)<br />

Nasceu na cidade baiana de Santa Inês<br />

(ou em Irajuba, segundo outras versões),<br />

em 1935, iniciando sua carreira<br />

jornalística em 1958, em O Diário de<br />

Notícias, em Salvador, transferindose<br />

depois para o Diário da Noite (do<br />

grupo dos Diários Associados, de Assis<br />

Chateaubriand), na cidade do Rio de<br />

Janeiro, onde se radicou e mora até hoje.<br />

Em 1963, ingressou no Jornal do Brasil,<br />

onde se tornou uma figura mítica do<br />

fotojornalismo nacional. Trabalhou<br />

no JB durante 47 anos, deixando o<br />

jornal apenas em 2010, quando este<br />

interrompeu a circulação impressa para<br />

se concentrar apenas na edição on line.<br />

Extremamente versátil, destacou-se em<br />

diversos campos da cobertura jornalística,<br />

desde os temas políticos até a fotografia<br />

de esporte. Entre os momentos marcantes<br />

de sua carreira figuram a cobertura da<br />

chegada do general Castello Branco<br />

ao Forte de Copacabana durante o<br />

golpe militar de 1964, a repressão ao<br />

movimento estudantil no Rio de Janeiro,<br />

em 1968, e a queda do governo Salvador<br />

Allende, no Chile, em 1973; assim como<br />

a cobertura de diversos Jogos Olímpicos<br />

e Copas do Mundo. É autor dos livros:<br />

Fotojornalismo (1983); Canudos 100 anos<br />

(1997); e 68 destinos: Passeata dos 100<br />

mil (2008), sobre integrantes da celebrada<br />

manifestação de protesto à Ditadura<br />

Militar, que Evandro fotografou quatro<br />

décadas mais tarde.<br />

Fonte: http://www.funarte.gov.br/<br />

brasilmemoriadasartes/acervo/infoto/<br />

biografia-de-evandro-teixeira/<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Especial em 2015.<br />

Fotógrafo documentarista formado pela<br />

Escola de Belas Artes/UFRJ e Escola de<br />

Fotógrafos Populares, Luiz Baltar acredita<br />

na fotografia como forma de expressão<br />

ativista e crítica, daí sua busca em<br />

estabelecer um diálogo entre fotografia<br />

e questões sociais, sobretudo no que diz<br />

respeito ao olhar sobre a cidade.<br />

Em 2009, começa a fotografar o<br />

cotidiano, o processo de remoções<br />

forçadas e as ocupações militares em<br />

diversas comunidades e favelas do Rio<br />

de Janeiro. Os temas centrais de seus<br />

projetos autorais e documentações<br />

fotográficas são território, cultura e<br />

direito à cidade, com particular interesse<br />

em movimentos sociais, mobilidade<br />

urbana e direito à moradia. Colabora com<br />

publicações impressas e eletrônicas,<br />

no Brasil e no exterior, através de fotos<br />

e matérias sobre direitos humanos.<br />

Atualmente é fotógrafo do Programa<br />

Imagens do Povo, agência fotográfica<br />

e centro de documentação e pesquisa<br />

situada no conjunto de favelas da Maré,<br />

Rio de Janeiro. Participa também do<br />

coletivo Favela em Foco e dos projetos<br />

Tem Morador e Folia de Imagens.<br />

Participou do curso da Escola de<br />

Fotógrafos Populares/Imagens do Povo,<br />

Workshop “Território de Encontros” com<br />

Tiago Santana; Workshop “Light painting”<br />

com Renan Cepeda; Curso de Capacitação<br />

“Fotografia, Arte e Mercado”; Workshop<br />

sobre edição com David Alan Harvey;<br />

Workshop de fotografia documental<br />

“Bem Querer” com João Roberto Ripper;<br />

“Entre documento e arte” com Daniella<br />

Géo no Parque Lage; Workshop “Câmera<br />

e Atitude Artística” com Rodrigo Braga;<br />

Workshop “Exercícios de Edição –<br />

Narrativas Visuais além do Fotolivro” com<br />

Walter Costa no Laura Alvim; Workshop<br />

“10 Motivos para continuar fotografando”<br />

com Mauricio Lissovsky, no Paraty em<br />

Foco 2015; “Fotografia Contemporânea:<br />

da teoria à prática” com Marco Antônio<br />

Portela; Pós-graduação Fotografia e<br />

Imagem IUPERJ. Teve trabalhos nas<br />

exposições individuais “Manguinhos<br />

Registros de Identidade e Consciência”,<br />

na Universidade do Estado do Rio de<br />

Janeiro – UERJ e Fluxos ARTE PARÁ 2015<br />

no Museu do Estado do Pará (MEP). Tem<br />

fotografias incorporadas ao acervo do<br />

Museu de Arte Moderna do Rio (MAM).<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Ensaio Impresso em 2015.<br />

Luiz<br />

Baltar<br />

(Rio de Janeiro – 1967)<br />

96<br />

97


Marlos<br />

Bakker<br />

(Rio de Janeiro – 1971)<br />

Interessando-se agudamente pela<br />

fotografia através do curso de Desenho<br />

Industrial – Comunicação Visual,<br />

na UFRJ, Marlos Bakker realizou,<br />

posteriormente, cursos de foto, pintura,<br />

desenho e história da arte na Scuola<br />

Lorenzo de’ Medici, em Florença, e na<br />

UCLA, em Los Angeles, cidades onde<br />

morou antes de se mudar para São Paulo.<br />

Seus projetos, ou “safáris fotográficos”,<br />

procuram observar a sociedade através<br />

do indivíduo, investigando o que<br />

acontece em momentos banais ou, ainda,<br />

o que acontece quando nada acontece.<br />

Dessa maneira, o artista pretende<br />

entrar em contato com o invisível do<br />

cotidiano, aquilo que não deveria ser<br />

visto ou chamar a atenção, seja por sua<br />

trivialidade, seja por ser inapropriado<br />

olhar por muito tempo. Ainda, seus<br />

temas tangenciam a vigilância na<br />

sociedade contemporânea e as bolhas<br />

de privacidade que ainda nos restam,<br />

em meio à mesma sociedade que cada<br />

vez mais valoriza a autoexposição. Foi<br />

finalista dos prêmios Conrado Wessel<br />

(2014 e 2013), Diário Contemporâneo<br />

de Fotografia (2014), Descubrimientos<br />

PHotoEspaña (2015 e 2013), 39º Salão<br />

de Arte de Ribeirão Preto Nacional-<br />

Contemporâneo (2014), Transatlántica<br />

PHotoEspaña AECID (2013), além de<br />

premiado com uma bolsa para participar<br />

da Bienal Fotofest 2014 em Houston.<br />

Também teve ensaio que fez parte da<br />

seleção oficial PhotoEspaña 2014.<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Ensaio Multimeios em 2015.<br />

Mestre em Artes Visuais pelo Programa<br />

de Pós-graduação em Arte do Instituto<br />

de Artes da UnB na linha de pesquisa<br />

Poéticas Contemporâneas, Brasília<br />

(2015), e bacharel em Artes Plásticas<br />

também pela Universidade de Brasília<br />

(2013), Dirceu Maués foi repórter<br />

fotográfico nos grandes jornais impressos<br />

de Belém do Pará (1997/2008) e desde<br />

2004 desenvolve trabalho autoral nas<br />

áreas de fotografia, cinema e vídeo,<br />

tendo como base pesquisas com a<br />

construção de câmeras artesanais e<br />

utilização de dispositivos precários.<br />

Tem experiência na área de Artes, com<br />

ênfase em Artes Plásticas, atuando<br />

principalmente em fotografia, vídeoinstalação<br />

e intervenção urbana,<br />

expondo no Brasil e no exterior. Em<br />

2009 foi artista residente pelo programa<br />

Rumos Itaú Cultural em Künstlerhaus<br />

Bethanien/Berlim. Em 2011, participou<br />

como artista convidado da 16ª Bienal de<br />

Cerveira, em Portugal, e do 17º Festival<br />

Internacional de Arte Contemporânea<br />

SESC_Videobrasil, onde recebeu prêmio<br />

de Residência em WBK – Vrije Academie<br />

– Haia, Holanda. Seus trabalhos fazem<br />

parte dos seguintes acervos: Coleção<br />

Pirelli-Masp de Fotografia, Coleção<br />

FNAC, Festival Internacional de Arte<br />

Contemporânea SESC_Videobrasil, MAC<br />

– PR (Museu de Arte Contemporânea<br />

do Paraná), MARP (Museu de Arte de<br />

Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi),<br />

MEP (Museu do Estado do Pará), Coleção<br />

Joaquim Paiva e Coleção Rubens<br />

Fernandes Jr.<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Bolsa de Desenvolvimento de Projeto<br />

em 2015.<br />

Dirceu<br />

Maués<br />

(Belém – 1968)<br />

98<br />

99


Leo<br />

Caobelli<br />

(Pelotas – 1980)<br />

Jornalista graduado pela PUCRS,<br />

pós-graduado em Fotografia pela FAAP<br />

e mestrando em Poéticas Visuais<br />

pela UFRGS, Leo Caobelli dedica-se,<br />

desde 2000, ao estudo da linguagem<br />

audiovisual. De 2006 a 2009 trabalhou<br />

como fotógrafo no jornal Folha de São<br />

Paulo. Ex-membro do coletivo Garapa,<br />

atualmente é professor na Escola de<br />

Fotografia Fluxo. Já teve trabalhos<br />

expostos em galerias dos EUA, Espanha,<br />

Portugal, Argentina, Equador, México,<br />

Colômbia, além de diversas cidades<br />

do Brasil, destacando-se: A Margem –<br />

Mês da Fotografia, Museu de Arte de<br />

Blumenau; Ficção Geográfica – ZIP’UP /<br />

Zipper Galeria, São Paulo; As Câmeras<br />

Duplas de Guto Lacaz – Galeria Mario<br />

Schenberg / Funarte, São Paulo;<br />

Calma – I FotoBienalMASP, Museu de<br />

Arte de São Paulo; Mulheres Centrais<br />

– Galeria Emma Thomas, São Paulo;<br />

Deslocamentos, Circuito Vivo arte.mov<br />

– Paço das Artes, São Paulo; O Muro,<br />

E.Co – National Hispanic Cultural Center,<br />

Albuquerque, EUA.<br />

Artista visual que trabalha com<br />

diferentes mídias, incluindo fotografia,<br />

Letícia Ranzani é bacharel em Artes<br />

Plásticas pela Universidade Estadual<br />

de Campinas (UNICAMP) e tem uma<br />

especialização em Fotografia pelo Centro<br />

Universitário SENAC, ambas no Brasil.<br />

Vive e trabalha em São Paulo.<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Revelação em 2015<br />

Leticia<br />

Ranzani<br />

(Manaus – 1980)<br />

Recebeu bolsas e prêmios, destacandose<br />

Bolsa ZUM/IMS de desenvolvimento<br />

fotográfico; X Prêmio Funarte Marc<br />

Ferrez de Fotografia; III Prêmio Diário<br />

Contemporâneo de Fotografia; XII Prêmio<br />

Funarte Marc Ferrez de Fotografia;<br />

Prêmio Alcir Lacerda (Torre Malakoff);<br />

Prêmio Rede Nacional Funarte de Artes<br />

Visuais; Prêmio FACRS Audiovisual.<br />

Recebeu o Prêmio Brasil Fotografia<br />

Bolsa de Desenvolvimento de Projeto<br />

em 2015.<br />

100<br />

101


Bárbara<br />

Wagner<br />

(Brasília – 1980)<br />

Jornalista e fotógrafa, Bárbara Wagner<br />

é mestre em Artes Visuais pelo Dutch<br />

Art Institute (2011). Desenvolve uma<br />

prática artística e documental voltada<br />

para a representação do ‘corpo popular’<br />

e suas estratégias de subversão<br />

e visibilidade entre os campos da<br />

cultura pop e da tradição. Trabalha em<br />

colaboração com o artista Benjamin<br />

de Burca (Munique, 1975) desde 2011,<br />

com o qual participou do 33º Panorama<br />

de Arte Brasileira no Museu de Arte<br />

Moderna de São Paulo, da 4ª Bienal de<br />

Arte Contemporânea do Oceano Índico,<br />

da 36ª Bienal da Irlanda, do 6º Festival<br />

de Arte Contemporânea da Letônia e<br />

do Programa de Exposições do Centro<br />

Cultural São Paulo em 2014. Em 2015,<br />

participou da 5ª edição do Prêmio CNI<br />

SESI SENAI Marcantonio Vilaça. Vive e<br />

trabalha entre Recife e Berlim.<br />

Recebeu Menção Honrosa no Prêmio<br />

Brasil Fotografia Revelação em 2015.<br />

Filho de uma argentina com um<br />

brasileiro, Diego Lajst graduou-se<br />

bacharel em Fotografia pelo SENAC em<br />

2004. Lecionou Fotografia na Faculdade<br />

de Arquitetura e Urbanismo Escola<br />

da Cidade, em São Paulo, ao lado da<br />

fotógrafa gaúcha Avani Stein. Pertence<br />

ao coletivo Galeria Experiência,<br />

com o qual participou de exposições<br />

internacionais de fotografia, como<br />

o PhotoEspanha “Geração 00”, no<br />

SESC Belenzinho. Entre as principais<br />

exposições (pelo coletivo Galeria<br />

Experiência) estão: “Fotodocumental”<br />

– Quito – Equador; “The Flâneur- The<br />

Dwelling Place of the Collective”-<br />

Collectives Encounter (Derby, UK);<br />

“Histórias de Mapas, Piratas e<br />

Tesouros – Fórum latino-americano de<br />

Fotografia” – Itaú Cultural – São Paulo;<br />

Coletiva “Incompletudes” – Galeria<br />

Virgílio – São Paulo.<br />

Recebeu Menção Honrosa no Prêmio<br />

Brasil Fotografia em 2015.<br />

Diego<br />

Lajst<br />

(São Paulo – 1983)<br />

102<br />

103


Edu<br />

Simões<br />

(São Paulo – 1956)<br />

Iniciando sua carreira como<br />

fotojornalista em 1976, Edu Simões foi<br />

fotógrafo da agência F4, editor adjunto<br />

de fotografia da revista IstoÉ e editor<br />

de fotografia das revistas Goodyear,<br />

República e Bravo. É autor do livro<br />

“Amazônia”, publicado em 2012.<br />

Participou como fotógrafo de toda a<br />

série Cadernos de Literatura Brasileira,<br />

do Instituto Moreira Salles.<br />

Participou de diversas exposições no<br />

Brasil e no exterior, destacando-se:<br />

FotoRio (RJ) Maison Européenne de<br />

la Photographie (Paris “Eu Tenho um<br />

Sonho”, exposição a céu aberto na<br />

Favela da Rocinha (RJ); “Clichê/Rio”,<br />

na Galeria Marcelo Guarnieri, SP. Suas<br />

fotos estão nas coleções do MASP<br />

(SP), MIS (SP), MAM (SP), Pinacoteca<br />

do Estado de São Paulo, MAB-FAAP<br />

(SP), Instituto Figueiredo Ferraz (SP),<br />

Conselho Mexicano de Fotografia<br />

e também no acervo da Maison<br />

Européenne de la Photographie (Paris).<br />

Recebeu os prêmios Vladimir Herzog<br />

de Anistia e Direitos Humanos, Marc<br />

Ferrez, JP Morgan, Abril, Aberje e<br />

também a Bolsa Vitae.<br />

Formada pela FAAP em licenciatura<br />

de Educação Artística, e pós-graduada<br />

em Fotografia Aplicada no Senac 2014,<br />

Ligia Jardim faz aulas com Alexandre<br />

Belém e Georgia Quintas. Trabalha na<br />

área de artes cênicas desde 1999 e<br />

participa na Mostra Internacional de<br />

Teatro de São Paulo.<br />

Entre suas exposições estão: “6 anos<br />

de Mosaico Teatral” na Casa das Rosas<br />

(SP); “En Cena” no Viga Espaço Cênico;<br />

e “Saltos” no Sesc Santana (SP).<br />

Recebeu Menção Honrosa no<br />

Prêmio Brasil Fotografia em 2015.<br />

Ligia<br />

Jardim<br />

(São Paulo – 1971)<br />

Recebeu Menção Honrosa no Prêmio<br />

Brasil Fotografia em 2015.<br />

104<br />

1<strong>05</strong>


Ricardo<br />

Neves<br />

(Alegrete – 1967)<br />

Formado em Fotografia pela ESPM<br />

– Escola Superior de Propaganda<br />

e Marketing e diversos cursos de<br />

artes visuais, Ricardo Neves realizou<br />

exposições individuais e coletivas no<br />

Brasil e na Rússia, com destaque para<br />

a exposição individual na Galeria dos<br />

Arcos da Usina do Gasômetro em Porto<br />

Alegre. Foi selecionado no Fotograma<br />

Livre do 8º Festival Internacional de<br />

Fotografia de Porto Alegre e convidado<br />

do 7º Festival Internacional de Fotografia<br />

PHOTOVISA (Rússia). É instrutor no<br />

curso “Fotografia: uma Janela” para<br />

crianças na faixa de 11 anos em Porto<br />

Alegre – RS.<br />

Recebeu Menção Honrosa no Prêmio<br />

Brasil Fotografia em 2015.<br />

Thelma Vilas Boas vive e trabalha no<br />

Rio de Janeiro. Sua formação passa<br />

por duas pós-graduações, uma em Arte<br />

e Filosofia pela PUC-Rio (Rio Janeiro)<br />

e outra em Cinema Documentário pela<br />

Fundação Getúlio Vargas (São Paulo).<br />

Também fez Núcleo Permanente em<br />

Linguagem Fotográfica na Oficina<br />

Cultural Oswald de Andrade (São<br />

Paulo), Paul Hill School of Black and<br />

White Photography, Photography,<br />

Peak National Park (Inglaterra) e Sir<br />

John Cass College of London, Fine Art<br />

Photography (Londres).<br />

Tem seu trabalho construído pelo<br />

estudo da experiência e uso do ritual<br />

da luz dentro de espaços construídos.<br />

Através de imagens transmitidas por<br />

luz, questiona como a humanidade<br />

foi introduzida à possibilidade de<br />

representações. Seus desenhos,<br />

instalações, filmes, fotografias, aparatos<br />

eletrônicos e performances exploram as<br />

percepções humanas e sua memória,<br />

apresentando movimentos ópticos<br />

efêmeros que desencadeiam e reforçam<br />

outros modos de pensamento, formas de<br />

representação e sistemas de crenças.<br />

Thelma<br />

Vilas Boas<br />

(São Paulo – 1967)<br />

Entre suas principais mostras estão:<br />

Galeria Mezanino – São Paulo<br />

(individual), MuBE, MASP, CCCB<br />

Barcelona, Casa das Rosas, MAM SP,<br />

MIS SP, V Bienal do Recôncavo Baiano<br />

em São Félix, Paço Imperial RJ, entre<br />

outras. Recebeu prêmios como Melhor<br />

curta-metragem Fundação Getúlio<br />

Vargas Cinema Documentário (2011) e<br />

Melhor fotógrafo prêmio Abit (2000).<br />

Recebeu Menção Honrosa no Prêmio<br />

Brasil Fotografia em 2015.<br />

106<br />

107


FICHA<br />

TÉCNICA<br />

109


ESPAÇO CULTURAL PORTO SEGURO<br />

Diretor Geral<br />

Marco Rangel<br />

Diretor Projetos Culturais<br />

Marco Griesi<br />

Diretora Executiva<br />

Ângela Barbour<br />

Coordenador de Produção<br />

Rodrigo Lourenço<br />

Produtores<br />

Rodrigo Vitulli<br />

William Keri<br />

Coordenadora de Comunicação<br />

Mariana Nobre<br />

Coordenadora de Operações<br />

Carolina Teixeira<br />

Assistente de Operações<br />

Karuane Portela<br />

Assessoria de Imprensa<br />

Adriana Balsanelli<br />

Conteúdo e Redes Sociais<br />

Leonardo Miranda<br />

Coordenador do Ateliê Experimental<br />

Nori Figueiredo<br />

Instrutora Supervisora<br />

Mayara Polizer<br />

Instrutor do Ateliê<br />

Rodrigo Lobo<br />

Coordenadora do PORTOFABLAB<br />

Juliana Henno<br />

Instrutores de Laboratório<br />

Vinícius Juliani<br />

Tiago Pessoa<br />

Recepcionistas<br />

Bruna Dias<br />

Marta Quintelhano<br />

Thais Ohtsuka<br />

Administrativo A Cultural<br />

Deise Concetto<br />

Assessoria Jurídica<br />

Marisa Tomazela<br />

Financeiro<br />

Natacha Mendonça<br />

Criação<br />

Fabio Montesanti<br />

Kelson Spalato<br />

Pedro Cury<br />

Gerente de Facilities<br />

Fabiano Ribeiro<br />

Coordenação de Manutenção<br />

Valdeci Bernardo<br />

Equipe de Manutenção<br />

Valter Bonfim<br />

Lena Silva<br />

Luís Claudio Soares<br />

Rogério Cláudio<br />

Tiago dos Reis<br />

Ueriston Santos<br />

Alla Cesar<br />

Heitor Fernando<br />

Bilheteria<br />

Alice Carvalho<br />

Deise Silva<br />

Atendentes Receptivos<br />

David Oliveira<br />

Inara Vechiana<br />

Lucas Ludovic<br />

Ravana Espíndola<br />

Marcelo Nascimento<br />

Seguranças<br />

Daniel Kennedy<br />

Ezequiel Rocha<br />

Gladstone Lima<br />

Lucas Alves<br />

Seleção/Treinamento<br />

N&D Service<br />

Coordenadora do Educativo<br />

Talita Sousa Pedrosa Paes<br />

Supervisora do Educativo<br />

Maria Ferreira da Silva<br />

Educadores<br />

Camila Cristina Lazzarini<br />

Camila Yumi Nagamori de Barros<br />

Gabriel Edeano<br />

Ilda Andrade<br />

João Claro Frare<br />

Raquel Magalhães<br />

Rodrigo Oliveira<br />

Sandra Brito<br />

Vitor Yugo Katanosaka<br />

PrÊmio Brasil fotografia<br />

Conceituação<br />

Cildo Oliveira<br />

Realização<br />

Manuseio Montagem e Produção<br />

Cultural Ltda.<br />

Patrocínio<br />

Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais<br />

Apoio<br />

VN Comunicação<br />

PrÊmio Brasil Fotografia<br />

edição 2015<br />

Curadoria<br />

Cildo Oliveira<br />

Coordenação de Produção<br />

Mario Bibiano<br />

Produção<br />

Paula Dias<br />

Assistentes de Produção<br />

Aline Matos<br />

Greta Iannicelli<br />

Leticia Vasconcellos<br />

Coordenação de Comunicação<br />

Nina Vieira<br />

Consultoria de Informática<br />

Renan Andrews<br />

Identidade Visual e Design Gráfico<br />

Luiz Dominguez<br />

Desenvolvedora Web<br />

Unius Multimídia<br />

Montagem<br />

Manuseio Montagem e Produção Cultural Ltda.<br />

Projeto Expográfico<br />

Eduardo Silva<br />

Assessoria de Imprensa<br />

VN Comunicação<br />

Revisão de Textos<br />

Arminda Jardim<br />

Ação Educativa<br />

Espaço Cultural Porto Seguro<br />

Contabilidade<br />

Carvalho Ramos<br />

Assessoria Jurídica<br />

Pedro Mastrobuono<br />

www.premiobrasilfotografia.com.br<br />

Este produto foi confeccionado com recursos<br />

da lei federal de incentivo à cultura e deverá ser<br />

destinado, obrigatoriamente, à distribuição gratuita.<br />

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