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01 O Cavaleiro de Bronze - Paullina Simons livro 01

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– Belo dom – ela disse. – Como saberei?<br />

– Não saberá. Vai parecer verda<strong>de</strong>.<br />

Alexan<strong>de</strong>r olhou para ela.<br />

– Se você quer saber a verda<strong>de</strong>, me pergunte e eu lhe conto.<br />

– Se eu perguntar, você me conta a verda<strong>de</strong> sobre qualquer coisa? –<br />

ela o encarou.<br />

– Sim.<br />

Tatiana segurou a respiração porque, por um momento, seu coração<br />

havia parado <strong>de</strong> bater. Parou quando ela mordia os lábios para não<br />

perguntar. Você me ama?, ela queria perguntar a ele. Queria mergulhar<br />

numa espécie <strong>de</strong> terror que a <strong>de</strong>ixasse paralisada e sem condições <strong>de</strong><br />

pensar, mas não podia. Ele queria uma pergunta? Essa era a pergunta<br />

que gritava entre seus <strong>de</strong>ntes cerrados e seu silêncio e seu coração<br />

ofegante.<br />

– Você quer me fazer uma pergunta, Tania? – ele disse suavemente.<br />

– Não – ela respon<strong>de</strong>u, olhando a alça <strong>de</strong> metal e a cabeça grisalha da<br />

mulher à sua frente.<br />

– Aqui estamos – disse Alexan<strong>de</strong>r, quando <strong>de</strong>sciam no Canal<br />

Obvodnoy.<br />

Eles não pegaram o segundo bon<strong>de</strong> como <strong>de</strong> costume. Caminharam<br />

cinco quilômetros <strong>de</strong> volta para casa. Passaram por um portão <strong>de</strong> ferro e,<br />

por trás <strong>de</strong>le, uma porta. O portão e a porta não pareciam a entrada <strong>de</strong><br />

um edifício, mas era como se tivessem sido construídos e agora não<br />

levassem a nenhum lugar. Apontando, Alexan<strong>de</strong>r disse:<br />

– Esses portões, essas portas, todos eles po<strong>de</strong>m estar ouvindo agora,<br />

ontem, amanhã, a você em Kirov, <strong>de</strong>itada junto a um vidro na pare<strong>de</strong> do<br />

outro lado da sua cama.<br />

– Eu sei que você está brincando. Meus avós ficam do outro lado da<br />

minha cama. Você está dizendo que eles são informantes?<br />

– Não estou dizendo isso. – Ele fez uma pausa. – O que estou<br />

dizendo é... não po<strong>de</strong>mos confiar em ninguém. E ninguém está seguro.

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