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Infinita - Jodi Meadows

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Estávamos encurralados no banheiro.<br />

Dei um passo para trás e deixei que Sam bloqueasse a entrada.<br />

— As almasnovas representam a ordem natural das coisas — começou ele. — Os<br />

outros animais nascem, vivem e morrem definitivamente. Nunca parou para pensar<br />

que o que acontece conosco é que é uma aberração?<br />

— As almasnovas são um insulto a Janan. Ele nos criou. Ele nos deu a imortalidade.<br />

E, em pouco tempo, Janan irá retornar para recompensar os fiéis. Ele irá ascender. E os<br />

fiéis ascenderão junto com ele.<br />

Meuric não achava isso. Estava convencido de que precisava da chave do templo<br />

para sobreviver à Noite das Almas.<br />

Abstraí dos argumentos do Mat e me concentrei nos itens do banheiro do Sam.<br />

Xampu, sabonete, analgésicos. Desejei estar com meu DCS — assim poderia ligar para<br />

alguém pedindo ajuda —, mas tanto o meu quanto o do Sam estavam lá embaixo.<br />

— Ana nunca lhe fez nenhum mal — disse Sam. — Nem as outras almasnovas.<br />

Gaze. Analgésicos. Pomada para cortes e queimaduras. Se a camisola tivesse bolsos,<br />

eu teria pego a pomada, pois o plano que estava começando a se formar em minha<br />

mente envolvia ir lá para fora.<br />

— Elas nasceram — retrucou Mat. — E substituíram as almas antigas. As almas de<br />

verdade. Elas tomam o que não é delas. A vida. Chaves.<br />

De repente, lembrei quem era Mat. O homem que me atacara ao sair do templo.<br />

Fora ele quem roubara a chave e a entregara a Deborl.<br />

— Isso precisa parar. Sinto muito, Dossam. Não tenho problema nenhum com<br />

você, mas a Ana tem que morrer.<br />

Sapólio. Peguei o tubo de sapólio e desatarraxei a tampa no exato momento em<br />

que Mat empurrou Sam para o lado e apontou a arma. A luz de mira azul incidiu…<br />

Com um berro, joguei o sapólio na cara do Mat. Enquanto ele gritava, os olhos<br />

lacrimejando, Sam o empurrou contra o balcão da pia. As partículas brancas se<br />

espalharam pelo ar, refletindo o brilho azulado da luz de mira da pistola. Uma espécie<br />

de chiado ecoou pelo banheiro e um buraco surgiu no teto. Mat estava ocupado demais<br />

tentando limpar os olhos para prestar atenção.<br />

Sam o agarrou pelo colarinho e bateu sua cabeça com força contra o balcão de<br />

pedra. Um som de osso rachando foi seguido pelo cheiro acobreado de sangue, mas<br />

não perdi tempo verificando se ele estava vivo ou não. Agarrei a pistola e saí correndo<br />

do banheiro com Sam.<br />

Descemos em disparada a escada, parando apenas para pegar nossos DCSs e sapatos<br />

antes de sairmos descalços para o jardim com nossos pertences em mãos.<br />

— Não faça barulho — falou Sam, numa voz baixa e alerta. — Pode haver outros.

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