CIGA-Informando 54 - Ciga-Brasil
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info@cigabrasil.ch<br />
www.cigabrasil.ch<br />
«É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos<br />
não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento<br />
e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver.» (Pedro Bial)<br />
Caras amigas e amigos,<br />
Bem-vindos ao outono e a mais uma<br />
edição do <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong>, que vem diversificado<br />
e colorido. Nas páginas destinadas<br />
ao Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça, trazemos um<br />
apanhado geral da I Conferência «<strong>Brasil</strong>eiros<br />
no mundo», realizada em julho no Rio de<br />
Janeiro para debater a situação dos brasileiros<br />
emigrados. O Conselho esteve lá, levando<br />
propostas e buscando contatos com grupos<br />
de outros países. Veja detalhes na P. 10.<br />
Uma parte deste <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> é dedicada<br />
às artes. Em duas entrevistas, falamos um<br />
pouco sobre o trabalho dos músicos Rodrigo<br />
Botter Maio e Fernando Terra e o lançamento<br />
do primeiro livro da jornalista e escritora<br />
Rosana Antonio. A escritora e seu marido Fernando<br />
Terra farão uma turnê pela Suíça no final<br />
deste mês, apresentando seus novos trabalhos.<br />
Na página 12 você confere as datas e locais.<br />
Outra matéria especial fala sobre a Feira<br />
da Formação e Profissão, a ser realizada em<br />
ANO 10 - NÚMERO <strong>54</strong> - SETEMBRO 2008 - TIRAGEM: 1700 EXEMPLARES<br />
Binningerstrasse 19<br />
4103 Bottmingen<br />
Foto: <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />
Basel em meados de outubro. Reto Baumgartner,<br />
organizador da Feira, fala na P. 4<br />
sobre os objetivos do evento, destinado<br />
especialmente aos jovens em fase de escolha<br />
da profissão, a seus pais e a todos os adultos<br />
interessados em cursos de aperfeiçoamento.<br />
O engajamento de intérpretes para fazer visitas<br />
guiadas em vários idiomas visa alcançar<br />
também as pessoas que têm dificuldades<br />
com o alemão.<br />
E falando em ter dificuldade com o alemão<br />
e não conseguir se integrar plenamente<br />
no país, a coluna Integra apresenta um texto<br />
de Miriam Vizentini sobre o tema Integração,<br />
uma palavra que está em quatro de<br />
cada quatro bocas, mas que pouca gente<br />
sabe definir exatamente. Veja na página 14<br />
se você pode dizer que está integrado.<br />
Para se sentir parte do país é preciso<br />
também você saber como funcionam as<br />
coisas por aqui. Pensando nisso o jornalista<br />
Alexandre Thoele criou o Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça,<br />
um espaço aberto para Continua página 3 ➙
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
2<br />
➙<br />
Continuação da página 1<br />
perguntas e respostas sobre temas do dia-adia.<br />
Veja na página 3 como participar e tire<br />
suas dúvidas.<br />
Na página de saúde o tema desta edição<br />
tem a ver com a beleza do rosto. A mudança<br />
de estação exige cuidados maiores com essa<br />
parte do corpo, que fica exposta ao vento e à<br />
poluição. As dicas da nossa consultora estão<br />
na página 22. Na coluna de Psicologia (P. 8) o<br />
tema é a diferença entre psicólogo e psiquiatra,<br />
mostrando quem procurar em que situação.<br />
Se tiver perguntas nesta área, pode<br />
enviar diretamente a ela ou para o nosso Email<br />
e nós reencaminhamos.<br />
Chamamos a atenção para nossa próxima<br />
atividade, que será realizada no dia 01 de<br />
novembro. Duas especialistas de Zurique<br />
virão a Basel para falar sobre a Prevenção à<br />
Violência Sexual na Infância. O tema é cada<br />
vez mais atual, preocupa e muitas vezes<br />
deixa os pais sem ação. Na palestra serão<br />
dadas informações sobre como tratar a<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
3<br />
questão com as crianças e jovens e onde buscar<br />
ajuda se for o caso. Na página 12 estão os<br />
detalhes do evento.<br />
Não percam também a Festa Multicultural<br />
que o <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong> está organizando em<br />
conjunto com outros grupos e associações de<br />
migrantes. Será no final de novembro, em<br />
Pratteln (detalhes na P. 12) e vai marcar a<br />
última atividade do <strong>CIGA</strong> para este ano.<br />
Além das especialidades culinárias de vários<br />
países (nós vamos levar o tradicional feijão e<br />
a caipirinha), no palco haverá apresentações<br />
culturais das mais diversas, mostrando um<br />
pouco da diversidade cultural da região.<br />
Leia ainda nesta edição sobre a imigração<br />
alemã no <strong>Brasil</strong>, dicas de saúde e investimentos,<br />
concursos literários e muitas atividades<br />
que vão acontecer até o final do ano.<br />
Prepare sua agenda para anotar e boa leitura.<br />
O <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> volta em novembro e<br />
até lá desejamos a todos um ótimo outono.<br />
Um abraço da equipe do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />
Chegou o Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça<br />
Bem-vindo!<br />
Como jornalista brasileiro atuante há seis anos na Suíça,<br />
recebo através do site da www.swissinfo.ch, a ex-Rádio<br />
Suíça Internacional, onde trabalho como editor e redator,<br />
e do meu próprio site www.athoele.com, centenas de<br />
e-mails com perguntas mais variadas relacionadas aos<br />
dois países. Um dia eu pensei que a melhor idéia seria<br />
colocar essas pessoas em contato, para que elas mesmas<br />
pudessem ajudar-se uma às outras. Por isso criei o Fórum<br />
<strong>Brasil</strong> Suíça (http://www.athoele.com/forum), um espaço<br />
livre na Internet com o propósito de permitir a constante<br />
troca de idéias sobre temas relacionados aos dois países,<br />
seja entre migrantes, possíveis migrantes, interessados<br />
ou até mesmo curiosos. Nesse endereço, os participantes<br />
As bruxas estão soltas!<br />
Venha festejar conosco um<br />
Halloween brasileiro!<br />
Data: Sábado, 18.10.2008, a partir das 22 horas<br />
Local: Tanzstudio Danças e Ritmos<br />
Marktgasse 8 (na Basler Medienhaus), Basel<br />
Infos: 079 516 39 22 (Clarice) ou 078 757 73 50 (Isa)<br />
Entrada: CHF 10,-, com direito a petiscos.<br />
A festa é somente para adultos, acima de 18 anos.<br />
A consumação alcoólica será somente no bar da<br />
festa. Será servido Proseco, vinho branco e tinto,<br />
caipirinha, cerveja e refrigerante.<br />
terão acesso a diversos sub-fóruns para discutir temas<br />
como moradia, vida na Suíça, trabalho, família, educação,<br />
questões legais e outros. Quem quiser publicar<br />
também pequenos anúncios, bater papo ou até mesmo<br />
debater em alemão, o espaço está disponível. A leitura é<br />
aberta a todos, mas a participação de forma ativa exige<br />
um registro simples e rápido, que pode ser feito diretamente<br />
na página. Sinta-se à vontade para iniciar um<br />
tópico, responder ou postar uma mensagem. Quanto<br />
mais mensagens tivermos, mais as pessoas vão se interessar<br />
em acessar constantemente o nosso espaço.<br />
Abraços! Alexander Thoele,<br />
administrador do Fórum <strong>Brasil</strong> Suíça<br />
Centro de Pilates na região de Basel<br />
O Atelier Equilibrium informa:<br />
a Homepage e o E-mail voltaram a<br />
funcionar.<br />
Confira os detalhes do trabalho da Ana<br />
Baldini: www.atelierequilibrium.com<br />
Ou faça contato com ela e experimente<br />
uma aula de Pilates:<br />
info@atelierequilibrium.com.
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Ponha-se a caminho!<br />
Uma viagem pelo mundo das profissões! Isso é o que promete a 2. Feira da Formação e da<br />
Profissão de Basel (2. Basler Berufs- und Bildungsmesse), que acontece nos Salões de Exposições<br />
3.01 e 3.02 do Centro de Feiras da cidade (Messezentrum) no período de 16 a 18 de outubro<br />
deste ano.<br />
Foto: Divulgação<br />
Reto Baumgartner, coordenador do evento<br />
Organizada pela Gewerbeverband Basel-<br />
Stadt (Associação das Indústrias do Cantão<br />
de Basel-Stadt), a feira visa proporcionar um<br />
espaço para que os diferentes setores de<br />
atividades econômicas possam informar<br />
sobre a sua área de atuação e as oportunidades<br />
de trabalho que oferecem. O evento<br />
foi realizado pela primeira vez em Basel no<br />
ano de 2006. Num trabalho conjunto com<br />
Baselland, que organiza há anos uma feira<br />
similar, os dois cantões se revezam na promoção<br />
de atividades voltadas para a formação<br />
e o trabalho, promovendo um evento<br />
deste tipo em cada cantão em anos alternados.<br />
No ano passado foi Pratteln que sediou<br />
a Berufsschau (www.berufsschau.ch).<br />
O coordenador do projeto da Feira de<br />
Basel, Reto Baumgartner, da Gewerbeverband,<br />
explica que o evento se dirige especialmente<br />
a estudantes em fase de escolha<br />
da profissão, aos professores, que procuram<br />
motivar seus alunos e dar informações sobre<br />
os diversos campos de trabalho, aos pais, que<br />
4<br />
querem orientar seus filhos da melhor<br />
forma, e a todas as pessoas interessadas em<br />
fazer alguma especialização. Associações de<br />
empresas, centros profissionais, diversos<br />
setores da indústria, comércio e serviços,<br />
escolas de línguas e outras instituições de<br />
ensino são algumas das áreas que estarão<br />
representadas nos 90 estandes que cobrirão<br />
8.500 m2 de exposição.<br />
«A Feira permite, num espaço limitado e<br />
no tempo de uma visita, coletar informações<br />
sobre inúmeras ofertas diferentes», destaca<br />
Baumgartner, além de oferecer um Serviço<br />
de Aconselhamento sobre as áreas que porventura<br />
não estiverem representadas na<br />
feira. Essa possibilidade é divulgada nas<br />
escolas e vários grupos de alunos visitam a<br />
Feira com suas classes, acompanhados e<br />
orientados por seus professores. Os organizadores,<br />
no entanto, acham necessário aprofundar<br />
essas visitas, motivando também os<br />
pais a acompanharem seus filhos à feira e<br />
buscarem informações sobre as profissões<br />
que os interessam. «Os pais são fundamentais<br />
no apoio aos filhos para decidirem sobre<br />
seu futuro. Eles são muito mais importantes<br />
do que nós na orientação profissional»,<br />
argumenta o coordenador.<br />
Como prova da importância que os organizadores<br />
dão à visita «em família», foram<br />
contratados para trabalhar na Feira também<br />
mediadores interculturais, que têm por<br />
função dirigir visitas guiadas em vários<br />
idiomas para os pais estrangeiros que não<br />
dominam bem o alemão. Português, turco,<br />
curdo, albanês, francês, espanhol, tamile,<br />
inglês, bósnio, croata e sérbio serão os<br />
idiomas falados nessas visitas traduzidas.<br />
Cada língua terá um horário especial e o<br />
Ponto de Encontro para a partida das visitas<br />
é o Posto de Informação. Não é preciso anun-<br />
ciar-se antecipadamente para participar da<br />
visita, basta apresentar-se no local indicado,<br />
na hora marcada. A VISITA EM PORTUGUÊS<br />
SERÁ NO SÁBADO, ÀS 14h15. Participem e<br />
avisem seus amigos que também têm filhos<br />
em idade de escolher a profissão!<br />
O engajamento dos tradutores permite<br />
aos pais provenientes de outros países, que<br />
normalmente possuem um outro sistema de<br />
ensino, mostrar o amplo leque de opções<br />
que é oferecido na Suíça e as possibilidades<br />
que existem, tanto para os jovens como para<br />
os adultos. «Os mediadores funcionam como<br />
ponte para atingirmos os pais, pois já possuem<br />
sua rede de contatos na comunidade e<br />
conhecem a cultura, permitindo eliminar<br />
possíveis barreiras ao entendimento. Eles<br />
podem dizer tudo melhor do que nós», enfatiza<br />
Baumgartner.<br />
A avaliação da Gewerbeverband é muito<br />
positiva em relação à Feira. Prova disso são<br />
os 30 novos estandes que se registraram para<br />
essa 2. edição do evento. «Conseguimos conquistar<br />
os que ainda estavam céticos», observa<br />
o coordenador, «e mantivemos os estandes<br />
que já participaram.» Especialmente<br />
na área de cursos de especialização o<br />
número de expositores cresceu. Neste ano<br />
estarão participando da Feira cinco faculdades<br />
e diversas escolas de línguas. O<br />
número de visitantes da última Feira é outro<br />
ponto forte de motivação. Foram 20 mil pessoas<br />
que passaram nos três dias pelos diversos<br />
expositores. A expectativa para este ano<br />
é que o número se repita ou até cresça.<br />
Da experiência colhida em 2006 os organizadores<br />
tiraram algumas lições para esta<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
5<br />
edição. A expectativa anterior de que os pais<br />
viriam visitar a Feira depois do trabalho não<br />
se confirmou, por isso o horário de abertura<br />
da Feira, que na 1. edição foi até as 20h30,<br />
foi reduzido para 19h30. A organização<br />
investiu também em uma oferta maior de<br />
opções de alimentação.<br />
Além dos 90 estantes, os pontos fortes de<br />
atração da Feira são a presença dos mestres<br />
de ofício apresentando sua profisssão<br />
(mecânico, eletricista, etc) e o desfile de<br />
modas, que será apresentado três vezes ao<br />
dia, nos três dias da Feira.<br />
Baumgartner está confiante de que a 2.<br />
Feira da Formação e da Profissão de Basel<br />
repetirá o sucesso do evento anterior e<br />
acredita que a Gewerbeverband contribui,<br />
desta forma, para a formação dos profissionais<br />
do futuro.<br />
Mais informações sobre a Feira, os horários<br />
de abertura, lista dos participantes e<br />
horário de apresentações podem ser conferidas<br />
na Homepage:<br />
www.basler-berufsmesse.ch ou por telefone:<br />
061 227 50 69.<br />
Para chegar ao Centro de Feiras e<br />
Exposições de Basel pode-se tomar os bondes<br />
N. 2 (a partir da Estação Central ou da<br />
Badischer Bahnhof), N. 6 (a partir do Centro<br />
ou da Badischer Bahnhof) e N.14 (a partir do<br />
Centro ou da Dreirosenbrücke) até o ponto<br />
«Messeplatz». Para quem vem de carro,<br />
basta pegar a saída «Messe», a partir da<br />
autoestrada. No prédio do Centro de Feiras<br />
tem um estacionamento.<br />
(Irene Zwetsch)<br />
Quarto para alugar em Basel<br />
Tenho um quarto disponível em cima do meu apartamento para alugar. Tem uma cama e<br />
fora do quarto tem um pequeno lavabo. Banheiro e cozinha são de uso comum dentro do<br />
meu apartamento. Eu já morei no <strong>Brasil</strong>, por isto falo bem o português. Procuro uma pessoa<br />
de confiança, talvez uma jovem <strong>Brasil</strong>eira, que às vezes possa cuidar da minha filha, que tem<br />
5 anos. Da minha parte poderia ajudar para aprender alemão e em outras necessidades. O<br />
valor do aluguel seria de CHF 200.–. Contato: Milena – 061 681 85 44
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Imigração alemã-pomerana<br />
Quando a nau com 88 imigrantes vindos da<br />
Pomerânia, Prússia, Holstein, Renânia e Hamburgo se<br />
aproximou do porto do rio São Lourenço, em 18 de janeiro<br />
de 1858, após dois meses e meio de viagem, a Zona Sul<br />
do Rio Grande do Sul estava prestes a ter alterado definitivamente<br />
o seu perfil cultural e econômico.<br />
Aqueles homens, mulheres e crianças carregavam nas<br />
bagagens a esperança de ter uma terra somente sua e<br />
construíram aquela que seria a mais isolada e meridional<br />
colônia alemã do <strong>Brasil</strong>. Cansados de se submeter às privações<br />
impostas pelas cortes das antigas pátrias, vieram<br />
em busca de liberdade. Rapidamente, instituíram novas<br />
culturas, o que interferiu fortemente na economia local. A<br />
mão-de-obra alemã diversificou a produção agropecuária.<br />
Apenas cinco anos após se instalarem, São Lourenço do<br />
Sul já abastecia os mercados de Pelotas e Porto Alegre e<br />
exportava para municípios longínquos como Rio de<br />
Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires.<br />
A plantação de feijão e trigo, criação de suínos e a<br />
produção de mel passaram a disputar espaço com atividades<br />
de origem ibérico-católica típicas do Rio Grande do<br />
Sul, como o charque. Produto-chefe do período imigratório,<br />
a produção de batata atingiria o ápice quase um<br />
século depois, quando em 1956 o Município se firmaria<br />
como o maior exportador da América Latina. Às margens<br />
do rio São Lourenço, a expansão portuária potencializou a<br />
produção de iates e escunas. Em 1940 o Município teve a<br />
maior e última grande frota de navios mercantes do<br />
<strong>Brasil</strong>. O surgimento de novas culturas e a migração dos<br />
colonos para a cidade provocou, a partir da segunda<br />
metade do século 20, a redução das colônias. Da massa<br />
migratória, 81% da população era pomerana. No <strong>Brasil</strong>,<br />
além de São Lourenço do Sul, apenas Pomerode, em Santa<br />
Catarina, e Domingos Martins, no Espírito Santo, preservam<br />
laços culturais pomeranos. (Charles Furtado Vilela)<br />
Blumenau nasceu pela mão do negro<br />
Há uma outra Blumenau além da marcada pelas<br />
raízes alemãs, de gente galega, pele e olhos claros. Antes<br />
mesmo da chegada dos imigrantes, os negros já abriam as<br />
primeiras picadas. Usados como mão-de-obra escrava,<br />
foram os primeiros a trabalhar na criação da colônia<br />
Blumenau. Longe dos anúncios publicitários e panfletos<br />
turísticos, a cidade que carrega a máxima de loira assume<br />
a cor da miscigenação já na origem: foi erguida a partir do<br />
suor dos negros.<br />
Antes da fundação do município, em 1850, eles abriram<br />
as primeiras clareiras na mata fechada. Submetidos a<br />
jornadas de trabalho braçal e aprisionados para evitar<br />
fugas, escravos africanos levantaram a estrutura inicial<br />
para a implantação da colônia que deu origem à cidade.<br />
Registros de cartas mantidas na época entre Hermann<br />
Bruno Otto Blumenau e o cônsul geral do <strong>Brasil</strong> na<br />
Prússia, Johann Jacob Sturz, confrontam com a versão ofi-<br />
6<br />
cial da fundação do município propagada nas páginas dos<br />
livros de história e nas manifestações culturais cultivadas<br />
ao longo do tempo. Os documentos mostram que dois<br />
anos antes dos 17 imigrantes alemães considerados pioneiros<br />
desembarcarem na foz do Ribeirão da Velha liderados<br />
por Doutor Blumenau, escravos já habitavam a região,<br />
contratados por fazendeiros da época. A exploração do<br />
trabalho braçal dos negros foi determinante - não só para<br />
a formação da estrutura inicial da colônia, mas também<br />
para a construção da cidade. Mesmo assim, eles continuam<br />
à margem na cidade que se orgulha dos traços<br />
europeus e da fama de «Alemanha brasileira». Negros e<br />
pardos somam hoje mais de 17 mil pessoas no município.<br />
Ainda assim, a maioria deles permanece em guetos e distantes<br />
da paisagem enxaimel do Centro. São principalmente<br />
operários de fábricas e ajudam a construir as<br />
riquezas do município, assim como no passado, quando<br />
exerceram o trabalho mais pesado na implantação da<br />
colônia.<br />
(Magali Moser)<br />
Ensino de alemão na Rede Municipal<br />
O município de Porto Alegre passou a contar, desde<br />
de agosto de 2008, com o ensino do idioma alemão na<br />
Rede Municipal. O projeto é uma iniciativa do Goethe-<br />
Institut Porto Alegre e da Secretaria Municipal de Educação<br />
(Smed), que promoveram no dia 13 de agosto a<br />
aula inaugural em língua alemã na Escola Municipal de<br />
Ensino Fundamental Senador Alberto Pasqualini.<br />
As aulas serão oferecidas como oficinas extra-curriculares<br />
da Escola Aberta até dezembro, sempre às quartasfeiras,<br />
sendo ministradas por um professor do Instituto<br />
Goethe com assessoria didático-pedagógica da Smed.<br />
Participam 25 alunos do segundo ciclo, de 9 a 11 anos. «A<br />
intenção é promover a sensibilização para uma língua<br />
relacionada à colonização gaúcha», destaca Joice Galli,<br />
coordenadora de línguas estrangeiras da Smed.<br />
Ela acrescenta que o modelo de inserção da língua<br />
alemã na rede se dará por diferentes eixos de ação: bolsas,<br />
como as já cedidas a alunos da Escola Municipal de<br />
Ensino Básico Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, a<br />
exposição bilíngüe (alemão-português) «Consumo<br />
Sustentável», que já visitou três escolas municipais, e destinação<br />
de uma bolsa para aperfeiçoamento na Alemanha<br />
em 2009, destinada a um professor concursado da Rede<br />
Municipal, já com formação em alemão.<br />
«O diretor de Cursos do Goethe-Institut Porto Alegre,<br />
Adrian Kissmann, está otimista com as possibilidades da<br />
implementação do idioma alemão em outras escolas<br />
públicas do município.»<br />
(Hertha Helbern - Goethe-Institut Porto Alegre)<br />
(Notícias veiculadas em<br />
http://www.brasilalemanha.com.br)<br />
ESCRITÓRIO DE<br />
TRADUÇÕES BABEL<br />
Tradução, redação e correção de textos<br />
em Português, Francês, Alemão, Espanhol<br />
e Italiano.<br />
Traduções de documentos para casamento,<br />
divórcio, adoções, contratos e outros.<br />
Tradução de diplomas.<br />
Homologação de divórcio junto ao<br />
Supremo Tribunal Federal em Brasília.<br />
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para homologação de sentença estrangeira.<br />
CONTATO:<br />
Sandra Lendi de Toledo<br />
Tradutora e intérprete reconhecida.<br />
Spalentorweg 4 - 4051 - Basiléia<br />
Tel/Fax: (061) 261 26 46<br />
Natel: (079) 307 40 59<br />
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Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
7<br />
O <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong> informa o contato de médicos<br />
que fazem consultas em português<br />
GINECOLOGIA: Dr. méd. Jorge E. Tapia<br />
Kleinhüningerstrasse 177 – Basel<br />
Mobile: 076 586 01 44<br />
Horários: Terça-feira 18 às 20h<br />
Quarta-feira 18 às 20h<br />
Quinta-feira 18 às 20h<br />
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junto ao Superior Tribunal de Justiça, consultoria<br />
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<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Psicólogo e Psiquiatra: Quem é quem?<br />
«Sim, porque eu sei que em algumas<br />
famílias um psicólogo ou um psiquiatra é qualquer<br />
coisa de negativo, é porque se começa a<br />
delirar um pouco ou algo assim, eu não vejo de<br />
forma alguma assim, mas é verdade que tem<br />
de chegar realmente a qualquer extremo para<br />
que eu procure um psiquiatra ou um psicólogo,<br />
não me vejo a ir por um problema qualquer,<br />
primeiro tento por todos os meios resolver.»<br />
(Adolescente imigrante de origem<br />
portuguesa)<br />
A maioria das famílias, quando confrontada<br />
primeiramente com sintomas de doença mental,<br />
procura em primeiro lugar ajuda no seu<br />
meio social em geral e não uma ajuda especializada<br />
junto a psicólogos e psiquiatras.<br />
Contudo, quando questionadas acerca de uma<br />
ajuda eficaz, essas famílias não hesitam em evocar<br />
profissionais como psicólogos e psiquiatras.<br />
Parece existir por parte das famílias, da população<br />
em geral, incluindo professores e outros<br />
profissionais que trabalham de forma privilegiada<br />
com as famílias (servindo muitas vezes de<br />
intermediários perante o sistema de saúde<br />
mental), uma certa confusão acerca da respectiva<br />
função do psicólogo e do psiquiatra e a qual<br />
dos dois recorrer em determinadas situações.<br />
«Ir ao psicólogo, é como ir ao mecânico. É<br />
bom ir ao psicólogo, deixar lá as coisas desafinadas<br />
que tem.»<br />
(Pai imigrante de origem portuguesa)<br />
Antes de mais nada convém referir que o<br />
psicólogo não vai resolver o problema, mas<br />
sim dotar a família, o indivíduo de capacidades<br />
para o resolver. O psicólogo tenta, através de<br />
técnicas psicológicas variadas, levar a família<br />
ou o indivíduo por si próprio a alterar os seus<br />
padrões de comunicação e relação, contribuindo<br />
assim para evitar a posterior emergência de<br />
sintomas no(s) sistema(s). O psicólogo conduz<br />
conversas com o paciente, não lhe oferece<br />
medicamentos, utiliza técnicas de comunicação<br />
indutiva, reflexiva, daí a importância<br />
que a família ou o indivíduo fale sobre si<br />
mesmo, se abra, reflita. O psicólogo também<br />
não é um juiz, que julga quem tem razão, direito<br />
e quem é culpado. Ele é sim um observador<br />
objetivo da família, do indivíduo, que pela sua<br />
ajuda profissional especializada aprende a ter<br />
uma percepção mais objetiva sobre si mesmo<br />
8<br />
Marta Gonçalves<br />
com o objetivo central de um equilíbrio, harmonia<br />
no(s) sistema(s).<br />
«Ia a um médico ou a um psicólogo dependendo<br />
da doença.»<br />
(Pai imigrante de origem brasileira)<br />
O psicólogo tem uma formação superior em<br />
Psicologia, ciência que estuda os processos mentais<br />
(sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento<br />
humano. O curso tem uma duração<br />
média de cinco anos para obtenção do título de<br />
psicólogo. No decorrer do curso a teoria é complementada<br />
por estágios supervisionados que<br />
habilitam o psicólogo a realizar psicodiagnóstico,<br />
psicoterapia, orientação, entre outras. O<br />
psicólogo pode atuar no campo da psicologia<br />
clínica, escolar, social, organizacional, entre outras,<br />
podendo optar posteriormente por uma<br />
formação mais específica numa abordagem<br />
teórica, como a gestalt-terapia, a psicanálise, a<br />
terapia cognitivo-comportamental.<br />
O psiquiatra é um médico que após ter concluído<br />
a sua formação em Medicina, opta pela<br />
especialização de dois ou três anos em Psiquiatria,<br />
a qual abrange estudos em neurologia, psicofarmacologia<br />
e treino específico para diferentes<br />
modalidades de atendimento, tendo por objetivo<br />
tratar as doenças mentais. O psiquiatra está apto<br />
a prescrever medicamentos, habilidade não designada<br />
ao psicólogo.<br />
Em alguns casos, a psicoterapia e o tratamento<br />
psiquiátrico devem ser aliados. Muitas<br />
vezes, essas duas áreas estão relacionadas e uma<br />
colabora com a outra. A pessoa que tem que<br />
tomar um medicamento tem mais possibilidade<br />
de melhoria se associada a uma psicoterapia<br />
assim como, em muitos casos, é aconselhável o<br />
acompanhamento de um psiquiatra para que a<br />
psicoterapia flua de forma mais eficiente.<br />
«Procurava um psiquiatra ou um psicólogo, é a<br />
mesma coisa. Eu procurava um psiquiatra se<br />
ele fosse muito criança, se não um psicólogo<br />
para ver o que se passa ali.»<br />
(Mãe imigrante de origem portuguesa)<br />
Entre problemas psicológicos e doenças<br />
mentais há um espectro que pode ir de ligeiro a<br />
grave. Em caso de problemas ligeiros o psicólogo<br />
pode ajudar através da sua psicoterapia, em<br />
problemas graves tem de entrar o psiquiatra<br />
com a prescrição de medicamentos e de prefe-<br />
rência em colaboração com o psicólogo. Infelizmente<br />
o que acontece na maioria das vezes é as<br />
pessoas serem logo abordadas no médico de<br />
família com medicamentos que deveriam ser<br />
apenas prescritos pelo psiquiatra.<br />
Parece portanto mais prudente que perante<br />
um problema psicológico se recorra primeiramente<br />
a um psicólogo. Este, após uma<br />
anamnese detalhada do problema, reencaminhará<br />
se considerar necessário para o psiquiatra,<br />
trabalhando mesmo em conjunto com aquele.<br />
É extremamente necessário clarificar e<br />
delimitar a função do psicólogo e do psiquiatra<br />
melhorando o intercâmbio com o sistema escolar<br />
e o sistema familiar. Urge criar projetos de<br />
Palestra com debate<br />
Depois de ter participado ativamente da I Conferência<br />
<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo, convidado pelo Ministério<br />
das Relações Exteriores e Funag, Rui Martins, idealizador<br />
e representante do movimento de cidadania Estado do<br />
Emigrante, sucessor do movimento vitorioso<br />
<strong>Brasil</strong>eirinhos Apátridas, deseja marcar encontros com a<br />
comunidade emigrante brasileira na Europa, a fim de<br />
prestar o necessário relato do encontro, debater o que se<br />
discutiu na Conferência assim como o projeto do Estado<br />
do Emigrante, conselho ou federação, autônomo e independente<br />
mas integrado dentro das instituições<br />
brasileiras.<br />
Assim, estão previstos encontros com emigrantes<br />
brasileiros aqui na Suíça e países vizinhos.<br />
Dia de portas abertas<br />
No sábado, dia 25. de Outubro de 2008 acontece novamente<br />
um Dia de Portas Abertas na escola de dança<br />
«Danças e Ritmos», da Clarice dos Santos. Pegue seu sapato<br />
de fazer esporte ou a sapatilha e venha dançar com a<br />
gente! Vai ter Hip-Hop, Jazz, Dança Moderna, Salsa, Afro,<br />
Samba, Capoeira, Dança Oriental, Aerobica, Ioga. Não<br />
perca essa chance de experimentar seu tipo de dança<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
HORÁRIO DAS MISSAS EM PORTUGUÊS (AG, BS, BL)<br />
MISSÃO CATÓLICA<br />
PORTUGUESA<br />
Diocese St. Urs – AG, BS, BL<br />
Bruggerstr. 143<br />
Tel.: +41 56 203 0049<br />
Fax: +41 56 203 0045<br />
Pe. Marquiano Petez, pároco<br />
E-Mail: alfa3@freesurf.ch<br />
BADEN<br />
1° 2° 3° e 4° Domingo 11.00<br />
Aos Domingos, catequese as 10.00<br />
Kappelerhof – Kapelle Mariawil –<br />
Bruggerstr. 143, <strong>54</strong>00 Baden<br />
BASEL<br />
1° 2° 3° e 4° Sábado 20.00<br />
Aos Sábados, catequese as 19.00<br />
Igreja Sacré Couer<br />
Feierabendstr. 68,4051 Basel<br />
SISSACH<br />
2° e 4° Domingo 09.00<br />
Aos Sábados, catequese as 15.30<br />
9<br />
carácter informativo sobre esses tópicos como<br />
mais uma forma de melhorar o acesso à saúde<br />
mental.<br />
Marta Gonçalves é psicóloga<br />
e investigadora. Contato:<br />
marta.goncalves@gmx.net<br />
As associações ou grupos de pessoas interessadas<br />
em Berna, Genebra, Zurique e outras localidades, assim<br />
como as existentes na França, Alemanha, Áustria, Itália,<br />
etc. deverão manter contato com ele, para estudarem<br />
datas e locais pelo email martinsrp@hotmail.com.<br />
Como o movimento Estado do Emigrante não dispõe<br />
de verbas, funcionando na base do benevolato, os<br />
organizadores locais deverão providenciar de preferência<br />
uma família de acolha, permitindo assim um contato<br />
direto entre emigrantes.<br />
A primeira palestra-debate será em Berna. Data e<br />
local serão anunciados proximamente.<br />
Mais informações sobre o movimento no site:<br />
www.estadodoemigrante.org.<br />
favorita. Para mais informações entre em contato com a<br />
Clarice:<br />
Danças e Ritmos, Tanzschule Clarice dos Santos<br />
Marktgasse 8 (na Basler Medienhaus), 4051 Basel<br />
Tel. 079 516 39 22<br />
E-mail: clarice.dossantos@gmx.net<br />
Igreja St. Josef<br />
Felsenstr. 16, 4450 Sissach<br />
SUHR<br />
4° Domingo 15.30<br />
Igreja Heiliggeist<br />
Tramstr. 38, 5034 Suhr<br />
ZOFINGEN<br />
2º Domingo 15.30<br />
Christ König,<br />
Mühletalstr. 15
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Conferência discute situação<br />
dos brasileiros no mundo<br />
O mês de julho marcou um momento inédito na<br />
história da emigração brasileira. Finalmente reconheceu-se<br />
o <strong>Brasil</strong> como país de emigração e foi realizado<br />
um evento voltado para a população brasileira residente<br />
fora do país. A I Conferência sobre as Comunidades<br />
<strong>Brasil</strong>eiras no Exterior – «<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo»,<br />
aconteceu nos dias 17 e 18 de julho de 2008 no Rio de<br />
Janeiro, sob organização da Subsecretaria-Geral das<br />
Comunidades <strong>Brasil</strong>eiras no Exterior (SGEB), do<br />
Ministério das Relações Exteriores (MRE), com o apoio<br />
da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e reuniu<br />
mais de 400 participantes. Além dos representantes<br />
vindos de vários países estiveram presentes autoridades<br />
governamentais, parlamentares, estudiosos do<br />
assunto e estudantes.<br />
O Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça também se fez representar,<br />
por meio de Maria Rolim Janotta, Carminha<br />
Pereira e Theodora Leite. Nesta edição trazemos um<br />
resumo das impressões que as três tiveram no evento<br />
e um relato de como a questão dos emigrantes será<br />
encaminhada daqui para a frente.<br />
Primeiro passo concreto do Governo <strong>Brasil</strong>eiro em<br />
direção aos 3 ou 4 milhões de brasileiros espalhados<br />
mundo afora, o evento foi organizado de forma a permitir<br />
uma ampla participação dos brasileiros residentes<br />
no exterior e dos demais interessados vivendo no<br />
<strong>Brasil</strong>. Também houve muito apoio por parte dos colaboradores<br />
do MRE e FUNAG na parte logística (cópia,<br />
telefonemas, distribuição de material, acesso a computadores),<br />
o que facilitou a vida dos participantes.<br />
Vários estandes informativos por zonas geográficas,<br />
montados nos jardins do Palácio Itamaraty, onde foi<br />
realizado o encontro, garantiam a divulgação e acesso<br />
à informação sobre o trabalho dos vários grupos presentes.<br />
Foi importante também a disponibilização de<br />
espaço físico para a realização de reuniões paralelas de<br />
grupos específicos, como foi o caso da Rede <strong>Brasil</strong>eiras<br />
e <strong>Brasil</strong>eiros no Exterior, criada no ano passado em<br />
Bruxelas e da qual o Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça participa.<br />
Alguns aspectos da organização porém deixaram<br />
a desejar. Um deles foi a escolha dos convidados que<br />
foram agraciados pela FUNAG (passagens, estadia e<br />
alimentação pagas), não considerada «democrática»<br />
em vários países. Além disso, falhas na divulgação<br />
10<br />
Foto: Maria R. Janotta<br />
Carminha Pereira se manifesta na plenária<br />
prévia da Conferência acabaram limitando a participação<br />
de outras pessoas interessadas, que não tiveram<br />
tempo hábil para organizarem sua ida ao Rio de<br />
Janeiro. Por outro lado, a falta de um espaço que comportasse<br />
todos os participantes fez com que muitos<br />
tivessem de assistir à conferência em telões, ao lado da<br />
sala de debates.<br />
O pouco envolvimento dos emigrantes na<br />
preparação da conferência, na escolha dos temas em<br />
debate e em sua organização prática geraram frustração,<br />
principalmente porque durante os debates não<br />
eram permitidas perguntas ou comentários daqueles<br />
que não faziam parte da mesa. O excesso de temas e<br />
de especialistas convidados impediu que os temas fossem<br />
aprofundados e discutidos como seria necessário.<br />
O tempo reduzido previsto para a apresentação dos<br />
emigrantes inviabilizou o debate da maior parte dos<br />
temas pertinentes. «Na reunião da Europa, por exemplo,<br />
assistiu-se a uma enumeração de propostas sem<br />
que se tivesse a oportunidade de discuti-las, harmonizá-las<br />
e construir uma base para um documento<br />
comum coerente» , observa Mônica Pereira, da Bélgica.<br />
Ficou clara a disproporção do espaço concedido aos<br />
emigrantes e aos diplomatas. Como resume Theodora:<br />
«eles queriam falar, e muito - e falaram. Ouvir, acho<br />
que muito pouco foi ouvido (infelizmente); os<br />
brasileiros que foram para falar ficaram decepcionados<br />
ao meu ver».<br />
Theodora ficou impressionada que, apesar da<br />
diversidade dos representantes brasileiros vindos de<br />
várias partes do mundo, todos clamam igualmente<br />
«pelo direito de ser ouvido e atendido no que existe de<br />
mais básico quando se fala de atendimento consular ao<br />
brasileiro». Para ela ficou claro, nos bastidores e<br />
mesmo na plenária, que existe uma rede informal trabalhando<br />
em favor dos brasileiros no exterior, esboçando<br />
ações, preparando documentos. «Os organizadores<br />
não estavam preparados para ouvir ou mesmo dialogar<br />
com os seus convidados. Eles queriam platéia para<br />
ouvi-los e aplaudi-los. Ficaram no desejo, com pulgas<br />
atrás das orelhas», observa Theodora.<br />
Maria Janotta, por sua vez, sentiu falta de representantes<br />
de outros países, como da Áustria e do continente<br />
africano, mas acredita que para uma I<br />
Conferência, os resultados foram positivos. Ela considerou<br />
a experiência muito enriquecedora, especialmente<br />
pela oportunidade de ver «a diversidade de<br />
como nossa comunidade brasileira está organizada,<br />
com muitas pessoas, grupos ou associações lutando<br />
por pequenas reivindicações, que nós aqui na Suíça já<br />
conquistamos».<br />
Carminha Pereira reforça as palavras de Maria e<br />
acrescenta que no encontro do Rio foi possível confirmar<br />
que «os brasileiros no exterior representam a<br />
mesma diversidade dos brasileiros residentes no <strong>Brasil</strong><br />
e o fato de se estar morando no exterior não faz com<br />
que todos sejam iguais. Os interesses são bem diferentes<br />
e chegando a ser até contraditórios». Para Carminha<br />
as discussões do encontro «reforçaram a convicção<br />
de que ainda se tem muito a fazer na organização<br />
dos grupos nos vários países, para depois se pensar<br />
em uma estrutura única de representação de todos<br />
migrantes brasileiros».<br />
Como resultado da Conferência foi assumido o<br />
compromisso para a realização de um novo encontro<br />
em 2009, organizado pelo governo brasileiro em parceria<br />
com representantes de emigrantes. Foi formada<br />
uma comissão de organização para a próxima conferência,<br />
da qual fazem parte os cinco relatores dos grupos<br />
regionais formados no encontro do Rio e outros<br />
dois representantes por região (um para os Estados<br />
Unidos), a serem escolhidos a partir da indicação dos<br />
grupos e associações de cada país e região. Ao contrário<br />
do que foi proposto por meio de um abaixo-assinado<br />
propondo a criação do Estado do Emigrante, essa<br />
comissão terá caráter provisório e sua função será apenas<br />
a de preparar o próximo encontro.A discussão sobe<br />
o tema do Estado do Emigrante foi um dos pontos altos<br />
do evento, suscitando muito debate. Todos os participantes<br />
concordaram que a população emigrante precisa<br />
ter um canal direto de contato com o Governo<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
11<br />
<strong>Brasil</strong>eiro, mas a forma que esse canal deve assumir<br />
ainda não está clara e deve ser o principal tema de discussão<br />
do próximo encontro.<br />
No caminho para essa linha de contato, foi aprovado<br />
o apoio dos participantes à proposta de Emenda<br />
Constitucional da autoria do senador Cristovam<br />
Buarque (www.cristovam.org.br), concedendo ao<br />
brasileiro residente no estrangeiro o direito de eleger<br />
deputados e senadores. Esse seria um começo para<br />
garantir que a voz dos brasileiros no Exterior seja ouvida<br />
no Planalto, sem a necessidade de criar mais estruturas.<br />
Essa idéia também constava das propostas levadas<br />
pelo Conselho ao evento (Confira todas as propostas<br />
no site www.conselho-brasileiro.ch). O<br />
Conselho defende que, ao invés de se criarem mais<br />
órgãos e estruturas, deve-se otimizar o que já existe e<br />
principalmente melhorar o atendimento consular, por<br />
meio de capacitação de pessoal e investimento na<br />
infra-estrutura.<br />
Da esquerda para a direita: Sandra (ABEC),<br />
Theodora, Carminha e Maria.<br />
Foi aprovada no encontro ainda uma moção de<br />
repúdio contra a Diretiva Européia acerca do<br />
«Retorno» dos migrantes em situação irregular, que<br />
tem causado muita polêmica.<br />
Todos os documentos do encontro, assim como os<br />
vídeos da I Conferência das Comunidades <strong>Brasil</strong>eiras<br />
no Exterior podem ser acessados nos sites:<br />
http://funag.evento.tv.br e http://www.abe.mre.gov.br<br />
(clique na Logo «<strong>Brasil</strong>eiros no Mundo», à esquerda).<br />
Na página do Conselho <strong>Brasil</strong>eiro na Suíça também<br />
estão incluídos os links para essas e outras páginas<br />
que tratam da Conferência.<br />
(Edição de Irene Zwetsch)<br />
Homepage: www.conselho-brasileiro.ch<br />
E-Mail: info@conselho-brasileiro.ch<br />
Foto: Arquivo
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
AGENDA<br />
O medo paralisa – A informação fortalece<br />
Prevenção de violência sexual contra crianças<br />
Notícias sobre violência sexual contra crianças despertam<br />
muito medo e insegurança nos pais e os colocam<br />
diante da pergunta: O que podemos fazer para proteger<br />
nossas crianças da violência sexual?<br />
A convite do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong>, o centro especializado<br />
Limita vem à região de Basel para realizar uma palestra<br />
em português sobre esse tema, especialmente dirigida<br />
aos pais. A proposta é sensibilizar os pais para a<br />
temática da violência sexual contra crianças e dar informações<br />
sobre os principais fatos e possibilidades de<br />
ajuda. Além disso, serão divulgadas formas de prevenção<br />
e será discutido em grupo como tematizar essas<br />
informações no dia-a-dia com os filhos.<br />
As palestrantes desta noite serão Talitha Widmer,<br />
psicóloga FSP, e Paula Kalt, comunicação social Unicap/PE<br />
Também estará à disposição do público a brochura<br />
«O medo paralisa – a informação fortalece», que contém<br />
informações sobre a problemática e apresenta<br />
nomes de alguns centros de aconselhamento, além de<br />
trazer sugestões sobre o que ao pais podem fazerno diaa-dia<br />
para proteger melhor seus filhos contra a violência<br />
sexual.<br />
12<br />
Traga suas perguntas, suas experiências e venha<br />
conviver conosco. O evento será em português.<br />
Haverá também uma pequena Cafeteria.<br />
Data: Sábado, 01 de novembro de 2008<br />
Hora: 19h30<br />
LOCAL: Gemeindestube, Therwilerstrasse 16/18,<br />
em Bottmingen (próximo à estação de<br />
Bottmingen)<br />
Como chegar: com o ônibus 34 ou o Tram 10 até<br />
Bottmingen. Atravessar a rua no sinaleiro para<br />
pedestres e seguir pelo caminho ao lado da linha do<br />
bonde até o estacionamento (à esquerda). Atravessar o<br />
estacionamento e o prédio fica logo à direita.<br />
Fachstelle Limita<br />
Bertastrasse 35, 8003 Zürich<br />
Tel: 044 450 85 20<br />
E-Mail: info@limita-zh.ch<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
13
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Mas, afinal, que diabos é<br />
Integração?<br />
Amo as palavras e tenho imenso respeito<br />
por elas. São pecinhas de um jogo infinito,<br />
com as quais se pode brincar pela eternidade.<br />
Como em todo jogo, porém, vejo nelas<br />
armadilhas... é preciso saber jogar - e muito<br />
bem - para não sairmos perdendo ou, pelo<br />
menos, para empatarmos as inúmeras partidas<br />
que jogamos nessa vida, cada vez mais<br />
dependente da comunicação.<br />
Os efeitos de um comentário, uma conversa,<br />
uma discussão, um texto (e por aí vai),<br />
podem ser belíssimos, prazeirosos ou, ao<br />
contrário, podem pesar como uma sentença<br />
sobre nossas cabeças.<br />
Algumas palavras mal colocadas, em<br />
determinadas situações, detonam relacionamentos,<br />
outras desconstroem em segundos<br />
nossa imagem. Muitas têm significados sutilmente<br />
contraditórios...<br />
Uma delas, em especial, passei a temer:<br />
integração, talvez por ser uma das muitas que<br />
está na ordem do dia, na boca de 10 entre 10,<br />
digamos, estranhos no ninho, como eu.<br />
Vou ao dicionário. O Aurélio esclarece:<br />
Integração: «ato ou efeito de integrar-se, de<br />
tornar inteiro, completar, de reunir-se, incorporar-se».<br />
O que me remete a Integrado:<br />
«diz-se de cada uma das partes de um todo<br />
que se completam ou complementam», e daí<br />
a Íntegro: «inteiro, completo»; e ainda:<br />
«imparcial, inatacável».<br />
Há anos trabalho com «integração» (seja<br />
lá o que isso for), de onde se deduz que trabalho<br />
neste processo de tornar uma pessoa<br />
inteira, completa, incorporada ... imparcial ...<br />
inatacável?<br />
O que tenho acompanhado, porém, é<br />
quase o oposto. Assisto diariamente à<br />
desconstrução de muitas pessoas (crianças e<br />
adultos), na busca desta «incorporação».<br />
Nada contra mudanças, o ser humano<br />
tem capacidade de adaptar-se ao meio em<br />
que vive. Eu acrescentaria: desde que não<br />
perca seu cerne, seu centro. Difícil é estabelecer<br />
onde ele está!<br />
14<br />
Voltando às palavras e à comunicação...<br />
Muitas coisas que pensamos e dizemos,<br />
muitos valores que retiramos de frases escutadas,<br />
contribuem para dificultar essa busca<br />
de provar que «sou-tão-inteligente-quantovocê-e-mereço-respeito»<br />
(Num contexto<br />
mais relax, seria o equivalente a «vamos trocar<br />
figurinhas?»!)<br />
Uma frase mal elaborada, especialmente<br />
se não dominamos perfeitamente as palavras<br />
num novo idioma, nos torna vulneráveis,<br />
tolos e uma dúvida imediatamente se<br />
instala na cabeça do interlocutor: «Será este<br />
um ser inteligente, digno de atenção?».<br />
Coisas mínimas, com efeito máximo!<br />
Vejamos algumas dessas pérolas (as mais<br />
«light»!) que venho colecionando e que já<br />
renderam afastamentos e dissabores:<br />
«Ich werde den Brief schinken» («Quero<br />
enviar esta carta»... enviar é schicken, schinken<br />
quer dizer presunto!)... Comentário irônico<br />
do interlocutor: «Ai, você está me<br />
dando uma fome ...» – e passou a trabalhar<br />
com outro grupo do escritório ...<br />
Da brasileira para a vizinha: «Darf<br />
ich meine Schwierigmutter vorstellen?»<br />
(schwierig, quer dizer difícil, Schwiegermutter<br />
é sogra!). Comentário: «Ela é tão<br />
difícil assim???» A relação nunca passou de<br />
inevitáveis cumprimentos cordiais na porta<br />
de casa ...<br />
No trem há três lugares livres, mas quem<br />
chega pergunta: «Ist es noch frei?» («Estes<br />
lugares estão livres?»). E a resposta, dada<br />
pelo incalto (leia-se gaiato!) brasileiro: «Não<br />
tou vendo ninguém aí!», gerou um esbravejado:<br />
«Wie bitte?» (Coooomoooo?) - e muitos<br />
ininteligíveis resmungos depois, com cara<br />
feíssima...<br />
Um garoto brasileirinho para a professora<br />
suíça, ao não responder a um exercício de<br />
matemática: «Minha cabeça está vazia»...<br />
Resultou em encaminhamento imediato<br />
para o psicólogo...<br />
Chamar alguém não íntimo de «Du» (o<br />
nosso tu) já me rendeu: «Sou racista sim,<br />
contra a ignorância!!!» ???<br />
«Ich möchte meine Freiheit» («Quero<br />
minha liberdade»), dito pelo namorado,<br />
O <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong> estará participando, junto<br />
com outras associações de migrantes, numa<br />
Festa Multicultural chamada «Wir feiern<br />
zusammen» (Nós festejamos juntos). Nós<br />
estaremos servindo feijoada e caipirinha e<br />
os outros grupos trarão também suas especialidades,<br />
entre elas comidas espanholas,<br />
italianas e filipinas.Haverá apresentações<br />
de várias culturas para crianças e adultos.<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
15<br />
queria dizer fim de relacionamento??? Ou<br />
apenas: «Deixe-me tirar férias com meus<br />
amigos» ?????????<br />
E sigo me perguntando: onde a reunião?<br />
A idéia de complementaridade? Integrar,<br />
incorporar, complementar? Como, quem,<br />
com quem, para quê, para quem?<br />
Volto ao dicionário. Integração «ato ou<br />
efeito de integrar-se, de tornar inteiro, completar,<br />
de reunir-se, incorporar-se». O que<br />
me remete a Integrado : «diz-se de cada uma<br />
das partes de um todo que se completam ou<br />
complementam» e daí a Íntegro: «inteiro,<br />
completo»; e ainda: «imparcial, inatacável».<br />
E concluo: só pode estar faltando alguma<br />
coisa na definição...<br />
Miriam Müller Vizentini – Baden, Suíça<br />
FESTA MULTICULTURAL<br />
A LCC International Money Transfer tem<br />
o prazer de informar aos seus clientes que<br />
abriu mais uma agência na Suíça, na cidade<br />
de Basel.<br />
A LCC está em Genebra há 6 anos e está<br />
intensificando cada vez mais suas atividades<br />
na Suíça começando com a abertura da nova<br />
agência em Basel, que tem como públicoalvo<br />
principal os brasileiros, filipinos, mexicanos<br />
e dominicanos.<br />
Além do serviço personalizado das<br />
agências, a LCC conta também com o Call<br />
Centre na Suíça. Cadastros, bem como as<br />
Venham vocês também festejar com a gente.<br />
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Data: 29.11.2008 (sábado)<br />
Horário: das 16 às 24 horas<br />
Local: Kultur- und Sportzentrum - KUSPO,<br />
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LCC Basel: 061 683 1810<br />
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<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
Peça mostra cotidiano de família circense romena<br />
No final de agosto estreou em São Paulo, a peça «Por que a<br />
Criança Cozinha na Polenta». A montagem da Cia. Mungunzá de<br />
Teatro é a adaptação do texto inédito da romena Aglaja<br />
Veteranyi, morta em 2002, com direção de Nelson Baskerville<br />
- que está escalado para a minissérie «Maysa», que a TV Globo<br />
exibe no começo de 2009. A encenação conta a história de uma<br />
família de artistas circenses que fogem da ditadura na Romênia<br />
e embarcam para a Europa Ocidental, tudo sob o ponto de vista<br />
da filha adolescente.<br />
Os atores Daniela Rosado, Sandra Modesto, Tatiana Moreira,<br />
Marcos Felipe e Rafael Marques se revezam nos personagens<br />
da peça. O espetáculo traz alguns temas pesados, como<br />
alcoolismo, abuso sexual e a violência. Nascida em Bucareste,<br />
Aglaja Veteranyi, autora do texto, era também filha de artistas<br />
de circo e professora de teatro. (Fonte: Folha Online)<br />
O livro «Por que a Criança Cozinha na Polenta» foi traduzido<br />
para o português pela tradutora gaúcha Fabiana Macchi, que<br />
reside na Suíça. (http://www.cigabrasil.ch/informando/materias/EntrevistaFabiana.html)<br />
Vozes Imigrantes<br />
A escritora Mariana <strong>Brasil</strong> está organizando um projeto<br />
literário chamado «Antologia Ítalo-brasileira». A proposta é<br />
reunir textos em língua portuguesa e italiana, de escritores residentes<br />
na Itália ou não. A antologia será editada no mesmo<br />
volume em italiano e português, o nome do autor será inserido<br />
no índice por ordem alfabética. Não é um concurso, portanto<br />
todos os inscritos terão seus trabalhos publicados, desde que<br />
atendam aos requisitos básicos e necessários que o classifiquem<br />
como um texto literário. O mínimo de participantes<br />
previsto para a realização do projeto é de 30 (trinta) autores,<br />
ou 120 (cento e vinte) páginas contratadas. O tema é livre,<br />
assim como a forma: poesias, versos, contos, crônicas, cartas<br />
etc.<br />
Para saber detalhes faça contato diretamente com a autora -<br />
marianabrasill@yahoo.it, ou entre no Grupo Yahoo -<br />
http://br.groups.yahoo.com/group/vozesimigrantes.<br />
Respiração boca-a-boca não é mais essencial em infarto<br />
A tradicional respiração boca-a-boca feita durante os<br />
primeiros socorros de uma parada cardíaca está com os dias<br />
contados. Novos estudos demonstraram que as compressões<br />
ritmadas no tórax são tão eficazes quanto a respiração bocaa-boca,<br />
que era intercalada com a massagem cardíaca.<br />
As conclusões foram publicadas em dois dos mais renomados<br />
periódicos de cardiologia («Circulation» e «Resuscitation»).<br />
A recomendação é que, a partir de agora, só se faça as compressões<br />
torácicas ritmadas, de forma ininterrupta, por até<br />
oito minutos. Segundo o médico Sérgio Timerman, diretorcientífico<br />
do Comitê de Emergência da Fundação<br />
Interamericana do Coração, as pesquisas que embasaram a<br />
mudança de conduta verificaram que há falta de preparo das<br />
pessoas para fazer a massagem torácica e que 83% dos ame-<br />
16<br />
ricanos não faziam respiração boca-a-boca por medo ou<br />
nojo. Essas conclusões vão passar a integrar as novas diretrizes<br />
da Sociedade <strong>Brasil</strong>eira de Cardiologia, para alcançar<br />
tanto as sociedades médicas como a população em geral.<br />
Para Timermann, no <strong>Brasil</strong> ainda é precário o treinamento<br />
das pessoas para as emergências cardíacas e isso pode ser<br />
crucial no momento de salvar ou não uma vida. Um outro<br />
estudo norte-americano demonstrou que o treinamento da<br />
população aumentou o número de ressuscitações de 2% para<br />
20%. Seis em cada dez pessoas que morrem do coração são<br />
vítimas de infarto. Muitas mortes poderiam ser evitadas se o<br />
atendimento da vítima fosse feito nos dez minutos após o<br />
ataque.<br />
(Cláudia Collucci – Folha de São Paulo)<br />
Investimentos nos EUA<br />
Uma crise econômica nunca é prejudicial para todo mundo.<br />
Por exemplo em 2008 os Estados Unidos vivem um momento<br />
de menor vigor da economia e séria crise hipotecária. Neste<br />
novo cenário abrem-se novas e valiosas oportunidades de<br />
negócios para o investidor brasileiro, sobretudo no mercado<br />
de imóveis. É possível ter um ótimo retorno nos investimentos<br />
bem planejados, com a redução ou até eliminação dos três<br />
impostos nos Estados Unidos: o IR sobre Herança, o IR normal<br />
e o IR retido na fonte.<br />
O imposto sobre herança pode representar até 45% do valor<br />
do imóvel quando da morte do proprietário-pai. Esta<br />
cobrança poderá ser evitada ou reduzida mantendo a titularidade<br />
do imóvel através de um investimento em Trust. Trata-se<br />
de uma entidade especial criada sob o princípio anglo-saxão,<br />
muito utilizada em estruturas de planejamento tributário e<br />
sucessão familiar nos EUA. No caso do IR americano, o<br />
investidor estará sujeito a uma taxa de até 35% mas poderá<br />
reduzir esta cobrança pagando uma taxa de 15% na ocasião<br />
da revenda, se retiver o imóvel por mais de um ano e não tiver<br />
na sua comercialização a sua principal atividade. Mas apenas<br />
algumas estruturas societárias americanas gozam desta<br />
condição. No caso do IR retido na fonte o comprador residente<br />
nos EUA deverá reter 10% do valor do imóvel para a<br />
Receita Federal local. Se o investidor brasileiro comprar o<br />
imóvel poderá abater o valor em uma futura revenda. Outras<br />
opções são as estruturas locais de investimento do mercado<br />
imobiliário. O REIT Real-Estate Investiment é uma empresa<br />
aberta ou fechada que atua no mercado imobiliário e tem sistema<br />
tributário favorecido. O empreendedor brasileiro pode<br />
investir comprando participações societárias e também<br />
através de fundos especializados no mercado imobiliário.<br />
Outra opção é o Portofolio Interest Exemption, que permite a<br />
isenção do IR na fonte para os investidores estrangeiros que<br />
cumpram certos requisitos especiais.<br />
Enfim, a crise no mercado imobiliário americano abriu espaço<br />
para ótimas oportunidades para os investidores de de todo<br />
lugar do mundo. É hora de captá-las e aproveitá-las.<br />
(Marcos Pochon - www.mmcinternational.ch)<br />
Rosana, seu primeiro livro é feito de muitas histórias.<br />
De onde veio a idéia de escrever uma obra assim?<br />
A idéia nasceu da vontade de ver um projeto pessoal<br />
realizado.Eu tinha passado por várias empresas e a<br />
única coisa que tinha ficado comigo era a experiência,<br />
não digo que seja pouca, mas não era o bastante. Eu precisava<br />
de um registro daquilo que faço e daquilo que<br />
sou. E este livro me proporcionou este registro.<br />
Como você escolheu os personagens do livro?<br />
Pela única característica que une cada um deles,<br />
determinação! Seja ela em realizar coisas boas, seja ela em<br />
realizar coisas ruins. O livro mostra o quanto ela é forte.<br />
Cabe a cada um saber em que vertente pretende usá-la.<br />
O livro expressa também um pouco da sua vivência<br />
em Roma?<br />
Completamente! No último capítulo, quando falo<br />
do meu fascínio por Roma, é tudo parte da vivência lá.<br />
Houve um tempo da minha vida em que minha mãe sentiu<br />
muito ciúmes de eu viver na Itália. Eu senti algo como<br />
uma reencarnação em Roma. A paixão, os hábitos, a<br />
moda, a cozinha, tudo isso faz parte da minha rotina<br />
como se eu tivesse nascido lá. Embora tenha nascido no<br />
<strong>Brasil</strong> e tenha origens francesas e espanholas, atualmente<br />
me identifico muito mais com a Itália do que com<br />
qualquer outro país.<br />
Você é jornalista e atualmente trabalha com marketing.<br />
Como a literatura entrou na sua vida?<br />
Na verdade o trabalho que desenvolvo atualmente<br />
é Comunicação e Imagem. Há dois anos deixei de fazer<br />
Marketing, depois de ter me dedicado a esta área por<br />
quatro anos. Foi uma opção minha, sendo as duas áreas<br />
(jornalismo e marketing) pouco harmoniosas, tive que<br />
optar por uma, e optei pela que mais gosto, comunicação.<br />
Dentro dessa vertente realizo consultoria de<br />
comunicação, formação profissional e não deixo nunca<br />
de escrever.<br />
A literatura entrou na minha vida muito cedo.<br />
Quando criança eu era uma menina muito atrevida. Lia<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
Quando letra e música se encontram...<br />
Muitos caminhos não se cruzam por acaso. De repente você está na hora certa, no lugar certo<br />
e acaba encontrando a pessoa certa. Foi o que aconteceu com a jornalista e escritora Rosana<br />
Antonio e o músico e compositor Fernando Terra. Imigrantes, viajantes, curiosos, eles descobriram<br />
que têm muito em comum e passaram a partilhar não somente a vida, mas também seus<br />
trabalhos, seus sonhos, seus planos para o futuro. Neste mês de setembro, passando pela<br />
Suíça, os dois apresentam suas últimas criações: o livro «Quem tem boca vai a Roma», que<br />
conta histórias de imigrantes que se encontraram em Roma, e o CD «Notícias», segundo trabalho<br />
gravado do compositor.<br />
17<br />
Rosana e Fernando: o par<br />
Foto: Arquivo<br />
muito, era super curiosa e gostava de ajudar as minhas<br />
coleguinhas de escola, que me pediam para eu escrever<br />
cartas aos namoradinhos. Na adolescência participei de<br />
festivais de poesia, crônica, contos e oratória. E já grandinha,<br />
escrevi para várias revistas em alguns países da<br />
Europa.<br />
Quais são as maiores dificuldades que um jovem<br />
autor enfrenta para conseguir seu «lugar ao sol»<br />
no mercado?<br />
A maior dificuldade é conseguir uma editora. O<br />
processo editorial de um livro é igual em qualquer lugar<br />
do mundo. Ou o autor conhece a pessoa certa na hora<br />
certa (e eu ainda não estive com esta pessoa), ou precisa<br />
investir muito financeiramente.<br />
Você já recebeu de seu público leitor um feedback<br />
em relação ao livro?<br />
Recebi o maior feedback não somente dos leitores,<br />
mas descobri que não é preciso ter uma editora para<br />
mostrar um bom trabalho no mercado. Recebo vários<br />
e-mails de leitores que ganharam meu livro, que compraram<br />
ou que ouviram entrevistas minhas em TVs,<br />
Rádios, Jornais e Revistas. É muito gratificante.<br />
O meu primeiro livro nasceu como produção independente.<br />
Foi registrado e aprovado pela SPA (Sociedade<br />
Portuguesa de Autores), patrocinado por um banco português<br />
que acreditou no ➙ Continua na página 18
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
➙ Continuação da página 17<br />
projeto desde o início e<br />
a partir daí estive atrás de todas as livrarias do país. Hoje<br />
é possível encontrar Quem tem boca vai a Roma nas<br />
Fnac, Libritalia e em qualquer parte do mundo pelo<br />
www.livrosnet.com.<br />
Você acabou de estrear no meio literário e já está<br />
preparando um novo livro. Qual é o tema de sua<br />
segunda obra?<br />
O próximo é Filhos da Mãe. O livro é inspirado em<br />
histórias que falam de pessoas, de casos e de acontecimentos<br />
que contradizem o significado poético do termo<br />
«países irmãos». Termo muito utilizado para definir a<br />
relação entre <strong>Brasil</strong> e Portugal. A partir de momentos,<br />
situações e observações, conto as histórias de cinco<br />
brasileiros que vivem em Portugal e de cinco portugueses<br />
que vivem no <strong>Brasil</strong>. O desenrolar de cada história<br />
levará o leitor a uma reflexão de que os dois países não<br />
possuem um grau de parentesco tão íntimo como a<br />
definição que o termo «países irmãos» dissemina.<br />
Poderá ainda perceber que a grande diferença entre o<br />
comportamento das duas raças, deixa uma forte atenuante<br />
de que Portugal e <strong>Brasil</strong> somente seriam irmãos se<br />
um dos dois países fosse o irmão bastardo.<br />
O processo de entrevistas e coleta de informações<br />
me fez descobrir e conhecer os dois lados: a maneira<br />
com que os portugueses são tratados no <strong>Brasil</strong> pelos<br />
brasileiros e a maneira com que os brasileiros são tratados<br />
pelos portugueses em Portugal. O comportamento<br />
de disputa entre esses dois povos cria uma imagem préestabelecida<br />
ou estereotipada sobre o conceito que possuem<br />
um do outro. Por uma grande maioria de portugueses<br />
o <strong>Brasil</strong> é visto como uma nação de homens<br />
volúveis e mulheres vulgares. Por outra dimensão não<br />
inferior de brasileiros, Portugal é visto como um país de<br />
pessoas provincianas e ignorantes.<br />
Fale um pouco de você. Quem é a Rosana?<br />
Pessoalmente sou sonhadora e determinada. Encaro<br />
os problemas como se eles fossem fáceis de serem<br />
resolvidos. Só sofro depois de resolvê-los. Vai entender!<br />
Enfrento o medo e o desconhecido com curiosidade e<br />
coragem! Não sei como, mas acontece.<br />
Profissionalmente sou muito exigente, racional e<br />
franca. Me envolvo somente em dois tipos de projetos: o<br />
que me da dinheiro e o que me dá prazer. Se o primeiro<br />
começar a seguir somente o percurso financeiro, abandono<br />
logo e parto para o segundo, mesmo tendo que<br />
renunciar a alguns privilégios que somente o primeiro<br />
pode oferecer.<br />
E você, Fernando, como começou sua história musical?<br />
18<br />
Minha história musical começou quando um tio<br />
meu comprou uma bateria nova e me deu a bateria<br />
velha que ele tinha. Achei engraçado. Depois meu pai,<br />
sem saber, contratou um empregado que sabia tocar violão<br />
e nas horas vagas, entre um trabalho e outro, o<br />
Agnaldo (o tal funcionário) me ensinava alguns acordes<br />
e ritmos. Desde então faço música, e eu tinha apenas 11<br />
anos na época. Montei com mais três amigos do bairro<br />
uma banda, a qual chamamos de Esfinge. Tocamos por<br />
todo lado em Belo Horizonte, porque era muito raro uma<br />
banda de rock nacional que tinha integrantes com<br />
idades entre 11 e 13 anos.<br />
A passagem do <strong>Brasil</strong> para a Europa foi um pulo na<br />
carreira?<br />
A vinda para Europa não surgiu com a música e sim<br />
com o teatro. Fui convidado para fazer um espetáculo<br />
teatral em Portugal – como ator – e depois resolvi ficar<br />
por aqui, a fim de conhecer outras culturas, pessoas,<br />
comidas e tudo mais que o velho continente viesse me<br />
oferecer. A carreira cresceu e avançou muito, ganhando<br />
mais maturidade e profissionalismo depois que conheci<br />
a Rosana que, como ótima consultora que é, me fez abrir<br />
os olhos para umas coisas e fechar para outras. Aí tudo<br />
aconteceu.<br />
Os cantores brasileiros tem boa receptividade em<br />
Portugal?<br />
Já tiveram melhor. Quando cheguei, a música<br />
brasileira que aqui chegava era melhor selecionada. Com<br />
o aumento da população brasileira, houve uma banalização<br />
da nossa cultura conhecida por aqui. O que fez o<br />
brasileiro deixar de ser novidade. Mas Portugal ainda se<br />
alimenta muito da cultura popular do <strong>Brasil</strong>. Quanto ao<br />
meu trabalho, particularmente, sempre ouço que é diferente<br />
do que os brasileiros fazem aqui. Talvez seja<br />
mesmo. Talvez por isso eu circulo em ambientes<br />
europeus também. Festivais e eventos que não são<br />
somente brasileiros. Sem querer, acabo transitando entre<br />
os «gregos e troianos».<br />
Você está lançando agora seu segundo CD, «Notícias».<br />
O que ele traz de novidade em relação ao<br />
primeiro, «Ladrão de Sonhos»?<br />
Tecnicamente, a sonoridade é diferente. Troquei as<br />
guitarras de nylon pelas de aço. O baixo acústico pelo<br />
elétrico. Mas sem perder o caráter acústico que imprimi<br />
no Ladrão de Sonhos.<br />
Notícias é, talvez, mais esquerdista, mais direto no<br />
que eu quero dizer sobre o que acho em relação ao sistema.<br />
Mas também há momentos de descontração e também<br />
uma dose de calma. O que mais tenho ouvido em<br />
relação a esse CD é que ele tem a identidade definida.<br />
Não destoa do primeiro CD, mas também não é igual. Já<br />
dizem os sábios que «a cada dia acordamos diferentes do<br />
dia anterior», talvez com os CDs seja igual.<br />
Qual é seu estilo e de onde vem a inspiração para<br />
compor?<br />
O estilo é música do mundo, com influências do<br />
pop, do funk e do reggae. A inspiração é o dia-a-dia das<br />
pessoas, das coisas e do mundo. Acho que uma canção<br />
pode ser ouvida de maneiras diferentes. Gosto de dar<br />
vazão à imaginação de quem me ouve. Há quem chore<br />
e há quem se divirta muito nos concertos.<br />
Você já está preparando mais algum trabalho?<br />
Sou viciado em trabalho. Como disse, além de músico<br />
sou ator. Neste momento estou prestes a estrear meu<br />
novo espetáculo infantil «O Curupira», numa mostra de<br />
teatro que eu criei em Lisboa (MITIN – Mostra<br />
Internacional de Teatro Infantil). Conto com aproximadamente<br />
250 músicas registradas na Sociedade Portuguesa<br />
de Autores. Para 2009 existe a possibilidade de gravar<br />
um CD de Rock infantil, de uma banda que criei<br />
(PlayGround) e também um livro infantil chamado «Lia e<br />
a Lã Delon». Sobre o terceiro CD, ainda é cedo, mas já<br />
tenho um pré-repertório. Lançamento deve ser em 2010.<br />
Lá falamos melhor sobre isso.<br />
Como você mesmo já contou, você não é somente<br />
músico, mas um artista num sentido mais amplo. Fale<br />
um pouco sobre suas outras atividades artísticas.<br />
Além de músico e compositor, sou ator, roteirista,<br />
escrevo contos, livros infantis, dirijo espetáculos de<br />
Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
19<br />
teatro. Tenho muito medo de aprender a fotografar,<br />
porque tem sido a arte que me diverte. Pois no resto,<br />
tenho sempre um olhar técnico e isso às vezes me cansa<br />
um pouco.<br />
E agora vocês dois estão juntos. Como foi encontro<br />
da jornalista com o artista?<br />
Nos encontramos num aniversário. Tínhamos um<br />
amigo em comum que nos apresentou. Foi em 2005. O<br />
que pensamos que não passaria de uma amizade, pelas<br />
nossas diferenças, acabou se transformando num<br />
namoro. Desde então, nossas vidas começaram a tomar<br />
um mesmo sentido.<br />
Vocês parece que se completam. De que forma o<br />
talento de um e de outro se entrelaçam?<br />
Nós gostamos muito do trabalho um do outro.<br />
Coincidentemente, há pontos de ligação entre eles, porque<br />
temos vivências parecidas. Imigrantes, países estranhos,<br />
viagens, problemas, preferências… tudo isso influenciou<br />
muito no trabalho de cada um. Quando vimos que não<br />
éramos assim tão diferentes, começamos a olhar mais e<br />
mais um para o outro. Por vezes nos influenciamos. O que<br />
é muito bom. Muitas vezes dizemos a mesma coisa em óticas<br />
diferentes. Quando damos por nós, já estamos novamente<br />
«entrelaçados» em todos os sentidos.<br />
Quais são os planos futuros?<br />
Mais livros, mais discos, mais espetáculos, mais juntos<br />
e mais felizes.<br />
Quem são Rosana Antonio e Fernando Terra<br />
Rosana Antonio nasceu no <strong>Brasil</strong>, mas é de muitos<br />
lugares. Viveu em Goiânia, Roma, Curitiba, Londres,<br />
Genebra e Lisboa. A jornalista e escritora é mestre em<br />
Ciências da Comunicação Social pela UPS - Università<br />
Pontifícia Salesiana, em Roma. Desenvolveu projetos jornalísticos<br />
publicados em alguns países da Europa.<br />
Participou em iniciativas na Rádio Vaticano (Itália) e nas<br />
Rádios do Grupo RBS (filial Globo no sul do <strong>Brasil</strong>).<br />
Durante quatro anos dedicou-se ao Marketing, onde<br />
atuou como diretora de um Grupo de Agências operantes<br />
no ramo de transferência de dinheiro para o exterior.<br />
Formou equipes em Londres, Genebra e Lisboa, onde<br />
abriu três filiais da empresa.<br />
É autora do livro «Quem tem boca vai a Roma» bilíngue<br />
(português e italiano), lançado em fevereiro de 2007 no<br />
Tivoli Fórum - Lisboa. Atualmente é Consultora de Comunicação<br />
e Imagem, Corporate Communication na Suíça,<br />
realiza cursos de Formação Profissional e conduz a produção<br />
do seu próximo livro em Portugal.<br />
FernandoTerra, radicado em Portugal desde 1999, nasceu<br />
em Belo Horizonte – <strong>Brasil</strong>.<br />
É ator e músico desde os 11 anos, quando cursou a<br />
Escola de Teatro 2 da Fundação Clóvis Salgado (Palácio<br />
das Artes) e formou sua primeira banda de rock, Esfinge.<br />
Profissionalizou-se como ator pelo Sindicato dos Artistas<br />
e Espetáculos de Minhas Gerais (SATED-MG).<br />
O artista multifacetado (Músico, Compositor, Ator e<br />
Animador Cultural) viveu na cidade do Porto, depois na<br />
França e Alemanha, apresentando seu projeto de músicas<br />
originais, que em outubro de 2006 concretizou-se no<br />
lançamento do CD Ladrão de Sonhos, em Lisboa.<br />
Atualmente promove o novo CD Notícias, e é diretor do<br />
MINTIN (Mostra Internacional de Teatro Infantil).
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008<br />
O grande reencontro Andrea Regis<br />
Rodrigo e seus múltiplos instrumentos<br />
Rodrigo Botter Maio acaba de lançar seu<br />
mais recente trabalho: Reencontro dos<br />
Ventos. O nome do CD, o oitavo do músico<br />
brasileiro, é uma referência à participação de<br />
dois grandes amigos de Rodrigo que, assim<br />
como ele, também tocam instrumentos de<br />
sopro. Raul de Souza – considerado um dos<br />
maiores trombonistas do mundo - e o<br />
trompetista Matthieu Michel participaram do<br />
CD, fato que o inspirou a assim denominá-lo.<br />
Reencontro dos Ventos é a terceira obra<br />
de Rodrigo com o Jazz <strong>Brasil</strong>. O trio é formado<br />
por Thomas Silvestre (piano acústico e<br />
elétrico), Eduardo Dudu Penz (baixo e percussão)<br />
e Eduardo Costa (bateria e percussão).<br />
Há ainda vários convidados de calibre como<br />
Isaac Duarte (oboé), Edmundo Carneiro (percussão),<br />
Simone Santos (voz), Michael Zisman<br />
(bandoneón), Daniel Zisman (violino),<br />
Edmauro de Oliveira (violão) e Stefan<br />
Baumann (cello), além dos dois filhos de<br />
Rodrigo: Luís Levi Botter Maio (piano, voz e<br />
percussão) e Lino Davi Botter Maio (acordeon<br />
e percussão).<br />
EXPEDIENTE<br />
Foto: Arquivo<br />
<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> é uma publicação<br />
bimensal do <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong>.<br />
Tiragem: 1700 exemplares<br />
Redação e edição: Irene Zwetsch<br />
Foto Capa: <strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />
Layout & Realização: info@wilber.ch, www.wilber.ch<br />
Colaboradores desta edição: Ana Baldini, Andrea Regis,<br />
<strong>Brasil</strong> Infos, Clarice dos Santos, Danielle Tacchi<br />
Jeanrenaud, Fórum <strong>Brasil</strong>-Suíça, Iza Tippett, Marketing<br />
LCC, Marta Gonçalves, Revista Integra, Rui Martins,<br />
www.brasilalemanha.com.br<br />
20<br />
Independente<br />
Rodrigo aposta em mais um trabalho<br />
independente com Reencontro dos Ventos.<br />
Ele acredita que é viável realizar um CD sem a<br />
chancela de uma grande gravadora. «Fazer<br />
não é o problema. Contudo, a distribuição<br />
sem o grande esquema de uma empresa<br />
torna-se mais complicada». Rodrigo usa a<br />
criatividade para solucionar a questão. «A<br />
internet é uma das principais ferramentas<br />
para a divulgação e venda, além dos eventos,<br />
obviamente», revela.<br />
Para o músico, Reencontro dos Ventos<br />
tem um lugar de destaque na sua trajetória.<br />
«Gosto de todos meus trabalhos, mas este é o<br />
mais maduro». Não é por menos. Para se ter<br />
idéia, 11 anos distanciam o novo CD do último<br />
trabalho com o Jazz <strong>Brasil</strong>. «Nesse meio<br />
tempo, entre outras coisas, fiz um CD de Acid<br />
Jazz, outro de Chorinho e um songbook<br />
didático», conta Rodrigo, que vive na Suíça há<br />
15 anos. No total são 20 anos fora do <strong>Brasil</strong>.<br />
Antes da Suíça, ele morou nos Estados Unidos<br />
e na Áustria.<br />
Aos 18 anos Rodrigo já tocava profissionalmente<br />
em São Paulo. Aos 19 deixou o <strong>Brasil</strong><br />
definitivamente para dedicar-se à música.<br />
Vinte anos depois ele toca, dá aulas, promove<br />
e realiza workshops. Há ainda os projetos aos<br />
quais se dedica, num total de quatro: o Jazz<br />
<strong>Brasil</strong>; Return of The Bossa Nova; Regional de<br />
Choro <strong>Brasil</strong>eiro; e a Gafieira Alpina. «Por<br />
vários motivos abri meu leque de atuação.<br />
Um deles é poder me diversificar como músico»,<br />
diz Rodrigo, cujos instrumentos «oficiais»<br />
são o sax e a flauta, e os «complementares»<br />
piano, violão, acordeon e clarinete.<br />
Para saber mais sobre Rodrigo, visite seu<br />
site: www.bottermaio.ch<br />
Contato com a redação:<br />
<strong>CIGA</strong>-<strong>Brasil</strong><br />
Binningerstrasse 19<br />
4103 Bottmingen<br />
Tel/Fax: (061) 423 03 47/46<br />
E-mail: info@cigabrasil.ch<br />
www.cigabrasil.ch<br />
O fechamento redacional da próxima<br />
edição será no dia 02 de novembro<br />
de 2008. Até esta data todos os<br />
textos e anúncios devem chegar às<br />
nossas mãos.<br />
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Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
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Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina<br />
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marcada: (061) 273 83 05.<br />
Sempre às quintas e sextas-feiras,<br />
das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas.<br />
Atividades sócio-culturais.<br />
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<strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong> Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 Ano 10 - N° <strong>54</strong> - Setembro 2008 <strong>CIGA</strong>-<strong>Informando</strong><br />
Mundo da Beleza – Exfoliação facial<br />
Hoje não falaremos sobre a celulite,<br />
acredite ou não! Apesar de podermos continuar<br />
falando mais um pouquinho sobre o<br />
assunto, vamos deixar isso para o próximo<br />
ano.<br />
O verão passou, as roupinhas alegres da<br />
estação voltaram para as caixas, dando<br />
lugar às malhas e casacos para proteger<br />
nosso corpo do friozinho do outono, mas<br />
deixando exposto ao friozinho e poluição<br />
uma parte importante e vulnerável de<br />
nosso corpo: o rosto.<br />
É sobre ele que falaremos nesta edição.<br />
Como o tema é interessante, estarei compartilhando<br />
com vocês nas próximas três<br />
edições um pouco da minha vivência neste<br />
mundo da beleza. Vamos começar com<br />
EXFOLIAÇÃO.<br />
A exfoliação é um elemento imprescindível<br />
no tratamento de limpeza de pele.<br />
No efeito exfoliação a pele é purificada de<br />
seus granulos e calosidades. O efeito<br />
«detergente» deixa a pele macia e resplandescente,<br />
a circulação sanguínea é<br />
estimulada, os poros se tornam mais refinados<br />
e o rosto se beneficia de um toque<br />
fresco e jovial.<br />
Freie Strasse 89 • 4051 Basel<br />
Tel. 061 601 05 05 • Fax 061 631 17 93<br />
Natel. 078 757 73 50<br />
eMail: harmoniza@bluewin.ch<br />
Na verdade, eliminando as células mortas,<br />
a exfoliação prepara a pele para o passo<br />
seguinte no tratamento de limpeza facial,<br />
de modo que a pele possa absorver eficazmente<br />
os princípios ativos dos produtos a<br />
serem usados posteriormente, deixando a<br />
pele hidratada e de uma maciez sem igual.<br />
Porém é muito importante conhecer seu<br />
tipo de pele, especialmente se está pensando<br />
em preparar uma exfoliação caseira. Ela<br />
deve ser preparada de acordo com seu tipo<br />
de pele, especialmente se tiver pele sensível.<br />
Dicas: o abacaxi é um ótimo exfoliador<br />
natural, além de ajudar na eliminação de<br />
manchas.<br />
Iza Tippet,<br />
Terapeuta Corporal<br />
e Reikiana<br />
• Drenagem Linfática • Esfoliação Corporal –Banho Marroquino<br />
• Reflexologia (Pés) • Depilação e Sombrancelhas • Maquiagem<br />
• Maquiagem Definitiva • Manicure – Pedicure • Unhas artificiais.<br />
Pacote especial para o Dia dos Noivos.<br />
Terapias:<br />
• Reiki • Cromoterapia • Florais • Minerais • Auriculoterapia<br />
• Tui Na • Bastão de Moxa • Massagem Acupuntural com<br />
aquecimento • Massagem Estética Modeladora.<br />
Tratamentos holísticos e massagens<br />
somente com hora marcada.<br />
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