Revista Marcha News XXX

Artigo Técnico
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo expor os sinais
clínicos, fatores predisponentes, métodos diagnósticos,
diagnósticos diferenciais, tratamentos e manejos
preventivos da (SRE). Portanto, discutir sobre um assunto
de suma importância na medicina esportiva dos eqüinos
que é a Síndrome de Rabdomiólise Eqüina.
O cavalo é um animal que representa 60 milhões
de anos de evolução. Ao longo desse tempo, ele
desenvolveu habilidade e características físicas para
chegar à sua forma atual. Essa evolução ocorreu
devido ao fato do cavalo ser um animal que percorre
grandes distâncias em busca de água e alimento, além
de ter sido sempre uma presa, e não um predador.
Com essas características naturais, teve um grande
desenvolvimento em seu sistema musculoesquelético,
que é constituído de aproximadamente 75% de água,
18 a 22% de proteína, 1% de carboidratos, 1% de sais
minerais e um teor lipídico variável. Dependendo da
raça e do tipo, calcula-se que entre 44 a 53% do peso
vivo de um eqüino adulto de 500 kg, corresponda a
músculo .
O cavalo atleta atual desenvolve diversas
atividades esportivas, que exigem uma performance
superior em razão das exigências competitivas cada
vez maiores. O estresse a que são submetidos, através
de um treinamento rigoroso e na maioria das vezes
incorreto, nem sempre oferece os resultados desejados,
aumentando consideravelmente o aparecimento
de patologias e lesões musculares relacionadas às
atividades esportivas
A Síndrome da Rabdomiólise Eqüina (SRE) é o termo
atual mais apropriado, do ponto de vista patológico,
para denominar doenças associadas ao exercício,
tais como, mioglobinúria paralítica, rabdomiólise por
esforço, azotúria, mal da segunda-feira, miosite ou
síndrome do cavalo atado .
A SRE é um processo inflamatório que acomete o
tecido muscular de eqüinos que foram submetidos a
esforços físicos após ficarem em repouso por longos
períodos, sendo alimentados com rações ricas em
carboidratos . É uma enfermidade que acomete animais
de qualquer raça, idade, sexo, sem sazonalidade e
consiste em uma degeneração das fibras musculares
estriadas que ocorre após exercício, sendo a desordem
mais comum que ocorre principalmente eqüinos atletas .
SINAIS CLÍNICOS
Os sinais clínicos da doença podem variar em
severidade, desde uma ligeira rigidez ou encurtamento
do passo até uma incapacidade total de movimentação,
podendo até levar o animal ao decúbito, em alguns
casos graves o animal se desloca assemelhando a um
quadro de laminite .
Durante o exercício, os cavalos podem desenvolver,
além de um andar curto e rígido, suor profuso, freqüência
cardíaca e respiratória elevada, desidratação e
hipertermia. Terminado o exercício, estes apresentam
relutância em se movimentar devido à ocorrência
de disfunção e cãibras musculares. Freqüentemente
adquirem posição de urinar, sendo que em casos mais
severos pode-se observar presença de mioglobinúria .
Na palpação, os músculos apresentam-se tumefeitos
e firmes e o animal bastante dolorido, sendo o dano
muscular encontrado bilateralmente afetando os
músculos da garupa.
Uma revisão relata que 38% das ocorrências
acontecem após exercício retornando para casa ou
durante o descanso após o trabalho. Em um total de 54,5%
os sintomas ocorrem durante o trabalho, 4% ocorrem
dentro dos alojamentos, 16% dos sinais ocorreram com
trabalho leve e 9,5% durante o aquecimento.
Animal com relutância ao andar.
Sinal clinico de Rabidomiolise e outras afecções.
Marcha News - Setembro - 2016 127