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NOVOS TEMPOS<br />
irregularidades<br />
Auditores do TCU<br />
explicam motivos para<br />
suspensão de obras<br />
Tudo paraldo no Brasil: irregularidades<br />
Relator mantém como crime a prática<br />
de caixa dois em campanhas eleitorais<br />
Orelator do projeto<br />
que estabelece medidas<br />
contra a corrupção<br />
(PL 4850/16),<br />
deputado Onyx Lorenzoni<br />
(DEM-RS),<br />
manteve como crime a prática de caixa<br />
dois em campanhas eleitorais, no<br />
terceiro substitutivo que apresentou à<br />
proposta,<br />
Ele acrescentou, neste ponto, uma<br />
medida que não estava prevista no seu<br />
relatório anterior: a criminalização do<br />
eleitor que vender o voto.<br />
De acordo com a proposta, passa a<br />
ser considerado crime de caixa dois<br />
arrecadar, receber, manter, movimentar,<br />
gastar ou utilizar valores, bens ou<br />
serviços estimáveis em dinheiro, paralelamente<br />
à contabilidade exigida<br />
pela legislação eleitoral, com pena de<br />
reclusão de dois a cinco anos, e multa.<br />
As penas serão aplicadas em dobro<br />
se os recursos forem provenientes de<br />
fontes vedadas pela legislação eleitoral.<br />
Incorre na mesma pena o doador<br />
de campanha. O texto não menciona<br />
anistia a quem já está sendo processado<br />
por isso com base na legislação<br />
eleitoral.<br />
O relator manteve também o escalonamento<br />
de penas de acordo com os<br />
valores desviados; o fim da prescrição<br />
retroativa das ações penais; o teste de<br />
integridade para servidores públicos<br />
apenas em processos administrativos<br />
(e não penais); a figura do reportante<br />
(pessoa que não está envolvida em<br />
crime, mas que denuncia práticas criminosas<br />
mediante proteção e recompensa);<br />
e a possibilidade de transação<br />
penal.<br />
A situação das obras consideradas<br />
irregulares pelo Tribunal de Contas<br />
da União (TCU) voltou a ser discutida<br />
pelo Comitê de Obras Irregulares<br />
da Comissão Mista de Orçamento<br />
(CMO). Quando a corte considera<br />
um empreendimento com problemas<br />
e comunica o fato à comissão, a obra<br />
fica impedida de receber recursos, porém<br />
a decisão final sobre a liberação<br />
ou não é do Congresso Nacional.<br />
Auditor do TCU, Rafael Esteves<br />
explicou a parlamentares os motivos<br />
para a suspensão de algumas obras. É<br />
o caso da quinta e última etapa do Canal<br />
do Sertão, em Alagoas, empreendimento<br />
no qual o tribunal constatou<br />
sobrepreço. “Em valores atualizados,<br />
o aumento nesse trecho seria em torno<br />
de R$ 74 milhões”, informou.<br />
O Canal do Sertão conta com recursos<br />
repassados pelo Ministério da<br />
Integração Nacional. Quando concluído,<br />
o empreendimento pretende<br />
aumentará a disponibilidade hídrica<br />
do agreste alagoano por meio da captação<br />
de água do rio São Francisco.<br />
O senador Telmário Mota (PDT-<br />
-RR), coordenador do comitê, destacou<br />
que não há qualquer interesse em<br />
se manter uma obra paralisada, mas<br />
todos os questionamentos e dúvidas<br />
precisam ser sanados antes de uma<br />
eventual retomada.<br />
14 Novembro/ 06