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Djanira Ferreira Nunes<br />
Zulmira escutava o zum zum do casarão,<br />
o disse que disseram e ficava triste, indignada<br />
e impotente diante das injustiças, ficando aluada.<br />
Vivia no mundo da lua!<br />
Um alento para isso era o brincar com seu<br />
companheiro Januário no quintal do casarão.<br />
As duas crianças brincavam no quintal<br />
e Januário chamava Zulmira de “meu bem”,<br />
Zulmira não entendia a razão, curiosa perguntou:<br />
“Por quê me chama de meu bem?”<br />
Januário respondeu: “Porque papai e mamãe<br />
são casados e falam meu bem”. Zulmira<br />
então naquela brincadeira estava casada com<br />
Januário, os filhos feitos de sabugo de milho e<br />
com “cabelos” do milho. Ela cuidava dos afazeres<br />
domésticos: varria a casa, cozinhava,<br />
dava banho e arrumava as crianças.<br />
Januário trabalhava fora, sustentando a<br />
casa.<br />
Lá, naquele imenso quintal sempre mudavam<br />
de casa e invertiam os papéis: ora ela<br />
era o marido e ora ele era a mulher.<br />
Nisso, o que diziam e disseram dentro do<br />
casarão corria como rastilho de pólvora...<br />
Lá fora, cansados de brincar de casinha,<br />
voltaram para dentro do casarão e resolveram<br />
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