31.01.2017 Views

Contos de Terror

contos_de_terror

contos_de_terror

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A VINGANÇA DA LUA<br />

cheiro vinha do segundo bandido. Que estava prostrado em pé<br />

cogelado.<br />

A criatura se aproximou calmamente, sua bocarra espumava<br />

pingando sangue ro<strong>de</strong>ava o homem assustado rangendo as<br />

presas enormes. Os olhos vermelhos encaravam o infeliz a sua<br />

frente.<br />

Num salto violento arrancou um dos braços do homem<br />

que gritava se urinando <strong>de</strong> dor, enquanto a criatura mastigava furiosamente<br />

o petisco bizarro, houve então um ensaio <strong>de</strong> fuga, mas<br />

a fera saltou por sobre o homem, escutou–se então um uivo aterrorizante<br />

que cortou a noite, e só então o <strong>de</strong>vorou com a fome da<br />

ira, com a satisfação da vingança.<br />

Ana que até então estava <strong>de</strong> joelhos congelada, num <strong>de</strong>lírio<br />

irracional que só o amor é capaz <strong>de</strong> prover, sim, pois como<br />

disse ele corre numa linha tênue que divi<strong>de</strong> a sanida<strong>de</strong> da loucura.<br />

Ana se aproximou do lobo. Chorava e suas mãos tremiam.<br />

O lobisomem ainda se alimentava quando sentiu um cheiro<br />

suave <strong>de</strong> amor e misericórdia. Saltou pronto para mais um<br />

ataque, mas se <strong>de</strong>teve por instantes, pois no fundo dos olhos da<br />

mulher ensanguentada seminua a sua frente havia amor.<br />

Ele sabia que esta era Ana sua esposa, seu amor. E os seus<br />

olhos vermelhos ganharam então uma leveza, um brilho que só os<br />

apaixonados possuem.<br />

Talvez num último lampejo <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>, a criatura <strong>de</strong><br />

repente se chacoalhava irritadiça como se em sua alma se originasse<br />

um conflito. Gemia <strong>de</strong> dor, num sofrimento que durou por<br />

alguns minutos.<br />

Parou num uivo estri<strong>de</strong>nte!<br />

Encarou novamente Ana. Seus olhos vermelhos agora só<br />

mostravam ódio, uivou mais vez. Avançou na única pessoa que o<br />

compreendia. Ana fechou os olhos sem saber o que estava por vir,<br />

e <strong>de</strong> seus lábios amorosos ainda se ouviu:<br />

– Eu sempre te amarei meu...<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!