Infinita - Jodi Meadows

— Concordo com a Stef e com o Sam. Já vimos o que pode acontecer se formos
traídos, e não vou arriscar a segurança das almasnovas. Não posso.
Sam concordou com um ligeiro menear de cabeça, e Whit e Orrin despencaram
em suas poltronas.
— Quando foi que você perdeu a fé nas pessoas, Ana? — perguntou Whit.
Era de admirar que ele achasse que eu tinha alguma, levando em conta tudo o que
eu tinha passado nas mãos de Li e de todos os que haviam sido contra minha entrada em
Heart. As pessoas continuavam fazendo coisas para reforçar minha falta de confiança nelas.
— Eu confio em você — disse a ele. — E em Orrin. Em Sam, Stef, Sarit e todos
os outros aqui. Mas preciso levar em consideração o que é melhor para as almasnovas.
Se não as protegermos, ninguém irá. Talvez outras pessoas amigáveis à nossa causa,
como Emil e Darce, se manifestem após termos ido embora. Armande pode mandá-las
ao nosso encontro, ou elas podem ficar aqui e tentar formar alguma espécie de
resistência. Mas as almasnovas precisam partir agora, enquanto ainda há chance de
sobreviverem à erupção.
Orrin lançou um olhar de relance para Geral e para o bebê deles no colo dela.
Ninguém mais disse nada.
— Vamos pensar a logística — falei, como se a discussão jamais tivesse acontecido.
— Eu aviso a vocês quando for a hora. Arrumem suas coisas, mas façam isso rápido e em
sigilo. Vamos partir todos ao mesmo tempo. Deborl não quer que eu deixe Heart. —
Ele tinha dado o máximo de si para que eu fosse expulsa, mas pelo visto agora preferia
me ver morta. — Duvido que ele vá ficar feliz se souber que vocês estão planejando
partir também.
Todos concordaram e começaram a anotar em seus DCSs uma lista do que
precisariam, discutindo quem levaria o quê e onde seria o lugar mais seguro quando a
caldeira entrasse em erupção.
Quando Rin se levantou para dar uma olhada na mão do Sam, afastei-me dos
demais e fui até as portas grandes que davam para o restante da Casa do Conselho. Sem
um destino específico em mente, vagueei pelos corredores até parar diante do meu
quadro predileto.
Talvez a imagem pudesse ser descrita como uma águia grande, exceto que as penas
pareciam feitas de fogo. Centelhas em brasa ardiam entre as cinzas de sua pira, e a
exuberante floresta que circundava o pássaro parecia ofuscada por sua luz. Apesar de ser
um pássaro de fogo, não havia fumaça.
Era a representação de uma fênix, ou da lembrança de alguém sobre a aparência
das fênix, porque a criatura parecia linda demais para ser real.