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19<br />
anos<br />
Tecnologia …<br />
Web Summit 2016 em Lisboa<br />
Lugares de Cá … Palácio de São Pedro<br />
ANO XVII • N.º234 Mensal Novembro 2016 • €2<br />
Ireneu<br />
Cabral Barreto<br />
“Sinto-me realizado”<br />
A a Z<br />
Xavier<br />
Agrela<br />
(Des)Conhecida Arte<br />
Decorações natalícias<br />
por Ana Sofia Alves
04<br />
10<br />
11<br />
12<br />
14<br />
15<br />
16<br />
18<br />
19<br />
20<br />
Entrevista<br />
Ireneu Cabral Barreto é<br />
o primeiro madeirense no<br />
cargo de Representante da<br />
República para a Madeira.<br />
Das responsabilidades<br />
do cargo, passando pelo<br />
tempo de infância na<br />
Ponta do Sol, a juventude<br />
em Coimbra e os cargos<br />
de prestígio internacional,<br />
foram diversos os motivos<br />
de interesse desta<br />
entrevista/ conversa<br />
com este distinto Juíz<br />
Conselheiro madeirense<br />
que foi agraciado com a<br />
Grã-Cruz da Ordem do<br />
Infante D. Henrique.<br />
Opinião<br />
Teresa Brazão<br />
Lugares de Cá...<br />
Visita ao Palácio de São<br />
Pedro, no Funchal.<br />
(Des)Conhecida Arte<br />
O natal em peças<br />
encantadoras saídas da<br />
imaginação de Ana Sofia<br />
Alves.<br />
Opinião<br />
Hélder Spínola<br />
Marcas Icónicas<br />
Ray-Ban<br />
Publireportagem<br />
Câmara Municipal<br />
do Funchal<br />
A Câmara Municipal do Funchal<br />
e os seus munícipes através do<br />
‘Funchal Alerta.’<br />
Opinião<br />
António Castro<br />
Nutrição<br />
Castanha:<br />
Um tesouro nutricional<br />
A a Z …<br />
Xavier Agrela<br />
sumário<br />
Em Osaka, Japão<br />
VIAJAR COM SABER PAG. 26<br />
Xavier Agrela<br />
DE A a Z PAG. 20<br />
22 Opinião<br />
Iveth Barajas<br />
23<br />
24<br />
25<br />
26<br />
28<br />
29<br />
30<br />
31<br />
32<br />
33<br />
34<br />
39<br />
40<br />
42<br />
48<br />
50<br />
Publireportagem<br />
Caniço Shopping<br />
Opinião<br />
Pai Nélio D’Oxalá<br />
Publireportagem<br />
Restaurante do Forte.<br />
Viajar com Saber...<br />
Japão<br />
Opinião Literária<br />
Fazer do Livro uma festa.<br />
Literatura<br />
Ana Maria Andrade e o seu<br />
“Reflexos do Coração”.<br />
Opinião<br />
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Tecnologia<br />
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saber | NOVEMBRO | 2016<br />
3
ENTREVISTA<br />
“É preciso agilizar a nossa Justiça para que<br />
Ireneu Cabral Barreto<br />
Recebe-nos com um sorriso e um aperto de mão caloroso<br />
no seu gabinete de trabalho, no Palácio de São Lourenço.<br />
Também conhecido por Fortaleza de São Lourenço, este<br />
monumento de arquitetura militar, manuelina e maneirista,<br />
sofreu alterações ao longo dos tempos que o transformaram,<br />
progressivamente, num “palácio nacional” que tem sido a<br />
residência oficial dos Representantes da República para a<br />
Madeira e sede do Quartel-general da Zona Militar da Madeira.<br />
Na sala de paredes brancas e decorada de forma elegante e<br />
funcional, domina uma fotografia do Prof. Marcelo Rebelo de<br />
Sousa, o Chefe do Estado português que em 2016, conferiu<br />
posse do cargo de Representante da República para a Madeira,<br />
ao Juíz Conselheiro madeirense. Ireneu Cabral Barreto é o<br />
primeiro madeirense no cargo de Representante da República<br />
para a Madeira. Das responsabilidades do cargo, passando<br />
pelo tempo de infância na Ponta do Sol, a juventude em<br />
Coimbra e os cargos de prestígio internacional, são diversos<br />
os motivos de interesse desta entrevista/ conversa com este<br />
distinto Juíz Conselheiro madeirense agraciado com a Grã-<br />
Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Entre os anos 1984 e<br />
1992, foi agente do Governo Português perante a Comissão<br />
e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A 11 de Abril de<br />
2011, foi nomeado por despacho do Presidente da República,<br />
Prof. Aníbal Cavaco Silva, como Representante da República<br />
para a Região Autónoma da Madeira. É o primeiro madeirense<br />
neste cargo. Ireneu Cabral Barreto nasceu em Ponta do Sol,<br />
no dia 5 de Fevereiro de 1941. Na Coimbra de 1963, concluiu a<br />
sua licenciatura em Direito. Participou em diversas ações da<br />
Organização das Nações Unidas. É casado com a Professora<br />
Doutora Carla Maria Lopes Ferreira Barreto, pai de dois filhos<br />
e avô de duas netas, gémeas. Tem na observação de aves e nos<br />
jogos de bridge no computador, alguns dos seus passatempos<br />
preferidos. O Juíz Conselheiro Ireneu Cabral Barreto como<br />
nunca o leu.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: Cícero Castro<br />
4<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
esta possa agir no momento e no tempo certos”.<br />
Muito obrigada por este entrevista,<br />
Sr. Conselheiro. Como temos que<br />
começar, comecemos pelo princípio<br />
e que é recordar um bocadinho<br />
do que que foram os seus<br />
dias de menino na Ponta do Sol,<br />
de onde é natural. O que recorda<br />
desse tempo?<br />
- Vivia com os meus pais e irmãos.<br />
Éramos 3 irmãos rapazes. Ia à escola<br />
e brincava. Gostava de jogar futebol<br />
e de um jogo que era uma brincadeira<br />
desse tempo e que as crianças<br />
de hoje em dia penso que desconhecem<br />
e que era a espadinha. Não<br />
era irrequieto mas também não era o<br />
menino ‘bonzinho’; também tinha as<br />
minhas “lutas” com os meus irmãos.<br />
A certa altura, a situação descontrolava-se<br />
e a minha mãe intervinha,<br />
assim como um tia que sempre nos<br />
acompanhou e que era a tia Maria<br />
Isabel.<br />
Como é que era na escola?<br />
- Fiz a escola primária na Ponta de<br />
Sol e o resto dos estudos no liceu<br />
Jaime Moniz. Com 17 anos, entrei<br />
na Faculdade de Direito de Coimbra.<br />
Gostava muito da escola e era<br />
bom aluno. Português e matemática<br />
eram as disciplinas que mais me fascinavam.<br />
Tinha boas notas. Gostava<br />
de estudar e aplicava-me. Acho que,<br />
sem estudo não se vai a lado algum.<br />
Por mais inteligente e esperto que se<br />
possa ser, sem estudo é difícil. Estudava<br />
mas também brincava muito.<br />
Tínhamos tempo para estudar mas<br />
também para brincar.<br />
Brincar que é coisa que as crianças<br />
de hoje parecem não ter...<br />
- Brincar é uma atividade importante<br />
para uma criança. Faz parte do crescimento<br />
normal da criança. É verdade<br />
quando se diz que a brincar também<br />
se aprende. Os pais dizem que<br />
as suas crianças trazem muitos trabalhos<br />
para casa e ficam sem tempo<br />
para brincar. Brincar significa ter<br />
tempo para fazer desporto, aprender<br />
música... Fui uma criança feliz porque<br />
tinha tempo para brincar.<br />
Escolheu o Direito, porquê?<br />
- Quando chegávamos ao 5.º ano do<br />
suas qualidades, da sua dedicação e<br />
inteligência, e sobretudo da sua ação<br />
como Alto-Comissário para os Refugiados<br />
e, portanto, sinto que o País e<br />
as Nações Unidas mereciam ter um<br />
Secretário-geral com as características<br />
do Eng. António Guterres.<br />
Que desafios tem a ONU pela frente?<br />
- Há fenómenos que permanecem e<br />
há desafios novos. É o problema dos<br />
refugiados, o terrorismo, os conflitos...<br />
Há cerca de 100 conflitos atuais,<br />
dos quais 95 são conflitos mais<br />
ou menos internos, ou gerados por<br />
problemas de vizinhança. A questão<br />
do Médio Oriente, o clássico dilema<br />
Israel/Palestina, agora acrescido<br />
com os problemas da Síria, do<br />
Iraque e da Líbia. Temos outro problema<br />
de que se fala pouco que é o<br />
problema das alterações climáticas.<br />
Donald Trump parece desvalorizar<br />
esta questão mas penso que é uma<br />
questão concreta.<br />
A questão das alterações climáticas<br />
que Donald Trump parece desvalorizar.<br />
Como é que viu a eleição<br />
deste para o cargo de Presidente<br />
dos EUA?<br />
- Foi uma surpresa. Não estava à<br />
espera... Familiares e amigos nos<br />
EUA disseram-me que não estão preocupados.<br />
Parece-me que estamos<br />
mais preocupados do que os americanos.<br />
Esta eleição é um problema<br />
dos americanos mas é um problema<br />
nosso, também. Espero que mude<br />
em relação a algumas coisas que disse<br />
na campanha eleitoral. Uma coisa<br />
é o discurso, a outra é a prática. Ele<br />
estará rodeado de conselheiros que<br />
o ajudarão a decidir. Estou ansioso<br />
mas não preocupado e neste sentido,<br />
não é a eleição do Donald Trump que<br />
não me deixa dormir. Há questões<br />
bem mais preocupantes para o mundo<br />
do que esta eleição, como as alterações<br />
climáticas. Tudo o que se fizer<br />
atualmente de negativo irá repercutir-se<br />
no futuro, com custos irreversíveis<br />
para as novas gerações.<br />
Foi Presidente da Comissão de<br />
Juristas responsável pela elaboliceu,<br />
hoje é o 9.º ano, tínhamos que<br />
optar entre Ciências e Letras.Quando<br />
cheguei ao 5.º ano, era tão bom<br />
a Ciências como a Letras – fui o<br />
{<br />
“Podia ter ido<br />
para Ciências<br />
mas, na<br />
verdade,<br />
foi o meu<br />
pai que me<br />
influenciou<br />
para o<br />
Direito”.<br />
{<br />
melhor aluno do liceu Jaime Moniz<br />
a matemática. Tirei a melhor nota do<br />
meu 5.º ano. Podia ter ido para Ciências<br />
mas, na verdade, foi o meu pai<br />
que me influenciou para o Direito.<br />
Disse-me que, dada a minha maneira<br />
de ser, talvez fosse mais ‘feliz’<br />
no Direito, e assim optei por Direito.<br />
Acho que foi um bom conselho...<br />
Como é que viveu esse tempo de<br />
Coimbra?<br />
- Foi um tempo muito importante<br />
para mim, a todos os níveis. Apanhei<br />
a ‘Crise Académica de 1962” e<br />
foi fascinante. Foi um tempo de muito<br />
estudo mas também de formação<br />
pessoal intensa. Aquilo que sou hoje,<br />
absorvi, aprendi, observei e vivi,<br />
enquanto estive em Coimbra. Aprendi<br />
o Direito mas também, apren-<br />
di para a vida. Criei em mim várias<br />
apetências que foram muito úteis na<br />
minha maneira de ser e de pensar.<br />
Como é que olha para o atual panorama<br />
da Justiça em Portugal e<br />
quais são os maiores desafios que<br />
se apresentam aos advogados e juízes,<br />
na sua opinião?<br />
- A primeira questão que se coloca,<br />
quando se fala de justiça em Portugal,<br />
é a sua morosidade. Depois, dizse<br />
que a Justiça é de difícil acesso -<br />
é muito cara e que só os ricos conseguem<br />
ter bons advogados. Isto é<br />
uma realidade e não se pode desmentir<br />
mas que tem de ser relativizada<br />
no seu contexto. Acompanho a<br />
justiça desde os anos 60 e considero<br />
que, hoje estamos melhor do que<br />
estávamos. Há mais meios humanos<br />
e materiais afetos aos tribunais.<br />
Há mais juízes e funcionários,<br />
temos polícias auxiliares do Ministério<br />
Público melhor apetrechadas,<br />
uma excelente Polícia Judiciária,<br />
um melhor acesso aos tribunais mesmo<br />
por parte dos mais carenciados<br />
e uma capacidade de resposta superior<br />
à que tínhamos antes. Assiste-se,<br />
hoje em dia, a um fenómeno<br />
novo e que são os tribunais ocupados<br />
com aquilo a que se chama de<br />
‘bagatelas’ judiciárias, ou seja, processos<br />
de execução relacionados com<br />
dívidas de telemóveis, por exemplo.<br />
Estes processos ‘entopem’ os tribunais<br />
e retiram tempo para os casos<br />
mais importantes. Acho que, é preciso<br />
agilizar a nossa Justiça para<br />
que esta possa agir no momento e no<br />
tempo certos.<br />
O Senhor Conselheiro participou<br />
em ações da Organização das<br />
Nações Unidas e que é atualmente<br />
liderada pelo português António<br />
Guterres. Como é que viu a<br />
eleição do Eng. António Guterres<br />
para Secretário-geral das Nações<br />
Unidas?<br />
- SÉ um orgulho para Portugal e<br />
para todos nós. Conheço pessoalmente<br />
o Eng. António Guterres, estive<br />
com ele algumas vezes, não sou<br />
seu amigo mas sou admirador das<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 5
ENTREVISTA<br />
“Disse-me que, dada a minha maneira de ser, talvez fosse mais ‘feliz’ na ida para Direito.<br />
ração de um projeto de resolução<br />
sobre os mecanismos para a proteção<br />
dos direitos humanos na Bósnia-Herzegovina.<br />
Como é que se<br />
sentiu neste papel e sua importância<br />
na resolução do conflito naquele<br />
país?<br />
- Estávamos no fim dos anos 80,<br />
princípio dos anos 90. A Bósnia-Herzegovina<br />
era um ‘barril de pólvora’<br />
em que as diversas etnias se defrontavam...<br />
Muçulmanos, sérvios, albaneses,<br />
estavam lá todos e foi importante<br />
intervir. O meu papel foi relativamente<br />
pequeno mas importante<br />
porque, presidi à Comissão que tentou<br />
encontrar mecanismos que permitissem<br />
dar à Bósnia-Herzegovina<br />
uma estrutura de Estado e, felizmente,<br />
conseguimos isso. A Bósnia-Herzegovina<br />
é hoje, um Estado de direito<br />
internacional, aceite pacificamente<br />
pela comunidade internacional e<br />
um membro do Conselho da Europa.<br />
Foi também consultor da Organização<br />
das Nações Unidas (ONU)<br />
para um programa de assistência<br />
em matéria de “Direitos Humanos”<br />
para o Estado de São Tomé<br />
e Príncipe. Como é que viveu essa<br />
experiência?<br />
- Em 1992, pediram-me para que<br />
fosse a São Tomé e Príncipe fazer<br />
o levantamento das necessidades<br />
no campo dos direitos humanos.<br />
Fui, ouvi as pessoas e confirmei que<br />
as carências eram imensas naquele<br />
país. Certa vez, visitei a sede da<br />
Polícia Judiciária de São Tomé. Eles<br />
tinham uma caixa de recolha de<br />
impressões digitais que tinha sido<br />
oferecida pela nossa Polícia Judiciária<br />
mas não tinham pó para a recolha<br />
das impressões digitais, quer<br />
dizer, não tinham material básico<br />
para trabalhar. Tão ou mais grave<br />
do que isto, havia muita fome entre a<br />
população. Havia fruta em abundância<br />
mas não havia carne nem peixe.<br />
Carne não havia, mas havia um mar<br />
cheio de peixe a que a população não<br />
chegava porque não tinha meios para<br />
pescar esse peixe. Os pescadores<br />
locais tinham umas pequenas pirogas<br />
6<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Assim, optei por Direito, e acho que foi um bom conselho”.<br />
que dava para apanhar algum peixe<br />
mas não dava para alimentar a população.<br />
O Bispo de São Tomé e Príncipe<br />
disse-me certa vez, que “está<br />
cá para fazer um levantamento em<br />
matéria dos Direitos Humanos mas<br />
era bom que as Nações Unidas fizessem<br />
também um levantamento sobre<br />
a fome que assola a nossa população”,<br />
o que me marcou para a vida.<br />
Continua a ser importante falar de<br />
Direitos Humanos, porquê?<br />
- Falar e aplicar os Direitos Humanos<br />
continua, hoje e sempre, a ser<br />
importante. Hoje mais do que ontem<br />
porque estamos a assistir ao aparecimento<br />
de fenómenos que são<br />
novos, ou que estavam adormecidos<br />
e voltam a estar no plano da política<br />
internacional. Refiro-me a problemas<br />
relacionados com a xenofobia,<br />
o racismo e o terrorismo. O terrorismo<br />
colocou um problema muito<br />
grave em matéria de direitos humanos<br />
e perante isto, temos que reagir.<br />
Temos que reagir mas não agindo<br />
da forma como agem os terroristas.<br />
Quando vejo países que fazem parte<br />
do Conselho da Europa a tentarem<br />
reativar questões como a pena da<br />
morte (a pena de morte foi abolida<br />
do Conselho da Europa), fico muito<br />
triste porque representa um retrocesso<br />
civilizacional.<br />
Publicou obra jurídica em matéria<br />
de “Direitos Humanos”...<br />
- Sim, o livro “A Convenção Europeia<br />
dos Direitos Humanos” que teve<br />
como base o estudo de dois dos artigos,<br />
o 6.º – processo equitativo, e o<br />
5.º – prisão, que são os dois artigos<br />
em relação aos quais há abundante<br />
jurisprudência do Tribunal Europeu<br />
dos Direitos Humanos. Estudei<br />
o artigo 6.º e publiquei um texto<br />
sobre este artigo. A certa altura,<br />
fui o Representante do Estado Português<br />
perante a Comissão e perante<br />
o Tribunal, o meu papel era defender<br />
o Estado Português das queixas<br />
que eram apresentadas contra Portugal.<br />
Então, tive necessidade de estudar<br />
a Convenção, e comecei por aí.<br />
Tinha dois textos importantes, precisei<br />
também de estudar os outros artigos<br />
e com base nos estudos realizados,<br />
publiquei o livro.<br />
Tem novos livros em perspetiva?<br />
- Estou trabalhar num texto para<br />
incluir num grande volume que será<br />
publicado, sobre o estado da Justiça<br />
em Portugal nos últimos 40 anos.<br />
Pediram-me um depoimento que<br />
aborde a minha experiência, o que é<br />
que penso sobre a justiça e a minha<br />
vivência nos tribunais durante estes<br />
anos... Repare que, acompanho a<br />
justiça desde os anos 60 e, portanto,<br />
tenho algumas coisas para contar.<br />
Estou também a trabalhar num<br />
livro técnico que tem como objetivo,<br />
informar e ajudar o cidadão na apresentação<br />
de uma queixa, com sucesso,<br />
ao Tribunal Europeu dos Direitos<br />
Humanos. Deverei concluir este livro<br />
no próximo ano.<br />
Escreve de acordo com o Novo<br />
Acordo Ortográfico e qual a sua<br />
opinião sobre o mesmo?<br />
- Escrevo com o novo, até porque sou<br />
obrigado a ler os diplomas, os quais<br />
estão já sob o Novo Acordo. O estilo<br />
oficial português é o Novo Acordo<br />
e, como tal, as nossas leis são<br />
assim publicadas. Posso compreender<br />
aqueles que não escrevem sob<br />
o novo Acordo, suscita polémica. A<br />
mudança é complicada. Antigamente<br />
escrevia-se ‘pharmácia’ com ‘ph’,<br />
hoje escreve-se farmácia com ‘f’ e<br />
não veio mal algum ao Mundo por<br />
causa disso. A língua é um instrumento<br />
vivo e, como tal, pode progredir.<br />
Acho que, tudo aquilo que possa<br />
nos unir aos países de língua oficial<br />
portuguesa, é salutar. Não sei se é o<br />
melhor acordo mas é o que temos.<br />
Escreve ao computador ou escreve<br />
tudo à mão?<br />
- No computador. Até fiz um curso<br />
de datilografia para trabalhar com o<br />
computador. Foi excelente para mim<br />
porque tenho uma letra ilegível, e a<br />
escrita ao computador foi uma grande<br />
ajuda. Quando trabalhava na Procuradoria-Geral<br />
da República, no<br />
Conselho Consultivo, dava pareceres,<br />
os quais eram por mim escritos<br />
à mão. Era uma complicação porque<br />
quando os dava às senhoras para<br />
passarem para a máquina de escrever,<br />
elas não conseguiam ler o que eu<br />
havia escrito - e eu próprio não sabia<br />
o que havia escrito, de maneira que,<br />
o computador foi muito bom. Não<br />
consigo viver hoje, sem um computador.<br />
Só tenho pena de não ter a habilidade<br />
que tem esta juventude, para<br />
trabalhar com estes novos meios.<br />
Não nasci com o computador. O<br />
computador aparece tarde na minha<br />
vida, logo, a adaptação não foi fácil<br />
mas não me considero um info-excluído.<br />
Quando vejo os jovens de hoje a<br />
lidarem com o telemóvel e o computador,<br />
fico impressionado.<br />
Escreve mas lê muito, também. O<br />
quê e quem gosta de ler?<br />
- Sempre gostei muito de ler e, neste<br />
capítulo, tenho evoluído muito.<br />
Quando era estudante, lia os clássicos<br />
portugueses: Camilo, Eça,<br />
Almeida Garret, Trindade Coelho,<br />
que eram os autores que se lia nessa<br />
altura e que, hoje em dia, gosto<br />
de reler, particularmente o Eça,<br />
que é genial e tão atual. Na faculdade,<br />
li os grandes clássicos internacionais,<br />
desde russos até aos americanos,<br />
Steinbeck, o nosso John dos<br />
Passos, etc... Mais tarde, li os portugueses<br />
que estavam na atualidade,<br />
como Augustina Bessa-Luís, Saramago,<br />
Vergílio Ferreira, este que<br />
me marcou imenso e do qual destaco<br />
dois livros que são os meus preferidos:<br />
‘Para Sempre’ e ‘Até ao Fim’ .<br />
Entretanto, cansei-me de romances e<br />
passei a ler ensaios. Com a crise económica,<br />
li os clássicos como Krugman<br />
e outros. No meio disto tudo, há<br />
a poesia que gosto imenso. Camões<br />
é o nosso maior poeta... Há outros e<br />
que idolatro como o genial Fernando<br />
Pessoa, Herberto Helder, Manuel<br />
Alegre... Hoje leio o que me suscita<br />
interesse e que são ensaios de economia,<br />
política, filosofia, história - gosto<br />
imenso de História. Estou com a<br />
leitura do livro ‘Da Direita à Esquerda’,<br />
de António Araújo, que aborda a<br />
direita portuguesa dos últimos anos.<br />
Em abril de 2011, o Senhor Conselheiro<br />
foi nomeado Representante<br />
da República para a Região<br />
Autónoma da Madeira. Como é que<br />
viveu esta situação?<br />
- Estava em Estrasburgo, a terminar<br />
o meu mandato como Juiz. No<br />
dia 21 de março, às 17h, recebo<br />
uma comunicação da Presidência da<br />
República dizendo que o Senhor Presidente<br />
da República, Prof. Cavaco<br />
Silva, me convidava para ser Representante<br />
da República para a Madeira.<br />
Fiquei surpreendido porque não<br />
estava à espera deste convite. Nunca<br />
tinha pensado nisso. Terminado o<br />
meu mandato em Estrasburgo, não<br />
tinha projetos profissionais. Estava<br />
livre e pedi que me deixassem pensar.<br />
Falei com a minha mulher que<br />
me entusiasmou e aceitei o convite.<br />
O convite encheu a minha vida porque<br />
vinha para Portugal para, provavelmente,<br />
fazer conferências, escrever,<br />
dar aulas e falar de Direitos<br />
Humanos, mas isto, porventura não<br />
me realizaria.... O convite para este<br />
cargo realizou-me completamente.<br />
Desde logo, do ponto de vista pessoal<br />
porque foi uma forma de retribuir<br />
à Região o que esta tinha feito por<br />
mim. Fui estudar para Coimbra com<br />
uma bolsa da Junta Geral, pelo que,<br />
vi neste convite, uma forma de retri-<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 7
ENTREVISTA<br />
Falar e aplicar os Direitos Humanos continua, hoje e sempre, a ser importante,<br />
buir a ajuda que me deram. Representou<br />
uma oportunidade de retribuir<br />
à Região o que me havia dado e, neste<br />
sentido, aceitei o convite com muita<br />
honra e gosto.<br />
O que é que mais gosta no exercício<br />
deste cargo?<br />
-É difícil dizer... Este cargo representa<br />
ter várias funções, como nomear<br />
o Governo da Região, representar<br />
a República em diversos atos na<br />
Madeira, recepções oficiais e particulares<br />
a representantes de partidos<br />
políticos, associações e outras organizações<br />
que cá vêm para apresentar<br />
os seus problemas e que tento ajudar<br />
da melhor forma possível. Toda<br />
a gente pode bater à minha porta, e<br />
tento ajudar o melhor que sei e posso.<br />
A minha função principal é o controlo<br />
das leis. Saber se uma lei que venha<br />
do Governo Regional ou da Assembleia<br />
Legislativa Regional da Madeira,<br />
está ou não, em conformidade<br />
com a Constituição da República ou<br />
com o Estatuto Político-Administrativo<br />
da Região. Há dias em que tenho<br />
muito que fazer e outros dias em<br />
que o trabalho é menor. Quando um<br />
diploma chega da Assembleia Legislativa<br />
Regional da Madeira, tenho<br />
oito dias para, se tiver uma dúvida<br />
sobre a constitucionalidade do mesmo,<br />
para pedir ao Tribunal Constitucional<br />
que decida se tenho razão se as<br />
minhas dúvidas são fundadas. Tenho<br />
oito dias contados, com o sábado e<br />
domingo incluídos, para apresentar<br />
o diploma ou o pedido de apreciação<br />
da constitucionalidade ao Tribunal<br />
Constitucional. Por vezes, são dois ou<br />
três diplomas, o que é mais complicado.<br />
O diploma chega, vejo o diploma<br />
e se há algum problema que me desperta,<br />
chamo a atenção para o mesmo,<br />
consulto os meus juristas que são<br />
quem, algumas vezes, notam o problema.<br />
É um trabalho importante que<br />
exige, além de sólido conhecimento<br />
das leis, experiência. Em termos de<br />
horários de trabalho, enquanto não<br />
tiver decidido se vamos devolver o<br />
diploma ou se vamos ouvir o Tribunal<br />
Constitucional, não há horas de trabalho<br />
estabelecidas porque implica<br />
fazer muitas coisas num curto espaço<br />
de tempo e que são os oito dias. Estou<br />
de acordo com o Prof. Cavaco Silva<br />
em que num dos discursos, referiu a<br />
necessidade de rever na Constituição,<br />
estes prazos. Este é o meu trabalho,<br />
que é um trabalho técnico e corresponde,<br />
no fundo, àquilo que sempre<br />
fiz na minha vida e que é trabalhar<br />
com o Direito. No entanto, existe<br />
aqui uma perspetiva nova e que é<br />
a política. Com isto, quero dizer que,<br />
não sou um Juiz que está a analisar<br />
um diploma mas sou um político que<br />
está a ver se esse diploma é aquele<br />
que melhor serve a Região. Compreendo<br />
que, é um trabalho que é, muitas<br />
vezes, mal compreendido, sobretudo<br />
quando entendo que, ainda que<br />
o diploma respeite a Constituição ou<br />
o Estatuto, mesmo assim não corresponde<br />
àquilo que, em minha opinião,<br />
melhor serve a Região, e nessa altura,<br />
tenho a possibilidade de não assinar,<br />
coisa que, aliás, raramente acontece.<br />
De resto, tenho dificuldade em<br />
apontar o que gosto mais deste cargo.<br />
Cargo este, de Representante da<br />
República na Madeira, que alguns<br />
não defendem...<br />
- Sim, mas como já disse algumas<br />
vezes, acho que, não há melhor solução<br />
para desempenhar as funções<br />
de controlo da constitucionalidade e<br />
da legalidade dos diplomas do que a<br />
figura do Representante da República.<br />
Se se quiser acabar com ele, terse-á<br />
de encontrar uma outra figura<br />
ou um outro sistema, mas uma outra<br />
figura ou um outro sistema são, na<br />
minha perspetiva, pior solução do<br />
que esta que existe atualmente. Esta<br />
solução foi encontrada em 2004,<br />
na revisão constitucional de 2004<br />
e, nessa altura, os deputados da AR<br />
tinham poderes de revisão e encontraram,<br />
na minha opinião, uma solução<br />
feliz. Todas as outras são possíveis<br />
mas são piores. Uma solução<br />
poderia ser, por exemplo, a de Presidente<br />
da Região. Há regiões autónomas<br />
que têm presidentes, diretamente<br />
eleitos pelo povo ou pelos<br />
Parlamentos regionais, no entanto,<br />
a figura do Presidente da Região, no<br />
atual contexto ou num contexto próximo,<br />
introduzia, na minha opinião,<br />
um fator de desequilíbrio na orgânica<br />
dos órgãos próprios da Região.<br />
Foi agraciado com a Grã-Cruz da<br />
Ordem do Infante D. Henrique. O<br />
que é que representou receber esta<br />
distinção?<br />
- Não temos em Portugal, como há<br />
em Espanha, esta tradição de condecorar<br />
os magistrados. Espanha tem<br />
uma condecoração que é só entregue<br />
a magistrados. Entre nós, apenas os<br />
Presidentes de Tribunais superiores,<br />
os Procuradores-gerais da República<br />
- quando terminam os seus mandatos,<br />
são condecorados. Esta distinção<br />
representou muito para mim<br />
porque, para além de representar o<br />
corolário da minha carreira, representou<br />
uma oportunidade de homenagear<br />
as pessoas que me ajudaram<br />
a ser quem sou. Quando fui condecorado,<br />
afirmei que a distinção era<br />
para ser dividida por muitas pessoas,<br />
como a minha família – pais,<br />
mulher, filhos, a minha tia Isabel,<br />
colegas de trabalho... Não sei se<br />
merecia a condecoração mas senti<br />
que estava a receber algo que me<br />
transcendia e que também homenagea<br />
as pessoas que me ajudaram ao<br />
longo da vida, então, esta condecoração<br />
também é delas.<br />
Tem um percurso de vida notável.<br />
O que é que ainda lhe falta fazer?<br />
-Acho que, a vida nunca se realiza.<br />
A nossa vida está sempre em<br />
evolução mas estou satisfeito com<br />
a minha vida e com o que realizei<br />
ao longo da minha vida. Acho que,<br />
tive sorte por estar no lugar certo e<br />
à hora certa. Não me recrimino em<br />
relação à vida que tive mas a verdade<br />
é que nós nunca estamos plenamente<br />
satisfeitos, há sempre uma<br />
latente insatisfação e neste sentido,<br />
gostava de concretizar outros objetivos,<br />
que seria viajar mais. Gostaria<br />
de visitar lugares que ainda não<br />
visitei, como Machu Picchu no Peru,<br />
as ruínas antigas do Camboja, entre<br />
muitos outros lugares. Depois, gostaria<br />
de deixar escrito em livro, as<br />
minhas memórias, para um dia, as<br />
minhas netas saberem quem foi o<br />
avô e o que fez.<br />
É aqui no Palácio de São Lourenço,<br />
onde nos encontramos, que<br />
tem a sua residência oficial e o<br />
seu local de trabalho. Como é que<br />
olha para este espaço onde trabalha<br />
diariamente?<br />
- Gosto muito do Palácio de São<br />
Lourenço. É um edifício excelente e<br />
tem condições ótimas de trabalho. É<br />
muito aprazível e bonito, no entanto,<br />
a parte onde resido não tem aquilo<br />
que um madeirense de gema considera<br />
essencial...<br />
E que é?<br />
- O mar. É uma casa de onde não<br />
vejo o mar. Para ver o mar, tenho<br />
que subir até ao terraço do Palácio.<br />
Apesar disto, tenho esta vantagem<br />
que é trabalhar e residir no mesmo<br />
local. Não tenho casa na Madeira.<br />
Tinha a casa da família - dos meus<br />
pais, na Ponta do Sol, que foi entretanto,<br />
dividida devido às partilhas.<br />
Tenho uma casa em Lisboa e uma<br />
segunda casa nas Caldas da Rainha.<br />
Aqui na Madeira, quando saio do<br />
Palácio, tenho de ir para um hotel<br />
(risos) e portanto, resido e trabalho<br />
no Palácio. Tomo o pequeno-almoço<br />
e em poucos minutos, estou no meu<br />
8<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
e mais hoje do que ontem porque estamos a assistir ao aparecimento de fenómenos que são novos”.<br />
gabinete de trabalho. É uma vantagem<br />
porque não tenho que enfrentar<br />
as filas de trânsito e outros constrangimentos<br />
mas pode ser uma desvantagem<br />
na perspetiva de ausência de<br />
deslocação. Este facto, a deslocação,<br />
tem para mim uma ideia de uma certa<br />
liberdade...<br />
Aqui recebe embaixadores, presidentes<br />
de instituições e associações,<br />
representantes dos mais<br />
diversos setores ou cargos. Isto significa<br />
saber dominar a arte de bem<br />
receber de acordo com o protocolo,<br />
ou nem por isso?<br />
- Estamos preparados para isso, pese<br />
embora, mesmo que tenhamos toda<br />
a experiência, possa surgir alguma<br />
dúvida e quando assim acontece,<br />
colocamos a questão ao Protocolo<br />
de Estado, que é um serviço de<br />
Estado que tem como função ajudar<br />
nestas matérias, dos cortejos oficiais,<br />
receções e outras cerimónias<br />
protocolares.<br />
A sua mulher e os seus filhos vivem<br />
e trabalham no continente...<br />
- Sim, assim como as minhas duas<br />
netas que têm quase dois anos e que<br />
são do meu filho mais novo. O meu<br />
filho mais velho é professor e trabalha<br />
no Algarve. O mais novo é investigador<br />
na Faculdade de Medicina<br />
da Universidade Nova de Lisboa. A<br />
minha mulher trabalha em Lisboa e<br />
é ela a quem recorro para me ajudar<br />
a decidir sobre um assunto mais<br />
importante. A minha mulher tem um<br />
papel fundamental na minha vida,<br />
assim como a família, que é fundamental<br />
na minha vida. Comunicamos<br />
através do telemóvel, do skype<br />
e do facebook.<br />
Como é que gosta de ocupar os<br />
seus tempos livres?<br />
- Gosto de ver televisão, ler, passear,<br />
viajar, jogar bridge no computador,<br />
ouvir música e observar as aves<br />
na natureza.<br />
Que pássaros gosta de observar?<br />
- Na Madeira, vejo mais pássaros<br />
de mar mas gosto de observar uns<br />
pássaros que não há na Madeira e<br />
que são os flamingos. Tenho uma<br />
casa nas Caldas, e sempre que lá<br />
vou, pego nos binóculos e na máquina<br />
fotográfica e vou até à Lagoa<br />
de Óbidos para observar os flamingos.<br />
Gosto muito de observar os flamingos,<br />
assim como gosto de observar<br />
os colhereiros, alfaiates, entre<br />
outras aves. Infelizmente, não tenho<br />
muito tempo disponível para observar<br />
aves que é uma atividade que<br />
requer tempo e paciência. Paciência<br />
tenho, não tenho é tempo.<br />
Estamos no Natal que, na Madeira,<br />
é a grande Festa. Como é que<br />
celebrava a Festa na Ponta do<br />
Sol?<br />
- Devo dizer que gosto muito desta<br />
época, do Natal. Todos nós temos<br />
uma criança dentro de nós, então,<br />
acho que, não há quem não goste<br />
desta época que é tão especial. O<br />
meu natal na Ponta de Sol era um<br />
natal rústico que começava com a<br />
matança do porco. A matança do<br />
porco estava ligada a uma espécie<br />
de ritual de iniciação dos rapazes.<br />
Quando éramos pequenos, éramos<br />
recolhidos para um quarto para não<br />
assistirmos à matança mas com 12,<br />
13 anos, tínhamos direito a assistir<br />
à matança, segurando o balde para<br />
onde vertia o sangue do porco, e isso<br />
marcava-nos e até me arrepio quando<br />
falo nisto porque era um espetáculo<br />
bárbaro, mas fazia parte da<br />
tradição... A matança do porco era<br />
um dia de festa e com isto, começava<br />
a época da Festa, ou do Natal. A<br />
noite de Natal era uma noite mágica<br />
e encantadora. Havia as missas<br />
do Parto, que adorava frequentar.<br />
Íamos em cortejo às missas do Parto<br />
a cantar e a tocar. Levávamos<br />
umas castanholas e era uma festa<br />
pelo caminho. Visitávamos os familiares<br />
e os amigos, comia-se e bebiase.<br />
O dia de natal era especial por<br />
causa dos presentes que eram colocados<br />
debaixo do pinheiro de natal.<br />
O almoço era uma grande refeição,<br />
com a família reunida à mesa e onde<br />
se comia o peru recheado e ao jantar,<br />
era a carne de vinho e alhos,<br />
algum peru que sobrava do almoço,<br />
a canja de galinha ou de galo. Criávamos<br />
o porco, o peru e a galinha<br />
para a Festa.<br />
O natal no Palácio de São Lourenço<br />
tem, também, as suas tradições.<br />
As decorações alusivas,<br />
os presépios, os concertos de<br />
natal, tudo isso ajuda a criar um<br />
ambiente especial aqui no Palácio<br />
e que é importante celebrar.<br />
- Sim, porque tudo isso coloca esta<br />
instituição na vida social da Região,<br />
então, temos as decorações, os fados<br />
de Coimbra e os concertos de natal<br />
que são muito apreciados pelos<br />
turistas e que também gosto muito.<br />
O que gosta de ouvir?<br />
- Gosto muito de música clássica.<br />
Gosto de Bach, Beethoven, Mozart,<br />
Mahler. Gosto imenso da nossa<br />
Orquestra Clássica da Madeira que<br />
é de uma qualidade excecional. Gosto<br />
de fado – sou um fã incondicional<br />
da Amália e depois gosto muito<br />
da canção francesa e neste âmbito,<br />
de Brel, Aznavour, Piaf... Gosto da<br />
música da minha juventude – Bob<br />
Dylan, Beatles, Rolling Stones e de<br />
música brasileira e da incontornável<br />
Elis Regina. A música faz parte<br />
dos festejos de natal, a par de outras<br />
iniciativas que marcam o natal no<br />
Palácio, como as visitas de boas festas<br />
das entidades oficiais e o ‘Cantar<br />
dos Reis’ que também gosto muito.<br />
Um bom natal para si e para os<br />
seus, Senhor Conselheiro, e muito<br />
obrigada por nos ter recebido para<br />
esta ‘conversa’ aqui, no Palácio de<br />
São Lourenço. Peço-lhe, a terminar,<br />
uma mensagem de natal para<br />
os leitores desta entrevista.<br />
- O ano de 2016 foi um ano difícil<br />
para todos nós, nomeadamente para<br />
aqueles que sofreram com a calamidade<br />
que foram os incêndios de<br />
verão; mas não podemos deixar de<br />
acreditar na esperança de um mundo<br />
e de um futuro melhor. Desejo<br />
aos madeirenses e porto-santenses<br />
que tenham ânimo e força de vencer,<br />
que não desanimem, que estejam<br />
motivados e que acreditem que<br />
o futuro vai ser bom para todos. ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 9
OPINIÃO<br />
Bocados de nós<br />
Deixamos pedaços de nós<br />
pelos lugares que atravessamos<br />
na vida. Por alguns<br />
passamos levemente, nada ou pouco<br />
nos dizem, nem os lembraremos<br />
mais tarde. Por outros deixamos a<br />
alma, as entranhas, a pele e o ânimo.<br />
Há muito tempo que não ia à<br />
Casa da Calçada. A vida profissional<br />
lá me conduziu um dia destes,<br />
sem que tivesse de qualquer modo<br />
previsto que isso ia acontecer. Não<br />
é que ao longo de todos estes anos<br />
não tenha lá ido muitas vezes. Mas<br />
desta, sabe-se lá porquê, a coisa<br />
bateu mais forte. Entrei nos jardins<br />
da Casa, através dos grandes portões<br />
de ferro. Subíamos um bocadinho,<br />
sempre subimos, dantes e<br />
agora. Íamos dar à fachada principal,<br />
pintada de côr-de-rosa, com<br />
as suas duas torres a equilibrar a<br />
imponência daquele volumoso edifício.<br />
Crescemos e fizémo-nos naquela<br />
familiar visão. Entrávamos antes<br />
pela porta pequena que ia dar ao<br />
escritório do meu tio, mas agora<br />
usam a porta grande, que na altura<br />
tinha de manter-se fechada, porque<br />
ia dar àquelas salas cheias de<br />
objectos velhos, proibidas às crianças.<br />
Objectos velhos e ornamentos,<br />
escuros, bolorentos e ameaçadores,<br />
dos quais só muito mais tarde<br />
percebi o valor no mercado antiquário.<br />
Entrei na Casa. Via-a uma<br />
vez mais hoje em dia, olhei para<br />
a casa-museu, mas a antiga casa<br />
imponha-se na minha memória,<br />
estava sempre presente e sobreponha-se<br />
ao museu dos dias de hoje.<br />
A Casa metia-nos respeito, a nós<br />
que éramos tão mais pequenos do<br />
que ela. Íamos pela mão da nossa<br />
mãe, para quem a Casa era isso<br />
Deixamos bocados de<br />
nós perdidos pelo nosso<br />
passado, nos locais<br />
que frequentávamos,<br />
nos brinquedos que<br />
fazíamos, nos livros que<br />
liamos, nos desenhos<br />
que imaginávamos.<br />
E de repente, por um<br />
motivo qualquer, tudo<br />
nos vem à cabeça. É<br />
um local onde a vida<br />
nos leva, é um desenho<br />
que nos cai nas mãos,<br />
é uma música que<br />
ouvimos ao longe. O<br />
passado somos nós,<br />
não podemos ignorá-lo<br />
nem negá-lo porque<br />
não é mutável, já foi<br />
embora, já não está nas<br />
nossas mãos<br />
Teresa Brazão<br />
mesmo, a casa que a vira construirse,<br />
a sua casa. Fazíamos, tínhamos<br />
de fazer na altura, muita cerimónia.<br />
Porque os meninos queriam-se<br />
assim, muito bem educados e aprumados,<br />
para serem vistos e não<br />
ouvidos. Ao entrar na Casa pela<br />
porta pequena, atravessávamos um<br />
corredor que passava pela entrada<br />
do escritório do Tio, e íamos ter a<br />
uma ampla sala de estar, com sofás<br />
enormes e ao fundo um quarto de<br />
tecto envidraçado a que chamavam<br />
o jardim de inverno. Do outro lado,<br />
mais uma das muitas salas da Casa,<br />
com os seus móveis antigos, os seus<br />
sofás e os seus bibelots. Comia-se<br />
muito na Casa. As refeições eram<br />
constituídas por muitas coisas boas<br />
e muitos pratos complicados, servidos<br />
por empregadas vestidas de preto<br />
com aventais brancos enfeitados<br />
a filete, do mesmo tecido de uma<br />
espécie de toucas que colocavam na<br />
cabeça para ficarem mais bonitas<br />
e para que cabelos não caíssem na<br />
comida. Toda a gente ficava muito<br />
impressionada com a qualidade<br />
e quantidade dos comeres da Casa.<br />
Devia ser por isso que eram todos<br />
tão grandes, pensava eu. Ainda conservo<br />
muitas das suas receitas, que<br />
à época eram tradicionalmente partilhadas<br />
pela família. A Casa era<br />
labiríntica. Haviam muitos quartos<br />
fechados, alguns até sem acesso,<br />
passagens que não iam dar a lado<br />
nenhum, divisórias sem função aparente.<br />
Albergava uma série de tios<br />
e tias-avós, que por sua vez atraiam<br />
uma quantidade de primos e primas<br />
com quem brincávamos pelos<br />
seus corredores imensos e cheios<br />
de aventura e mistério. Quando fui<br />
lá há dias tive aquela sensação que<br />
sempre se tem quando se volta a<br />
um lugar da infância; pareceu-me<br />
tudo muito mais pequeno do que na<br />
minha memória. Fui eu que fiquei<br />
maior, pensei. Para além disso, o<br />
mapa da Casa que tenho na memória<br />
não coincide com as divisórias<br />
actuais, e o ambiente pesado e misterioso<br />
desapareceu. Isso dá-me<br />
uma sensação de mal-estar, é como<br />
que estivesse permanentemente a<br />
construir um puzzle cujas peças não<br />
encaixassem. A minha avó estava<br />
às vezes na casa da Calçada. Era<br />
linda e elegante, diziam que se vestia<br />
em Paris. Só lá estava às vezes<br />
porque viajava muito, para a casa<br />
dos seus outros filhos em locais distantes.<br />
Quando cá estava íamos lá<br />
todos os dias. Eu ia à missa a São<br />
Pedro com ela, e depois ficávamos<br />
na mesa grande do quarto do meio<br />
dos salões de jantar, a fazer desenhos<br />
e a escrever histórias. Alguns<br />
desses contos ilustrados ainda existem,<br />
apareceram-me há dias quando<br />
tentei pôr ordem nas gavetas<br />
da minha casa, tão cheias de lembranças<br />
de outros tempos. E assim<br />
é. Deixamos bocados de nós perdidos<br />
pelo nosso passado, nos locais<br />
que frequentávamos, nos brinquedos<br />
que fazíamos, nos livros que liamos,<br />
nos desenhos que imaginávamos.<br />
E de repente, por um motivo<br />
qualquer, tudo nos vem à cabeça.<br />
É um local onde a vida nos leva, é<br />
um desenho que nos cai nas mãos, é<br />
uma música que ouvimos ao longe.<br />
O passado somos nós, não podemos<br />
ignorá-lo nem negá-lo porque não é<br />
mutável, já foi embora, já não está<br />
nas nossas mãos. Só mesmo o presente<br />
nos pertence para viver e para<br />
mudar. ><br />
Pintora<br />
10<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
LUGARES DE CÁ<br />
Palácio de São Pedro<br />
Dulcina Branco<br />
Fonte/Foto: Madeira Cultura e aprenderamadeira.net<br />
Conde de Carvalhal<br />
por Leonardo Rocha (1785-1817).<br />
Arqui. Rui Carita.<br />
Armas do 2.º Conde de Carvalhal, livro<br />
dos Irmãos da Confraria de São José<br />
da Sé do Funchal, 1859<br />
Na freguesia de S. Pedro<br />
é fácil encontrar algumas<br />
das casas senhoriais<br />
das famílias mais influentes<br />
da cidade do Funchal. Os condes<br />
Carvalhal e Lombada eram conhecidos<br />
pela ostentação do seu modo<br />
de vida, bem visível nos palácios<br />
onde viveram. A casa nobre dos<br />
Carvalhais, uma das mais belas,<br />
é um edifício do século XVIII, no<br />
qual se realçam as sete varandas<br />
de verga trabalhada em ferro<br />
forjado e o portal ladeado por<br />
duas magníficas lanternas em ferro.<br />
Ao longo dos seus longos anos<br />
de existência, este palácio já funcionou<br />
como hotel, colégio e clube<br />
internacional. Hoje, é casa<br />
do Arquivo Regional e do Museu<br />
Municipal (de História Natural),<br />
que inclui o aquário. Falar do<br />
Palácio de São Pedro é falar de<br />
uma das mais significativas obras<br />
da arquitetura civil portuguesa de<br />
meados do século XVIII, mandado<br />
construir pela família Carvalhal.<br />
Foi 1º Conde de Carvalhal<br />
(foto) João José Xavier de Carvalhal<br />
Esmeraldo Vasconcelos de<br />
Atouguia Bettencourt Sá Machado<br />
(1778-1837). Foi seu herdeiro<br />
e 2º Conde Carvalhal, António<br />
Leandro de Carvalhal (1831-<br />
1888). João José Xavier de Carvalhal<br />
Esmeraldo de Atouguia<br />
Bettencourt Sá Machado, 1.º conde<br />
de Carvalhal da Lombada, nasceu<br />
no palácio de S. Pedro, a 7 de<br />
março de 1778. Viria a ser fidalgo<br />
cavaleiro da casa real, coronel<br />
de milícias do regimento da<br />
Calheta e administrador de vários<br />
morgados, entre os quais se destacavam<br />
os do Espírito Santo da<br />
Lombada dos Esmeraldos, do Carvalhal,<br />
em Ponta Delgada, Água<br />
de Mel, Paul do Mar, etc. Sucedeu<br />
depois nos morgados do seu<br />
irmão mais velho, o coronel Luís<br />
Vicente do Carvalhal Esmeraldo<br />
de Sá Machado (c. 1752-1798),<br />
que já teria sido um dos homens<br />
mais ricos da ilha da Madeira e<br />
falecera sem geração. O Palácio<br />
foi adquirido em 1929 pela Câmara<br />
Municipal do Funchal, tendo<br />
desde há algum tempo, deixado de<br />
ser residência dos Condes de Carvalhal.<br />
Desde 1882, ali existiu o<br />
Hotel de Carolina Sheffield, tendo<br />
também surgido depois o Colégio<br />
de São Jorge, dirigido pela<br />
Irmã Mary Jane Wilson, fundadora<br />
da Congregação Franciscana de<br />
Nossa Senhora das Vitórias, em<br />
1884. Em 1897, funcionou ainda<br />
o Clube Internacional. ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 11
[des]conhecida Arte<br />
Bonecos de natal<br />
de Ana Sofia Alves<br />
O natal é época de<br />
decorações cheias<br />
de brilho e motivos<br />
específicos, como anjos e<br />
crianças que se traduzem<br />
em graciosos trabalhos<br />
artísticos, como é o<br />
caso das peças de natal<br />
criadas por Ana Sofia<br />
Alves. Recorrendo à goma<br />
eva e à cazuarina, Ana<br />
Sofia Alves com a ajuda<br />
do seu companheiro,<br />
Tomás Nilton, apresentam<br />
uma página no facebook<br />
onde dão a conhecer o<br />
trabalho que desenvolvem<br />
e que é particularmente<br />
procurado nesta época<br />
do natal, mas não só, já<br />
que as peças criada pela<br />
dupla de artistas, poder<br />
ser aplicada a diversas<br />
festividades, como<br />
batizados e casamentos.<br />
Ana Sofia Alves nasceu<br />
no Funchal e trabalha<br />
em Marketing e Relações<br />
Públicas. Considera a<br />
elaboração das peças,<br />
no caso, os bonecos<br />
de natal que a seguir<br />
se apresentam nesta<br />
página, como um bom<br />
‘anti-stress’. Aceda a Ana<br />
Sofia Alves.Facebook,<br />
deslumbre-se com o seu<br />
trabalho artístico original<br />
e divertido, e tenha um<br />
excelente natal.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos:cortesia Ana Sofia Alves<br />
Como é que define, ou apresenta, o<br />
seu trabalho artístico?<br />
- Minuciosidade e graciosidade em<br />
tons de natal.<br />
Estas peças são procuradas por um<br />
público em particular?<br />
- Não. É o publico em geral.<br />
Como é o processo criativo e que<br />
materiais utiliza na concepção das<br />
peças?<br />
- Em primeiro lugar, é pensar e<br />
idealizar a peça. Às vezes, pedemnos<br />
coisas quase impossíveis de<br />
concretizar mas deitamos mãos e<br />
obra e já está. Utilizamos nas nossas<br />
peças, a a goma eva e a cazuarina.<br />
No caso da cazuarina, o processo<br />
é minucioso e demorado pois<br />
tratando-se de um produto natural,<br />
ela passa por um tratamento<br />
primeiro. No caso do eva, é muito<br />
Ana Sofia Alves<br />
autodidata<br />
facebook.anasofiaalves<br />
mais simples.<br />
O natal é uma época mais especialmente<br />
procurada para os vossos<br />
trabalhos?<br />
- Sim, talvez por ser a época do<br />
ano que gostamos mais e nos faz<br />
sentir inspirados. Por outro lado,<br />
é também a altura em que a casuarina<br />
já está pronta para trabalhar,<br />
por isso, dedicamo-nos muito<br />
mais a este material para conceber<br />
as peças.<br />
Este vosso trabalho artístico é um<br />
passatempo que conciliam com as<br />
vossas profissões, ou não? Como e<br />
quando se ocupam na elaboração<br />
das peças?<br />
- Visto eu ter um horário laboral<br />
muito reduzido, aproveito o tempo<br />
fazendo o que mais gosto e assim<br />
consigo conciliar as duas coisas o<br />
12<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
que me dá muito prazer, além de<br />
ser um bom anti stress. No caso<br />
do meu marido, o facto de estar<br />
desempregado, é predominante. Ele<br />
tem mais tempo para se dedicar, o<br />
que faz com muito gosto, também.<br />
Onde e como divulgam as suas<br />
peças, ou como é que as pessoas<br />
podem adquiri-las?<br />
- Depois de fazermos algumas feiras<br />
em anos anteriores, chegámos à<br />
conclusão que o melhor seria divulgar<br />
o trabalho através do facebook<br />
e entre amigos. A divulgação é mais<br />
alargada, além de também podermos<br />
entregar as peças em mão. Por<br />
enquanto, a única coisa que dispomos<br />
é a minha pagina pessoal que<br />
tem uma pasta de fotos dirigida ao<br />
público em geral. A ideia é expandir<br />
este trabalho de maneira que<br />
possamos também atender a pedidos<br />
de baptizados, casamentos e<br />
festas temáticas. como por exemplo<br />
aniversários mas por enquanto<br />
o protejo encontra-se no ‘forno‘. ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 13
OPINIÃO<br />
O Colecionador de<br />
Parafusos<br />
Na vida precisamos de<br />
âncoras, coisas certas,<br />
portos seguros, rotinas,<br />
continuidade, objetivos. Quando<br />
a vida não nos quer dar tudo<br />
isto nós procuramos uma forma<br />
de, pelo menos, sentir a sensação<br />
de o ter. Colecionar algo especial<br />
pode ser uma forma de construir<br />
um bocadinho de vida que<br />
nos dê a ilusão de estrutura e solidez.<br />
Um desses homens cuja vida<br />
não estava completamente preenchida,<br />
preencheu-a a colecionar<br />
parafusos. Tudo começou quando<br />
foi despedido de um emprego<br />
onde havia investido 15 dos seus<br />
preciosos anos. No último dia quis<br />
trazer um bocado da empresa mas<br />
a única coisa que conseguiu dissimular<br />
com os seus pertences foi<br />
um parafuso. Mas não um qualquer.<br />
Com a ponta de um canivete<br />
retirou-o do encosto da cadeira do<br />
chefe, o mesmo que o havia despedido,<br />
deixando-a desengonçada<br />
e desconfortável. A partir daí<br />
o gosto foi crescendo e tornou-se<br />
mais apurado. As regras para uma<br />
boa coleção de parafusos, com o<br />
tempo, estabeleceram-se e consolidaram-se.<br />
Tinham de provir de<br />
estruturas, equipamentos ou utensílios<br />
em funcionamento (os da<br />
sucata nada valiam) e não podiam<br />
ser banais, ou pertenciam a algo<br />
relevante ou eram relevantes para<br />
o funcionamento de algo. Além<br />
disso, o colecionador fazia questão<br />
de ser ele próprio a recolher,<br />
in situ, os ditos parafusos, salvo<br />
honrosas exceções, como foi o<br />
Colecionar algo<br />
especial pode ser uma<br />
forma de construir<br />
um bocadinho de<br />
vida que nos dê a<br />
ilusão de estrutura e<br />
solidez. Um desses<br />
homens cuja vida não<br />
estava completamente<br />
preenchida,<br />
preencheu-a a<br />
colecionar parafusos.<br />
Tudo começou quando<br />
foi despedido de um<br />
emprego onde havia<br />
investido 15 dos seus<br />
preciosos anos.<br />
caso de um de uma central nuclear<br />
que conseguiu negociar com um<br />
operário. Como qualquer outro<br />
colecionador, muito do tempo<br />
dedicado aos parafusos não era na<br />
sua recolha, antes para organizálos<br />
e etiquetá-los. Cada parafuso<br />
registava a proveniência e data de<br />
recolha, com informações adicionais<br />
à parte, numa base de dados,<br />
por serem demasiadas para incluir<br />
na etiqueta. Apesar de ser secreta,<br />
pois a maior parte dos parafusos<br />
havia sido obtida de forma subversiva,<br />
causando prejuízo nas estruturas<br />
e equipamentos de onde provinham,<br />
a coleção mantinha-se em<br />
pranchas largas de tampa envidraçada,<br />
dando-lhe a ele, o colecionador,<br />
um ar de entomólogo. Mas<br />
de entomólogo o homem só tinha<br />
a aparência da coleção e o facto<br />
da sua ação começar a ser sentida<br />
na sociedade como o efeito de uma<br />
formiga branca que se alimentava<br />
de parafusos. Para sua denúncia,<br />
embora o padrão não tivesse sido<br />
descoberto, os parafusos desapareciam<br />
cirurgicamente por onde<br />
passava. Quando subiu à Torre<br />
Eiffel, em Paris, não desceu sem<br />
um parafuso no bolso, e mesmo no<br />
seu último internamento hospitalar<br />
a máquina que monitorizava o<br />
batimento cardíaco não ficou para<br />
trás intacta. Ainda as autoridades<br />
não desconfiavam daquela caça<br />
aos parafusos quando algo de muito<br />
grave aconteceu. Os telejornais<br />
abriram com a notícia. Descarrilamento<br />
de comboio de alta velocidade,<br />
56 mortos confirmados e<br />
largas dezenas de feridos. Imediatamente<br />
surgiram as dúvidas habituais.<br />
Ataque terrorista? Falha<br />
mecânica? Falha humana? A resposta<br />
veio pouco depois. A videovigilância<br />
identificou o homem<br />
responsável pela remoção de um<br />
parafuso no carril. Estava descoberta<br />
a causa e o causador daquele<br />
drama. O colecionador de parafusos<br />
foi preso e a sua casa vasculhada<br />
em busca de ligações terroristas.<br />
Não encontraram o que<br />
procuravam mas depararam-se<br />
com uma extraordinária coleção<br />
de parafusos que valeu ao homem<br />
a perda definitiva da liberdade. O<br />
caso insólito foi noticiado em todo<br />
o mundo e em todo o mundo começou<br />
a praga dos colecionadores de<br />
parafusos. Hoje são aos milhões,<br />
constituindo uma cultura subversiva<br />
que alastra e mina a sociedade<br />
mecanizada. Mas a sociedade age<br />
e reage, e é nessa dialética que<br />
evolui ou, pelo menos, avança. Tal<br />
como foi capaz de domesticar a<br />
arte urbana e criar tintas anti-graffiti,<br />
a sociedade acredita poder<br />
integrar muitos dos colecionadores<br />
de parafusos e controlar os danos<br />
dos que se mantiverem subversivos.<br />
A tecnologia evolui para se<br />
adaptar às novas circunstâncias e<br />
surgem soluções que impedem as<br />
remoções não autorizadas ou, simplesmente,<br />
que deixam o parafuso<br />
para trás. Todas as boas soluções<br />
um dia deixarão de o ser e a única<br />
certeza será sempre a constante<br />
mudança e, com ela, a permanente<br />
necessidade de adaptação. ><br />
Hélder Spínola<br />
Biólogo/Professor Universitário<br />
14 saber | NOVEMBRO | 2016
Ray-Ban<br />
MARCAS ICÓNICAS<br />
O General Douglas MacArthur<br />
usando o modelo Aviator da Ray-Ban em 1944.<br />
Q<br />
uando o assunto é óculos<br />
estilo aviador, os óculos<br />
Ray-Ban são logo lembrados,<br />
o que não é à toa. Afinal,<br />
a sua história explica bem o<br />
porquê. Símbolo de estilo e sofisticação,<br />
estes modelos de óculos<br />
fazem a cabeça de milhares de pessoas<br />
e são usados pelos nomes mais<br />
famosos do mundo do cinema e da<br />
música, em particular. Tem por<br />
trás a empresa fabricante de óculos<br />
e armações Ray-Ban, fundada<br />
em 1937 pela Bausch & Lomb. Os<br />
óculos Ray-Ban foram criados em<br />
1937. Alguns anos antes da sua<br />
criação, o tenente John MacCready<br />
no regresso a casa depois de uma<br />
aventura aérea num balão, reclamou<br />
que o sol tinha irritado e danificado<br />
a retina dos seus olhos. Contactou<br />
em Nova Iorque a famosa<br />
loja e fabricante de óculos Bausch<br />
& Lomb, pedindo-lhes para criar<br />
óculos elegantes e que desse proteção<br />
aos seus olhos contra os raios<br />
solares. Dessa característica, surgiu<br />
o nome da marca, a mistura do<br />
termo em inglês raio (Ray) e as três<br />
primeiras letras da palavra banir<br />
(Bannish). Em 7 de maio de 1937,<br />
a Bausch & Lomb registrou a patente.<br />
O protótipo, conhecido como<br />
Anti-Glare, tinha armações muito<br />
leves. Eram feitas de metal banhado<br />
a ouro com lentes verdes de cristal<br />
mineral que filtravam os raios<br />
infravermelhos e ultravioleta. Os<br />
pilotos da Força Aérea dos Estados<br />
Unidos imediatamente adotaram os<br />
óculos de sol devido a estas características.<br />
O modelo Ray-Ban Aviator,<br />
tornou-se um estilo bem conhecido<br />
de óculos de sol dada a sua popularidade<br />
entre os pilotos. Ficou também<br />
internacionalmente conhecido<br />
quando o General Douglas MacArthur<br />
desembarcou numa praia nas<br />
Filipinas durante a Segunda Guerra<br />
Mundial. Vários fotógrafos registaram<br />
esse momento, em que o General<br />
Douglas utilizava os óculos. Daí<br />
por diante, os óculos Ray-Ban popularizaram-se<br />
não só entre os militares,<br />
mas também entre os consumidores<br />
de todo o mundo. Durante<br />
a década de 50, mais precisamente<br />
em 1952, o designer Raymond<br />
Stegeman criou o modelo Wayfarer<br />
construído com armação de plástico<br />
e com um desenho inspirado em<br />
carros com traseira rabo-de-peixe,<br />
muito comum na época. Raymond<br />
Stegeman vendeu o protótipo para<br />
a B&L que registou a patente como<br />
Ray-Ban Wayfarer. O objetivo era<br />
vendê-los também a pilotos, todavia<br />
foi comumente adotado por artistas.<br />
Os Wayfarers obtiveram grande<br />
popularidade na década de 1950 e<br />
1960, especialmente após de terem<br />
sido usados por Audrey Hepburn,<br />
em 1961 no filme Breakfast at<br />
Tiffany’s. Durante a década de 60, o<br />
Ray-Ban Jackie Ohh, ganhou destaque<br />
mas não ficou tão popular quanto<br />
os modelos Aviator e Wayfarer,<br />
ao ser usado pela primeira-dama<br />
americana Jacqueline Kennedy. O<br />
nome veio do apelido dado pelos<br />
media, à Primeira-dama. Após o<br />
período de sucesso nas décadas de<br />
50 e 60, o Wayfarer caiu no esquecimento<br />
nos anos 70 e quase ficou<br />
fora do mercado. Nos anos 80, a<br />
Ray-Ban resolveu investir no modelo<br />
novamente com a inserção em<br />
vários filmes de Hollywood. Na<br />
década de 80, os óculos voltaram a<br />
ser destaque de moda e vendas. Nos<br />
20 anos seguintes, a Ray-Ban diversificou<br />
os seus modelos e afirmou-se<br />
como uma das maiores marcas do<br />
setor. Em 1999, a empresa foi comprada<br />
pela empresa italiana Luxottica<br />
por 640 milhões de doláres. ><br />
Fonte/Fotos: Ray-Ban site oficial.<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 15
PUBLIREPORTAGEM<br />
Funchal Alerta vai mudar a relação<br />
entre a CMF e os funchalenses<br />
Texto/Fotos:<br />
Câmara Municipal do Funchal<br />
Funchal Alerta, a nova plataforma<br />
de reporte de ocorrências da<br />
Câmara Municipal do Funchal,<br />
foi apresentada este mês no Salão<br />
Nobre dos Paços do Concelho e<br />
encontra-se <strong>online</strong> em https://<br />
funchalalerta.cm-funchal.pt/. Os<br />
munícipes passam a poder reportar<br />
diretamente à Câmara, através<br />
de um smartphone ou de um<br />
computador, qualquer problema<br />
nos espaços públicos da cidade,<br />
sendo depois informados do estado<br />
de resolução da sua queixa.<br />
OPresidente Paulo Cafôfo<br />
falou em “mais um<br />
compromisso eleitoral<br />
cumprido”, enaltecendo que<br />
“esta “ferramenta, que foi desenvolvida<br />
internamente pelo Município,<br />
podia ser vendida em qualquer<br />
cidade do mundo.” Sobre<br />
isto, aliás, Paulo Cafôfo fez questão<br />
de sublinhar que o responsável<br />
pelo desenvolvimento da aplicação,<br />
Rúben Henriques, foi um<br />
dos 125 elementos que integraram,<br />
até hoje, os Programas de<br />
Ocupação e Formação em Contexto<br />
de Trabalho da Autarquia, considerando-o<br />
uma das faces mais<br />
visíveis do sucesso dessa iniciativa.<br />
Sobre o Funchal Alerta, o<br />
Presidente prosseguiu que “hoje<br />
em dia, as cidades gerem-se com<br />
um novo paradigma, através das<br />
novas tecnologias, o que cria mais<br />
e melhores condições para a participação<br />
e para o envolvimento<br />
dos cidadãos na coisa pública. A<br />
partir de hoje, no Funchal, através<br />
de uma mensagem, de uma<br />
fotografia ou de uma localização,<br />
todos podem instantaneamente<br />
começar a resolver um problema,<br />
no pleno exercício de uma cidadania<br />
ativa.” O Vereador Miguel<br />
Silva Gouveia, que tem o pelouro<br />
da Modernização Administrativa,<br />
considerou, por sua vez, o Funchal<br />
Alerta como “o pontapé de<br />
saída de uma nova era no relacionamento<br />
entre a Câmara Municipal<br />
do Funchal e os seus munícipes”.<br />
A ferramenta enquadrase<br />
“nas políticas de desmaterialização,<br />
desburocratização e de<br />
modernização administrativa deste<br />
Executivo, e estará sob a égide<br />
da futura Loja do Munícipe.<br />
Os serviços da Câmara passam a<br />
estar completamente interligados,<br />
ao serviço dos funchalenses e de<br />
uma resposta cada vez mais rápida<br />
e eficaz.” ><br />
16<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
saber | NOVEMBRO | 2016 17<br />
PUB
OPINIÃO<br />
Viajar na Sicília (1)<br />
Vamos lá então continuar<br />
com a aliciante aventura,<br />
que a viagem à Sicília<br />
constitui!) Do porto de Palermo,<br />
há “ferry boats” para Catânia,<br />
a segunda cidade, situada a<br />
este (a costa da ilha onde brilham,<br />
também, Taormina, a nordeste,<br />
e Siracusa, a sudeste). A ocidente,<br />
situam-se Marsala e Agrigento.<br />
Catânia é vizinha do monte Etna e<br />
destaca-se pelos magníficos palácios<br />
e igrejas barrocas, tanto uns<br />
como outras, enegrecidos pela fuligem<br />
do vulcão. Á noite, o encantamento<br />
é ainda maior, já que os<br />
edifícios ganham redobrada beleza,<br />
pela luz mágica dos luminários<br />
de época, instalados nas fachadas,<br />
a meia altura. Por sua vez, o<br />
Etna, com mais de 3.000 metros<br />
de atitude (medida variável, em<br />
virtude das suas frequentes erupções),<br />
é o mais alto vulcão ativo<br />
da Europa. Impressiona. Não foi<br />
por acaso que os gregos da antiguidade<br />
criaram uma lenda que<br />
colocava, no interior do vulcão, a<br />
forja de Vulcano e dos Ciclopes;<br />
nem que se apregoava a existência,<br />
abaixo do seu cone, do gigante<br />
Tífon, cujos movimentos faziam<br />
tremer a terra. Não foi ainda por<br />
acaso que os cartagineses, na época<br />
empenhados em conquistar a<br />
Sicília, desistiram e abandonaram<br />
apressadamente a região, quando<br />
Por sua vez, o Etna,<br />
com mais de 3.000<br />
metros de atitude<br />
(medida variável,<br />
em virtude das suas<br />
frequentes erupções),<br />
é o mais alto vulcão<br />
ativo da Europa.<br />
Impressiona. Não<br />
foi por acaso que os<br />
gregos da antiguidade<br />
criaram uma lenda que<br />
colocava, no interior<br />
do vulcão, a forja de<br />
Vulcano e dos Ciclopes;<br />
nem que se apregoava<br />
a existência, abaixo do<br />
seu cone, do gigante<br />
Tífon, cujos movimentos<br />
faziam tremer a terra<br />
esta se viu atingida por uma erupção<br />
vulcânica extremamente violenta.<br />
No entanto, mesmo bem perto<br />
de Palermo, encontramos preciosidades<br />
únicas, de um encanto<br />
sem fim, como é o caso da praia de<br />
Mondello, a preferida dos palermitanos.<br />
Trata-se de um semicírculo<br />
vivo de cor, beleza, tradição<br />
e requinte (que ganha a qualquer<br />
postal ilustrado, representativo<br />
seja de que lugar for). Mondello<br />
é uma praia de filme dos<br />
anos sessenta, com mais cor, mais<br />
“pé”, mais distrações, mais pessoas<br />
e melhores equipamentos do que<br />
os existentes em qualquer ficção<br />
até hoje produzida, mesmo com as<br />
inovadoras tecnologias ou os inéditos<br />
efeitos especiais. O mesmo<br />
se passa com a calma e pitoresca<br />
Monreale, situada sobre as colinas<br />
de Palermo, com os seus 300<br />
e tal metros acima do nível médio<br />
das águas do mar. Mais do que na<br />
capital, as pessoas abordam-nos,<br />
opinam, aconselham, querem ser<br />
nossas protetoras e sorriem, como<br />
se nos quisessem integrar numa<br />
grande família (que se zanga só<br />
para poder fazer as pazes, todos<br />
os dias). É um lugar “molto carino”,<br />
célebre pela sua catedral normanda,<br />
erigida no século XIII,<br />
que alberga meticulosos mosaicos<br />
bizantinos, com mais de 2200<br />
kg em ouro. É também um povoado<br />
de múltiplos pátios, que vão dar<br />
quase sempre a outros pátios, onde<br />
a vida acontece, singela e serena,<br />
de vassoura na mão e roupa a<br />
secar, à varanda. Monreale permite<br />
perceber toda a extensão de<br />
Palermo, a força do seu relevo e<br />
as peculiaridades do seu urbanismo:<br />
a vista é de cortar a respiração.<br />
Em Palermo, a viagem inicial,<br />
a partir do aeroporto Internacional<br />
Punta Raisi, que fica localizado a<br />
35 Km de distância, é já um magnífico<br />
cartão de visita. Para quem<br />
chega de novo, torna-se impressionante<br />
este primeiro contacto com o<br />
sol e a vegetação do Mediterrâneo,<br />
onde também existem tabaibos e<br />
dragoeiros. Gravadas para sempre<br />
ficarão, por certo, as montanhas,<br />
imponentes e únicas. À despedida,<br />
o percurso de regresso pode não<br />
ser exatamente igual ao da chegada<br />
e isso irá enriquecer e completar<br />
a impressão inicial. Com sorte,<br />
poderemos deixar Palermo num<br />
dia de chuva e isso irá aconchegarnos<br />
os sentidos: a Sicília à chuva<br />
será, então, bem distinta da terra<br />
soalheira que nos saudou. Só as<br />
montanhas permanecerão as mesmas,<br />
parecendo estreitar-nos num<br />
abraço enérgico e reconfortante.<br />
A imensa ilha – e principalmente<br />
Palermo, a sua capital - são tão<br />
difíceis de compreender como de<br />
esquecer! ><br />
António Castro<br />
Professor/Escritor<br />
18<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
NUTRIÇÃO<br />
Castanha: Um tesouro nutricional<br />
Texto/Foto:<br />
Alison Karina de Jesus<br />
Nutricionista<br />
alisonkjesus@gmail.com<br />
N<br />
o nosso país, o consumo<br />
da castanha é uma tradição<br />
no outono. É na celebração<br />
do Magusto que esta tem<br />
maior destaque na nossa alimentação.<br />
Trata-se de um fruto proveniente<br />
do castanheiro e que se<br />
desenvolve dentro dos ouriços. Ela<br />
está presente na alimentação humana<br />
desde há muito tempo, sendo que<br />
em outros tempos, a castanha era<br />
um dos farináceos mais consumidos<br />
pelos beirões e transmontanos,<br />
tendo sido um substituto do pão e<br />
da batata. É um fruto sazonal, que<br />
pode ser encontrado a partir da 2a<br />
quinzena de setembro até dezembro.<br />
Contudo, podemos encontrála<br />
o ano todo devido ao mercado da<br />
castanha congelada. Em Portugal,<br />
é nos meses de outono que mais nos<br />
lembramos dela, verificando-se um<br />
maior consumo devido ao Magusto<br />
e ao S. Martinho. Quais são as<br />
vantagens nutricionais do seu consumo?<br />
A castanha é um fruto amiláceo<br />
tal como a noz, amêndoa e a avelã,<br />
que apresenta benefícios nutricionais<br />
que muitas vezes não são<br />
tidos em conta. É um grande fornecedor<br />
de hidratos de carbono complexos,<br />
fibra e proteína de elevado<br />
valor biológico, sendo interessante<br />
no controlo do apetite. Para além<br />
disso, tem um baixo teor em gordura<br />
e também é de destacar a quantidade<br />
considerável de algumas vitaminas<br />
e minerais, nomeadamente as<br />
vitaminas do complexo B, a vitamina<br />
C, cobre e o manganésio. Apesar<br />
da castanha não ter o aspeto e cor<br />
dos frutos antioxidantes, não deixa<br />
de ter um teor apreciável de polifenóis,<br />
nomeadamente de flavonóides<br />
e ácidos fenólicos que têm como<br />
função a prevenção de certos tipos<br />
de cancro e das doenças cardiovasculares,<br />
mas também do envelhecimento<br />
celular, conferindo proteção<br />
perante os radicais livres. E como<br />
podem ser consumidas? A castanha<br />
tem a grande vantagem de ser<br />
um alimento muito versátil, pode<br />
ser usada como acompanhamento<br />
de pratos (assadas, cozidas ou<br />
empuré), servir de base para sopas,<br />
molhos e também nas sobremesas,<br />
compotas e bolos. Como conservar<br />
melhor a castanha? Na altura de<br />
comprar, opte pelas que têm pele<br />
brilhante e sem cortes ou fissuras.<br />
No momento de armazená-las, procure<br />
fazê-lo sempre num local fresco,<br />
seco e que não estejam sujeitas<br />
à compressão, de maneira a<br />
não serem esmagadas. Podem ser<br />
conservadas no congelador, para<br />
tal basta descascá- las, podendo<br />
armazená-las com uma longa duração<br />
de cerca de 6 meses. É, de facto,<br />
lamentável que a castanha com<br />
tantas qualidades não faça parte da<br />
nossa alimentação com mais frequência,<br />
uma vez que pode perfeitamente<br />
substituir o arroz, a massa ou<br />
a batata, principalmente nesta altura<br />
do ano. É de realçar que Portugal<br />
é um grande produtor de castanha,<br />
sendo que na hora de comprar<br />
escolha a castanha de origem portuguesa.<br />
Afinal devemos comprar<br />
o que é nosso não só para ajudarmos<br />
na produção local mas também<br />
para diminuir o impacto ambiental.<br />
Já o diziam os nossos antepassados:<br />
“Cruas, assadas, cozidas ou engroladas,<br />
com todas as manhas bem<br />
boas e assadas são as castanhas.” ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 19
Xavier Agrela . . . de A a Z<br />
MADEIRA<br />
Amor<br />
O Amor de Mãe que é único e<br />
interminável<br />
Amigos<br />
Valorizo cada um deles e cada<br />
um à sua maneira e tenho alguns<br />
desde a infância.<br />
Arte<br />
Adoro visitar Galerias de Arte e<br />
acho que a Arte é o espelho de um<br />
Povo.<br />
Animais de Estimação<br />
Não tenho nenhum mas a ter seria<br />
um cão.<br />
Erros<br />
Cometi alguns ao longo da vida mas<br />
tentei sempre corrigi-los ou pelo menos<br />
evitar repeti-los. Errar é humano.<br />
Estilo<br />
Tenho o meu e admiro quem tem o<br />
seu próprio estilo! O estilo define a<br />
personalidade de uma pessoa.<br />
Emoção<br />
Sou, por vezes, muito emotivo, e às<br />
vezes não é preciso muita coisa.<br />
É um profissional incontornável na área do entretenimento na Madeira Xavier<br />
Agrela, que todos conhecem dos desfiles da Festa da Flor e de Carnaval<br />
com a Geringonça, ou na apresentação de espetáculos organizados pelo<br />
Turismo. Teve algumas experiências na área do teatro (Musical Amália de<br />
La Féria em 1999 na Madeira e outros) e do Canto (Funchal a cantar em<br />
1997). Escriturário de profissão – conta 28 anos de trabalho na secretaria da<br />
Associação dos Industriais de Táxis da RAM, Xavier Agrela nasceu na antiga<br />
Caixa de Previdência, no Funchal, a 6 de janeiro de 1972, onde nasceram<br />
os filhos do casal que vivia no sítio do Lombo dos Aguiares, freguesia de<br />
Santo António. Frequentou a Universidade de Évora por pouco tempo, já<br />
que desistiu do Curso de Biologia/Geologia Ensino naquela instituição de<br />
ensino. Trabalhou na construção civil, bar, mercearia, antes de se fixar na<br />
Associação dos Industriais de Táxis da RAM e desenvolver outras atividades<br />
na área da Animação. Ingressou na Asssociação de Animação Geringonça em<br />
janeiro de 1997, tendo assumido nesta, diferentes cargos: de participante,<br />
passou a Tesoureiro de Direção, Presidente da Direção e Presidente da Mesa<br />
da Assembleia, cargo este que assumiu durante 18 anos. Continua nesta<br />
associação mas sem qualquer cargo diretivo. Foi Mestre de Sala, figura<br />
de destaque no Carro Alegórico e até o intérprete do Projeto de Carnaval<br />
dos 25 anos da Geringonça. Foi Tesoureiro do Sindicato dos Escritórios e<br />
membro da Assembleia da Junta de Freguesia de Santo António. Começou<br />
na apresentação de espectáculos de palco em 1997. Apresentou eventos<br />
promovidos pela Geringonça, Festas de São Vicente, Encontros de Bandas da<br />
SRCT, Festa da Cereja, entre outros. É, atualmente, um dos apresentadores do<br />
canal naminhaterra TV. “Apresentar é a área em que me sinto mais realizado,<br />
do mundo do espectáculo”, diz Xavier Agrela, que responde a este A a Z.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: gentilmente cedidas por Xavier Agrela<br />
Bebidas<br />
Muitas agradam-me, por exemplo<br />
sambuca e Cidra e um bom vinho<br />
rosé.<br />
Brinquedos<br />
Tive muito poucos na infância<br />
e os poucos que tive eram<br />
artesanais… já tenho saudades!<br />
Beijo<br />
Considero o toque mais íntimo,<br />
entre dois seres. Adoro beijar.<br />
Casamento<br />
Adoro… o dos outros, para<br />
mim não, não concordo com o<br />
casamento concordo sim com a<br />
união.<br />
Curiosidade<br />
Sou extremamente curioso e isso<br />
considero ser uma qualidade<br />
pois tem me ajudado nos meus<br />
trabalhos.<br />
Cores<br />
Sou das cores e tento pintar tudo,<br />
na minha vida, a cores… na<br />
minha vida não há lugar ao “preto<br />
e branco”. Adoro o Azul.<br />
Família<br />
Não se escolhe. Tenho a minha, que<br />
apesar de grande entendemo-nos todos<br />
e temos o nosso pilar, a nossa mãe,<br />
para colocar ordem!<br />
Filme<br />
Não sou muito dado a filmes. Já tenho<br />
saudades de ir ao cinema. Lembro bem<br />
do “Mamma Mia”<br />
Futebol<br />
Não aprecio mas em criança praticava<br />
e normalmente era guarda-redes.<br />
Flores<br />
Gosto de Gerberas.<br />
Ginástica<br />
Pratico, para manter a boa forma e me<br />
sentir bem no que toca à saúde.<br />
Gula<br />
Um dos sete pecados capitais. Cometo<br />
esse pecado, muitas vezes.<br />
Deus<br />
O Ser Superior.<br />
Decoração<br />
Dizem que tenho jeito para a decoração<br />
e até me pedem sugestões.<br />
Doces<br />
Sou muito guloso e não dispenso um<br />
bom doce, uma boa sobremesa uma<br />
fatia do nosso bolo de mel.
Humildade<br />
Fica bem a todos mas nem todos sabem<br />
ser. Tento ser humilde no meu dia-a-dia.<br />
Humor<br />
Adoro lidar com pessoas bem humoradas.<br />
O humor deveria ser obrigatório pois faznos<br />
olhar para a vida, de outra forma.<br />
Grande parte dos bons momentos de<br />
Humor vivi na Associação de Animação<br />
Geringonça, à qual estou ligado desde<br />
janeiro de 1997, por se tratar de uma<br />
Associação ligada às festividades.<br />
Ilha<br />
Madeira. O melhor Destino de sempre.<br />
Internet<br />
Uso todos os dias para trabalho e lazer e<br />
não sei como seria viver sem ela nos dias<br />
de hoje.<br />
Justiça<br />
Falta alguma no Mundo no entanto por<br />
vezes tarda mas não falha.<br />
Livro<br />
Objeto de companhia. Costumo dizer que a<br />
minha vida dava um livro!<br />
Lua<br />
Gosto de vê-la, faz-nos companhia todas<br />
as noites.<br />
Música<br />
Não sei viver sem música. Ouço todo o<br />
tipo de música. Existem músicas que são<br />
verdadeiros hinos da minha vida.<br />
Marcas<br />
Não ligo a marcas. As marcas são símbolo<br />
do consumo e do exagero.<br />
Mania<br />
Cada um tem a sua e eu também tenho<br />
algumas. A mania das limpezas e da<br />
arrumação, por exemplo.<br />
Moda<br />
As Modas pegam. Tento andar mais ou<br />
menos na moda mas sem exageros e há<br />
modas que não ma fascinam.<br />
Notícias<br />
Gosto de andar sempre atuali-zado<br />
no que toca a notícias, acima de<br />
tudo do meu País. Também gosto de<br />
dar (boas) notícias.<br />
Objectivos<br />
Sempre fui de muitos objetivos.<br />
Acho que a vida sem objetivos não<br />
é a mesma coisa. Ter objetivos faznos<br />
viver mais intensamente.<br />
Ostentação<br />
Essa palavra não faz parte do meu<br />
vocabulário a não ser ostentar<br />
bondade, lealdade, amizade, etc!<br />
Ódio<br />
Não odeio ninguém e creio não ser<br />
odiado, também. Embora digam que<br />
o ódio é o sentimento mais próximo<br />
do Amor ainda assim prefiro Amar.<br />
Perfumes<br />
Gosto. Cada perfume que uso, ou<br />
já usei, marca uma fase da minha<br />
vida e lembra uma pessoa ou uma<br />
história.<br />
Presentes<br />
Adoro oferecer mas também gosto de<br />
receber. Um presente, por vezes, vale<br />
mais pelo simbolismo do que pelo<br />
valor monetário. Aprecio e gosto de<br />
oferecer presentes personalizados.<br />
Política<br />
Embora não esteja ligado à política<br />
interesso-me, minimamente, pela<br />
vida Política da Madeira e do<br />
Mundo. Não gosto da expressão<br />
“politicamente correto” pois<br />
considero que não existe políticos<br />
corretos.<br />
Qualidades<br />
Por vezes as qualidades podem se<br />
converter em defeitos e vice versa<br />
por isso as qualidades dependem do<br />
ponto de vista de cada um.<br />
Rádio<br />
Ouço todos os dias. Em criança<br />
a minha mãe mantinha a<br />
“telefonia” ligada o dia todo daí<br />
o gosto pela rádio. Já tive uma<br />
pequena experiencia de fazer<br />
rádio. Ouço as nossas rádios, da<br />
Madeira.<br />
Referências<br />
Busco, nas pessoas mais velhas<br />
e mais experientes, as referencias<br />
para me ajudarem na vida. Quero<br />
também ser uma referencia para<br />
alguém.<br />
Surpresa<br />
Surpreendo e adoro ser<br />
surpreendido. O efeito surpresa<br />
só é surpreendente se conseguir<br />
surpreender o surpreendido.<br />
Sexo<br />
Sem tabus. O sexo é simples<br />
por vezes as pessoas é que<br />
complicam. Fui do tempo em<br />
que praticar sexo tinha outro<br />
simbolismo.<br />
Signo<br />
O meu é o melhor. Um dia li “você<br />
cometerá alguns erros mas não<br />
se esqueça da capacidade que<br />
tem de transformar os erros em<br />
benefícios”. Esta frase define um<br />
verdadeiro Capricórnio.<br />
Sonho<br />
Sonho muitas vezes acordado.<br />
A dormir, nem por isso. Quando<br />
sonho quase sempre lembro dos<br />
pormenores e riu e falo muito...<br />
dizem!<br />
Televisão<br />
Tento ver todos os dias um pouco,<br />
acima de tudo notícias e programas<br />
de entretenimento. Também<br />
faço televisão (<strong>online</strong>), no Canal<br />
naminhaterra TV.<br />
Telemóvel<br />
Não sei viver sem ele. É um<br />
instrumento de trabalho. Tive<br />
o meu o primeiro telemóvel em<br />
1999.<br />
Trabalho<br />
Já trabalho há cerca de 30 anos,<br />
28 deles na Aitram- Assoc.<br />
Industriais de Táxi da RAM. Sou<br />
viciado em trabalho e tento ser um<br />
bom profissional e acho que tenho<br />
conseguido.<br />
Utopia<br />
Viver num Mundo justo é,<br />
certamente, uma utopia. mas<br />
cabe a cada um de nós fazer a<br />
sua parte. Eu faço!<br />
Vitória<br />
Quem não gosta do sabor da<br />
vitória??!! Mas é preciso saber,<br />
também, lidar com as derrotas pois<br />
só assim se dá mais valor ao que<br />
se consegue alcançar.<br />
Vida<br />
“A Vida é Bela”, bem pode ser o<br />
nome do filme da minha vida. Não<br />
reclamo da minha (boa) vida mas<br />
também não me deito à sombra da<br />
bananeira! Vou à luta... todos os<br />
dias.<br />
Viagem<br />
Amooo viajar. Viajo todos os<br />
anos 2 ou 3 vezes e trago sempre<br />
experiencias, vivências e imagens<br />
que fzem de mim o que sou. Viajar<br />
é viver.<br />
Vício<br />
Não tenho nenhum vício a não<br />
ser o vício de viver. Existem vícios<br />
malignos e benignos e cabe a cada<br />
um de nós escolher, ou pelo menos<br />
tentar, evitar os que nos fazem mal.<br />
Xenofobia<br />
Um dos males das nossas<br />
Sociedades, ditas Modernas. Ser<br />
xenófobo, acho, que é um defeito<br />
dos medíocres e de que não sabe<br />
viver em comunidade.<br />
Xadrez<br />
Nunca pratiquei e não conheço<br />
minimamente as regras, só acho<br />
piada nas peças (esculturas).<br />
Zoologia<br />
Acho que a Madeira devia<br />
ter um Jardim Zoológico. Há<br />
comportamentos humanos, que<br />
acho, que só a Zoologia poderá<br />
explicar.<br />
Zelo<br />
Excesso de zelo, por vezes,<br />
prejudica, e muito. Zelar pelo o que<br />
é nosso faz parte da raça humana.<br />
Eu zelo a minha família e os meus<br />
amigos.<br />
21
OPINIÃO<br />
REFLEXOLOGIA na CRECHE<br />
E JARDIM DE INFÂNCIA<br />
Segundo a reflexóloga<br />
Eunice Ingham, a mãe<br />
da reflexologia moderna,<br />
esta permite através de estímulos<br />
correctos nos terminais nervosos<br />
dos pés e mãos, prevenir, corrigir<br />
e auto-regular o organismo.<br />
Promovendo melhoria do sistema<br />
imunitário, melhorando: a circulação<br />
sanguínea, a comunicação nervosa,<br />
o funcionamento dos órgãos,<br />
normaliza as funções corporais, e<br />
funciona acima de tudo como terapia<br />
preventiva. Através da “destruição”<br />
de cristais encontrados<br />
nos reflexos que estão a ser trabalhados,<br />
permitindo desta forma<br />
atingir o equilíbrio, permitindo que<br />
atenue a manifestação do desequilíbrio<br />
do corpo (doença) e/ou prevenindo-a.<br />
A Reflexologia infantil<br />
direccionada para as crianças,<br />
segue os mesmos princípios. Contudo<br />
com a diferença que as crianças<br />
respondem muito mais rapidamente<br />
ao tratamento, pelo facto do<br />
sistema nervoso, estar ainda muito<br />
menos “intoxicado” por excessos<br />
de medicação, doenças crónicas,<br />
e ou mecanismos de defesa que se<br />
neguem à recepção do tratamento.<br />
Desta forma sendo a reflexologia<br />
um dos instrumentos para restabelecer,<br />
de forma natural, o equilíbrio<br />
do ser humano com pressões com<br />
as mãos em determinados pontos<br />
dos pés é possível provocar mudanças<br />
fisiológicas no corpo uma vez<br />
que o próprio potencial de cura do<br />
organismo é estimulado. Assim esta<br />
pode ser usada como terapia tanto<br />
nos adultos, como crianças e bebés.<br />
Nestes últimos, a prática da Refle-<br />
A reflexologia é<br />
uma terapia que se<br />
baseia no princípio da<br />
existência de pontos<br />
reflexos nos pés e<br />
nas mãos, que ao<br />
serem estimulados<br />
proporcionam<br />
ao organismo o<br />
desenvolvimento<br />
de mecanismos<br />
de auto-regulação<br />
(homeostasia)” Eunice<br />
Ingham.<br />
xologia podal requer uma atenção<br />
especial e as manipulações devem<br />
ser subtis e mais suaves do que num<br />
adulto. Nos bebés e crianças pequenas,<br />
a prática da Reflexologia podal<br />
requer uma atenção especial, e feita<br />
com terapeutas com formação específica<br />
nesta área. Situações como<br />
cólicas, diarreia, obstipação, otites,<br />
amigdalites, distúrbios do sono,<br />
irritabilidade, ansiedades, romper<br />
da dentição, constipações, são apenas<br />
uma pequena quantidade da lista<br />
de possibilidades de actuação da<br />
Reflexologia Podal Infantil.<br />
ÂMBITO DO PROJETO<br />
“A reflexologia como apoio aos cuidados<br />
médicos convencionais, não<br />
só auxilia a criança como também<br />
aproxima-a os pais, contribuindo<br />
para uma vinculação mais segura.”<br />
Barbara e Kevin Kunz<br />
O Centro de Reflexologia da Madeira,<br />
ano lectivo 2015/2016, teve<br />
uma nova experiência colaborando<br />
na implementação da terapia junto<br />
dos bebés e crianças numa creche<br />
e jardim-de-infância no Funchal,<br />
como actividade extracurricular<br />
opcional por parte dos pais. Houve<br />
adesão considerável, que nos deixou<br />
muito satisfeitos.<br />
Apesar de o feedback obtido de<br />
alguns pais ser positivo, nomeadamente<br />
no relaxamento, recuperação<br />
mais rápida em estados de doenças<br />
naturais. Houve outros pais que<br />
referirem que não notaram diferença<br />
visível.<br />
De tal forma que este ano lectivo<br />
gostaríamos de manter a nossa<br />
intervenção como actividade extracurricular,<br />
por forma de chegarmos<br />
juntos destes pais que ainda desconhecem<br />
o verdadeiro efeito da terapia,<br />
e se possível aproximá-los da<br />
terapia ensinando-lhes como aplicar.<br />
E estamos disponíveis para<br />
outras escolas que estejam interessadas.<br />
Porquê os Pais devem ser os Terapeutas<br />
dos próprios filhos?<br />
Segundo a nossa filosofia de trabalho,<br />
os pais tem um papel fundamental<br />
na aplicação desta ferramenta<br />
por haver um vínculo maior<br />
com seus filhos. E deveriam ser<br />
estes que deveriam intervir inicialmente<br />
como terapeutas dos seus<br />
próprios filhos, já que os bebés e<br />
crianças reagem melhor em receber<br />
estes estímulos por parte de quem<br />
os ama, ou seja os seus pais, avós<br />
ou irmãos.<br />
Os benefícios não se fazem apenas<br />
ver nos filhos, os pais acabam<br />
por sofrer efeitos secundários muito<br />
positivos, tais como, autoconfiança,<br />
conhecimento mais concreto<br />
do organismo dos seus filhos, e<br />
uma melhoria no estado da saúde<br />
de todos os elementos.<br />
Assim pretendemos que com a<br />
implementação da terapia possamos<br />
constatar uma amplitude face<br />
ao conhecimento da terapia, por<br />
parte de pais, educadores e alunos<br />
(os de maior idade já são capazes<br />
de assimilar de que se trata).<br />
E também estar na linha da frente<br />
na prevenção e cooperação do restabelecer<br />
da saúde.<br />
Por isso consideramos ser uma<br />
mais-valia para toda a comunidade<br />
educativa com objectivo fulcral da<br />
obtenção de ganhos em saúde. ><br />
Iveth Barajas<br />
Enfermeira especialista em Reflexologia.<br />
contacte 968173442 ou ivethbarajas@gmail.com<br />
ou Centro de Reflexologia da Madeira | 962682480<br />
22<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Espaço de bom gosto e glamour,<br />
a loja Gusto Latin<br />
o e n c o n t r a - s e n o C a n i -<br />
ço Shopping com magníficas<br />
sugestões de prontoa-vestir<br />
e acessórios para<br />
a mulher e para o homem.<br />
Jéssica Teixeira é o rosto<br />
da dinâmica que este espaço<br />
apresenta e que satisfaz<br />
uma importante clientela<br />
unisexo madeirense.<br />
Empresária e Mestre em<br />
Psicologia Clínica, Jéssica<br />
Teixeira explica o que<br />
está por trás do sucesso<br />
da sua loja que é uma marca<br />
incontornável do centro<br />
comercial Caniço Shopping.<br />
PUBLIREPORTAGEM<br />
Fonte/Fotos:<br />
D.R. (Caniço Shopping)<br />
Loja Gusto Latino<br />
onde o bom gosto acontece<br />
C<br />
omo foi apostar nesta<br />
área empresarial em<br />
detrimento da carreira<br />
académica?<br />
- Tenho 25 anos, natural da Venezuela<br />
e sou Mestre em Psicologia<br />
Clínica e da Saúde. A área empresarial<br />
sempre esteve vinculada em todo<br />
o meu percurso de vida, uma vez que<br />
os meus pais sempre estiveram ligados<br />
ao setor. O “bichinho” dos negócios<br />
cresceu em mim de formal natural.<br />
Todavia, a minha mãe sempre<br />
realçou a importância de estudar e<br />
de ter um Curso. Sempre gostei muito<br />
de estudar e não foi fácil conciliar<br />
as duas coisas.<br />
Como surgiu a Marca “Gusto Latino”,<br />
que foi a primeira loja inaugurada<br />
no centro comercial Caniço<br />
Shopping?<br />
- A marca “Gusto Latino” surge<br />
deste “bichinho” que havia em mim<br />
para os negócios, e com a ajuda da<br />
minha mãe e do meu marido, decidimos<br />
abrir uma loja. Apesar de haver<br />
muitas lojas no mercado, consideramos<br />
que no Caniço existia esta lacuna<br />
no mercado. Uma loja que reunisse<br />
moda, qualidade e preço. Surge<br />
assim, a primeira loja de Gusto Latino,<br />
inaugurada no dia 2 de Novembro<br />
de 2013, uma loja de pronto-avestir<br />
unissexo e acessórios.<br />
Qual foi a mudança mais significativa<br />
que impôs ao conceito da<br />
loja, uma vez que foi alterado o seu<br />
layout no passado mês de Setembro?<br />
- Sim. Decidimos alterar um pouco<br />
o conceito da loja, uma vez que com<br />
a introdução de novas marcas como<br />
por exemplo a Tiffosi, assim o exigia.<br />
Todos sabemos a importância<br />
que uma remodelação num espaço<br />
comercial tem, nomeadamente<br />
no incremento das vendas do mesmo.<br />
O simples “refresh” de uma loja<br />
é extremamente importante para<br />
atrair novos clientes e manter os<br />
antigos. No nosso caso, a remodelação<br />
física incidiu principalmente na<br />
cor/iluminação e sistema de exposição<br />
das roupas, tornando-a uma loja<br />
mais clara e apelativa. A mudança,<br />
também a nível físico, foi também<br />
uma mudança a nível de conceito,<br />
introduzindo um pouco mais de qualidade<br />
ao mesmo. Decidimos apostar<br />
também em marcas nacionais, porque<br />
o que é bom também é nosso.<br />
Decidimos apostar na Bigzone, por<br />
exemplo. Uma marca portuguesa de<br />
excelência.<br />
Esta mudança resultou da necessidade<br />
de alcançar novos clientes?<br />
- Sim. A necessidade de alcançar<br />
novos clientes, um pouco mais exigentes<br />
e atentos ao mercado e às<br />
novas tendências.<br />
A inauguração, em setembro de<br />
2015 da “Gusto Latino – Calçado e<br />
Acessórios”, surgiu da necessidade<br />
de separar o vestuário do calçado,<br />
ou concluíram que era uma lacuna<br />
que valeria a pena apostar?<br />
- Sim. A separação do calçado para<br />
uma loja própria teve a ver com a<br />
necessidade de ter mais oferta para<br />
os nossos clientes. A loja “Gusto<br />
latino - Calçado e Acessórios” é uma<br />
loja onde pode encontrar calçado de<br />
excelente qualidade e “Made in Portugal”.<br />
Algumas das marcas que os<br />
nossos clientes podem encontrar são<br />
a Ruika, Rufel, Cavalinho, Tapadas,<br />
Samelli e Lages.<br />
Quais são os principais objetivos e<br />
desafios da Marca “Gusto Latino”<br />
para 2017?<br />
- Manter a qualidade do conceito,<br />
seguir sempre as novas tendências<br />
do mercado, procurando novas marcas<br />
para representar.<br />
Está com uma nova loja. Fale-nos<br />
da mesma.<br />
- A nova aposta da marca resulta<br />
em mais um espaço dedicado aos<br />
acessórios e bijuteria. É um espaço<br />
reservado para as mulheres que<br />
adoram acessórios e não saem de<br />
casa sem eles. Surge para dar continuidade<br />
à nossa linha de acessórios.<br />
Neste espaço poderá encontrar<br />
variedade, através de algumas<br />
multimarcas como a Primadona,<br />
Samelli e a mais recentemente<br />
a Vilanova. É um espaço bem conseguido,<br />
pois como todas as nossas<br />
lojas foi elaborada ao pormenor,<br />
com muito carinho e dedicação.<br />
O Centro Comercial Caniço Shopping<br />
tem respondido às Vossas<br />
expectativas?<br />
- Sim. O Centro Comercial “Caniço<br />
Shopping” tem sido o nosso melhor<br />
“companheiro” nesta aventura.<br />
Desde que iniciamos o nosso projeto,<br />
em 2013, até os dias de hoje<br />
têm sido irrepreensíveis em todo o<br />
processo. Uma parceria que tem<br />
funcionado muito bem. O Centro<br />
Comercial “Caniço Shopping” sempre<br />
superou as nossas expetativas.<br />
Gostaria de aproveitar esta oportunidade<br />
para felicitar a Administração,<br />
mais precisamente o Director,<br />
por todo o trabalho desenvolvido,<br />
esforço e dedicação dados ao<br />
Centro Comercial, aos seus lojistas<br />
e clientes. ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 23
OPINIÃO<br />
Preceitos na Umbanda 2<br />
O<br />
Pai disse a Umbanda<br />
que praticamos,<br />
existe outro tipo de<br />
Umbanda?Infelizmente vivemos<br />
num mundo e numa época onde<br />
algumas pessoas, dizem-se de uma<br />
religião, para se aproveitam da<br />
fé dos outros no intuito de ganharem<br />
dinheiro ou outras coisas com<br />
isso. Existe também as usam o<br />
poder dos espíritos para fazerem<br />
mal aos seus irmãos. Como tudo<br />
na vida, tem a ver com as escolhas<br />
que fazemos. E o que ganhamos<br />
quando fazemos a escolha certa?<br />
Coisas boas. E quando fazemos<br />
a coisa errada? Coisas ruins,<br />
estão relacionadas com as escolhas<br />
que fazemos. A isso chamamos de<br />
livre arbítrio. Cada religião deve<br />
mostrar aos seus devotos quais os<br />
melhores caminhos. Na Umbanda<br />
é aceitar a fé sem barreiras. Existem<br />
regras e rituais a serem seguidos,<br />
mas a fé é de cada um, é única<br />
e vem do nosso interior, não pode<br />
ser aprendida ou ensinada. Umbanda<br />
é uma liberdade de expressar fé,<br />
amor e caridade, baseada nos ensinamentos<br />
de Jesus Cristo. A forma<br />
de praticar a Umbanda varia<br />
de região para região, mas é justamente<br />
esta variedade de ritos,<br />
baseados nas palavras do Criador,<br />
que fazem da Umbanda o que ela<br />
é. Não é impondo regras ou criando<br />
dificuldades e sofrimentos aos<br />
fiéis que se faz uma religião, através<br />
do medo ou da culpa, mas sim<br />
Como tudo na vida, tem<br />
a ver com as escolhas<br />
que fazemos. E o que<br />
ganhamos quando<br />
fazemos a escolha<br />
certa? Coisas boas.<br />
E quando fazemos<br />
a coisa errada?<br />
Coisas ruins, estão<br />
relacionadas com as<br />
escolhas que fazemos.<br />
A isso chamamos de<br />
livre arbítrio. Cada<br />
religião deve mostrar<br />
aos seus devotos quais<br />
os melhores caminhos.<br />
Na Umbanda é aceitar<br />
a fé sem barreiras.<br />
Existem regras e rituais<br />
a serem seguidos,<br />
mas a fé é de cada<br />
um, é única e vem do<br />
nosso interior, não<br />
pode ser aprendida ou<br />
ensinada. Umbanda<br />
é uma liberdade de<br />
expressar fé, amor e<br />
caridade, baseada nos<br />
ensinamentos de Jesus<br />
Cristo.<br />
através da diversidade dos ritos que<br />
se chega à unidade do amor. Isso<br />
é a luz. Pai Nelio falou de Zelio,<br />
ele foi escolhido pelos espíritos. O<br />
que acontece quando morremos?<br />
Por que morremos? A essa pergunta<br />
ainda não existe qualquer resposta<br />
que tenhamos conhecimento,<br />
por nós, viventes. Só teremos essa<br />
resposta quando desenlaçarmos<br />
ou morrermos. Mas pelas experiencias<br />
que posso no Santo, posso<br />
afirmar que morrer é apenas mais<br />
um capítulo da nossa vida. Imagine<br />
que o nosso corpo como se fosse<br />
uma máquina, tipo automóvel.<br />
Como um carro? Sim filho, o carro<br />
precisa de todos os seus componentes<br />
e equipamentos que fazem<br />
se movimentar? Certo. Assim sendo<br />
como o carro, nós também temos<br />
equipamentos, o coração, as veias<br />
e artérias, os membros, o cérebro,<br />
etc. Todos eles funcionam em conjunto<br />
para podermos nos movimentar.<br />
Assim como no carro, se algum<br />
deles falhar, pára tudo, verdade?<br />
Nós funcionamos da mesma forma,<br />
se um de nossos órgãos falha,<br />
todo o corpo é prejudicado. Por isso<br />
dever cuidar bem do nosso corpo e<br />
não ve-lo como sendo a única forma<br />
de vivermos. Então podemos<br />
viver de outras formas, não percebi,<br />
como viver de outra forma?<br />
Podemos viver de outras maneiras<br />
que ainda não conhecemos, apenas<br />
acreditamos. Um homem, chamado<br />
Allan Kardec que viveu há mais de<br />
cem anos na França. Foi ele o primeiro<br />
a afirmar que nossa vida continua<br />
após o desenlace ou a morte<br />
do corpo, embora este conceito já<br />
venha antiguidade. Kardec escreveu<br />
o “Livro dos Espíritos” onde constam<br />
perguntas pertinentes e respostas<br />
das suas conversas com espíritos<br />
desencarnados ou seja espíritos<br />
de pessoas que já faleceram. Não<br />
somos apenas corpo, somos também<br />
algo que não podemos tocar. A<br />
mente, a imaginação, os sentimentos,<br />
os sonhos etc. Tudo isso não<br />
faz parte da matéria (corpo) mas<br />
sim do espírito e da alma. E os nossos<br />
sonhos ajudam a desempenhar o<br />
nosso papel aqui na Terra? Somos<br />
os nossos pensamentos, as nossas<br />
vontades, os nossos sentimentos.<br />
Tudo isto reunido significa o nosso<br />
espírito, que é imortal, não se desgasta<br />
com o tempo, nem precisa de<br />
combustível e muito menos se estraga.<br />
Pai Nelio mas como é que os<br />
espíritos falam connosco? Os espíritos<br />
comunicam connosco, através<br />
de sonhos, intuições e por pessoas<br />
chamadas “médiuns”. A mediunidade<br />
está presente em todos nós.<br />
Médiuns são pessoas que trabalham<br />
a sua sensibilidade de modo a captarem<br />
as vibrações dos espíritos.<br />
Existe vários tipos de mediunidade,<br />
através da: fala, audição, visão,<br />
escrita, pintura e outras formas. A<br />
Umbanda utiliza esses meios para<br />
comunicar com os espíritos. Desenlaçar<br />
será mais uma fase do nosso<br />
desenvolvimento, crescimento espiritual<br />
e evolução. ><br />
Pai Nelio D`Oxalá<br />
TEMO Umbanda Centre Pai Nelio d`Oxala<br />
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24<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
PUBLIREPORTAGEM<br />
Restaurante do Forte:<br />
“Você sonha,<br />
nós fazemos acontecer”<br />
Éuma das mais consistentes<br />
marcas madeirenses no que<br />
respeita à organização de<br />
eventos o Restaurante do Forte que,<br />
com 15 anos de atividade, está mais<br />
dinâmico do que nunca.<br />
Mercê de novas alterações introduzidas,<br />
os eventos organizados sob a<br />
marca ‘Restaurante do Forte’ têm<br />
nota de excelência e que é evidenciada<br />
nos prémios que esta organização<br />
tem conquistado ao longo destes anos.<br />
É disto exemplo, o “Prémio de Excelência<br />
2015/2016” da Trip Advisor”.<br />
Com o objetivo de continuar a merecer<br />
a confiança do mercado, aposta<br />
numa imagem renovada, mais contemporânea<br />
e numa equipa de eventos<br />
reforçada. O responsável do Restaurante<br />
do Forte, Miguel Caldeira -<br />
um nome incontornável do panorama<br />
da gestão hoteleira na Madeira e na<br />
organização, explica que, “No plano<br />
estratégico traçado para o futuro, está<br />
incluído a reafirmação do posicionamento<br />
que, O Restaurante do Forte,<br />
desenvolveu ao longo de 15 anos como<br />
líder de mercado regional, como também<br />
uma aproximação mais dinâmica<br />
e arrojada a novos mercados e públicos.”<br />
Com isto, aposta numa equipa<br />
comercial profissional e disponível,<br />
em que a vertente das relações públicas<br />
é destacada face à vertente puramente<br />
comercial.<br />
A nível de comunicação de marca,<br />
recriámos toda a imagem do restaurante<br />
a nível gráfico, com novo logótipo,<br />
novos menus e nova carta de<br />
vinhos. Para a área de organização<br />
de eventos, o “Você sonha, nós fazemos<br />
acontecer” é o novo slogan com<br />
o qual queremos comunicar. Reorganizámos<br />
o nosso sítio de internet, não<br />
só com novos conteúdos como também<br />
com novo endereço eletrónico e<br />
novo domínio, www.forte.restaurante,<br />
coloca-nos mais perto dos nossos<br />
clientes, com a disponibilização de<br />
conteúdos de todos os serviços que<br />
prestamos, bem como com uma vasta<br />
galeria de fotos dos eventos já realizados.<br />
Nesta mudança acrescento o<br />
novo contributo à equipa comercial,<br />
da nova coordenadora para a área dos<br />
eventos, marketing, design e comunicação,<br />
Filipa Jasmins Freitas, contributo<br />
este, que conta com experiência<br />
no desempenho de funções como diretora<br />
criativa e de produção de eventos,<br />
papel esse cumprido durante 12<br />
anos, numa grande empresa de criação<br />
e produção de eventos do mercado<br />
regional.<br />
A aposta nas parcerias e nos parceiros<br />
de negócio é fundamental para<br />
apresentar eventos de excelência que<br />
o Restaurante do Forte já habituou<br />
os madeirenses e os inúmeros clientes<br />
estrangeiros que fidelizou.<br />
O natal e o fim de ano de 2016 irão<br />
marcar uma nova fase na atividade<br />
da organização que, entra em 2017,<br />
com renovada dinâmica. “A noite de<br />
‘réveillon’ é daqueles momentos em<br />
que o Forte é há muito reconhecido<br />
como o organizador de uma das<br />
melhores festas da região. Este ano,<br />
fomos mais arrojados e criámos um<br />
tema associado ao glamour da década<br />
de ouro ‘Os loucos Anos 20’ . Com<br />
esta grande festa, queremos dar inicio<br />
para um vasto programa de atividades<br />
e eventos para 2017, onde iremos<br />
associar a nossa programação<br />
aos grandes eventos da região.<br />
Miguel Caldeira promete continuar<br />
a desenvolver, em harmonia com<br />
o espaço onde se integra, Forte de<br />
São Tiago, uma programação diversificada<br />
onde facilmente é associada<br />
a promoção da excelência da marca<br />
Madeira a esta casa. “Sempre tive<br />
para mim que as empresas não são<br />
realidades fechadas em si mesmas,<br />
pelo que, uma empresa que tenha responsabilidade<br />
social e institucional<br />
e que tenha atingido níveis de excelência,<br />
como o Restaurante do Forte,<br />
tem que ter preocupações de integração<br />
no meio em que está inserido.<br />
Temos uma gestão aberta à sociedade<br />
nas suas diferentes vertentes e para<br />
benefício de todos, sem estar à espera<br />
de subsídios ou de ajudas e isto é fundamental<br />
nos nossos objetivos para o<br />
futuro”.<br />
Desde o informal e íntimo até o espetacular<br />
e glamouroso, o Restaurante<br />
do Forte tem uma variedade de espaços<br />
únicos e serviços para oferecer.<br />
A equipe de eventos do Restaurante<br />
do Forte é experiente na conceção e<br />
entrega de eventos exclusivos.<br />
Venha sonhar connosco, nós fazemos<br />
acontecer.<br />
“Nesta quadra aproveito para desejar<br />
a todos, em nome da equipa do Restaurante<br />
do Forte umas boas festas e<br />
um Santo Natal.” ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 25
António Cruz<br />
acruz.funchal@abreu.pt<br />
Texto e fotos<br />
António Cruz escreve de acordo<br />
com a antiga ortografia.<br />
Esta é uma edição com gentes do Japão, país por onde<br />
recentemente andei durante duas semanas, percorrendolhe<br />
alguns dos lugares mais carismáticos (como Hiroxima),<br />
No Santuário xintoísta de Itsukushima, na ilha de Miyajima.<br />
1<br />
2<br />
No Santuário xintoísta de Itsukushima, na ilha de Miyajima, conhecido<br />
como o Templo dos 1000 Torii.<br />
3 4<br />
Em Osaka.<br />
No conhecido bairro de Gion, o das Gueiko. Em Kyoto.<br />
26<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
emblemáticos (como Kyoto), frenéticos (como Tóquio),<br />
ou naturais (como Gero). Uma viagem que tem como fio<br />
condutor as vestes com que as locais de paramentam.<br />
viajar<br />
com saber<br />
5<br />
Nas ruas de Sannenkaza, em Kyoto.<br />
Em Ninenzaka, Kyoto.<br />
6<br />
No Templo de Senso-ji, em Tóquio.<br />
7<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 27
OPINÃO LITERÁRIA<br />
Fazer do livro uma festa<br />
Um homem da palavra.<br />
Um escritor. Um autor<br />
que contempla – também<br />
– os jovens e as crianças. Professor<br />
por vocação. Escritor por vontade.<br />
Comunicador. Contador de histórias.<br />
Resiliente. Firme no sonho<br />
de semear palavras pela Ilha que<br />
ama, traduz, divulga e reinventa.<br />
Sempre afável ao encontro da concretização<br />
de múltiplas atividades.<br />
Sempre recetivo à solicitação das<br />
escolas, da capital do arquipélago<br />
à freguesia mais escondida, por<br />
entre o verde das serras. Exímio<br />
na arte de saber interagir com os<br />
mais novos, fazendo incendiar alegrias<br />
e sonhos, incentivando partilhas<br />
e vontades de descoberta.<br />
Falo de ANTÓNIO CASTRO. Um<br />
escritor que, ao longo dos anos, já<br />
partilhou experiências em todos os<br />
Concelhos e praticamente todas as<br />
freguesias e escolas da Madeira. E<br />
assim vai acontecendo, em generosidade<br />
e alegria, o contacto direto<br />
com o escritor e os estabelecimentos<br />
de ensino, organismos e instituições,<br />
através das suas obras<br />
infantis e juvenis (de entre as 32<br />
que já publicou): «Ser Criança»<br />
(1988); «Contos» (1990); «Cantamos<br />
para ti» (1991); «História<br />
em histórias» (1992); histórias<br />
com História» (1992); «Maior do<br />
que a Lenda» (2008); «Funchal,<br />
uma promessa de Vida» (2010);<br />
«Água, Passaporte para a Vida»<br />
(2010); «Uma Amizade com Asas»<br />
(2010); «Lendas da Madeira para<br />
Crianças», 2011, com outros autores;<br />
«A Fogueira Dorme na Bruma»<br />
(2011); «No Reino dos Penteados»<br />
(2012) e «Da Minha Rua…<br />
Chego até à Lua» (2013). “Nunca<br />
pensei que um encontro com um<br />
escritor fosse tão interessante e<br />
divertido! Espero que o autor volte<br />
aqui muito em breve!” – declara<br />
a Ana Mafalda, de Câmara de<br />
Lobos. “Acho que agora vou passar<br />
a ler mais! Vou, com a minha<br />
mãe, à procura de mais um livro<br />
deste escritor! Ele já tinha ido à<br />
minha escola do 1.º ciclo falar de<br />
«Uma Amizade com Asas», que<br />
tenho em casa” – diz o Marco<br />
António, no final de uma atividade<br />
com o autor, no espaço infantojuvenil<br />
da Feira do Livro do Funchal.<br />
ANTÓNIO CASTRO já coordenou<br />
o Plano Municipal de Leitura,<br />
a Ludoteca de Santa Catarina<br />
e o Projeto Ler no Mar (CMF) e é,<br />
atualmente, um dos dinamizadores<br />
do Projeto “Arquipélago da Leitura”<br />
da Escola Básica e Secundária<br />
Gonçalves Zarco. O contacto<br />
direto com as escolas faz parte<br />
das suas grandes motivações: “O<br />
livro deve ser encarado com toda<br />
a naturalidade e estar tão presente<br />
como um brinquedo, na vida de<br />
uma criança. Não deve ser ostensivamente<br />
imposta a sua presença e<br />
não deve o livro ser encarado como<br />
uma obrigação ou um dever. Por<br />
vezes, os que menos leem são os<br />
que mais querem forçar as crianças<br />
à leitura, ao invés de motivá-las.”<br />
E assim se vão lançando as sementes,<br />
em prol de uma sociedade mais<br />
culta e mais esclarecida! ><br />
O Liberal<br />
Fotos: D.R. (A.M.A)<br />
28<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
«Reflexos do Coração»<br />
LITERATURA<br />
Ana Maria<br />
Andrade<br />
A<br />
obra «Reflexos do Coração»<br />
editada pelo Liberal,<br />
surgiu em Janeiro<br />
quando o Papa Francisco declarou<br />
«2015 Ano da Vida Consagrada».<br />
Tive a inspiração divina<br />
para publicar um livro e fiz<br />
uma compilação de poemas e textos<br />
religiosos sobre as Santas que<br />
dedicaram a vida a trabalhar na<br />
“Vinha do Senhor”. Escrevi sobre<br />
a Mãe de Cristo, o Papa Francisco,<br />
os Santos João Paulo II e<br />
João XXIII, as Santas e a Beata<br />
Maria da Paixão FMM, as Servas<br />
de Deus Irmã Maria do Monte<br />
HSC e Madre Virgínia da Paixão<br />
a “Santa Freirinha” OSC, o<br />
Frei Pedro da Guarda OFM e a<br />
inauguração do Convento de São<br />
Bernardino em Câmara de Lobos,<br />
a Procissão do Senhor dos Milagres<br />
em Machico e o Beato Imperador<br />
Carlos d’ Áustria e Rei da<br />
Hungria exilado no Monte, o qual<br />
foi ajudado pela família da menina<br />
Maria de Freitas Coelho que<br />
levava a folhinha de leite de vaca<br />
fresco oferecido à Família Real.<br />
O encerramento do 1º Centenário<br />
da morte da Venerável Irmã<br />
Mary Jane Wilson ocorreu a 18<br />
de Outubro, sendo que no Domingo<br />
16 de Outubro de 2016, foi<br />
celebrada a Eucaristia solene na<br />
Catedral do Funchal, presidida<br />
por D. António Carrilho, Bispo da<br />
Diocese do Funchal e concelebrada<br />
por D. Teodoro de Faria, Bispo<br />
Emérito do Funchal, D. Maurílio<br />
de Gouveia, Arcebispo Emérito<br />
de Évora, D. António Montes<br />
OFM, Cónego Doutor Vítor dos<br />
Reis Franco Gomes, Pároco da Sé<br />
e vários Sacerdotes. A Sé estava<br />
repleta de fiéis, Irmãs Vitorianas<br />
IFNSV vindas de vários<br />
Países, a Irmã Superiora Ângela<br />
Belim Martins, a Irmã Provincial<br />
Dulce de Góis Pinto, a Irmã<br />
Diamantina de Freitas, Vice-Postulador<br />
do Processo de Canonização<br />
de Mary Jane Wilson, autoridades<br />
e ilustres convidados representando<br />
o Governo Regional da<br />
Madeira e devotos da Santa Boa<br />
Mãe dos madeirenses, a qual está<br />
a um passo da merecida Beatificação<br />
em Roma. Após a cerimónia<br />
religiosa os ilustres convidados<br />
foram agraciados com<br />
um Concerto celestial e um delicioso<br />
almoço/convívio no Colégio<br />
de Santa Teresinha, no Funchal.<br />
A obra «Reflexos do Coração»<br />
ficou gravada de forma indelével<br />
na minha vida, pelo sucesso<br />
do lançamento no Museu Casa<br />
da Luz, com ilustres convidados<br />
e o apoio das Irmãs das Congregações<br />
Religiosas, da Enfermeira<br />
Ana Clara Vieira Gama, D.<br />
Maria Isabel Pereira, D. Elisabete<br />
Teixeira Sousa Rodrigues e da<br />
minha família. O livro foi enviado<br />
para os quatro Cantos do Mundo:<br />
Roma, Áustria, Hungria, Itália,<br />
França, Inglaterra, Venezuela,<br />
Brasil, Índia, Timor, Angola,<br />
Filipinas, Congo, Moçambique,<br />
Tanzânia, Austrália e outros países.<br />
Os leitores são um pilar de<br />
apoio, uma fonte de inspiração<br />
para escrever poemas sociais e<br />
personalizados, nos quais evidenciei<br />
o retrato da alma de quem<br />
merece ficar perpetuado na obra<br />
«Reflexos do Coração», com Prefácio<br />
e revisão de Marisa Andrade<br />
e capa mística da designer<br />
Teresa Camacho, símbolo de fé,<br />
a ponte de Paz que liga a Madeira<br />
ao Mundo e ao Vaticano. Na<br />
cerimónia de lançamento do livro<br />
«Reflexos do Coração» fui agraciada<br />
a 26 de Novembro de 2015,<br />
com o «Prémio Personalidade do<br />
Livro» atribuído pelo Dr. Edgar<br />
Aguiar, ilustre Director da mui<br />
reconhecida Editora O Liberal. O<br />
Livro «Reflexos do Coração» foi<br />
enviado para Roma a 9 de Março<br />
de 2016, como presente de Páscoa<br />
para o Santo Padre e tive a<br />
felicidade de receber do Vaticano<br />
com a data de 8 de Setembro<br />
de 2016 (através da Nunciatura<br />
Apostólica de Portugal), uma<br />
carta com o agradecimento e a<br />
Bênção Apostólica de Sua Santidade<br />
Papa Francisco, quando li<br />
a mensagem fiquei emocionada,<br />
olhei para o Céu e exclamei: Pai<br />
Misericordioso abençoai o Santo<br />
Padre Papa Francisco. ><br />
Ana Maria Andrade<br />
Fotos: D.R. (A.M.A)<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 29
OPINIÃO<br />
ZEUS<br />
Natália Vieira<br />
Presidente e Fundadora da<br />
ANIMAD<br />
Natália Vieira<br />
Fotos: D.R.<br />
Somos uma sociedade<br />
que proibiu a eutanásia<br />
mas que deixa os<br />
animais a morrer no<br />
canto da estrada!<br />
Possuímos leis e<br />
ninguém consegue fazer<br />
nada para salvar os<br />
animais! Nada. Abrese<br />
processos, faz-se<br />
queixas mas nunca se<br />
estende uma mão para<br />
ajudar. Permite-se<br />
que se faça processos<br />
crimes a pessoas que<br />
não têm que comer,<br />
por vaidades e por<br />
achamos que é algo<br />
digno de uma sociedade<br />
evoluída! Somos todos<br />
uns cobardes! Temos<br />
um problema cultural,<br />
social a resolver, e<br />
muita ignorância, é<br />
certo.<br />
Zeus é só mais um cão, é só<br />
mais uma vítima de uma<br />
sociedade hipócrita.<br />
O Zeus foi fotografado e só por isso<br />
e quando estava a morrer chegou às<br />
redes sociais passando literalmente<br />
a utensílio de exibições, vaidades<br />
e revoltas. O caso do Zeus está nas<br />
mãos das autoridades, da SEPNA<br />
e só eles estão a trabalhar no caso,<br />
nada mais podemos fazer…<br />
Perante uma sociedade onde a falta<br />
de cultura e a sensibilidade animal é<br />
tremenda e de extremos!<br />
Numa sociedade, onde as Autarquias,<br />
as mais Hipócritas, envoltas<br />
pelo consentimento silencioso do<br />
Governo, continuam a gastar os seus<br />
milhões a alimentar o povo com o<br />
cimento e festas, ignorando as mortes<br />
pelas quais SÃO RESPONSÁ-<br />
VEIS! Numa sociedade onde encontramos<br />
a deambular ABUTRES,<br />
vestidos com as mais diversas peles,<br />
sugando a dor e o sangue dos animais,<br />
utilizando-os posteriormente<br />
para sua única exibição e interesse;<br />
Numa sociedade onde são muitos<br />
os que arrancam euros sem controlo,<br />
de mãos que nada mais têm e de<br />
corações que choram, por nada mais<br />
poderem fazer… Numa sociedade<br />
onde a falta de vontade de fazer algo<br />
é tremenda!<br />
É esta a sociedade a única culpada<br />
pelo estado do Zeus! Pois bem meus<br />
caros…<br />
Somos uma sociedade que proibiu<br />
a eutanásia mas que deixa os animais<br />
a morrer no canto da estrada!<br />
Possuímos Leis e ninguém consegue<br />
fazer nada para salvar os animais,<br />
NADA!<br />
Abre-se processos, faz-se queixas<br />
mas nunca se estende uma mão para<br />
ajudar!<br />
Permite-se que se faça processos<br />
crimes a pessoas que não têm que<br />
comer, por vaidades e por achamos<br />
que é algo digno de uma sociedade<br />
evoluída! Somos todos uns cobardes!<br />
Temos um problema cultural,<br />
social a resolver e muita ignorância<br />
é certo! Mas também temos gente<br />
com fome, gente que não tem que<br />
comer, gente que não tem como ajudar<br />
os seus animais, gente que grita<br />
por ajuda e que ninguem nada faz!<br />
Diariamente são imensos os pedidos<br />
de ajuda na ANIMAD… Admitimos<br />
que são muitas as vezes que dizemos<br />
nada podermos fazer devido às dívidas<br />
e à lotação do espaço e isso corta-nos<br />
o coração… Quando se trata<br />
de doentes, tentamos sempre ajudar<br />
pedindo ajuda on-line, mas é muito<br />
muito difícil porque os donativos<br />
raramente chegam para pagar todos<br />
os custos…<br />
O Zeus era alimentado, assim como<br />
muitos outros cães, pela ANI-<br />
MAD. Infelizmente não nos chegou<br />
nenhum pedido de ajuda de que estivesse<br />
doente. Se assim tivesse sido e<br />
embora estejamos com imensas dívidas,<br />
tentaríamos fazer algo. Meus<br />
caros, temos todos que admitir que<br />
não existe alternativas para os animais<br />
que precisam de ajuda na ram!<br />
Estamos a chegar ao caos! Ninguém<br />
sabe o que fazer nem para onde se<br />
dirigir!<br />
Resultado? Dor…morte… as pessoas<br />
não tem a quem pedir ajuda, não<br />
têm dinheiro, e na maior parte das<br />
vezes, a única vez que são confrontadas<br />
pelas autoridades é para serem<br />
obrigadas a vacinar… ridiculo!!!<br />
Estão a morrer cães e gatos debaixo<br />
dos nossos olhos porque são mais os<br />
que nada fazem e se exibem dos que<br />
realmente ajudam! O zeus deverá<br />
ser mais um dos nossos símbolos…<br />
O símbolo da vergonha… o símbolo<br />
da cobardia, da ignorância e do exibicionismo<br />
barato.<br />
O símbolo de uma grande parte da<br />
sociedade que vive de fachada e que<br />
se alimenta de desgraças, nunca<br />
levantando a mão para ajudar quando<br />
alguém grita por ajuda. Da nossa<br />
parte zeus, desculpa não termos conseguido<br />
a mudança que gostaríamos<br />
que esta ilha tivesse de modo a evitar<br />
o teu sofrimento e o de muitos…<br />
por ti zeus e por todos os teus amigos<br />
que morrem no anonimato e sem<br />
foto… vamos lutar sempre contra os<br />
abutres exibicionistas e contra todos<br />
os responsáveis por esta mortandade!<br />
Por vocês amigos, a nossa voz<br />
jamais se calar. ><br />
30 saber | NOVEMBRO | 2015
O Blogue de...<br />
Miguel Pires no Casino<br />
Miguel Pires<br />
Músico<br />
Novembro Azul!. Mês<br />
dedicado à chamada de<br />
atenção do Cancro do<br />
Homem, a sua prevenção, os rastreios,<br />
o tratamento, a Cura! A<br />
generosidade e solidariedade do<br />
Miguel Pires com a Causa Oncológica,<br />
que engloba este e qualquer<br />
outro tipo de cancro, deu ao<br />
Núcleo Regional da Madeira da<br />
Liga Portuguesa Contra o Cancro<br />
mais uma receita, sempre tão<br />
necessária para alcançar os objectivos<br />
de apoio aos Doentes Oncológicos<br />
e seus familiares, nas mais<br />
diversas vertentes e fases da doença.<br />
Miguel Pires é músico profissional<br />
há 20 anos, é pianista e cantor<br />
residente do Casino da Madeira,<br />
toca com o seu Miguel Pires<br />
Trio na hotelaria madeirense, é<br />
locutor, consultor de animação e<br />
DJ. “West End Dreams” é um one<br />
man show. Ao longo que quase uma<br />
miguelpyres.blogspot.pt (Mr. Nice Guy)<br />
Texto/Fotos: Carmo Melvill de Araújo<br />
- 1ª Secretária da Ass. Geral do Núcleo Regional da<br />
Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro -<br />
hora de espectáculo, Miguel Pires<br />
está sozinho em palco e, com a ajuda<br />
de alguns adereços e peças de<br />
guarda-roupa, encarna personagens<br />
de algumas da peças de Teatro<br />
Musical mais famosas de todos<br />
os tempos. Podem ouvir-se canções<br />
como “The Music Of The Night”<br />
do Fantasma da Ópera, “Memory”<br />
do Cats, “I Could Have Danced All<br />
Night” do My Fair Lady e “Bring<br />
Him Home” d’Os Miseráveis, entre<br />
outras. West End Dreams já foi<br />
visto por mais de 3000 pessoas,<br />
em 2015 e 2016, entre sessões no<br />
Pestana Carlton Madeira Hotel e<br />
no Casino da Madeira. Transcrevo<br />
a carta do Miguel Pires, cheia<br />
de generosidade e carinho:””Meus<br />
Amigos, Na próxima sexta-feira,<br />
18 de Novembro às 21.30h, faço<br />
o meu espectáculo West End Dreams,<br />
no Ballroom do Pestana Carlton<br />
Madeira Hotel. Até aqui nada<br />
de novo. A diferença é que toda a<br />
receita desta noite será entregue<br />
ao núcleo regional da liga portuguesa<br />
contra o cancro. West End<br />
Dreams é um concerto no qual canto<br />
canções famosas dos maiores<br />
peças de teatro musical de todos<br />
os tempos. Além de verem/ ouvirem<br />
um bom espectáculo, ajudam<br />
uma causa verdadeiramente nobre.<br />
Já vi o espectáculo e achei-o digno<br />
de qualquer excelente teatro<br />
de London, Paris, New York, onde<br />
os melhores espectáculos acontecem!!!<br />
E lembro este pensamento<br />
de Sid Trombini, tõa simples, belo e<br />
verdadeiro: “As “Coisas Simples”<br />
nunca saem de moda, assim como<br />
Carinho, Solidariedade e Amor,<br />
sempre nos encantam, falando alto<br />
ao Coração!” Um enorme agradecimento<br />
ao Miguel Pires e um<br />
grande bem haja pela sua solidariedade<br />
e generosidade. ><br />
saber | NOVEMBRO | 2016 31
TECNOLOGIA<br />
Cimeira Mundial da Tecnolofia<br />
Web Summit 2016 em Lisboa<br />
É<br />
um dos maiores evento mundiais<br />
no que diz respeito a<br />
encontros sobre Tecnologia,<br />
a Web Summit que se realizou, este<br />
ano, pela primeira vez em Lisboa.<br />
Este evento trouxe consigo vários<br />
eventos paralelos que juntaram os<br />
mais institucionais e os mais informais,<br />
em momentos de discussão,<br />
mas também de descontração, como<br />
a Night Summit e os Pub Crawls ou a<br />
Surf Summit, que decorreu na Ericeira.<br />
A sessão de abertura contou com<br />
a participação do primeiro-ministro,<br />
António Costa, de Paddy Cosgrave,<br />
fundador e CEO da Web Summit, do<br />
ministro da Economia, Manuel Caldeira<br />
Cabral, entre outros. Em simultâneo,<br />
decorreu a abertura do Lisbon<br />
Global Forum. A sessão de abertura<br />
desta cimeira da teconologia, terminou<br />
com um jantar oferecido aos<br />
convidados pelo primeiro-ministro<br />
António Costa, no Palácio da Ajuda.<br />
A cimeira tecnológica Web Summit<br />
surgiu em 2010 na Irlanda e<br />
vai manter-se em Lisboa até 2020.<br />
Representou para o país, esta realização<br />
em Lisboa, um retorno financeiro<br />
na ordem dos 175 milhões de<br />
euros. Entre os mais de 50.000 participantes,<br />
estiveram presentes 7.787<br />
portugueses. Além dos que vieram da<br />
área tecnológica, a curiosidade é que<br />
muitos foram de setores tradicionais<br />
como retalho, construção, escritórios<br />
de advogados e agricultura. Os participantes<br />
foram oriundos de mais de<br />
165 países. Entre as principais, destacam-se<br />
Portugal (7.787), Reino<br />
Unido (7.486), Alemanha (4.175) e<br />
Irlanda (4.058). Participaram mais<br />
de 20.000 empresas, mais de 2.000<br />
‘startups’, 150 delas nacionais de<br />
topo, 663 oradores, 1.500 investidores,<br />
7.000 presidentes executivos<br />
de empresas de tecnologia, desporto,<br />
moda, música e saúde, entre outras.<br />
A fazer a cobertura do evento, cerca<br />
de 2.000 jornalistas internacionais.<br />
No Meo Arena e na FIL, estiveram<br />
montados 15 palcos temáticos,<br />
onde decorreram 21 cimeiras temáticas:<br />
código, dados, conteúdo, design,<br />
empresas, moda, tecnologia de saúde,<br />
marketing, dinheiro, música, sociedade<br />
e universidade ‘start-up’ e máquina.<br />
Foram mais de 2.000 voluntários<br />
a ajudar esta organização. Entre<br />
os oradores internacionais, algumas<br />
figuras de relevo internacional como<br />
- John Chambers, presidente Cisco<br />
Systems, Sean Rad, cofundador<br />
e presidente executivo (CEO) da Tinder,<br />
Mike Schroepfer, CTO (responsável<br />
pela área de tecnologia) do Facebook,<br />
Werner Vogels, CTO Amazon.<br />
com, Roberto Azevêdo, diretor-geral<br />
da Organização Mundial do Comércio,<br />
Joseph Gordon Levitt, ator (protagonista<br />
do filme ‘Snowden’”) e fundador<br />
da HiREcord, - Theresia Gouw,<br />
fundadora Aspect Ventures, Andrew<br />
McAfee, líder académico do MIT,<br />
Tom Hulme, sócio Google Ventures,<br />
Ronaldinho, futebolista e investidor,<br />
Zoome, Garrett McNamara, surfou<br />
a maior onda do mundo na praia da<br />
Nazaré, em Portugal, Tinie Tempah,<br />
rapper britânico, compositor e produtor<br />
musical e Andreja Pejic, modelo<br />
australiana de etnia bósnia croata<br />
e bósnia sérvia que se assume como<br />
mulher transgénero. ><br />
Dulcina Branco<br />
Texto/Fotos:<br />
32<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
DESPORTO<br />
Ténis em destaque<br />
O<br />
Ludens Clube de Machico<br />
protagonizou, no fim<br />
de semana de 29 e 30<br />
de Outubro, no Parque Desportivo<br />
de Água de Pena uma grande festa<br />
do ténis juvenil, nomeadamente<br />
destinado aos escalões de sub-8,<br />
sub-10 e sub-12, naquela que foi<br />
a 1ª edição do designado “Ludens<br />
Open Kids 2016”, onde contou<br />
com a presença de meia centena de<br />
jovens tenistas. A organização deste<br />
evento, foi da inteira responsabilidade<br />
do Ludens Clube de Machico,<br />
onde um dos principais objetivos<br />
foi potenciar o maior número<br />
de jogos possíveis a todos os participantes<br />
nos escalões de sub-8<br />
e sub-10. Por sua vez, no escalão<br />
sub-12 a competição foi “feroz”,<br />
uma vez que verificou se uma duração<br />
média de 1h por jogo. Ao longo<br />
de dois dias, os jovens tenistas<br />
mostraram as suas qualidades<br />
como atletas, e para além de terem<br />
proporcionado um enorme convívio<br />
dentro e fora dos courts, demonstraram<br />
enorme fair-play e camaradagem.<br />
Para além da competição,<br />
jovens jogadores, treinadores, pais<br />
e os demais acompanhantes, uniram-se<br />
durante várias horas para<br />
aquela que foi mais uma grande<br />
festa do ténis regional, destinado<br />
aos mais novos, vindo a se verificar<br />
os seguintes resultados: No escalão<br />
sub-8, Carolina Covelo (Roberto<br />
Costa TC) venceu na final a Martim<br />
Freitas (Ludens CM) com o resultado<br />
de 10-6. No escalão sub-10,<br />
Bernardo Cardoso (Beloura TS)<br />
impôs-se a Rafael Aguiar (Ludens<br />
CM) por 4-1. Por fim na categoria<br />
de sub-12, Francisco Aibéo (Roberto<br />
Costa TC) foi mais forte, ao vencer<br />
na final Matias Ferreira (Ferraz<br />
TC) pelos parciais de 4-2 e 5-3.<br />
Posto isto, consideramos que foi<br />
um torneio de excelência no panorama<br />
regional, não só pelo feedback<br />
positivo dos familiares e treinadores,<br />
mas também, de entre outros<br />
aspetos positivos, os recursos e condições<br />
de participação dos atletas,<br />
o número de participantes, organização<br />
do espaço, entidades que se<br />
associaram ao projeto (apoios conseguidos)<br />
e espírito de entreajuda<br />
dos elementos constituintes da<br />
organização. Aproveitamos para<br />
realçar, o papel dos voluntários<br />
(maioritariamente atletas do Clube<br />
Ludens de Machico) que ao longo<br />
dos 2 dias de competição, tornaram<br />
este evento um sucesso, e a<br />
quem expressamos os nossos agradecimentos.<br />
Relativamente ao atual<br />
momento da competição regional<br />
do Ténis de formação, resta-nos<br />
dizer que urge uma grande mudança,<br />
à qual estaremos sempre dispostos<br />
a dar o nosso contributo. Não<br />
podemos deixar de assumir, que um<br />
dos propósitos da organização do<br />
Ludens Open Kids 2016, prendeuse<br />
com o facto de também mostrar<br />
que é possível e recomendável proporcionar<br />
aos jovens atletas este<br />
tipo de experiências, contudo de<br />
uma forma regular, sendo que, a<br />
modalidade actualmente conta com<br />
um número de participantes que<br />
assim o exige. Estamos confiantes<br />
que outros clubes se juntem a esta<br />
iniciativa, e acreditamos que este<br />
trabalho conjunto possa elucidar<br />
todos os envolvidos e simpatizantes<br />
da modalidade, que a competição é<br />
um elemento fulcral e indissociável<br />
da aprendizagem. ><br />
Ludens<br />
Clube de<br />
Machico<br />
Clube de Ténis<br />
www.ludensmachico.pt<br />
Textos/ Fotos: Paulo Melim<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 33
MODA<br />
Cor e irreverência<br />
na moda atual.<br />
34<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
MODA<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 35
36 saber | NOVEMBRO | 2016
MODA<br />
saber | NOVEMBRO | 2016<br />
37
Ficha Técnica<br />
Fotos<br />
DDiArte | www.ddiarte.photography<br />
Modelos<br />
Raquel Rodrigues<br />
38<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Ela<br />
TENDÊNCIAS<br />
Tudo igual de forma<br />
diferente. Assim são<br />
as tendências outono/<br />
inverno 2016 2017 para a<br />
mulher, cheias de multiplicidade<br />
e de contrastes, o que<br />
lhe dá a liberdade de escolher<br />
a peça de roupa que lhe fica<br />
melhor e combiná-la de forma<br />
a explorar mais do que um só<br />
estilo. Com as estações menos<br />
demarcadas e a sensação de<br />
que na moda já foi tudo descoberto,<br />
ainda assim é possível<br />
novos temas e novas abordagens<br />
na época mais fria<br />
mas que muitos consideram<br />
a mais glamorosa em termos<br />
de estilo. ><br />
Casaco<br />
Michael kors<br />
Calça<br />
SALSA<br />
Camisa<br />
Michael kors<br />
Sapato<br />
Michael kors<br />
Relógio<br />
Michael kors<br />
Óculos<br />
Michael kors<br />
Bolsa<br />
Michael kors<br />
Ele<br />
Camisa<br />
Michael kors<br />
Cinto<br />
Michael kors<br />
Aestação mais fria<br />
do ano traz looks<br />
m u i t o e l e g a n -<br />
tes e confortáveis para os<br />
homens. Com a baixa nas<br />
temperaturas,começamos a<br />
modificar o visual, trocando<br />
as roupas mais leves e coloridas<br />
dos dias mais quentes<br />
pelos casacos, gorros e figurinos<br />
de tons mais escuros, bem<br />
típicos da estação. Os looks<br />
masculinos de inverno servem<br />
não só para proteger o corpo<br />
das temperaturas baixas,<br />
mas também para deixar o<br />
visual ainda mais charmoso e<br />
elegante. ><br />
Calças<br />
Michael kors<br />
Casaco<br />
Michael kors<br />
Botas<br />
Michael kors<br />
Relogógio<br />
Michael kors<br />
Cinto<br />
Michael kors<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 39
DIAS 5, 6, 9, 12 E 13<br />
NOVEMBRO | 18H00<br />
DIA 5 NOVEMBRO<br />
Pascal Rogé & Ami Hakuno Rogé (França/Japão)<br />
Recital de piano a solo e a quatro mãos.<br />
Obras de Poulenc, Satie, Debussy e Ravel<br />
DIA 6 NOVEMBRO<br />
Galina & Irina Chistiakova (Rússia)<br />
Recital de dois pianos.<br />
Obras de Mozart, Brahms, Arensky e<br />
Rachmaninov<br />
DIA 9 NOVEMBRO<br />
Carles Lama & Sofia Cabruja (Espanha)<br />
Recital de piano a quatro mãos.<br />
Celebrando o 100º aniversário da morte do<br />
compositor e da estreia da ópera E. Granados:<br />
Goyescas - ópera (Arranjo de A. Espinosa)<br />
DIA 12 NOVEMBRO<br />
Kiveli & Danae Dörken (Grécia/Alemanha)<br />
Recital de piano a quatro mãos.<br />
Obras de Mozart, Schubert, Grieg e Stravinsky<br />
DIA 13 NOVEMBRO<br />
Artur Pizarro & Rinaldo Zhok (Portugal/Itália)<br />
Recital de dois pianos.<br />
“Viva España”<br />
Obras de Bizet, Albéniz, Falla, Infante, Cassadó<br />
e Longas<br />
Teatro Municipal Baltazar Dias<br />
Org.: AACMM Associação Amigos do Conservatório de Música<br />
da Madeira em coprodução com a Câmara Municipal do Funchal,<br />
com o apoio da Secretaria Regional da Economia, Turismo e<br />
Cultura através da Direção Regional da Cultura.<br />
1<br />
7<br />
algumas sugestões sugestões da agenda<br />
40<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Associação Notas e<br />
Sinfonias Atlânticas,<br />
através da Orquestra<br />
Clássica da Madeira<br />
apresenta:<br />
DIAS 5, 9, 12, 18 E 26 NOVEMBRO<br />
DIA 5 NOVEMBRO | 18H00<br />
Orquestra Clássica da Madeira<br />
Ciclo Jovens Solistas (II)<br />
Maestro convidado: Jan Wierzba<br />
Solista: André Costa<br />
Marcos Portugal (1762 - 1830) - Abertura de “Il<br />
Augurio di Felicitá”<br />
Gerald Finzi (1901 – 1956) - Concerto para<br />
Clarinete Op. 31<br />
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) -<br />
Sinfonia Nº 41 em Do Maior K. 551<br />
Assembleia Legislativa da Madeira<br />
Solistas:<br />
Soprano - Mariana Pimenta<br />
Meio-soprano - Cátia Moreso<br />
Tenor - Alberto Sousa<br />
Barítono - Ricardo Panela<br />
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) -<br />
Requiem em Ré menor K.626<br />
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) - Sinfonia<br />
nº 9 em Ré menor Op.125 - 4º andamento<br />
Sé Catedral do Funchal<br />
DIA 26 NOVEMBRO | 18H00<br />
Música de Câmara<br />
MadBrass7<br />
Christopher Warren (1925 – 2011) - Fanfare for<br />
Brass and Percussion<br />
Anthony Holborn (1545 – 1602) - Suite “The<br />
Faire Round”<br />
Assembleia Legislativa da Madeira<br />
http://www.ocmadeira.com/<br />
DIA 9 NOVEMBRO | 21H30<br />
Música de Câmara<br />
Ensemble XXI<br />
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) -<br />
Eine kleine Nachtmusik, KV 525 (1787)<br />
Scott Joplin (1868-1917) - 7 Ragtimes<br />
Hotel Belmond Reid’s Palace<br />
DIA 12 NOVEMBRO | 18H00<br />
Música de Câmara<br />
Quinteto de Sopros “Solistas OCM”<br />
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) -<br />
Abertura Flauta Mágica K. 620<br />
Paul Hindemith (1895 – 1963) – Kleine<br />
Kammermusik para Quinteto de Sopros Op. 24 N. 2<br />
Carl Nielsen (1865 – 1931) – Quinteto de<br />
Sopros, Op. 43<br />
Assembleia Legislativa da Madeira<br />
DIA 18 NOVEMBRO | 21H30<br />
Orquestra Clássica da Madeira<br />
Ciclo Grandes Obras (I)<br />
Coro Sinfónico Inês de Castro<br />
Maestro convidado: Artur Pinho Maria<br />
“Genesis Piano Project”<br />
DIA 11 NOVEMBRO | 21H30<br />
Com Angelo Di Loreto e Adam Kromelov.<br />
Dois músicos que partilham o gosto pelo piano<br />
e a admiração pelos “Genesis”, a banda de rock<br />
britânica, da década de 70.<br />
Teatro Municipal Baltazar Dias<br />
Projeto: “Música Conversada”<br />
DIA 16 NOVEMBRO | DAS 15H30 àS 16H45<br />
Sessão cultural e musical<br />
Dinamização e coordenação: Professor Vítor<br />
Sardinha<br />
Museu Quinta das Cruzes<br />
Com o apoio da Associação Musical e Cultural Xarabanda/Rui<br />
Camacho<br />
Entrada livre<br />
8<br />
9<br />
enda cultural cultural da madeira<br />
da madeira<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 41
Baía do Funchal recebeu<br />
a 6.ª étapa da Extreme Sailing Series 2016.<br />
> > II Desfile Infantil “Regresso às Aulas<br />
FLOWtástico 2016”.<br />
> > Jantar-palestra do Rotary Club do Funchal teve<br />
o Coronel Luís Neri, responsável pelo Serviço<br />
Regional de Proteção Civil, como convidado<br />
palestrante.<br />
> > ‘III Festival do Bolo do Caco’ 2016 no Porto<br />
Santo.<br />
> > ‘Festival Colombo 2016’ na ilha recriou<br />
permanência de Cristovão Colombo em Porto<br />
Santo.<br />
42<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
6.ª étapa da Extreme Sailing<br />
Series 2016 na Madeira<br />
A Madeira estreou-se no campeonato de vela na modalidade “Stadium<br />
Racing”, realizando a sexta etapa da Extreme Sailing Series 2016. Esta<br />
etapa decorreu no Funchal e teve em prova algumas das melhores equipas<br />
de profissionais de vela do mundo que competem em catamarãs GC32.<br />
Esta evento decorreu em parceria com a Direção Regional do Turismo e a<br />
Associação Regional de Vela. Atualmente na sua 10º edição, a Extreme<br />
Sailing Series é uma prova de vela mundial, pioneira e premiada, que<br />
apresenta catamarãs GC32 muito rápidos, numa corrida em espaço confinado<br />
(“Stadium Racing”) no coração de algumas das cidades e locais<br />
mais emblemáticos do mundo. ><br />
DB Fotos: Cícero Castro<br />
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saber | NOVEMBRO | 2016 43
SOCIAL<br />
II Desfile Infantil “Regresso<br />
às Aulas FLOWtástico 2016”.<br />
A Loja Flow do Madeira Shopping levou a efeito o II desfile infantil<br />
‘Regresso às Aulas’ que incluiu a peça de teatro “Um desfile de peripécias”<br />
e a participação especial da cantora Júlia Ochoa, que encantou o público<br />
com dois temas. Esta iniciativa contou com o leilão solidário a favor da<br />
Associação de Paralisia Cerebral da Madeira. ><br />
DB Fotos: Cortesia Loja Flow<br />
44<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
PUB<br />
Jantar-palestra do Rotary Club do Funchal<br />
O Rotary Club do Funchal reuniu os seus associados no jantar-palestra<br />
que decorreu no Hotel Meliã Madeira Mare. O Coronel Luís Neri,<br />
responsável pelo Serviço Regional de Proteção Civil, foi o convidado<br />
palestrante, nesta iniciativa. Os jantares-palestras são iniciativas<br />
promovidas pelo Rotary Club do Funchal com regularidade e distinguem<br />
o programa de atividades, do grupo. Rotary é uma associação de<br />
líderes de homens de negócio e profissionais de diferentes áreas e que<br />
entre outros projetos, apoiam iniciativas humanitárias e solidárias. ><br />
DB Fotos: O LIberal<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 45
SOCIAL<br />
‘III Festival do Bolo do Caco`<br />
2016<br />
A organização deste evento foi da Câmara Municipal de Porto Santo que,<br />
pela terceira vez consecutiva, apresentou o Festival do Bolo do Caco, Sabores<br />
e Tradições na Alameda Infante D. Henrique. Durante vários dias, o<br />
evento aliou gastronomia à música e outras iniciativas que contribuiram<br />
para sublinhar a importância deste produto típico – o bolo do caco, na cultura<br />
e tradições locais. ><br />
DB Fotos: D.R. (Câmara Municipal de Porto Santo)<br />
46<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Festival Colombo 2016<br />
De Porto Santo, chegou-nos ainda algumas das mais belas imagens ali<br />
realizadas e que aconteceram no âmbito do Festival Colombo. A Câmara<br />
Municipal de Porto Santo com a colaboração de empresas e outras organizações<br />
levou a efeito a edição 2016 deste evento que assenta na recriação<br />
histórica da época em que Cristovão Colombo residiu na ilha do Porto<br />
Santo, relembrando as suas vivências no Arquipélago da Madeira. No<br />
âmbito do Festival, foi criado um Mercado Quinhentista que animou a vila<br />
e atraiu muito público. ><br />
DB Fotos: D.R. (cortesia Câmara Municipal de Porto Santo)<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 47
À MESA COM...<br />
as Sugestões<br />
Fotos: Fernando Olim<br />
Agradecimento: Restaurante Goya<br />
de Fernando Olim<br />
O natal é aquela época que pede uma mesa especial. As<br />
sugestões são as mais diversas mas sempre se pode sublinhar<br />
com os sabores típicos da época, como a carne de porco, o peru,<br />
as gambas e os doces ricos, como o bolo de maçã e o bolo de<br />
mel. Siga ou não a tradição, faça as suas escolhas e deixe feliz<br />
os seus familiares e amigos. Feliz natal e um excelente 2017.<br />
48<br />
saber | NOVEMBRO | 2016
Aperitivo<br />
Gambas braseadas<br />
Gambas braseadas a que se adiciona azeite, alho e beterraba<br />
cozida. Acompanha com creme de abacate, e creme de<br />
espuma. Decora com flores comestíveis.<br />
Entrada<br />
Lombinhos de porco à Califórnia<br />
Porco assado no forno com manteiga, vinho branco, pimenta<br />
branca e oregão. Acompanha com calda de ameixa, pêssego<br />
em calda, ameixas caramelizadas e arroz à grega (legumes<br />
diversos e bacon).<br />
Prato Principal<br />
Sobremesa xadrez de maçã<br />
Massa folhada de maçã, decorada com diversos frutos silvestres.<br />
saber | NOVEMBRO | 2016 49
SITE DO MÊS<br />
Prendasnatal.pt<br />
E-mail:<br />
www.sabermadeira.pt<br />
Facebook: Revista Saber Madeira<br />
sabermadeira@yahoo.com<br />
Telf. 291 911 300<br />
Propriedade:<br />
OLC, Lda<br />
Audiovisuais, TV, Multimédia,<br />
Jornais e Revistas, Lda<br />
Sociedade por Quotas; Capital Social:<br />
€100.000,00 Contribuinte: 509865720<br />
Matriculado na Conservatória Registo<br />
Comercial de Lisboa<br />
Sede: Centro Comercial Sol Mar, Sala 303,<br />
Av. Infante D. Henrique, nº71<br />
9500 - 769 Ponta Delgada Açores<br />
Sócio-Gerente com mais de 10% do Capital:<br />
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Director<br />
Edgar Rodrigues de Aguiar<br />
Redação<br />
Dulcina Branco<br />
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Maria Camacho<br />
Colunistas<br />
António Cruz, Hélder Spínola, João Lucas,<br />
Jorge Faria, Teresa Brazão, António Castro<br />
Depart. Imagem<br />
O Liberal, Lda.<br />
Design Gráfico<br />
OLC<br />
> No PrendasNatal.pt poderá encontrar<br />
ideias e sugestões de presentes<br />
para o Natal e algumas prendas com<br />
desconto. Irá também encontrar receitas<br />
natalícias, mensagens e canções de<br />
Natal,entre muitas outras sugestões.<br />
Um guia interessante e diversificado que<br />
ajuda na ázafama das compras, e tenha<br />
um excelente Natal 2016.<br />
Departamento Comercial<br />
OLC<br />
Serviço de Assinaturas<br />
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