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OURO DE TOLO_DJANIRA FERREIRA

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Djanira Ferreira Nunes<br />

com Zulmira alguém dizia: “Já vai Sofia com<br />

seu andor!”<br />

Em vários passeios com dona Sofia, muitos<br />

queriam saber se Zulmira sabia quem era a<br />

sua mãe, se frequentava a casa dela e até pessoas<br />

desconhecidas, ouvindo a criança chamando<br />

dona Sofia de mãe, ficavam estupefatas!<br />

Como poderia uma senhora tão distinta,<br />

ter um possível marido negro? Não aguentando<br />

alguém comentou: “O pai dela deve ser<br />

bem moreno!”.<br />

Assim era a rotina de janeiro à dezembro<br />

e chegando o Natal, toda vez dona Sofia dizia:<br />

“Vamos visitar sua mãe”. Mãe?! Mãe era ela<br />

que acolhera, cuidava, pagava sua escola, dava-lhe<br />

afeto, sustentava. No Natal sua mãe é a<br />

outra que não mais convivia, que esquecera,<br />

uma estranha que via uma vez na vida e na<br />

morte... quantas contradições...<br />

Vai desfilando a rotina de Zulmira seja<br />

no casarão, na escola e em seus passeios.<br />

Na escola a menina era muito tímida e<br />

vergonhosa, não era acostumada à vida social.<br />

Quando a viam chegando à escola acompanhada<br />

por dona Sofia, algumas colegas perguntavam:<br />

“Quem é o seu pai”?<br />

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