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CÍoná-la. O que inicialmente era triturado à mão com um pilão<br />
passou a ser moído por uma pedra de moinho impulsiona<strong>da</strong> pela<br />
água. O fato de moer os ingredientes, transformando-os em uma<br />
massa úmi<strong>da</strong>, não somente auxiliou a tornar o processo menos explosivo,<br />
como também deu à mistura uma maior estabili<strong>da</strong>de e uniformi<strong>da</strong>de.<br />
A massa, ou "pasta", era posteriormente lamina<strong>da</strong> e<br />
posta para secar, e em segui<strong>da</strong> quebra<strong>da</strong> em grânulos de diversos<br />
tamanhos com um "britador" semelhante a um martelo. Esses<br />
grânulos eram então remexidos e peneirados para separá-los de<br />
acordo com o tamanho, variando do pó a pe<strong>da</strong>ços do tamanho<br />
de um grão de milho. Os pe<strong>da</strong>ços menores, muito pequenos para<br />
serem usados, eram novamente jogados à pasta inicial para serem<br />
reutilizados.<br />
Esse processo permitia ao usuário selecionar os tamanhos de<br />
grânulos que melhor funcionassem. Os pe<strong>da</strong>ços maiores, como já<br />
mencionamos, eram ideais para expandir os gases de maneira<br />
intensa, de modo que pudessem impulsionar a bala de dentro do<br />
canhão. Os grânulos de tamanho médio eram ideais para os armamentos<br />
de tamanho médio, como mosquetes e canhões de mão, e<br />
a pólvora mais fina era utiliza<strong>da</strong> em pistolas, que possuíam projéteis<br />
menores e mais leves e um alcance menor.<br />
Tudo isso precisava ser executado com extremo cui<strong>da</strong>do. Com o<br />
tempo, a compreensão e a produção <strong>da</strong> pólvora foram se aprimorando,<br />
o que a tornou mais potente, e, se a força utiliza<strong>da</strong> fosse demasia<strong>da</strong>,<br />
corria-se o risco de que a arma fosse pelos ares na explosão.<br />
Os ingredientes continuavam sendo aprimorados. Progressos<br />
na obtenção de carvão vegetal mais puro foram cruciais, assim como<br />
a descoberta de que diferentes tipos de madeira usados na confecção<br />
do carvão produziam diferentes quanti<strong>da</strong>des de gases e,<br />
conseqüentemente, eram utilizados para diferentes propósitos. O<br />
carvão extraído do salgueiro, por exemplo, produz uma quanti<strong>da</strong>de<br />
menor do que o carvão obtido do pinheiro ou castanheiro e consideravelmente<br />
menor do que o obtido do corniso. <strong>As</strong>sim sendo, o<br />
carvão de salgueiro era utilizado na mistura de pólvora para os<br />
canhões, cuja expansão lenta dos gases era a mais apropria<strong>da</strong>, ao<br />
contrário <strong>da</strong> expansão rápi<strong>da</strong> proporciona<strong>da</strong> pelo corniso, mais<br />
indica<strong>da</strong> para as armas menores.