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CIGA-Informando 54 - Ciga-Brasil

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Tel. +41 (0)61 423 03 47<br />

Fax +41 (0)61 423 03 46<br />

info@cigabrasil.ch<br />

www.cigabrasil.ch<br />

«É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos<br />

não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento<br />

e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver.» (Pedro Bial)<br />

Caras amigas e amigos,<br />

Bem-vindos ao outono e a mais uma<br />

edição do <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong>, que vem diversificado<br />

e colorido. Nas páginas destinadas<br />

ao Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça, trazemos um<br />

apanhado geral da I Conferência «<strong>Brasil</strong>eiros<br />

no mundo», realizada em julho no Rio de<br />

Janeiro para debater a situação dos brasileiros<br />

emigrados. O Conselho esteve lá, levando<br />

propostas e buscando contatos com grupos<br />

de outros países. Veja detalhes na P. 10.<br />

Uma parte deste <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> é dedicada<br />

às artes. Em duas entrevistas, falamos um<br />

pouco sobre o trabalho dos músicos Rodrigo<br />

Botter Maio e Fernando Terra e o lançamento<br />

do primeiro livro da jornalista e escritora<br />

Rosana Antonio. A escritora e seu marido Fernando<br />

Terra farão uma turnê pela Suíça no final<br />

deste mês, apresentando seus novos trabalhos.<br />

Na página 12 você confere as datas e locais.<br />

Outra matéria especial fala sobre a Feira<br />

da Formação e Profissão, a ser realizada em<br />

ANO 10 - NÚMERO <strong>54</strong> - SETEMBRO 2008 - TIRAGEM: 1700 EXEMPLARES<br />

Binningerstrasse 19<br />

4103 Bottmingen<br />

Foto: <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />

Basel em meados de outubro. Reto Baumgartner,<br />

organizador da Feira, fala na P. 4<br />

sobre os objetivos do evento, destinado<br />

especialmente aos jovens em fase de escolha<br />

da profissão, a seus pais e a todos os adultos<br />

interessados em cursos de aperfeiçoamento.<br />

O engajamento de intérpretes para fazer visitas<br />

guiadas em vários idiomas visa alcançar<br />

também as pessoas que têm dificuldades<br />

com o alemão.<br />

E falando em ter dificuldade com o alemão<br />

e não conseguir se integrar plenamente<br />

no país, a coluna Integra apresenta um texto<br />

de Miriam Vizentini sobre o tema Integração,<br />

uma palavra que está em quatro de<br />

cada quatro bocas, mas que pouca gente<br />

sabe definir exatamente. Veja na página 14<br />

se você pode dizer que está integrado.<br />

Para se sentir parte do país é preciso<br />

também você saber como funcionam as<br />

coisas por aqui. Pensando nisso o jornalista<br />

Alexandre Thoele criou o Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça,<br />

um espaço aberto para Continua página 3 ➙


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

2<br />

➙<br />

Continuação da página 1<br />

perguntas e respostas sobre temas do dia-adia.<br />

Veja na página 3 como participar e tire<br />

suas dúvidas.<br />

Na página de saúde o tema desta edição<br />

tem a ver com a beleza do rosto. A mudança<br />

de estação exige cuidados maiores com essa<br />

parte do corpo, que fica exposta ao vento e à<br />

poluição. As dicas da nossa consultora estão<br />

na página 22. Na coluna de Psicologia (P. 8) o<br />

tema é a diferença entre psicólogo e psiquiatra,<br />

mostrando quem procurar em que situação.<br />

Se tiver perguntas nesta área, pode<br />

enviar diretamente a ela ou para o nosso Email<br />

e nós reencaminhamos.<br />

Chamamos a atenção para nossa próxima<br />

atividade, que será realizada no dia 01 de<br />

novembro. Duas especialistas de Zurique<br />

virão a Basel para falar sobre a Prevenção à<br />

Violência Sexual na Infância. O tema é cada<br />

vez mais atual, preocupa e muitas vezes<br />

deixa os pais sem ação. Na palestra serão<br />

dadas informações sobre como tratar a<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

3<br />

questão com as crianças e jovens e onde buscar<br />

ajuda se for o caso. Na página 12 estão os<br />

detalhes do evento.<br />

Não percam também a Festa Multicultural<br />

que o <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong> está organizando em<br />

conjunto com outros grupos e associações de<br />

migrantes. Será no final de novembro, em<br />

Pratteln (detalhes na P. 12) e vai marcar a<br />

última atividade do <strong>CIGA</strong> para este ano.<br />

Além das especialidades culinárias de vários<br />

países (nós vamos levar o tradicional feijão e<br />

a caipirinha), no palco haverá apresentações<br />

culturais das mais diversas, mostrando um<br />

pouco da diversidade cultural da região.<br />

Leia ainda nesta edição sobre a imigração<br />

alemã no <strong>Brasil</strong>, dicas de saúde e investimentos,<br />

concursos literários e muitas atividades<br />

que vão acontecer até o final do ano.<br />

Prepare sua agenda para anotar e boa leitura.<br />

O <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> volta em novembro e<br />

até lá desejamos a todos um ótimo outono.<br />

Um abraço da equipe do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />

Chegou o Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça<br />

Bem-vindo!<br />

Como jornalista brasileiro atuante há seis anos na Suíça,<br />

recebo através do site da www.swissinfo.ch, a ex-Rádio<br />

Suíça Internacional, onde trabalho como editor e redator,<br />

e do meu próprio site www.athoele.com, centenas de<br />

e-mails com perguntas mais variadas relacionadas aos<br />

dois países. Um dia eu pensei que a melhor idéia seria<br />

colocar essas pessoas em contato, para que elas mesmas<br />

pudessem ajudar-se uma às outras. Por isso criei o Fórum<br />

<strong>Brasil</strong> Suíça (http://www.athoele.com/forum), um espaço<br />

livre na Internet com o propósito de permitir a constante<br />

troca de idéias sobre temas relacionados aos dois países,<br />

seja entre migrantes, possíveis migrantes, interessados<br />

ou até mesmo curiosos. Nesse endereço, os participantes<br />

As bruxas estão soltas!<br />

Venha festejar conosco um<br />

Halloween brasileiro!<br />

Data: Sábado, 18.10.2008, a partir das 22 horas<br />

Local: Tanzstudio Danças e Ritmos<br />

Marktgasse 8 (na Basler Medienhaus), Basel<br />

Infos: 079 516 39 22 (Clarice) ou 078 757 73 50 (Isa)<br />

Entrada: CHF 10,-, com direito a petiscos.<br />

A festa é somente para adultos, acima de 18 anos.<br />

A consumação alcoólica será somente no bar da<br />

festa. Será servido Proseco, vinho branco e tinto,<br />

caipirinha, cerveja e refrigerante.<br />

terão acesso a diversos sub-fóruns para discutir temas<br />

como moradia, vida na Suíça, trabalho, família, educação,<br />

questões legais e outros. Quem quiser publicar<br />

também pequenos anúncios, bater papo ou até mesmo<br />

debater em alemão, o espaço está disponível. A leitura é<br />

aberta a todos, mas a participação de forma ativa exige<br />

um registro simples e rápido, que pode ser feito diretamente<br />

na página. Sinta-se à vontade para iniciar um<br />

tópico, responder ou postar uma mensagem. Quanto<br />

mais mensagens tivermos, mais as pessoas vão se interessar<br />

em acessar constantemente o nosso espaço.<br />

Abraços! Alexander Thoele,<br />

administrador do Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça<br />

Centro de Pilates na região de Basel<br />

O Atelier Equilibrium informa:<br />

a Homepage e o E-mail voltaram a<br />

funcionar.<br />

Confira os detalhes do trabalho da Ana<br />

Baldini: www.atelierequilibrium.com<br />

Ou faça contato com ela e experimente<br />

uma aula de Pilates:<br />

info@atelierequilibrium.com.


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Ponha-se a caminho!<br />

Uma viagem pelo mundo das profissões! Isso é o que promete a 2. Feira da Formação e da<br />

Profissão de Basel (2. Basler Berufs- und Bildungsmesse), que acontece nos Salões de Exposições<br />

3.01 e 3.02 do Centro de Feiras da cidade (Messezentrum) no período de 16 a 18 de outubro<br />

deste ano.<br />

Foto: Divulgação<br />

Reto Baumgartner, coordenador do evento<br />

Organizada pela Gewerbeverband Basel-<br />

Stadt (Associação das Indústrias do Cantão<br />

de Basel-Stadt), a feira visa proporcionar um<br />

espaço para que os diferentes setores de<br />

atividades econômicas possam informar<br />

sobre a sua área de atuação e as oportunidades<br />

de trabalho que oferecem. O evento<br />

foi realizado pela primeira vez em Basel no<br />

ano de 2006. Num trabalho conjunto com<br />

Baselland, que organiza há anos uma feira<br />

similar, os dois cantões se revezam na promoção<br />

de atividades voltadas para a formação<br />

e o trabalho, promovendo um evento<br />

deste tipo em cada cantão em anos alternados.<br />

No ano passado foi Pratteln que sediou<br />

a Berufsschau (www.berufsschau.ch).<br />

O coordenador do projeto da Feira de<br />

Basel, Reto Baumgartner, da Gewerbeverband,<br />

explica que o evento se dirige especialmente<br />

a estudantes em fase de escolha<br />

da profissão, aos professores, que procuram<br />

motivar seus alunos e dar informações sobre<br />

os diversos campos de trabalho, aos pais, que<br />

4<br />

querem orientar seus filhos da melhor<br />

forma, e a todas as pessoas interessadas em<br />

fazer alguma especialização. Associações de<br />

empresas, centros profissionais, diversos<br />

setores da indústria, comércio e serviços,<br />

escolas de línguas e outras instituições de<br />

ensino são algumas das áreas que estarão<br />

representadas nos 90 estandes que cobrirão<br />

8.500 m2 de exposição.<br />

«A Feira permite, num espaço limitado e<br />

no tempo de uma visita, coletar informações<br />

sobre inúmeras ofertas diferentes», destaca<br />

Baumgartner, além de oferecer um Serviço<br />

de Aconselhamento sobre as áreas que porventura<br />

não estiverem representadas na<br />

feira. Essa possibilidade é divulgada nas<br />

escolas e vários grupos de alunos visitam a<br />

Feira com suas classes, acompanhados e<br />

orientados por seus professores. Os organizadores,<br />

no entanto, acham necessário aprofundar<br />

essas visitas, motivando também os<br />

pais a acompanharem seus filhos à feira e<br />

buscarem informações sobre as profissões<br />

que os interessam. «Os pais são fundamentais<br />

no apoio aos filhos para decidirem sobre<br />

seu futuro. Eles são muito mais importantes<br />

do que nós na orientação profissional»,<br />

argumenta o coordenador.<br />

Como prova da importância que os organizadores<br />

dão à visita «em família», foram<br />

contratados para trabalhar na Feira também<br />

mediadores interculturais, que têm por<br />

função dirigir visitas guiadas em vários<br />

idiomas para os pais estrangeiros que não<br />

dominam bem o alemão. Português, turco,<br />

curdo, albanês, francês, espanhol, tamile,<br />

inglês, bósnio, croata e sérbio serão os<br />

idiomas falados nessas visitas traduzidas.<br />

Cada língua terá um horário especial e o<br />

Ponto de Encontro para a partida das visitas<br />

é o Posto de Informação. Não é preciso anun-<br />

ciar-se antecipadamente para participar da<br />

visita, basta apresentar-se no local indicado,<br />

na hora marcada. A VISITA EM PORTUGUÊS<br />

SERÁ NO SÁBADO, ÀS 14h15. Participem e<br />

avisem seus amigos que também têm filhos<br />

em idade de escolher a profissão!<br />

O engajamento dos tradutores permite<br />

aos pais provenientes de outros países, que<br />

normalmente possuem um outro sistema de<br />

ensino, mostrar o amplo leque de opções<br />

que é oferecido na Suíça e as possibilidades<br />

que existem, tanto para os jovens como para<br />

os adultos. «Os mediadores funcionam como<br />

ponte para atingirmos os pais, pois já possuem<br />

sua rede de contatos na comunidade e<br />

conhecem a cultura, permitindo eliminar<br />

possíveis barreiras ao entendimento. Eles<br />

podem dizer tudo melhor do que nós», enfatiza<br />

Baumgartner.<br />

A avaliação da Gewerbeverband é muito<br />

positiva em relação à Feira. Prova disso são<br />

os 30 novos estandes que se registraram para<br />

essa 2. edição do evento. «Conseguimos conquistar<br />

os que ainda estavam céticos», observa<br />

o coordenador, «e mantivemos os estandes<br />

que já participaram.» Especialmente<br />

na área de cursos de especialização o<br />

número de expositores cresceu. Neste ano<br />

estarão participando da Feira cinco faculdades<br />

e diversas escolas de línguas. O<br />

número de visitantes da última Feira é outro<br />

ponto forte de motivação. Foram 20 mil pessoas<br />

que passaram nos três dias pelos diversos<br />

expositores. A expectativa para este ano<br />

é que o número se repita ou até cresça.<br />

Da experiência colhida em 2006 os organizadores<br />

tiraram algumas lições para esta<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

5<br />

edição. A expectativa anterior de que os pais<br />

viriam visitar a Feira depois do trabalho não<br />

se confirmou, por isso o horário de abertura<br />

da Feira, que na 1. edição foi até as 20h30,<br />

foi reduzido para 19h30. A organização<br />

investiu também em uma oferta maior de<br />

opções de alimentação.<br />

Além dos 90 estantes, os pontos fortes de<br />

atração da Feira são a presença dos mestres<br />

de ofício apresentando sua profisssão<br />

(mecânico, eletricista, etc) e o desfile de<br />

modas, que será apresentado três vezes ao<br />

dia, nos três dias da Feira.<br />

Baumgartner está confiante de que a 2.<br />

Feira da Formação e da Profissão de Basel<br />

repetirá o sucesso do evento anterior e<br />

acredita que a Gewerbeverband contribui,<br />

desta forma, para a formação dos profissionais<br />

do futuro.<br />

Mais informações sobre a Feira, os horários<br />

de abertura, lista dos participantes e<br />

horário de apresentações podem ser conferidas<br />

na Homepage:<br />

www.basler-berufsmesse.ch ou por telefone:<br />

061 227 50 69.<br />

Para chegar ao Centro de Feiras e<br />

Exposições de Basel pode-se tomar os bondes<br />

N. 2 (a partir da Estação Central ou da<br />

Badischer Bahnhof), N. 6 (a partir do Centro<br />

ou da Badischer Bahnhof) e N.14 (a partir do<br />

Centro ou da Dreirosenbrücke) até o ponto<br />

«Messeplatz». Para quem vem de carro,<br />

basta pegar a saída «Messe», a partir da<br />

autoestrada. No prédio do Centro de Feiras<br />

tem um estacionamento.<br />

(Irene Zwetsch)<br />

Quarto para alugar em Basel<br />

Tenho um quarto disponível em cima do meu apartamento para alugar. Tem uma cama e<br />

fora do quarto tem um pequeno lavabo. Banheiro e cozinha são de uso comum dentro do<br />

meu apartamento. Eu já morei no <strong>Brasil</strong>, por isto falo bem o português. Procuro uma pessoa<br />

de confiança, talvez uma jovem <strong>Brasil</strong>eira, que às vezes possa cuidar da minha filha, que tem<br />

5 anos. Da minha parte poderia ajudar para aprender alemão e em outras necessidades. O<br />

valor do aluguel seria de CHF 200.–. Contato: Milena – 061 681 85 44


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Imigração alemã-pomerana<br />

Quando a nau com 88 imigrantes vindos da<br />

Pomerânia, Prússia, Holstein, Renânia e Hamburgo se<br />

aproximou do porto do rio São Lourenço, em 18 de janeiro<br />

de 1858, após dois meses e meio de viagem, a Zona Sul<br />

do Rio Grande do Sul estava prestes a ter alterado definitivamente<br />

o seu perfil cultural e econômico.<br />

Aqueles homens, mulheres e crianças carregavam nas<br />

bagagens a esperança de ter uma terra somente sua e<br />

construíram aquela que seria a mais isolada e meridional<br />

colônia alemã do <strong>Brasil</strong>. Cansados de se submeter às privações<br />

impostas pelas cortes das antigas pátrias, vieram<br />

em busca de liberdade. Rapidamente, instituíram novas<br />

culturas, o que interferiu fortemente na economia local. A<br />

mão-de-obra alemã diversificou a produção agropecuária.<br />

Apenas cinco anos após se instalarem, São Lourenço do<br />

Sul já abastecia os mercados de Pelotas e Porto Alegre e<br />

exportava para municípios longínquos como Rio de<br />

Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires.<br />

A plantação de feijão e trigo, criação de suínos e a<br />

produção de mel passaram a disputar espaço com atividades<br />

de origem ibérico-católica típicas do Rio Grande do<br />

Sul, como o charque. Produto-chefe do período imigratório,<br />

a produção de batata atingiria o ápice quase um<br />

século depois, quando em 1956 o Município se firmaria<br />

como o maior exportador da América Latina. Às margens<br />

do rio São Lourenço, a expansão portuária potencializou a<br />

produção de iates e escunas. Em 1940 o Município teve a<br />

maior e última grande frota de navios mercantes do<br />

<strong>Brasil</strong>. O surgimento de novas culturas e a migração dos<br />

colonos para a cidade provocou, a partir da segunda<br />

metade do século 20, a redução das colônias. Da massa<br />

migratória, 81% da população era pomerana. No <strong>Brasil</strong>,<br />

além de São Lourenço do Sul, apenas Pomerode, em Santa<br />

Catarina, e Domingos Martins, no Espírito Santo, preservam<br />

laços culturais pomeranos. (Charles Furtado Vilela)<br />

Blumenau nasceu pela mão do negro<br />

Há uma outra Blumenau além da marcada pelas<br />

raízes alemãs, de gente galega, pele e olhos claros. Antes<br />

mesmo da chegada dos imigrantes, os negros já abriam as<br />

primeiras picadas. Usados como mão-de-obra escrava,<br />

foram os primeiros a trabalhar na criação da colônia<br />

Blumenau. Longe dos anúncios publicitários e panfletos<br />

turísticos, a cidade que carrega a máxima de loira assume<br />

a cor da miscigenação já na origem: foi erguida a partir do<br />

suor dos negros.<br />

Antes da fundação do município, em 1850, eles abriram<br />

as primeiras clareiras na mata fechada. Submetidos a<br />

jornadas de trabalho braçal e aprisionados para evitar<br />

fugas, escravos africanos levantaram a estrutura inicial<br />

para a implantação da colônia que deu origem à cidade.<br />

Registros de cartas mantidas na época entre Hermann<br />

Bruno Otto Blumenau e o cônsul geral do <strong>Brasil</strong> na<br />

Prússia, Johann Jacob Sturz, confrontam com a versão ofi-<br />

6<br />

cial da fundação do município propagada nas páginas dos<br />

livros de história e nas manifestações culturais cultivadas<br />

ao longo do tempo. Os documentos mostram que dois<br />

anos antes dos 17 imigrantes alemães considerados pioneiros<br />

desembarcarem na foz do Ribeirão da Velha liderados<br />

por Doutor Blumenau, escravos já habitavam a região,<br />

contratados por fazendeiros da época. A exploração do<br />

trabalho braçal dos negros foi determinante - não só para<br />

a formação da estrutura inicial da colônia, mas também<br />

para a construção da cidade. Mesmo assim, eles continuam<br />

à margem na cidade que se orgulha dos traços<br />

europeus e da fama de «Alemanha brasileira». Negros e<br />

pardos somam hoje mais de 17 mil pessoas no município.<br />

Ainda assim, a maioria deles permanece em guetos e distantes<br />

da paisagem enxaimel do Centro. São principalmente<br />

operários de fábricas e ajudam a construir as<br />

riquezas do município, assim como no passado, quando<br />

exerceram o trabalho mais pesado na implantação da<br />

colônia.<br />

(Magali Moser)<br />

Ensino de alemão na Rede Municipal<br />

O município de Porto Alegre passou a contar, desde<br />

de agosto de 2008, com o ensino do idioma alemão na<br />

Rede Municipal. O projeto é uma iniciativa do Goethe-<br />

Institut Porto Alegre e da Secretaria Municipal de Educação<br />

(Smed), que promoveram no dia 13 de agosto a<br />

aula inaugural em língua alemã na Escola Municipal de<br />

Ensino Fundamental Senador Alberto Pasqualini.<br />

As aulas serão oferecidas como oficinas extra-curriculares<br />

da Escola Aberta até dezembro, sempre às quartasfeiras,<br />

sendo ministradas por um professor do Instituto<br />

Goethe com assessoria didático-pedagógica da Smed.<br />

Participam 25 alunos do segundo ciclo, de 9 a 11 anos. «A<br />

intenção é promover a sensibilização para uma língua<br />

relacionada à colonização gaúcha», destaca Joice Galli,<br />

coordenadora de línguas estrangeiras da Smed.<br />

Ela acrescenta que o modelo de inserção da língua<br />

alemã na rede se dará por diferentes eixos de ação: bolsas,<br />

como as já cedidas a alunos da Escola Municipal de<br />

Ensino Básico Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, a<br />

exposição bilíngüe (alemão-português) «Consumo<br />

Sustentável», que já visitou três escolas municipais, e destinação<br />

de uma bolsa para aperfeiçoamento na Alemanha<br />

em 2009, destinada a um professor concursado da Rede<br />

Municipal, já com formação em alemão.<br />

«O diretor de Cursos do Goethe-Institut Porto Alegre,<br />

Adrian Kissmann, está otimista com as possibilidades da<br />

implementação do idioma alemão em outras escolas<br />

públicas do município.»<br />

(Hertha Helbern - Goethe-Institut Porto Alegre)<br />

(Notícias veiculadas em<br />

http://www.brasilalemanha.com.br)<br />

ESCRITÓRIO DE<br />

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Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

7<br />

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<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Psicólogo e Psiquiatra: Quem é quem?<br />

«Sim, porque eu sei que em algumas<br />

famílias um psicólogo ou um psiquiatra é qualquer<br />

coisa de negativo, é porque se começa a<br />

delirar um pouco ou algo assim, eu não vejo de<br />

forma alguma assim, mas é verdade que tem<br />

de chegar realmente a qualquer extremo para<br />

que eu procure um psiquiatra ou um psicólogo,<br />

não me vejo a ir por um problema qualquer,<br />

primeiro tento por todos os meios resolver.»<br />

(Adolescente imigrante de origem<br />

portuguesa)<br />

A maioria das famílias, quando confrontada<br />

primeiramente com sintomas de doença mental,<br />

procura em primeiro lugar ajuda no seu<br />

meio social em geral e não uma ajuda especializada<br />

junto a psicólogos e psiquiatras.<br />

Contudo, quando questionadas acerca de uma<br />

ajuda eficaz, essas famílias não hesitam em evocar<br />

profissionais como psicólogos e psiquiatras.<br />

Parece existir por parte das famílias, da população<br />

em geral, incluindo professores e outros<br />

profissionais que trabalham de forma privilegiada<br />

com as famílias (servindo muitas vezes de<br />

intermediários perante o sistema de saúde<br />

mental), uma certa confusão acerca da respectiva<br />

função do psicólogo e do psiquiatra e a qual<br />

dos dois recorrer em determinadas situações.<br />

«Ir ao psicólogo, é como ir ao mecânico. É<br />

bom ir ao psicólogo, deixar lá as coisas desafinadas<br />

que tem.»<br />

(Pai imigrante de origem portuguesa)<br />

Antes de mais nada convém referir que o<br />

psicólogo não vai resolver o problema, mas<br />

sim dotar a família, o indivíduo de capacidades<br />

para o resolver. O psicólogo tenta, através de<br />

técnicas psicológicas variadas, levar a família<br />

ou o indivíduo por si próprio a alterar os seus<br />

padrões de comunicação e relação, contribuindo<br />

assim para evitar a posterior emergência de<br />

sintomas no(s) sistema(s). O psicólogo conduz<br />

conversas com o paciente, não lhe oferece<br />

medicamentos, utiliza técnicas de comunicação<br />

indutiva, reflexiva, daí a importância<br />

que a família ou o indivíduo fale sobre si<br />

mesmo, se abra, reflita. O psicólogo também<br />

não é um juiz, que julga quem tem razão, direito<br />

e quem é culpado. Ele é sim um observador<br />

objetivo da família, do indivíduo, que pela sua<br />

ajuda profissional especializada aprende a ter<br />

uma percepção mais objetiva sobre si mesmo<br />

8<br />

Marta Gonçalves<br />

com o objetivo central de um equilíbrio, harmonia<br />

no(s) sistema(s).<br />

«Ia a um médico ou a um psicólogo dependendo<br />

da doença.»<br />

(Pai imigrante de origem brasileira)<br />

O psicólogo tem uma formação superior em<br />

Psicologia, ciência que estuda os processos mentais<br />

(sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento<br />

humano. O curso tem uma duração<br />

média de cinco anos para obtenção do título de<br />

psicólogo. No decorrer do curso a teoria é complementada<br />

por estágios supervisionados que<br />

habilitam o psicólogo a realizar psicodiagnóstico,<br />

psicoterapia, orientação, entre outras. O<br />

psicólogo pode atuar no campo da psicologia<br />

clínica, escolar, social, organizacional, entre outras,<br />

podendo optar posteriormente por uma<br />

formação mais específica numa abordagem<br />

teórica, como a gestalt-terapia, a psicanálise, a<br />

terapia cognitivo-comportamental.<br />

O psiquiatra é um médico que após ter concluído<br />

a sua formação em Medicina, opta pela<br />

especialização de dois ou três anos em Psiquiatria,<br />

a qual abrange estudos em neurologia, psicofarmacologia<br />

e treino específico para diferentes<br />

modalidades de atendimento, tendo por objetivo<br />

tratar as doenças mentais. O psiquiatra está apto<br />

a prescrever medicamentos, habilidade não designada<br />

ao psicólogo.<br />

Em alguns casos, a psicoterapia e o tratamento<br />

psiquiátrico devem ser aliados. Muitas<br />

vezes, essas duas áreas estão relacionadas e uma<br />

colabora com a outra. A pessoa que tem que<br />

tomar um medicamento tem mais possibilidade<br />

de melhoria se associada a uma psicoterapia<br />

assim como, em muitos casos, é aconselhável o<br />

acompanhamento de um psiquiatra para que a<br />

psicoterapia flua de forma mais eficiente.<br />

«Procurava um psiquiatra ou um psicólogo, é a<br />

mesma coisa. Eu procurava um psiquiatra se<br />

ele fosse muito criança, se não um psicólogo<br />

para ver o que se passa ali.»<br />

(Mãe imigrante de origem portuguesa)<br />

Entre problemas psicológicos e doenças<br />

mentais há um espectro que pode ir de ligeiro a<br />

grave. Em caso de problemas ligeiros o psicólogo<br />

pode ajudar através da sua psicoterapia, em<br />

problemas graves tem de entrar o psiquiatra<br />

com a prescrição de medicamentos e de prefe-<br />

rência em colaboração com o psicólogo. Infelizmente<br />

o que acontece na maioria das vezes é as<br />

pessoas serem logo abordadas no médico de<br />

família com medicamentos que deveriam ser<br />

apenas prescritos pelo psiquiatra.<br />

Parece portanto mais prudente que perante<br />

um problema psicológico se recorra primeiramente<br />

a um psicólogo. Este, após uma<br />

anamnese detalhada do problema, reencaminhará<br />

se considerar necessário para o psiquiatra,<br />

trabalhando mesmo em conjunto com aquele.<br />

É extremamente necessário clarificar e<br />

delimitar a função do psicólogo e do psiquiatra<br />

melhorando o intercâmbio com o sistema escolar<br />

e o sistema familiar. Urge criar projetos de<br />

Palestra com debate<br />

Depois de ter participado ativamente da I Conferência<br />

<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo, convidado pelo Ministério<br />

das Relações Exteriores e Funag, Rui Martins, idealizador<br />

e representante do movimento de cidadania Estado do<br />

Emigrante, sucessor do movimento vitorioso<br />

<strong>Brasil</strong>eirinhos Apátridas, deseja marcar encontros com a<br />

comunidade emigrante brasileira na Europa, a fim de<br />

prestar o necessário relato do encontro, debater o que se<br />

discutiu na Conferência assim como o projeto do Estado<br />

do Emigrante, conselho ou federação, autônomo e independente<br />

mas integrado dentro das instituições<br />

brasileiras.<br />

Assim, estão previstos encontros com emigrantes<br />

brasileiros aqui na Suíça e países vizinhos.<br />

Dia de portas abertas<br />

No sábado, dia 25. de Outubro de 2008 acontece novamente<br />

um Dia de Portas Abertas na escola de dança<br />

«Danças e Ritmos», da Clarice dos Santos. Pegue seu sapato<br />

de fazer esporte ou a sapatilha e venha dançar com a<br />

gente! Vai ter Hip-Hop, Jazz, Dança Moderna, Salsa, Afro,<br />

Samba, Capoeira, Dança Oriental, Aerobica, Ioga. Não<br />

perca essa chance de experimentar seu tipo de dança<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

HORÁRIO DAS MISSAS EM PORTUGUÊS (AG, BS, BL)<br />

MISSÃO CATÓLICA<br />

PORTUGUESA<br />

Diocese St. Urs – AG, BS, BL<br />

Bruggerstr. 143<br />

Tel.: +41 56 203 0049<br />

Fax: +41 56 203 0045<br />

Pe. Marquiano Petez, pároco<br />

E-Mail: alfa3@freesurf.ch<br />

BADEN<br />

1° 2° 3° e 4° Domingo 11.00<br />

Aos Domingos, catequese as 10.00<br />

Kappelerhof – Kapelle Mariawil –<br />

Bruggerstr. 143, <strong>54</strong>00 Baden<br />

BASEL<br />

1° 2° 3° e 4° Sábado 20.00<br />

Aos Sábados, catequese as 19.00<br />

Igreja Sacré Couer<br />

Feierabendstr. 68,4051 Basel<br />

SISSACH<br />

2° e 4° Domingo 09.00<br />

Aos Sábados, catequese as 15.30<br />

9<br />

carácter informativo sobre esses tópicos como<br />

mais uma forma de melhorar o acesso à saúde<br />

mental.<br />

Marta Gonçalves é psicóloga<br />

e investigadora. Contato:<br />

marta.goncalves@gmx.net<br />

As associações ou grupos de pessoas interessadas<br />

em Berna, Genebra, Zurique e outras localidades, assim<br />

como as existentes na França, Alemanha, Áustria, Itália,<br />

etc. deverão manter contato com ele, para estudarem<br />

datas e locais pelo email martinsrp@hotmail.com.<br />

Como o movimento Estado do Emigrante não dispõe<br />

de verbas, funcionando na base do benevolato, os<br />

organizadores locais deverão providenciar de preferência<br />

uma família de acolha, permitindo assim um contato<br />

direto entre emigrantes.<br />

A primeira palestra-debate será em Berna. Data e<br />

local serão anunciados proximamente.<br />

Mais informações sobre o movimento no site:<br />

www.estadodoemigrante.org.<br />

favorita. Para mais informações entre em contato com a<br />

Clarice:<br />

Danças e Ritmos, Tanzschule Clarice dos Santos<br />

Marktgasse 8 (na Basler Medienhaus), 4051 Basel<br />

Tel. 079 516 39 22<br />

E-mail: clarice.dossantos@gmx.net<br />

Igreja St. Josef<br />

Felsenstr. 16, 4450 Sissach<br />

SUHR<br />

4° Domingo 15.30<br />

Igreja Heiliggeist<br />

Tramstr. 38, 5034 Suhr<br />

ZOFINGEN<br />

2º Domingo 15.30<br />

Christ König,<br />

Mühletalstr. 15


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Conferência discute situação<br />

dos brasileiros no mundo<br />

O mês de julho marcou um momento inédito na<br />

história da emigração brasileira. Finalmente reconheceu-se<br />

o <strong>Brasil</strong> como país de emigração e foi realizado<br />

um evento voltado para a população brasileira residente<br />

fora do país. A I Conferência sobre as Comunidades<br />

<strong>Brasil</strong>eiras no Exterior – «<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo»,<br />

aconteceu nos dias 17 e 18 de julho de 2008 no Rio de<br />

Janeiro, sob organização da Subsecretaria-Geral das<br />

Comunidades <strong>Brasil</strong>eiras no Exterior (SGEB), do<br />

Ministério das Relações Exteriores (MRE), com o apoio<br />

da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e reuniu<br />

mais de 400 participantes. Além dos representantes<br />

vindos de vários países estiveram presentes autoridades<br />

governamentais, parlamentares, estudiosos do<br />

assunto e estudantes.<br />

O Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça também se fez representar,<br />

por meio de Maria Rolim Janotta, Carminha<br />

Pereira e Theodora Leite. Nesta edição trazemos um<br />

resumo das impressões que as três tiveram no evento<br />

e um relato de como a questão dos emigrantes será<br />

encaminhada daqui para a frente.<br />

Primeiro passo concreto do Governo <strong>Brasil</strong>eiro em<br />

direção aos 3 ou 4 milhões de brasileiros espalhados<br />

mundo afora, o evento foi organizado de forma a permitir<br />

uma ampla participação dos brasileiros residentes<br />

no exterior e dos demais interessados vivendo no<br />

<strong>Brasil</strong>. Também houve muito apoio por parte dos colaboradores<br />

do MRE e FUNAG na parte logística (cópia,<br />

telefonemas, distribuição de material, acesso a computadores),<br />

o que facilitou a vida dos participantes.<br />

Vários estandes informativos por zonas geográficas,<br />

montados nos jardins do Palácio Itamaraty, onde foi<br />

realizado o encontro, garantiam a divulgação e acesso<br />

à informação sobre o trabalho dos vários grupos presentes.<br />

Foi importante também a disponibilização de<br />

espaço físico para a realização de reuniões paralelas de<br />

grupos específicos, como foi o caso da Rede <strong>Brasil</strong>eiras<br />

e <strong>Brasil</strong>eiros no Exterior, criada no ano passado em<br />

Bruxelas e da qual o Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça participa.<br />

Alguns aspectos da organização porém deixaram<br />

a desejar. Um deles foi a escolha dos convidados que<br />

foram agraciados pela FUNAG (passagens, estadia e<br />

alimentação pagas), não considerada «democrática»<br />

em vários países. Além disso, falhas na divulgação<br />

10<br />

Foto: Maria R. Janotta<br />

Carminha Pereira se manifesta na plenária<br />

prévia da Conferência acabaram limitando a participação<br />

de outras pessoas interessadas, que não tiveram<br />

tempo hábil para organizarem sua ida ao Rio de<br />

Janeiro. Por outro lado, a falta de um espaço que comportasse<br />

todos os participantes fez com que muitos<br />

tivessem de assistir à conferência em telões, ao lado da<br />

sala de debates.<br />

O pouco envolvimento dos emigrantes na<br />

preparação da conferência, na escolha dos temas em<br />

debate e em sua organização prática geraram frustração,<br />

principalmente porque durante os debates não<br />

eram permitidas perguntas ou comentários daqueles<br />

que não faziam parte da mesa. O excesso de temas e<br />

de especialistas convidados impediu que os temas fossem<br />

aprofundados e discutidos como seria necessário.<br />

O tempo reduzido previsto para a apresentação dos<br />

emigrantes inviabilizou o debate da maior parte dos<br />

temas pertinentes. «Na reunião da Europa, por exemplo,<br />

assistiu-se a uma enumeração de propostas sem<br />

que se tivesse a oportunidade de discuti-las, harmonizá-las<br />

e construir uma base para um documento<br />

comum coerente» , observa Mônica Pereira, da Bélgica.<br />

Ficou clara a disproporção do espaço concedido aos<br />

emigrantes e aos diplomatas. Como resume Theodora:<br />

«eles queriam falar, e muito - e falaram. Ouvir, acho<br />

que muito pouco foi ouvido (infelizmente); os<br />

brasileiros que foram para falar ficaram decepcionados<br />

ao meu ver».<br />

Theodora ficou impressionada que, apesar da<br />

diversidade dos representantes brasileiros vindos de<br />

várias partes do mundo, todos clamam igualmente<br />

«pelo direito de ser ouvido e atendido no que existe de<br />

mais básico quando se fala de atendimento consular ao<br />

brasileiro». Para ela ficou claro, nos bastidores e<br />

mesmo na plenária, que existe uma rede informal trabalhando<br />

em favor dos brasileiros no exterior, esboçando<br />

ações, preparando documentos. «Os organizadores<br />

não estavam preparados para ouvir ou mesmo dialogar<br />

com os seus convidados. Eles queriam platéia para<br />

ouvi-los e aplaudi-los. Ficaram no desejo, com pulgas<br />

atrás das orelhas», observa Theodora.<br />

Maria Janotta, por sua vez, sentiu falta de representantes<br />

de outros países, como da Áustria e do continente<br />

africano, mas acredita que para uma I<br />

Conferência, os resultados foram positivos. Ela considerou<br />

a experiência muito enriquecedora, especialmente<br />

pela oportunidade de ver «a diversidade de<br />

como nossa comunidade brasileira está organizada,<br />

com muitas pessoas, grupos ou associações lutando<br />

por pequenas reivindicações, que nós aqui na Suíça já<br />

conquistamos».<br />

Carminha Pereira reforça as palavras de Maria e<br />

acrescenta que no encontro do Rio foi possível confirmar<br />

que «os brasileiros no exterior representam a<br />

mesma diversidade dos brasileiros residentes no <strong>Brasil</strong><br />

e o fato de se estar morando no exterior não faz com<br />

que todos sejam iguais. Os interesses são bem diferentes<br />

e chegando a ser até contraditórios». Para Carminha<br />

as discussões do encontro «reforçaram a convicção<br />

de que ainda se tem muito a fazer na organização<br />

dos grupos nos vários países, para depois se pensar<br />

em uma estrutura única de representação de todos<br />

migrantes brasileiros».<br />

Como resultado da Conferência foi assumido o<br />

compromisso para a realização de um novo encontro<br />

em 2009, organizado pelo governo brasileiro em parceria<br />

com representantes de emigrantes. Foi formada<br />

uma comissão de organização para a próxima conferência,<br />

da qual fazem parte os cinco relatores dos grupos<br />

regionais formados no encontro do Rio e outros<br />

dois representantes por região (um para os Estados<br />

Unidos), a serem escolhidos a partir da indicação dos<br />

grupos e associações de cada país e região. Ao contrário<br />

do que foi proposto por meio de um abaixo-assinado<br />

propondo a criação do Estado do Emigrante, essa<br />

comissão terá caráter provisório e sua função será apenas<br />

a de preparar o próximo encontro.A discussão sobe<br />

o tema do Estado do Emigrante foi um dos pontos altos<br />

do evento, suscitando muito debate. Todos os participantes<br />

concordaram que a população emigrante precisa<br />

ter um canal direto de contato com o Governo<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

11<br />

<strong>Brasil</strong>eiro, mas a forma que esse canal deve assumir<br />

ainda não está clara e deve ser o principal tema de discussão<br />

do próximo encontro.<br />

No caminho para essa linha de contato, foi aprovado<br />

o apoio dos participantes à proposta de Emenda<br />

Constitucional da autoria do senador Cristovam<br />

Buarque (www.cristovam.org.br), concedendo ao<br />

brasileiro residente no estrangeiro o direito de eleger<br />

deputados e senadores. Esse seria um começo para<br />

garantir que a voz dos brasileiros no Exterior seja ouvida<br />

no Planalto, sem a necessidade de criar mais estruturas.<br />

Essa idéia também constava das propostas levadas<br />

pelo Conselho ao evento (Confira todas as propostas<br />

no site www.conselho-brasileiro.ch). O<br />

Conselho defende que, ao invés de se criarem mais<br />

órgãos e estruturas, deve-se otimizar o que já existe e<br />

principalmente melhorar o atendimento consular, por<br />

meio de capacitação de pessoal e investimento na<br />

infra-estrutura.<br />

Da esquerda para a direita: Sandra (ABEC),<br />

Theodora, Carminha e Maria.<br />

Foi aprovada no encontro ainda uma moção de<br />

repúdio contra a Diretiva Européia acerca do<br />

«Retorno» dos migrantes em situação irregular, que<br />

tem causado muita polêmica.<br />

Todos os documentos do encontro, assim como os<br />

vídeos da I Conferência das Comunidades <strong>Brasil</strong>eiras<br />

no Exterior podem ser acessados nos sites:<br />

http://funag.evento.tv.br e http://www.abe.mre.gov.br<br />

(clique na Logo «<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo», à esquerda).<br />

Na página do Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça também<br />

estão incluídos os links para essas e outras páginas<br />

que tratam da Conferência.<br />

(Edição de Irene Zwetsch)<br />

Homepage: www.conselho-brasileiro.ch<br />

E-Mail: info@conselho-brasileiro.ch<br />

Foto: Arquivo


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

AGENDA<br />

O medo paralisa – A informação fortalece<br />

Prevenção de violência sexual contra crianças<br />

Notícias sobre violência sexual contra crianças despertam<br />

muito medo e insegurança nos pais e os colocam<br />

diante da pergunta: O que podemos fazer para proteger<br />

nossas crianças da violência sexual?<br />

A convite do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong>, o centro especializado<br />

Limita vem à região de Basel para realizar uma palestra<br />

em português sobre esse tema, especialmente dirigida<br />

aos pais. A proposta é sensibilizar os pais para a<br />

temática da violência sexual contra crianças e dar informações<br />

sobre os principais fatos e possibilidades de<br />

ajuda. Além disso, serão divulgadas formas de prevenção<br />

e será discutido em grupo como tematizar essas<br />

informações no dia-a-dia com os filhos.<br />

As palestrantes desta noite serão Talitha Widmer,<br />

psicóloga FSP, e Paula Kalt, comunicação social Unicap/PE<br />

Também estará à disposição do público a brochura<br />

«O medo paralisa – a informação fortalece», que contém<br />

informações sobre a problemática e apresenta<br />

nomes de alguns centros de aconselhamento, além de<br />

trazer sugestões sobre o que ao pais podem fazerno diaa-dia<br />

para proteger melhor seus filhos contra a violência<br />

sexual.<br />

12<br />

Traga suas perguntas, suas experiências e venha<br />

conviver conosco. O evento será em português.<br />

Haverá também uma pequena Cafeteria.<br />

Data: Sábado, 01 de novembro de 2008<br />

Hora: 19h30<br />

LOCAL: Gemeindestube, Therwilerstrasse 16/18,<br />

em Bottmingen (próximo à estação de<br />

Bottmingen)<br />

Como chegar: com o ônibus 34 ou o Tram 10 até<br />

Bottmingen. Atravessar a rua no sinaleiro para<br />

pedestres e seguir pelo caminho ao lado da linha do<br />

bonde até o estacionamento (à esquerda). Atravessar o<br />

estacionamento e o prédio fica logo à direita.<br />

Fachstelle Limita<br />

Bertastrasse 35, 8003 Zürich<br />

Tel: 044 450 85 20<br />

E-Mail: info@limita-zh.ch<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

13


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Mas, afinal, que diabos é<br />

Integração?<br />

Amo as palavras e tenho imenso respeito<br />

por elas. São pecinhas de um jogo infinito,<br />

com as quais se pode brincar pela eternidade.<br />

Como em todo jogo, porém, vejo nelas<br />

armadilhas... é preciso saber jogar - e muito<br />

bem - para não sairmos perdendo ou, pelo<br />

menos, para empatarmos as inúmeras partidas<br />

que jogamos nessa vida, cada vez mais<br />

dependente da comunicação.<br />

Os efeitos de um comentário, uma conversa,<br />

uma discussão, um texto (e por aí vai),<br />

podem ser belíssimos, prazeirosos ou, ao<br />

contrário, podem pesar como uma sentença<br />

sobre nossas cabeças.<br />

Algumas palavras mal colocadas, em<br />

determinadas situações, detonam relacionamentos,<br />

outras desconstroem em segundos<br />

nossa imagem. Muitas têm significados sutilmente<br />

contraditórios...<br />

Uma delas, em especial, passei a temer:<br />

integração, talvez por ser uma das muitas que<br />

está na ordem do dia, na boca de 10 entre 10,<br />

digamos, estranhos no ninho, como eu.<br />

Vou ao dicionário. O Aurélio esclarece:<br />

Integração: «ato ou efeito de integrar-se, de<br />

tornar inteiro, completar, de reunir-se, incorporar-se».<br />

O que me remete a Integrado:<br />

«diz-se de cada uma das partes de um todo<br />

que se completam ou complementam», e daí<br />

a Íntegro: «inteiro, completo»; e ainda:<br />

«imparcial, inatacável».<br />

Há anos trabalho com «integração» (seja<br />

lá o que isso for), de onde se deduz que trabalho<br />

neste processo de tornar uma pessoa<br />

inteira, completa, incorporada ... imparcial ...<br />

inatacável?<br />

O que tenho acompanhado, porém, é<br />

quase o oposto. Assisto diariamente à<br />

desconstrução de muitas pessoas (crianças e<br />

adultos), na busca desta «incorporação».<br />

Nada contra mudanças, o ser humano<br />

tem capacidade de adaptar-se ao meio em<br />

que vive. Eu acrescentaria: desde que não<br />

perca seu cerne, seu centro. Difícil é estabelecer<br />

onde ele está!<br />

14<br />

Voltando às palavras e à comunicação...<br />

Muitas coisas que pensamos e dizemos,<br />

muitos valores que retiramos de frases escutadas,<br />

contribuem para dificultar essa busca<br />

de provar que «sou-tão-inteligente-quantovocê-e-mereço-respeito»<br />

(Num contexto<br />

mais relax, seria o equivalente a «vamos trocar<br />

figurinhas?»!)<br />

Uma frase mal elaborada, especialmente<br />

se não dominamos perfeitamente as palavras<br />

num novo idioma, nos torna vulneráveis,<br />

tolos e uma dúvida imediatamente se<br />

instala na cabeça do interlocutor: «Será este<br />

um ser inteligente, digno de atenção?».<br />

Coisas mínimas, com efeito máximo!<br />

Vejamos algumas dessas pérolas (as mais<br />

«light»!) que venho colecionando e que já<br />

renderam afastamentos e dissabores:<br />

«Ich werde den Brief schinken» («Quero<br />

enviar esta carta»... enviar é schicken, schinken<br />

quer dizer presunto!)... Comentário irônico<br />

do interlocutor: «Ai, você está me<br />

dando uma fome ...» – e passou a trabalhar<br />

com outro grupo do escritório ...<br />

Da brasileira para a vizinha: «Darf<br />

ich meine Schwierigmutter vorstellen?»<br />

(schwierig, quer dizer difícil, Schwiegermutter<br />

é sogra!). Comentário: «Ela é tão<br />

difícil assim???» A relação nunca passou de<br />

inevitáveis cumprimentos cordiais na porta<br />

de casa ...<br />

No trem há três lugares livres, mas quem<br />

chega pergunta: «Ist es noch frei?» («Estes<br />

lugares estão livres?»). E a resposta, dada<br />

pelo incalto (leia-se gaiato!) brasileiro: «Não<br />

tou vendo ninguém aí!», gerou um esbravejado:<br />

«Wie bitte?» (Coooomoooo?) - e muitos<br />

ininteligíveis resmungos depois, com cara<br />

feíssima...<br />

Um garoto brasileirinho para a professora<br />

suíça, ao não responder a um exercício de<br />

matemática: «Minha cabeça está vazia»...<br />

Resultou em encaminhamento imediato<br />

para o psicólogo...<br />

Chamar alguém não íntimo de «Du» (o<br />

nosso tu) já me rendeu: «Sou racista sim,<br />

contra a ignorância!!!» ???<br />

«Ich möchte meine Freiheit» («Quero<br />

minha liberdade»), dito pelo namorado,<br />

O <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong> estará participando, junto<br />

com outras associações de migrantes, numa<br />

Festa Multicultural chamada «Wir feiern<br />

zusammen» (Nós festejamos juntos). Nós<br />

estaremos servindo feijoada e caipirinha e<br />

os outros grupos trarão também suas especialidades,<br />

entre elas comidas espanholas,<br />

italianas e filipinas.Haverá apresentações<br />

de várias culturas para crianças e adultos.<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

15<br />

queria dizer fim de relacionamento??? Ou<br />

apenas: «Deixe-me tirar férias com meus<br />

amigos» ?????????<br />

E sigo me perguntando: onde a reunião?<br />

A idéia de complementaridade? Integrar,<br />

incorporar, complementar? Como, quem,<br />

com quem, para quê, para quem?<br />

Volto ao dicionário. Integração «ato ou<br />

efeito de integrar-se, de tornar inteiro, completar,<br />

de reunir-se, incorporar-se». O que<br />

me remete a Integrado : «diz-se de cada uma<br />

das partes de um todo que se completam ou<br />

complementam» e daí a Íntegro: «inteiro,<br />

completo»; e ainda: «imparcial, inatacável».<br />

E concluo: só pode estar faltando alguma<br />

coisa na definição...<br />

Miriam Müller Vizentini – Baden, Suíça<br />

FESTA MULTICULTURAL<br />

A LCC International Money Transfer tem<br />

o prazer de informar aos seus clientes que<br />

abriu mais uma agência na Suíça, na cidade<br />

de Basel.<br />

A LCC está em Genebra há 6 anos e está<br />

intensificando cada vez mais suas atividades<br />

na Suíça começando com a abertura da nova<br />

agência em Basel, que tem como públicoalvo<br />

principal os brasileiros, filipinos, mexicanos<br />

e dominicanos.<br />

Além do serviço personalizado das<br />

agências, a LCC conta também com o Call<br />

Centre na Suíça. Cadastros, bem como as<br />

Venham vocês também festejar com a gente.<br />

A entrada é grátis!<br />

Data: 29.11.2008 (sábado)<br />

Horário: das 16 às 24 horas<br />

Local: Kultur- und Sportzentrum - KUSPO,<br />

Oberemattstrasse, 13 em Pratteln. (Próximo ao<br />

Restaurante Weiermatt e ao ponto de ônibus<br />

Schloss).<br />

A qualidade que você conhece,<br />

a inovação que você merece!<br />

transferências de dinheiro podem ser feitos<br />

nas agências ou através do Call Centre.<br />

Presente no mercado há mais de 10<br />

anos, a LCC faz envios para mais de 90 países,<br />

sempre oferecendo aos seus clientes as<br />

melhores taxas e serviços.<br />

Para mais informações sobre os serviços<br />

da LCC International Money Transfer contacte<br />

uma das agências ou ligue para o Call<br />

Centre:<br />

LCC Basel: 061 683 1810<br />

LCC Geneva: 022 732 1680<br />

Call Centre LCC: 0800 80 16 80


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

Peça mostra cotidiano de família circense romena<br />

No final de agosto estreou em São Paulo, a peça «Por que a<br />

Criança Cozinha na Polenta». A montagem da Cia. Mungunzá de<br />

Teatro é a adaptação do texto inédito da romena Aglaja<br />

Veteranyi, morta em 2002, com direção de Nelson Baskerville<br />

- que está escalado para a minissérie «Maysa», que a TV Globo<br />

exibe no começo de 2009. A encenação conta a história de uma<br />

família de artistas circenses que fogem da ditadura na Romênia<br />

e embarcam para a Europa Ocidental, tudo sob o ponto de vista<br />

da filha adolescente.<br />

Os atores Daniela Rosado, Sandra Modesto, Tatiana Moreira,<br />

Marcos Felipe e Rafael Marques se revezam nos personagens<br />

da peça. O espetáculo traz alguns temas pesados, como<br />

alcoolismo, abuso sexual e a violência. Nascida em Bucareste,<br />

Aglaja Veteranyi, autora do texto, era também filha de artistas<br />

de circo e professora de teatro. (Fonte: Folha Online)<br />

O livro «Por que a Criança Cozinha na Polenta» foi traduzido<br />

para o português pela tradutora gaúcha Fabiana Macchi, que<br />

reside na Suíça. (http://www.cigabrasil.ch/informando/materias/EntrevistaFabiana.html)<br />

Vozes Imigrantes<br />

A escritora Mariana <strong>Brasil</strong> está organizando um projeto<br />

literário chamado «Antologia Ítalo-brasileira». A proposta é<br />

reunir textos em língua portuguesa e italiana, de escritores residentes<br />

na Itália ou não. A antologia será editada no mesmo<br />

volume em italiano e português, o nome do autor será inserido<br />

no índice por ordem alfabética. Não é um concurso, portanto<br />

todos os inscritos terão seus trabalhos publicados, desde que<br />

atendam aos requisitos básicos e necessários que o classifiquem<br />

como um texto literário. O mínimo de participantes<br />

previsto para a realização do projeto é de 30 (trinta) autores,<br />

ou 120 (cento e vinte) páginas contratadas. O tema é livre,<br />

assim como a forma: poesias, versos, contos, crônicas, cartas<br />

etc.<br />

Para saber detalhes faça contato diretamente com a autora -<br />

marianabrasill@yahoo.it, ou entre no Grupo Yahoo -<br />

http://br.groups.yahoo.com/group/vozesimigrantes.<br />

Respiração boca-a-boca não é mais essencial em infarto<br />

A tradicional respiração boca-a-boca feita durante os<br />

primeiros socorros de uma parada cardíaca está com os dias<br />

contados. Novos estudos demonstraram que as compressões<br />

ritmadas no tórax são tão eficazes quanto a respiração bocaa-boca,<br />

que era intercalada com a massagem cardíaca.<br />

As conclusões foram publicadas em dois dos mais renomados<br />

periódicos de cardiologia («Circulation» e «Resuscitation»).<br />

A recomendação é que, a partir de agora, só se faça as compressões<br />

torácicas ritmadas, de forma ininterrupta, por até<br />

oito minutos. Segundo o médico Sérgio Timerman, diretorcientífico<br />

do Comitê de Emergência da Fundação<br />

Interamericana do Coração, as pesquisas que embasaram a<br />

mudança de conduta verificaram que há falta de preparo das<br />

pessoas para fazer a massagem torácica e que 83% dos ame-<br />

16<br />

ricanos não faziam respiração boca-a-boca por medo ou<br />

nojo. Essas conclusões vão passar a integrar as novas diretrizes<br />

da Sociedade <strong>Brasil</strong>eira de Cardiologia, para alcançar<br />

tanto as sociedades médicas como a população em geral.<br />

Para Timermann, no <strong>Brasil</strong> ainda é precário o treinamento<br />

das pessoas para as emergências cardíacas e isso pode ser<br />

crucial no momento de salvar ou não uma vida. Um outro<br />

estudo norte-americano demonstrou que o treinamento da<br />

população aumentou o número de ressuscitações de 2% para<br />

20%. Seis em cada dez pessoas que morrem do coração são<br />

vítimas de infarto. Muitas mortes poderiam ser evitadas se o<br />

atendimento da vítima fosse feito nos dez minutos após o<br />

ataque.<br />

(Cláudia Collucci – Folha de São Paulo)<br />

Investimentos nos EUA<br />

Uma crise econômica nunca é prejudicial para todo mundo.<br />

Por exemplo em 2008 os Estados Unidos vivem um momento<br />

de menor vigor da economia e séria crise hipotecária. Neste<br />

novo cenário abrem-se novas e valiosas oportunidades de<br />

negócios para o investidor brasileiro, sobretudo no mercado<br />

de imóveis. É possível ter um ótimo retorno nos investimentos<br />

bem planejados, com a redução ou até eliminação dos três<br />

impostos nos Estados Unidos: o IR sobre Herança, o IR normal<br />

e o IR retido na fonte.<br />

O imposto sobre herança pode representar até 45% do valor<br />

do imóvel quando da morte do proprietário-pai. Esta<br />

cobrança poderá ser evitada ou reduzida mantendo a titularidade<br />

do imóvel através de um investimento em Trust. Trata-se<br />

de uma entidade especial criada sob o princípio anglo-saxão,<br />

muito utilizada em estruturas de planejamento tributário e<br />

sucessão familiar nos EUA. No caso do IR americano, o<br />

investidor estará sujeito a uma taxa de até 35% mas poderá<br />

reduzir esta cobrança pagando uma taxa de 15% na ocasião<br />

da revenda, se retiver o imóvel por mais de um ano e não tiver<br />

na sua comercialização a sua principal atividade. Mas apenas<br />

algumas estruturas societárias americanas gozam desta<br />

condição. No caso do IR retido na fonte o comprador residente<br />

nos EUA deverá reter 10% do valor do imóvel para a<br />

Receita Federal local. Se o investidor brasileiro comprar o<br />

imóvel poderá abater o valor em uma futura revenda. Outras<br />

opções são as estruturas locais de investimento do mercado<br />

imobiliário. O REIT Real-Estate Investiment é uma empresa<br />

aberta ou fechada que atua no mercado imobiliário e tem sistema<br />

tributário favorecido. O empreendedor brasileiro pode<br />

investir comprando participações societárias e também<br />

através de fundos especializados no mercado imobiliário.<br />

Outra opção é o Portofolio Interest Exemption, que permite a<br />

isenção do IR na fonte para os investidores estrangeiros que<br />

cumpram certos requisitos especiais.<br />

Enfim, a crise no mercado imobiliário americano abriu espaço<br />

para ótimas oportunidades para os investidores de de todo<br />

lugar do mundo. É hora de captá-las e aproveitá-las.<br />

(Marcos Pochon - www.mmcinternational.ch)<br />

Rosana, seu primeiro livro é feito de muitas histórias.<br />

De onde veio a idéia de escrever uma obra assim?<br />

A idéia nasceu da vontade de ver um projeto pessoal<br />

realizado.Eu tinha passado por várias empresas e a<br />

única coisa que tinha ficado comigo era a experiência,<br />

não digo que seja pouca, mas não era o bastante. Eu precisava<br />

de um registro daquilo que faço e daquilo que<br />

sou. E este livro me proporcionou este registro.<br />

Como você escolheu os personagens do livro?<br />

Pela única característica que une cada um deles,<br />

determinação! Seja ela em realizar coisas boas, seja ela em<br />

realizar coisas ruins. O livro mostra o quanto ela é forte.<br />

Cabe a cada um saber em que vertente pretende usá-la.<br />

O livro expressa também um pouco da sua vivência<br />

em Roma?<br />

Completamente! No último capítulo, quando falo<br />

do meu fascínio por Roma, é tudo parte da vivência lá.<br />

Houve um tempo da minha vida em que minha mãe sentiu<br />

muito ciúmes de eu viver na Itália. Eu senti algo como<br />

uma reencarnação em Roma. A paixão, os hábitos, a<br />

moda, a cozinha, tudo isso faz parte da minha rotina<br />

como se eu tivesse nascido lá. Embora tenha nascido no<br />

<strong>Brasil</strong> e tenha origens francesas e espanholas, atualmente<br />

me identifico muito mais com a Itália do que com<br />

qualquer outro país.<br />

Você é jornalista e atualmente trabalha com marketing.<br />

Como a literatura entrou na sua vida?<br />

Na verdade o trabalho que desenvolvo atualmente<br />

é Comunicação e Imagem. Há dois anos deixei de fazer<br />

Marketing, depois de ter me dedicado a esta área por<br />

quatro anos. Foi uma opção minha, sendo as duas áreas<br />

(jornalismo e marketing) pouco harmoniosas, tive que<br />

optar por uma, e optei pela que mais gosto, comunicação.<br />

Dentro dessa vertente realizo consultoria de<br />

comunicação, formação profissional e não deixo nunca<br />

de escrever.<br />

A literatura entrou na minha vida muito cedo.<br />

Quando criança eu era uma menina muito atrevida. Lia<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

Quando letra e música se encontram...<br />

Muitos caminhos não se cruzam por acaso. De repente você está na hora certa, no lugar certo<br />

e acaba encontrando a pessoa certa. Foi o que aconteceu com a jornalista e escritora Rosana<br />

Antonio e o músico e compositor Fernando Terra. Imigrantes, viajantes, curiosos, eles descobriram<br />

que têm muito em comum e passaram a partilhar não somente a vida, mas também seus<br />

trabalhos, seus sonhos, seus planos para o futuro. Neste mês de setembro, passando pela<br />

Suíça, os dois apresentam suas últimas criações: o livro «Quem tem boca vai a Roma», que<br />

conta histórias de imigrantes que se encontraram em Roma, e o CD «Notícias», segundo trabalho<br />

gravado do compositor.<br />

17<br />

Rosana e Fernando: o par<br />

Foto: Arquivo<br />

muito, era super curiosa e gostava de ajudar as minhas<br />

coleguinhas de escola, que me pediam para eu escrever<br />

cartas aos namoradinhos. Na adolescência participei de<br />

festivais de poesia, crônica, contos e oratória. E já grandinha,<br />

escrevi para várias revistas em alguns países da<br />

Europa.<br />

Quais são as maiores dificuldades que um jovem<br />

autor enfrenta para conseguir seu «lugar ao sol»<br />

no mercado?<br />

A maior dificuldade é conseguir uma editora. O<br />

processo editorial de um livro é igual em qualquer lugar<br />

do mundo. Ou o autor conhece a pessoa certa na hora<br />

certa (e eu ainda não estive com esta pessoa), ou precisa<br />

investir muito financeiramente.<br />

Você já recebeu de seu público leitor um feedback<br />

em relação ao livro?<br />

Recebi o maior feedback não somente dos leitores,<br />

mas descobri que não é preciso ter uma editora para<br />

mostrar um bom trabalho no mercado. Recebo vários<br />

e-mails de leitores que ganharam meu livro, que compraram<br />

ou que ouviram entrevistas minhas em TVs,<br />

Rádios, Jornais e Revistas. É muito gratificante.<br />

O meu primeiro livro nasceu como produção independente.<br />

Foi registrado e aprovado pela SPA (Sociedade<br />

Portuguesa de Autores), patrocinado por um banco português<br />

que acreditou no ➙ Continua na página 18


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

➙ Continuação da página 17<br />

projeto desde o início e<br />

a partir daí estive atrás de todas as livrarias do país. Hoje<br />

é possível encontrar Quem tem boca vai a Roma nas<br />

Fnac, Libritalia e em qualquer parte do mundo pelo<br />

www.livrosnet.com.<br />

Você acabou de estrear no meio literário e já está<br />

preparando um novo livro. Qual é o tema de sua<br />

segunda obra?<br />

O próximo é Filhos da Mãe. O livro é inspirado em<br />

histórias que falam de pessoas, de casos e de acontecimentos<br />

que contradizem o significado poético do termo<br />

«países irmãos». Termo muito utilizado para definir a<br />

relação entre <strong>Brasil</strong> e Portugal. A partir de momentos,<br />

situações e observações, conto as histórias de cinco<br />

brasileiros que vivem em Portugal e de cinco portugueses<br />

que vivem no <strong>Brasil</strong>. O desenrolar de cada história<br />

levará o leitor a uma reflexão de que os dois países não<br />

possuem um grau de parentesco tão íntimo como a<br />

definição que o termo «países irmãos» dissemina.<br />

Poderá ainda perceber que a grande diferença entre o<br />

comportamento das duas raças, deixa uma forte atenuante<br />

de que Portugal e <strong>Brasil</strong> somente seriam irmãos se<br />

um dos dois países fosse o irmão bastardo.<br />

O processo de entrevistas e coleta de informações<br />

me fez descobrir e conhecer os dois lados: a maneira<br />

com que os portugueses são tratados no <strong>Brasil</strong> pelos<br />

brasileiros e a maneira com que os brasileiros são tratados<br />

pelos portugueses em Portugal. O comportamento<br />

de disputa entre esses dois povos cria uma imagem préestabelecida<br />

ou estereotipada sobre o conceito que possuem<br />

um do outro. Por uma grande maioria de portugueses<br />

o <strong>Brasil</strong> é visto como uma nação de homens<br />

volúveis e mulheres vulgares. Por outra dimensão não<br />

inferior de brasileiros, Portugal é visto como um país de<br />

pessoas provincianas e ignorantes.<br />

Fale um pouco de você. Quem é a Rosana?<br />

Pessoalmente sou sonhadora e determinada. Encaro<br />

os problemas como se eles fossem fáceis de serem<br />

resolvidos. Só sofro depois de resolvê-los. Vai entender!<br />

Enfrento o medo e o desconhecido com curiosidade e<br />

coragem! Não sei como, mas acontece.<br />

Profissionalmente sou muito exigente, racional e<br />

franca. Me envolvo somente em dois tipos de projetos: o<br />

que me da dinheiro e o que me dá prazer. Se o primeiro<br />

começar a seguir somente o percurso financeiro, abandono<br />

logo e parto para o segundo, mesmo tendo que<br />

renunciar a alguns privilégios que somente o primeiro<br />

pode oferecer.<br />

E você, Fernando, como começou sua história musical?<br />

18<br />

Minha história musical começou quando um tio<br />

meu comprou uma bateria nova e me deu a bateria<br />

velha que ele tinha. Achei engraçado. Depois meu pai,<br />

sem saber, contratou um empregado que sabia tocar violão<br />

e nas horas vagas, entre um trabalho e outro, o<br />

Agnaldo (o tal funcionário) me ensinava alguns acordes<br />

e ritmos. Desde então faço música, e eu tinha apenas 11<br />

anos na época. Montei com mais três amigos do bairro<br />

uma banda, a qual chamamos de Esfinge. Tocamos por<br />

todo lado em Belo Horizonte, porque era muito raro uma<br />

banda de rock nacional que tinha integrantes com<br />

idades entre 11 e 13 anos.<br />

A passagem do <strong>Brasil</strong> para a Europa foi um pulo na<br />

carreira?<br />

A vinda para Europa não surgiu com a música e sim<br />

com o teatro. Fui convidado para fazer um espetáculo<br />

teatral em Portugal – como ator – e depois resolvi ficar<br />

por aqui, a fim de conhecer outras culturas, pessoas,<br />

comidas e tudo mais que o velho continente viesse me<br />

oferecer. A carreira cresceu e avançou muito, ganhando<br />

mais maturidade e profissionalismo depois que conheci<br />

a Rosana que, como ótima consultora que é, me fez abrir<br />

os olhos para umas coisas e fechar para outras. Aí tudo<br />

aconteceu.<br />

Os cantores brasileiros tem boa receptividade em<br />

Portugal?<br />

Já tiveram melhor. Quando cheguei, a música<br />

brasileira que aqui chegava era melhor selecionada. Com<br />

o aumento da população brasileira, houve uma banalização<br />

da nossa cultura conhecida por aqui. O que fez o<br />

brasileiro deixar de ser novidade. Mas Portugal ainda se<br />

alimenta muito da cultura popular do <strong>Brasil</strong>. Quanto ao<br />

meu trabalho, particularmente, sempre ouço que é diferente<br />

do que os brasileiros fazem aqui. Talvez seja<br />

mesmo. Talvez por isso eu circulo em ambientes<br />

europeus também. Festivais e eventos que não são<br />

somente brasileiros. Sem querer, acabo transitando entre<br />

os «gregos e troianos».<br />

Você está lançando agora seu segundo CD, «Notícias».<br />

O que ele traz de novidade em relação ao<br />

primeiro, «Ladrão de Sonhos»?<br />

Tecnicamente, a sonoridade é diferente. Troquei as<br />

guitarras de nylon pelas de aço. O baixo acústico pelo<br />

elétrico. Mas sem perder o caráter acústico que imprimi<br />

no Ladrão de Sonhos.<br />

Notícias é, talvez, mais esquerdista, mais direto no<br />

que eu quero dizer sobre o que acho em relação ao sistema.<br />

Mas também há momentos de descontração e também<br />

uma dose de calma. O que mais tenho ouvido em<br />

relação a esse CD é que ele tem a identidade definida.<br />

Não destoa do primeiro CD, mas também não é igual. Já<br />

dizem os sábios que «a cada dia acordamos diferentes do<br />

dia anterior», talvez com os CDs seja igual.<br />

Qual é seu estilo e de onde vem a inspiração para<br />

compor?<br />

O estilo é música do mundo, com influências do<br />

pop, do funk e do reggae. A inspiração é o dia-a-dia das<br />

pessoas, das coisas e do mundo. Acho que uma canção<br />

pode ser ouvida de maneiras diferentes. Gosto de dar<br />

vazão à imaginação de quem me ouve. Há quem chore<br />

e há quem se divirta muito nos concertos.<br />

Você já está preparando mais algum trabalho?<br />

Sou viciado em trabalho. Como disse, além de músico<br />

sou ator. Neste momento estou prestes a estrear meu<br />

novo espetáculo infantil «O Curupira», numa mostra de<br />

teatro que eu criei em Lisboa (MITIN – Mostra<br />

Internacional de Teatro Infantil). Conto com aproximadamente<br />

250 músicas registradas na Sociedade Portuguesa<br />

de Autores. Para 2009 existe a possibilidade de gravar<br />

um CD de Rock infantil, de uma banda que criei<br />

(PlayGround) e também um livro infantil chamado «Lia e<br />

a Lã Delon». Sobre o terceiro CD, ainda é cedo, mas já<br />

tenho um pré-repertório. Lançamento deve ser em 2010.<br />

Lá falamos melhor sobre isso.<br />

Como você mesmo já contou, você não é somente<br />

músico, mas um artista num sentido mais amplo. Fale<br />

um pouco sobre suas outras atividades artísticas.<br />

Além de músico e compositor, sou ator, roteirista,<br />

escrevo contos, livros infantis, dirijo espetáculos de<br />

Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

19<br />

teatro. Tenho muito medo de aprender a fotografar,<br />

porque tem sido a arte que me diverte. Pois no resto,<br />

tenho sempre um olhar técnico e isso às vezes me cansa<br />

um pouco.<br />

E agora vocês dois estão juntos. Como foi encontro<br />

da jornalista com o artista?<br />

Nos encontramos num aniversário. Tínhamos um<br />

amigo em comum que nos apresentou. Foi em 2005. O<br />

que pensamos que não passaria de uma amizade, pelas<br />

nossas diferenças, acabou se transformando num<br />

namoro. Desde então, nossas vidas começaram a tomar<br />

um mesmo sentido.<br />

Vocês parece que se completam. De que forma o<br />

talento de um e de outro se entrelaçam?<br />

Nós gostamos muito do trabalho um do outro.<br />

Coincidentemente, há pontos de ligação entre eles, porque<br />

temos vivências parecidas. Imigrantes, países estranhos,<br />

viagens, problemas, preferências… tudo isso influenciou<br />

muito no trabalho de cada um. Quando vimos que não<br />

éramos assim tão diferentes, começamos a olhar mais e<br />

mais um para o outro. Por vezes nos influenciamos. O que<br />

é muito bom. Muitas vezes dizemos a mesma coisa em óticas<br />

diferentes. Quando damos por nós, já estamos novamente<br />

«entrelaçados» em todos os sentidos.<br />

Quais são os planos futuros?<br />

Mais livros, mais discos, mais espetáculos, mais juntos<br />

e mais felizes.<br />

Quem são Rosana Antonio e Fernando Terra<br />

Rosana Antonio nasceu no <strong>Brasil</strong>, mas é de muitos<br />

lugares. Viveu em Goiânia, Roma, Curitiba, Londres,<br />

Genebra e Lisboa. A jornalista e escritora é mestre em<br />

Ciências da Comunicação Social pela UPS - Università<br />

Pontifícia Salesiana, em Roma. Desenvolveu projetos jornalísticos<br />

publicados em alguns países da Europa.<br />

Participou em iniciativas na Rádio Vaticano (Itália) e nas<br />

Rádios do Grupo RBS (filial Globo no sul do <strong>Brasil</strong>).<br />

Durante quatro anos dedicou-se ao Marketing, onde<br />

atuou como diretora de um Grupo de Agências operantes<br />

no ramo de transferência de dinheiro para o exterior.<br />

Formou equipes em Londres, Genebra e Lisboa, onde<br />

abriu três filiais da empresa.<br />

É autora do livro «Quem tem boca vai a Roma» bilíngue<br />

(português e italiano), lançado em fevereiro de 2007 no<br />

Tivoli Fórum - Lisboa. Atualmente é Consultora de Comunicação<br />

e Imagem, Corporate Communication na Suíça,<br />

realiza cursos de Formação Profissional e conduz a produção<br />

do seu próximo livro em Portugal.<br />

FernandoTerra, radicado em Portugal desde 1999, nasceu<br />

em Belo Horizonte – <strong>Brasil</strong>.<br />

É ator e músico desde os 11 anos, quando cursou a<br />

Escola de Teatro 2 da Fundação Clóvis Salgado (Palácio<br />

das Artes) e formou sua primeira banda de rock, Esfinge.<br />

Profissionalizou-se como ator pelo Sindicato dos Artistas<br />

e Espetáculos de Minhas Gerais (SATED-MG).<br />

O artista multifacetado (Músico, Compositor, Ator e<br />

Animador Cultural) viveu na cidade do Porto, depois na<br />

França e Alemanha, apresentando seu projeto de músicas<br />

originais, que em outubro de 2006 concretizou-se no<br />

lançamento do CD Ladrão de Sonhos, em Lisboa.<br />

Atualmente promove o novo CD Notícias, e é diretor do<br />

MINTIN (Mostra Internacional de Teatro Infantil).


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />

O grande reencontro Andrea Regis<br />

Rodrigo e seus múltiplos instrumentos<br />

Rodrigo Botter Maio acaba de lançar seu<br />

mais recente trabalho: Reencontro dos<br />

Ventos. O nome do CD, o oitavo do músico<br />

brasileiro, é uma referência à participação de<br />

dois grandes amigos de Rodrigo que, assim<br />

como ele, também tocam instrumentos de<br />

sopro. Raul de Souza – considerado um dos<br />

maiores trombonistas do mundo - e o<br />

trompetista Matthieu Michel participaram do<br />

CD, fato que o inspirou a assim denominá-lo.<br />

Reencontro dos Ventos é a terceira obra<br />

de Rodrigo com o Jazz <strong>Brasil</strong>. O trio é formado<br />

por Thomas Silvestre (piano acústico e<br />

elétrico), Eduardo Dudu Penz (baixo e percussão)<br />

e Eduardo Costa (bateria e percussão).<br />

Há ainda vários convidados de calibre como<br />

Isaac Duarte (oboé), Edmundo Carneiro (percussão),<br />

Simone Santos (voz), Michael Zisman<br />

(bandoneón), Daniel Zisman (violino),<br />

Edmauro de Oliveira (violão) e Stefan<br />

Baumann (cello), além dos dois filhos de<br />

Rodrigo: Luís Levi Botter Maio (piano, voz e<br />

percussão) e Lino Davi Botter Maio (acordeon<br />

e percussão).<br />

EXPEDIENTE<br />

Foto: Arquivo<br />

<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> é uma publicação<br />

bimensal do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong>.<br />

Tiragem: 1700 exemplares<br />

Redação e edição: Irene Zwetsch<br />

Foto Capa: <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />

Layout & Realização: info@wilber.ch, www.wilber.ch<br />

Colaboradores desta edição: Ana Baldini, Andrea Regis,<br />

<strong>Brasil</strong> Infos, Clarice dos Santos, Danielle Tacchi<br />

Jeanrenaud, Fórum <strong>Brasil</strong>-Suíça, Iza Tippett, Marketing<br />

LCC, Marta Gonçalves, Revista Integra, Rui Martins,<br />

www.brasilalemanha.com.br<br />

20<br />

Independente<br />

Rodrigo aposta em mais um trabalho<br />

independente com Reencontro dos Ventos.<br />

Ele acredita que é viável realizar um CD sem a<br />

chancela de uma grande gravadora. «Fazer<br />

não é o problema. Contudo, a distribuição<br />

sem o grande esquema de uma empresa<br />

torna-se mais complicada». Rodrigo usa a<br />

criatividade para solucionar a questão. «A<br />

internet é uma das principais ferramentas<br />

para a divulgação e venda, além dos eventos,<br />

obviamente», revela.<br />

Para o músico, Reencontro dos Ventos<br />

tem um lugar de destaque na sua trajetória.<br />

«Gosto de todos meus trabalhos, mas este é o<br />

mais maduro». Não é por menos. Para se ter<br />

idéia, 11 anos distanciam o novo CD do último<br />

trabalho com o Jazz <strong>Brasil</strong>. «Nesse meio<br />

tempo, entre outras coisas, fiz um CD de Acid<br />

Jazz, outro de Chorinho e um songbook<br />

didático», conta Rodrigo, que vive na Suíça há<br />

15 anos. No total são 20 anos fora do <strong>Brasil</strong>.<br />

Antes da Suíça, ele morou nos Estados Unidos<br />

e na Áustria.<br />

Aos 18 anos Rodrigo já tocava profissionalmente<br />

em São Paulo. Aos 19 deixou o <strong>Brasil</strong><br />

definitivamente para dedicar-se à música.<br />

Vinte anos depois ele toca, dá aulas, promove<br />

e realiza workshops. Há ainda os projetos aos<br />

quais se dedica, num total de quatro: o Jazz<br />

<strong>Brasil</strong>; Return of The Bossa Nova; Regional de<br />

Choro <strong>Brasil</strong>eiro; e a Gafieira Alpina. «Por<br />

vários motivos abri meu leque de atuação.<br />

Um deles é poder me diversificar como músico»,<br />

diz Rodrigo, cujos instrumentos «oficiais»<br />

são o sax e a flauta, e os «complementares»<br />

piano, violão, acordeon e clarinete.<br />

Para saber mais sobre Rodrigo, visite seu<br />

site: www.bottermaio.ch<br />

Contato com a redação:<br />

<strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />

Binningerstrasse 19<br />

4103 Bottmingen<br />

Tel/Fax: (061) 423 03 47/46<br />

E-mail: info@cigabrasil.ch<br />

www.cigabrasil.ch<br />

O fechamento redacional da próxima<br />

edição será no dia 02 de novembro<br />

de 2008. Até esta data todos os<br />

textos e anúncios devem chegar às<br />

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Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

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Serviço de Informação e Aconselhamento<br />

Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina<br />

Atendimento por telefone e com hora<br />

marcada: (061) 273 83 05.<br />

Sempre às quintas e sextas-feiras,<br />

das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas.<br />

Atividades sócio-culturais.<br />

Para contribuir com o <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />

envie-nos seu endereço e deposite a<br />

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(BL Kantonalbank – Ag. Liestal)


<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />

Mundo da Beleza – Exfoliação facial<br />

Hoje não falaremos sobre a celulite,<br />

acredite ou não! Apesar de podermos continuar<br />

falando mais um pouquinho sobre o<br />

assunto, vamos deixar isso para o próximo<br />

ano.<br />

O verão passou, as roupinhas alegres da<br />

estação voltaram para as caixas, dando<br />

lugar às malhas e casacos para proteger<br />

nosso corpo do friozinho do outono, mas<br />

deixando exposto ao friozinho e poluição<br />

uma parte importante e vulnerável de<br />

nosso corpo: o rosto.<br />

É sobre ele que falaremos nesta edição.<br />

Como o tema é interessante, estarei compartilhando<br />

com vocês nas próximas três<br />

edições um pouco da minha vivência neste<br />

mundo da beleza. Vamos começar com<br />

EXFOLIAÇÃO.<br />

A exfoliação é um elemento imprescindível<br />

no tratamento de limpeza de pele.<br />

No efeito exfoliação a pele é purificada de<br />

seus granulos e calosidades. O efeito<br />

«detergente» deixa a pele macia e resplandescente,<br />

a circulação sanguínea é<br />

estimulada, os poros se tornam mais refinados<br />

e o rosto se beneficia de um toque<br />

fresco e jovial.<br />

Freie Strasse 89 • 4051 Basel<br />

Tel. 061 601 05 05 • Fax 061 631 17 93<br />

Natel. 078 757 73 50<br />

eMail: harmoniza@bluewin.ch<br />

Na verdade, eliminando as células mortas,<br />

a exfoliação prepara a pele para o passo<br />

seguinte no tratamento de limpeza facial,<br />

de modo que a pele possa absorver eficazmente<br />

os princípios ativos dos produtos a<br />

serem usados posteriormente, deixando a<br />

pele hidratada e de uma maciez sem igual.<br />

Porém é muito importante conhecer seu<br />

tipo de pele, especialmente se está pensando<br />

em preparar uma exfoliação caseira. Ela<br />

deve ser preparada de acordo com seu tipo<br />

de pele, especialmente se tiver pele sensível.<br />

Dicas: o abacaxi é um ótimo exfoliador<br />

natural, além de ajudar na eliminação de<br />

manchas.<br />

Iza Tippet,<br />

Terapeuta Corporal<br />

e Reikiana<br />

• Drenagem Linfática • Esfoliação Corporal –Banho Marroquino<br />

• Reflexologia (Pés) • Depilação e Sombrancelhas • Maquiagem<br />

• Maquiagem Definitiva • Manicure – Pedicure • Unhas artificiais.<br />

Pacote especial para o Dia dos Noivos.<br />

Terapias:<br />

• Reiki • Cromoterapia • Florais • Minerais • Auriculoterapia<br />

• Tui Na • Bastão de Moxa • Massagem Acupuntural com<br />

aquecimento • Massagem Estética Modeladora.<br />

Tratamentos holísticos e massagens<br />

somente com hora marcada.<br />

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MASCULINA E FEMININA!<br />

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