Revista GBC Brasil - Ed. 12
A revista oficial do Green Building Council Brasil, traz sempre informações e conteúdos sobre o mercado da construção sustentável
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Coluna CBIC<br />
©Divulgação CBIC<br />
O Futuro do Mercado<br />
Imobiliário<br />
Celso Petrucci<br />
Economista-chefe do Secovi-<br />
SP, membro da Comissão da<br />
Indústria Imobiliária da CBIC,<br />
especializado em crédito<br />
imobiliário e mercado<br />
Perspectivas à luz dos novos rumos da economia<br />
A<br />
o final de janeiro de 2017, pensando neste artigo que<br />
trata do mercado imobiliário que esperamos para este<br />
ano, imaginei o quanto é difícil fazer qualquer previsão<br />
neste País, pois ainda existem “fantasmas” rondando<br />
nossa política e a economia, sem dúvida nenhuma, o<br />
principal deles se chama Operação Lava Jato.<br />
Deixando de lado esse fato, me socorri da memória recente, relembrando<br />
o caminho que a indústria da construção civil imobiliária<br />
percorreu nos últimos 15 anos. No início do século XXI (2001/2004)<br />
praticamente não existia financiamento imobiliário, porque os bancos<br />
usavam as prerrogativas possíveis para não correr riscos e para melhorar<br />
a rentabilidade dos seus acionistas, com a não aplicação dos<br />
recursos da caderneta de poupança. O ano de 2004 foi auspicioso<br />
para o nosso mercado com a aprovação da Lei 10.931/04, verdadeira<br />
colcha de retalhos, que dispôs um marco regulatório para o setor<br />
imobiliário por meio da criação do Patrimônio de Afetação, do Regime<br />
Especial Tributário, da Consolidação da Alienação Fiduciária e da Retificação<br />
Administrativa de Áreas, somente lembrando dos principais<br />
pontos.<br />
Também, nossa economia no primeiro governo Lula, atravessava<br />
um período de crescimento constante, altamente influenciado pela<br />
economia mundial, forte elevação dos preços de commodities agrícolas<br />
e minerais e demanda da China. De 2005 a 2007, mais de 20<br />
incorporadoras imobiliárias, empresas de intermediação e shopping<br />
centers, abriram seu capital obtendo êxito na captação de recursos<br />
do mercado de capitais, iniciando um processo alucinante de nacionalização<br />
e interiorização do mercado imobiliário. Este processo foi<br />
logo interrompido no segundo semestre de 2008, após a quebra do<br />
Leman Brothers e de inúmeros bancos na América e na Europa.<br />
Foi quando surgiu, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida,<br />
verdadeira alavanca do mercado imobiliário dos últimos oito anos. As<br />
empresas do segmento imobiliário, de todos os portes, passaram a<br />
desenvolver produtos destinados às diversas faixas do programa e o<br />
mercado imobiliário deslanchou em 2010, enquanto o PIB do <strong>Brasil</strong><br />
cresceu 7,5% e foram criados mais de 2,2 milhões de novos empregos<br />
com carteira assinada, segundo dados do CAGED.<br />
Costumo afirmar que o MCMV à época, mereceu nota 10, isto por<br />
que o governo, ao debater a criação do programa, solicitou aos interlocutores<br />
públicos e privados que “não inventassem a roda” e<br />
simplesmente adequassem as linhas de financiamento existentes às<br />
necessidades das classes de renda mais baixa. Assim foi feito e ainda<br />
em 2009, mas principalmente a partir de 2010, o mercado imobiliário<br />
teve no MCMV um potencializador sem precedentes para o desenvolvimento<br />
de todas as faixas de imóveis ofertados no País.<br />
Pena que o governo, como sempre acontece, é demorado na adequação<br />
dos parâmetros do programa que foram revistos, pela pri-<br />
<strong>12</strong> fev-mar/17 rev/gbc/br