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MUNDO DA ADMINISTRAÇÃO

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mundodaadministracao.com.br<br />

3


SUMÁRIO<br />

eNtrevista aMÉriCO<br />

MatieLLO<br />

16 - Confira essa espetacular<br />

entrevista com o vice presidente de<br />

Campus e Graduação do Grupo<br />

Kroton. Conheça o que Américo<br />

quanto gestor pensa na relação<br />

Educação para o Mundo.<br />

sUsteNtaBiLiDaDe<br />

66 iMPerMaNÊNCia<br />

O homem como hospedeiro<br />

da Terra tem descuidado<br />

muito deste lugar.<br />

Carreira<br />

27 - Carreiras criativas<br />

“Você não precisa seguir os<br />

passos de ninguém. Seu caminho<br />

será traçado ao caminhar”.<br />

iNOvaÇÃO<br />

9 - O incomôdo da<br />

borra de café<br />

A inovação é fundamental<br />

para a sobrevivência da<br />

Empresa.<br />

ORGANIZAÇÕES<br />

11 - Você sabe quem<br />

é seu concorrente?<br />

Você saberia fazer<br />

um mapeamento dos<br />

concorrentes do seu negócio<br />

hoje?<br />

TECNOLOGIA<br />

29 - Parque<br />

Tecnologico / Porto<br />

Digital<br />

O Vale dos Silicios Brasileiro<br />

transformação de uma nova<br />

economia.<br />

tUrisMO<br />

32 - turismo como<br />

atividade de vida.<br />

O Turismo não é diferente<br />

de outras áreas econômicas,<br />

pois também possui<br />

segmentações de mercado,<br />

e é dessa forma que se dá a<br />

organização da atividade.<br />

eMPreeNDeDOrisMO<br />

57 - Gastronomia,<br />

talento e visão,<br />

uma receita<br />

Empreendedora<br />

Será que talento na cozinha<br />

é o bastante para que o<br />

negócio na gastronomia dê<br />

certo?<br />

4 mundodaadministracao.com.br


JUNHO/JULHO<br />

36 - 55 DOssiÊ / INOVAÇÃO EM TEMPOS DE DESCONTINUI<strong>DA</strong>DE<br />

O Dossiê desta primeira edição da Revista<br />

Mundo da Administração apresenta uma história<br />

instigante de garra, reinvenção e inovação que teve<br />

início há 54 anos, superou uma série de concorrentes,<br />

ganhou destaque e se tornou referência regional na<br />

produção de bebidas no Estado do Mato Grosso.<br />

Refrigerantes Marajá é uma empresa inserida<br />

na história mato-grossense há mais de meio século. Foi<br />

fundada em Rondonópolis em 1963 pelo seu Djalma<br />

Pimenta, uma pequena fábrica, mas já com um nome<br />

pomposo. “Marajá” se referia ao bairro em que ela<br />

foi instalada inicialmente. Posteriormente sediada em<br />

Várzea Grande, a partir de 1982, após aquisição pela<br />

família Bruehmueller.<br />

+ CULtUra<br />

• Destaque<br />

• Dicas de livros<br />

• variados assuntos<br />

Aqui você tem indicação<br />

dos melhores Filmes e<br />

Sereados<br />

Fique atento!<br />

resUMO CieNtiFÍCO<br />

68 Ética na administração<br />

pública<br />

Ética é um assunto que exige<br />

sensibilidade sociológica e,<br />

principalmente, seriedade. Esse<br />

fato nos traz questionamentos,<br />

bem como a necessidade de se<br />

verificar os padrões de ética<br />

existentes na Administração<br />

Pública. Diante desse contexto,<br />

surge o seguinte questionamento:<br />

qual o grau de importância da<br />

ética na Administração Pública?<br />

PSICOLOGIAS<br />

20 - Onde está a inovação?<br />

Do começo humano à<br />

conexão da Alma - Ser<br />

apenas você.<br />

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5


NÃO ESTAMOS SÓS<br />

Qual a missão de um Administrador? Ter seu CRA<br />

ou é mais importante e abrangente que isso?<br />

Evidente que sim!<br />

Fato que ter um CRA, com papel moeda mostra<br />

um progresso e ao mesmo tempo uma ação retrogada.<br />

Retrogada pelo fato que tudo se concentra numa<br />

análise dos dados contidos na carteirinha para que o<br />

administrador possa sair vangloriando seu título.<br />

Estupendo, mas o Administrador não se resume<br />

num registro, mas sim naquilo que ele pode afetar<br />

diretamente na transformação social de uma comunidade.<br />

tudo aquilo que ele pode trazer de beneficio, inivação e<br />

sobre tudo união principalmente entre sua profissão.<br />

Mensionando o grande mestre do modernismo<br />

Peter Drucker, mesmo vivendo em uma época de<br />

descontinuidade é necessário ter uma relação sincrona<br />

pois somente pelo amparato da individualidade é que<br />

encontramos a união dos seres. Individualidade não é<br />

individualismo, mas sim preservação e transformação.<br />

Quando se respeita o individualidade esta-se respeitando<br />

o ser que existe dentro de cada espressão humana, e nesse<br />

ponto o processo sicrono consegue alinhar respeito e<br />

amor ao proximo, independente de qual profissão seja.<br />

Descontinuidade é com certeza uma era de<br />

possibilidades e cabe prinicpalmene aos Administradores<br />

compreender que não é um conhecimento que o faz ser<br />

um profissional e nem mesmo uma carteirinha. Mas,<br />

com certeza é navegar entre processos descontinuos<br />

visando sempre agregar e unir-se no mesmo sentido<br />

em que aembarcação está seguindo, (ação), porém<br />

sempre garantido sua individualidade para que no<br />

processo de descontinuidade todas as possibilidades<br />

possaam ser almejadas e respeitadas mesmo pelas suas<br />

divergencias.<br />

O objetivo desta revista é unir conhecimento,<br />

informação e prática, é adedanhar o serne do Mundo da<br />

Administração e compreender que todas as profissiões<br />

tem seu presente valor, mas necessitam de dois pilares.<br />

Pessoas e Adminisração. Ou se preferirem pode pegar um<br />

dedinhos da administração e dizer Pessoas e Gestão.<br />

Fraterno abraço!<br />

Leandro Doorneles<br />

Diretor editorial: Leandro A Doorneles<br />

Diretor Comercial: Lucas Budoia<br />

Diretor de Marketing: Neliton Gois<br />

Gerente de conteúdo: Leandro A Doorneles<br />

Análise de produção editorial: Jair Donato<br />

Editoração eletronica: Leandro A Doorneles<br />

Artes / Capa: Neliton Gois<br />

Logistica: Lucas Mattos<br />

Publicidade: Neliton Gois<br />

Edição:1<br />

Revisão: Telma Cheida Mello<br />

Jornalista Responsavel: Jair Donato Lima<br />

Imagens: Bando de dados revista / internet<br />

assiNatUras - site<br />

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Asinatura por tempo determiado gratuita.<br />

Prazo 12 meses.<br />

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Distribuição nacional / acesso site Mundo<br />

da Administração<br />

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Revista Mundo da Administração é uma<br />

publicação bimestral da Umanos Editora<br />

com ISSN:<br />

O conteudo dos artigos é de responsabilidade dos<br />

autores.<br />

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Caso prefira não recebe-las, favor enviar um e-mail<br />

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magnim ipismolorem dunt lor sis nosto erostio consenie facil in essim volorem il, senis


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O iNCOMÔDO<br />

Da BOrra De<br />

A salvação da lavoura?<br />

CaFÉ<br />

O agronegócio está sendo a salvação da lavoura<br />

da economia nacional.<br />

Uma característica da inovação é que não<br />

se cria a partir de um princípio, mas,<br />

cria-se um princípio a partir de uma<br />

necessidade. Moldável por finalidades coletivas<br />

e outros em normas individuais, mas sempre para<br />

sanar um vácuo que espreme a anciã da liberdade<br />

de um incômodo. Nasce então a INOVAÇÃO.<br />

A administração tem como papel ser o<br />

berço que aconchega a inovação e compreende<br />

os fatores principais para o desenvolvimento das<br />

características libertadoras e esquadrinha normas<br />

de entendimento do princípio de eficácia<br />

no desenvolvimento sócio organizacional e<br />

psicossocial.<br />

Caráter é uma<br />

palavra essencial para a<br />

INOVAÇÃO, visto que ela<br />

abrange áreas fundamentais<br />

da administração de<br />

empresas. Foi por este<br />

caminho que hoje o coador<br />

Melitta é consumido no<br />

mundo inteiro, foi pelo<br />

incômodo e pela necessidade de se tomar um<br />

café sem borrão que a senhora Melitta Benz no<br />

ano de 1908, com um martelo e prego, fez furos<br />

numa panela cilíndrica de latão, forrou o fundo<br />

com um círculo de papel mata-borrão, tirado do<br />

caderno de seu filho mais velho. Colocou o Pó<br />

de café, água fervida por cima e pronto, estava<br />

criado o primeiro filtro Melitta. Naquela época<br />

era preciso esperar a borra assentar para tomar o<br />

café e mesmo assim ingeriam borras não ficando<br />

todas no fundo da xícara.<br />

Esse incômodo fora resolvido com uma<br />

simples observação do óbvio. A senhora Mellita<br />

Bens apresentou a INOVAÇÃO e colocou-a no<br />

berço da administração, fato este que tornou hoje<br />

o coador Mellita a maior marca de coares de café<br />

do planeta.<br />

“Uma boa inovação<br />

nasce da necessidade de<br />

seus Clientes”.<br />

Assim pensa o diretor<br />

de Administração<br />

de Empresas da<br />

Universidade de<br />

Cuiabá- UNIC/Kroton.<br />

LUIZ NESPOLO<br />

CriativiDaDe<br />

8 mundodaadministracao.com.br


iNOvaÇÃO<br />

A<br />

inovação<br />

é<br />

fundamental para<br />

a sobrevivência<br />

da Empresa, tanto que<br />

ela está presente quando<br />

a teoria da administração fala das quatro Áreas<br />

Fundamentais de uma organização.<br />

se no ápice são reinventados, veja curva do ciclo<br />

de vida alongado por inovação no gráfico abaixo:<br />

Essas quatro áreas fundamentais são:<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

Operações ( trata da Engenharia, do<br />

Planejamento e Execução da Produção,<br />

Manutenção, Suprimentos, Armazenamento<br />

e Logística da Distribuição).<br />

Marketing ( trata da propaganda e vendas).<br />

Administrativa/Financeira ( trata da<br />

Contabilidade, Finanças, Administração de<br />

Recursos Humanos).<br />

Planejamento & Desenvolvimento ( trata da<br />

inovação, invenção e mudanças). Não precisa,<br />

necessariamente, ser uma área. Muitas<br />

vezes está associada à área de Marketing ou<br />

Operações.<br />

Falaremos hoje desta área, pois se trata de<br />

uma das mais importantes áreas de uma Empresa.<br />

Ela interage com o ambiente de mudanças em que<br />

se encontram as Organizações. De forma proativa<br />

faz invenções (algo inédito, sem similares de<br />

anterioridade), que antecipam as necessidades<br />

presentes e futuras de seus clientes ou provoca a<br />

inovação (algo que já possui anterioridade), ou<br />

seja, é a melhoria da invenção já existente.<br />

Esta área é que faz com que as<br />

Organizações Empresariais, que são Pessoas<br />

Jurídicas imitando as pessoas físicas e seus<br />

produtos, são também finitos e possuem ciclo<br />

de vida (nascem, crescem, chegam ao ápice,<br />

decrescem e morrem). Porém podem ser alongados<br />

Podemos aqui elencar vários exemplos<br />

de empresas ou produtos que sucumbiram ou<br />

minimizaram-se por não se reinventarem (xerox,<br />

filme para máquina fotográfica e junto a famosa<br />

Kodak, etc,).<br />

Automóveis são os maiores exemplos de<br />

necessidade de inovação constante, cada vez mais<br />

cedo são lançados os modelos do ano seguinte.<br />

Quando os modelos param de inovar<br />

entram rapidamente na curva de decréscimo<br />

de venda, minimização de Market share e/ou<br />

extinção. Veja o exemplo do Fiat Uno, teimou em<br />

se manter o quarto líder de venda e despencou<br />

nas vendas por inovar pouco ao longo do tempo.<br />

Podemos também citar o KA da Ford, que<br />

não possui mais nem traços de seu modelo inicial.<br />

São muitos e muitos exemplos que deixaremos<br />

para o leitor se divertir com as observações.<br />

Porém temos exemplos positivos de<br />

reinvenção: as lâminas de aço de barbear, as<br />

mesmas que nossos avós utilizavam e que tiravam<br />

pedaços de couro junto com a barba. Foram<br />

praticamente substituídas pelos barbeadores<br />

elétricos, porém, com uma propaganda ousada e<br />

inovadora, mostrando a inovação de fazer a barba<br />

mundodaadministracao.com.br<br />

9


com duas lâminas, em que a primeira fazia tchã<br />

a segunda tchu e tchã...tchã...tchã...tchã, (quem<br />

tem mais de 40 anos deve se lembrar bem desta<br />

propaganda), aliada à inovação de usar duas<br />

lâminas, fez com que as pessoas, (eu também),<br />

deixassem o barbeador de lado e, a partir daí,<br />

a arca Gillete nunca mais deixou de competir<br />

consigo mesma. Hoje temos aparelhos de barbear<br />

ofertado de todas as cores e para todos os gostos,<br />

inclusive alguns com mais de cinco lâminas e<br />

fitas lubrificantes.<br />

O que realmente dá certo em inovação? O<br />

principal é, em primeiro lugar, ter ou propiciar um<br />

ambiente que permita o florescimento de ideias<br />

inovadoras, ou seja, que incentive as equipes a se<br />

sentirem empoderadas (Empowerment), a agirem<br />

como donos, pois o dono está atento aos anseios<br />

e manifestações de seus clientes e trata de buscar<br />

forma de atendê-los.<br />

Para isto pode-se motivar com premiação<br />

as ideias mais agregadoras em forma de diversas<br />

campanhas, fomentando itens de avaliação das<br />

reas pelo número e qualidade de sugestões de<br />

melhorias implantadas.<br />

Em segundo lugar,todos da organização<br />

têm que desenvolver o hábito de ouvir o cliente,<br />

pois ele sugere muito e, para descobrirmos seus<br />

anseios, devemos estimular as pessoas do front<br />

office e back office a sempre perguntarem aos seus<br />

clientes no que podem ajudar ou qual a solução<br />

que ele está precisando para seus problemas.<br />

Não podemos esquecer que uma<br />

Organização só existe para atender necessidades<br />

das pessoas e das organizações. Se as necessidades<br />

de nossos clientes mudam e não inovamos nossos<br />

sistemas e produtos para produzir soluções<br />

de qualidade para as suas necessidades, então<br />

estamos aos poucos perdendo espaço para os<br />

novos entrantes ou aos players mais antigos,<br />

mas que estão mais antenados na mudança de<br />

cenário.<br />

E que se ela deixar de atender vai acabar<br />

deixando de existir.<br />

Enfim uma boa inovação nasce da<br />

necessidade de seus clientes e se ela for<br />

desenvolvida com a participação deles, melhores<br />

serão suas chances de sucesso, pois o que serve<br />

para um cliente certamente atende a vários outros<br />

concorrentes no Mercado.<br />

Ao contrário, se desenvolvermos e<br />

inovarmos desfocados das necessidades dos<br />

clientes podemos até estar inovando, mas sem<br />

aplicações práticas.<br />

Em síntese, em momentos de crise,<br />

busque transformar a palavra “crise” retirando<br />

o “s” e mudando para “crie” e ao criar não<br />

esqueça de patentear, principalmente se for algo<br />

sem anterioridade e que pode configurar num<br />

ganho de mercado que só você pode explorar<br />

por determinado período, garantido pela lei<br />

de patentes e pelo INPI (Instituto Nacional de<br />

Propriedade Industrial).<br />

10 mundodaadministracao.com.br


ENTREVISTA<br />

vOCÊ saBe QUeM É seU<br />

CONCORRENTE?<br />

Você saberia fazer um mapeamento<br />

dos concorrentes do seu negócio<br />

hoje? Pode afirmar o local em<br />

que estão instalados? Quem são<br />

eles? Estão no mesmo segmento que o seu?<br />

O que eles negociam que possa inviabilizar o<br />

seu negócio? Talvez sejam essas as perguntas<br />

mais intrigantes quando se trata do mundo<br />

dos negócios. Seja qual for sua atuação<br />

no mercado, é inegável que você se situa<br />

numa velocidade incomparável ao século<br />

XX. E ainda tem que lidar com informações<br />

e conhecimentos altamente perecíveis.<br />

O que mudou no mundo foi o conceito de<br />

concorrência. Hoje, na era em que o consumidor<br />

praticamente não compra mais produtos, pois<br />

ele compra serviços, o diferencial está na<br />

agilidade e nas novas formas de atender as<br />

necessidades dele. Nada mais importa ao cliente!<br />

A equipe Mundo da Administração<br />

conversou com o jornalista Jair Donato,<br />

diretor da DomNato Consultoria, professor<br />

universitário e consultor na área de<br />

desenvolvimento de pessoas, sobre a revolução<br />

no mundo dos negócios e a nova realidade das<br />

organizações.<br />

mundodaadministracao.com.br 11


Mundo da ADM: Dentre todas as mudanças<br />

ocorrida nas últimas décadas, o que mais tem<br />

afetado as organizações?<br />

Jair Donato - Dentre uma multiplicidade<br />

de mudanças, algumas se destacam. Uma<br />

delas é a não segmentação de mercado.<br />

Imagine agora, quem seria uma forte<br />

concorrente de uma empresa aérea, há 20<br />

anos? Certamente poderia vir à sua cabeça<br />

respostas cartesianas como aeronaves mais<br />

sofisticadas ou qualquer outro meio de<br />

transporte rápido, aumento da frota terrestre,<br />

enfim. Grande engano! Houve uma mudança<br />

de paradigma. Foi a teleconferência que,<br />

seguida das telepresenças, em tempos<br />

de holograma que fez com que muitos<br />

executivos trocassem antigas estratégias<br />

pelas soluções via internet.<br />

É isso aí, os equipamentos multimídias<br />

passaram a concorrer diretamente com<br />

as aeronaves. Quem diria! Centenas<br />

de executivos simplesmente trocaram<br />

viagens distantes, às vezes enfadonhas,<br />

por reuniões interativas, via satélite. E,<br />

com menor risco e maior economia para as<br />

empresas, atualmente na cifra de milhões<br />

em dólares anualmente. Contratações,<br />

demissões, promoções e negócios vultosos<br />

são realizados virtualmente, o que gera<br />

economia na casa dos bilhões de cifras<br />

anuais. Essa é uma característica do mundo<br />

em que aumenta cada vez mais a intimidade<br />

com a tecnologia, frente à eminente gestão<br />

da geração Z.<br />

Essa característica de não segmentação<br />

atinge a todos no mercado de trabalho.<br />

No shopping center, o concorrente de<br />

uma empresa de roupas no passado era<br />

outra loja de vestimentas e afins. Hoje,<br />

pode ser a loja de eletrônicos ao lado e<br />

todos os estabelecimentos que tiverem<br />

preços semelhantes ao seu, por exemplo.<br />

Praticamente tudo fora da empresa pode<br />

ser concorrência, especialmente a rapidez<br />

e a agilidade efetiva no atendimento.<br />

Além disso, a velocidade é outra mudança<br />

que se acelerou nas últimas décadas. As<br />

informações estão em tempo real, ninguém<br />

quer ler mais um jornal de ontem, e o<br />

profissional precisa se manter antenado<br />

sobre as mudanças. Embora precise saber<br />

administrar isso também, senão até pode<br />

perder o equilíbrio.<br />

Mundo da aDM - Quais outras<br />

características marcam esta nova realidade?<br />

12 mundodaadministracao.com.br


Jair Donato – A concorrência também<br />

já deixou de ser geográfica. No passado,<br />

o concorrente era aquele que abria um<br />

estabelecimento na frente do outro, ao<br />

lado ou localizado na rua de trás. Agora,<br />

o concorrente é virtual, ele pode estar<br />

do outro lado do mundo. Em apenas um<br />

clique o cliente troca um pelo outro. Nesse<br />

contexto, a fidelidade é coisa cada vez mais<br />

séria e criteriosa. Mas, esse é um fator<br />

positivo quando se trata de investir mais nos<br />

serviços, principalmente no atendimento,<br />

para manter o cliente por perto. Pois agora<br />

ele viaja na hora que desejar e para qualquer<br />

lugar em apenas poucos cliques. E o aspecto<br />

bom disso é que você pode disponibilizar<br />

seus serviços e concorrer com o mundo<br />

inteiro.<br />

E mais, uma grande empresa também não<br />

está mais atrelada a uma enorme estrutura<br />

física. Atualmente, existem corporações<br />

flexíveis com faturamentos espetaculosos,<br />

com sede em cubículos físicos e um número<br />

ínfimo de funcionários. Grandes empresas<br />

já não são sinônimas de volume de matéria<br />

prima e de espaço físico. Não é medida só<br />

por área construída, número da frota de<br />

veículos, tampouco por enormes quadros<br />

de funcionários. Essa foi a mudança do<br />

paradigma da tangibilidade.<br />

Mundo da ADM - E como sobressair-se no<br />

mundo dos negócios mediante essas mudanças<br />

bruscas, que provavelmente não incomodavam<br />

os negócios no século passado?<br />

Jair Donato - Um caminho seguro, no<br />

contexto cada vez mais instável em que<br />

vivemos, talvez seja recorrer à teoria de<br />

Charles Darwin. Ele atestou que “Não é a<br />

mais forte nem a maior das espécies a que<br />

sobrevive na natureza. Mas sim aquela<br />

que mais se adapta às mudanças”. Temos<br />

o exemplo das baratas que estão em toda<br />

parte, sabe por quê? Elas resistiram às<br />

transformações, no decorrer do tempo,<br />

desde há milhões de anos, e continuarão<br />

existindo, mesmo diante das alterações<br />

climáticas. E os dinossauros, cadê eles? Por<br />

que sumiram todos? Afinal, eram tão fortes<br />

e enormes. Mas, certamente pouco móveis<br />

e ágeis. Faltou adaptabilidade. Esse é o<br />

caminho: adaptação, inovação, eliminação<br />

das zonas de resistências frente aos novos<br />

paradigmas.<br />

Talvez as melhores lições que os gestores<br />

podem tirar da constatação darwinista sejam<br />

mundodaadministracao.com.br<br />

13


a flexibilidade e a adaptabilidade. Para<br />

quem ainda não sabe o significado destas<br />

palavras, basta entender que o contrário<br />

delas pode significar o desaparecimento<br />

do profissional ou da empresa no mercado<br />

atual, altamente competitivo. Trata-se de<br />

características comportamentais, que um<br />

século após a Era da administração de Taylor,<br />

são cruciais para manter a empregabilidade<br />

e o empreendedorismo.<br />

Tampouco esqueça valores primordiais<br />

como a ética, a transparência e a lealdade.<br />

Isso é o que gera confiança, a dimensão<br />

fundamental para que se estabeleça a<br />

fidelidade. Nesse cenário de mutação<br />

contínua, quase tudo pode ser negociável,<br />

menos a ética, a transparência, o caráter<br />

ou a reputação da sua organização, e o seu<br />

também. Afora isso, mude tudo o que for<br />

necessário, pois sempre é tempo.<br />

Mundo da ADM - Você destacou os<br />

principais fatores que marcam o atual mundo<br />

corporativo, como a não segmentação, a<br />

velocidade, a troca das referências geográfica<br />

e física pela virtualidade e o cwzontexto global.<br />

Deixe uma mensagem para o nosso leitor<br />

sobre a atuação neste mundo de concorrência,<br />

mas também de possibilidades e grandes<br />

oportunidades.<br />

Jair Donato - Claro. A melhor saída para<br />

essa situação talvez seja considerar todos<br />

os segmentos como aliados, estabelecer<br />

parcerias e investir no marketing de<br />

relacionamento, por excelência. Aristóteles<br />

dizia que a excelência não é um feito,<br />

e sim um hábito. Essa é a importância<br />

da efetividade no exímio tratamento ao<br />

cliente. Hoje, no mercado, não é o mais<br />

forte que vence o mais fraco, nem o maior<br />

que se sobrepõe ao menor; é o mais veloz<br />

que ultrapassa o mais lento. Agora, pense<br />

de outra forma também. O concorrente<br />

pode não ser o outro. Pode ser você mesmo.<br />

Portanto, inove, mude, flexibilize. Mudar<br />

é bom, transforma, é coisa de gente que<br />

empreende com visão de futuro.<br />

Quem atua no mercado deve lembrar sempre<br />

que mudar é preciso, e de maneira contínua.<br />

Porém, não abra mão de ser estratégico<br />

frente a toda e qualquer mudança proposta.<br />

Jair Donato é Jornalista, especialista em Gestão de<br />

Pessoas e Qualidade de Vida (MBA). Mestrando em Ensino e<br />

cursa Psicologia. Atua como consultor de Desenvolvimento<br />

de Pessoas e palestrante há mais de quinze anos. Há 11<br />

anos é professor universitário dos cursos de graduação e<br />

pós graduação (UNIC/Kroton e FGV). Vice-presidente<br />

do Conselho de Curadores da Associação Colônia Vó<br />

Durcelina. Organizador e coautor do livro “PESSOAS –<br />

Foco & Desenvolvimento”. Articulista do jornal A Gazeta<br />

de Cuiabá, para o qual escreve semanalmente. Parte dos<br />

artigos publicados na mídia está no Blog: http://www.<br />

jairdonato.blogspot.com.br<br />

“<br />

O concorrente<br />

pode não<br />

ser o outro.<br />

Pode ser<br />

”<br />

você mesmo<br />

14 mundodaadministracao.com.br


Recentemente foi lançado na cidade<br />

de Cuiabá MT o livro PessOas<br />

– FOCO & DeseNvOLviMeNtO,<br />

em que Jair Donato é organizador e<br />

também coautor.<br />

Entre ele está mais 20 coautores,<br />

desde mestres e doutores que<br />

exteriorizam para o papel<br />

experiências de mercado práticas<br />

e vivências tanto do mundo da<br />

administração quanto da educação.<br />

Cada texto tem sua sutiliza e<br />

acompanhado de uma clareza taxativa<br />

que leva ao leitor uma afabilidade de<br />

conhecimento sobre o processo de<br />

gerir pessoas .<br />

Será que as pessoas e as organizações estão preparadas para as mudanças no atual contexto descontínuo<br />

da humanidade? Depressão, como lidar com ela no trabalho? Como desenvolver competências<br />

em liderança, projetos, qualidade, gestão de conflitos, finanças, carreira e empoderamento?<br />

Descubra o que fazer para despertar a força da motivação e do empreendedorismo no mercado de<br />

trabalho, na carreira e na vida.<br />

serviÇO UMaNOs eDitOra<br />

PESSOAS – Foco & Desenvolvimento<br />

Páginas: 300 / Edição : 1ª<br />

Formato: 15,5×23 / Peso: 0,5 Kg<br />

Acabamento: Brochura<br />

ISBN: 978-85-66268-05-8<br />

mundodaadministracao.com.br 15


eNtrevista<br />

aMÉriCO MatieLLO<br />

Vice-Presidente de Graduação Presencial e Campus Grupo Kroton<br />

Américo Matiello, tem 47 anos,<br />

brasileiro e pai de dois filhos. Possui uma extensa<br />

formação acadêmica.<br />

Engenheiro Elétrico pela Escola de<br />

Engenharia Mauá e Mestre em Administração<br />

pela FGV com créditos na NYU (New York<br />

University.<br />

Com 25 anos de trajetória profissional,<br />

sendo oito anos em empresas multinacionais<br />

(incluindo 1 ano de experiência internacional)<br />

e 16 anos em educação. È egresso do Grupo<br />

Kroton há três anos.<br />

É<br />

fundamental a sociedade preservar pelo<br />

principio de uma educação que vise<br />

a continuidade de uma administração<br />

eficaz, que prese pelo processo de pessoas e pela<br />

maximização tanto do lucro como da qualidade.<br />

O Vice-Presidente de graduação e campus<br />

do Grupo Kroton, recebeu o jornalista Jair<br />

Donato e explanou sobre o mundo da educação e<br />

os passos intimos que ligam-na à Administração.<br />

Segue a entrevista<br />

NO <strong>MUNDO</strong><br />

Segue a entrevista<br />

D<br />

A Kroton Educacional<br />

é uma das maiores organizações educacionais<br />

privadas do Brasil e do mundo, com uma trajetória<br />

de mais de 45 anos na prestação de serviços no<br />

Ensino Básico e de mais de 10 anos no Ensino<br />

Superior. Em 2010, a Kroton adquiriu o Grupo<br />

IUNI Educacional, instituição que também atuava<br />

na graduação e pós-graduação presencial; em<br />

2011, o destaque foi a aquisição da Universidade<br />

Norte do Paraná (Unopar), a maior instituição de<br />

Educação à Distância do país. Para coroar esse<br />

ritmo intenso de aquisições, em 2013, a Kroton<br />

realizou o maior movimento de sua história:<br />

anunciou a fusão com a Anhanguera e, com<br />

isso, consolidou a sua liderança tanto no ensino<br />

Presencial como na Educação a Distância.<br />

Após a fusão com a Anhanguera, a Kroton<br />

passou a contar com 125 unidades de Ensino<br />

Superior, presentes em 18 estados e 83 cidades<br />

brasileiras, além de 726 Polos de Graduação<br />

EAD credenciados pelo MEC localizados em<br />

todos os estados brasileiros e também no Distrito<br />

Federal. A Companhia ainda conta, na Educação<br />

Básica, com mais de 870 escolas associadas em<br />

todo o território nacional. Por fim, a fusão com<br />

16 mundodaadministracao.com.br


oton<br />

Você possui uma experiência profissional<br />

em grandes empresas, além de especialização<br />

fora do País. Conte-nos sobre sua trajetória<br />

antes de fazer parte do time Kroton. E como<br />

se inseriu no grupo?<br />

Américo Matiello: Ainda durante os<br />

semestres finais de graduação coloquei<br />

como meta de carreira ter uma experiência<br />

internacional, por acreditar que aceleraria<br />

meu crescimento pessoal e profissional.<br />

Daí a opção por iniciar com estágio em<br />

uma empresa multinacional (ABB). Após<br />

três anos consegui atingir o objetivo ao<br />

trabalhar na Suécia. Posteriormente tive<br />

também uma 2ª experiência internacional<br />

nos EUA, já com mais experiência, em<br />

2000. O ano de 2002 marcou uma mudança<br />

importante na minha carreira, pois naquele<br />

momento eu não estava feliz ao atuar em<br />

grandes empresas e decidi empreender em<br />

empresas menores, com grande potencial de<br />

crescimento. Tive a felicidade de ingressar<br />

em uma instituição de educação superior<br />

em São Paulo (IBTA), focada em ensino<br />

superior, na época com pouco mais de 200<br />

alunos de graduação. Daí para frente toda<br />

minha carreira foi em educação superior<br />

(exceto no ano de 2012). Hoje posso<br />

afirmar, sem dúvida alguma, que sou um<br />

profissional extremamente realizado, pois<br />

sou um apaixonado pelo setor de educação<br />

e muito feliz na posição que ocupo.<br />

Como é atuar na linha estratégica do maior<br />

grupo educacional do mundo?<br />

Américo Matiello: A responsabilidade é<br />

grande. Atualmente um em cada oito alunos<br />

no Brasil estudam na Kroton. Proporcionar<br />

um ensino de qualidade é tão importante<br />

para garantir bons resultados para a Kroton<br />

quanto para ajudar o Brasil a se desenvolver.<br />

Temos um time de primeira linha que tem<br />

obtido excelentes resultados até aqui, e<br />

temos metas de melhorar ainda mais nossa<br />

qualidade e eficiência.<br />

Da eDUCaÇÃO<br />

a Anhanguera adicionou ao<br />

portfolio mais de 400 polos de<br />

cursos livres e preparatórios.<br />

Como investimento social, a<br />

Companhia mantém a Fundação<br />

Pitágoras, uma organização<br />

sem fins lucrativos, que<br />

viabiliza projetos educacionais<br />

em instituições públicas e<br />

privadas. O objetivo é transferir<br />

tecnologia de gestão e capacitar<br />

os profissionais para melhorar<br />

o desempenho dos alunos da<br />

Educação Infantil e do Ensino<br />

Fundamental. Adicionalmente,<br />

a Companhia possui projetos<br />

de responsabilidade social em<br />

todas as suas unidades de Ensino<br />

Presencial que no último ano<br />

realizaram mais de 1 milhão de<br />

atendimentos, principalmente<br />

nas áreas de saúde e Bem-estar.<br />

Após a fusão com a Anhanguera,<br />

a Companhia incorporou a<br />

sua área de Responsabilidade<br />

Social que, em 2013, foi<br />

responsável por coordenar mais<br />

de 1,6 milhão de atendimentos<br />

por meio de mais de 1.250<br />

projetos. Entre as principais<br />

iniciativas entre os projetos<br />

de responsabilidade social<br />

e ambiental da Anhanguera,<br />

podemos destacar o Trote<br />

Solidário, a Semana de Ensino<br />

Responsável e Semana Global<br />

de Empreendedorismo.<br />

Fonte: http://www.kroton.com.br/<br />

mundodaadministracao.com.br 17


Vice-P<br />

Qual é a visão do Grupo Kroton para os<br />

próximos anos?<br />

Américo Matiello: De forma sucinta,<br />

diria que é aumentar cada vez mais a<br />

qualidade do ensino e, consequentemente,<br />

a empregabilidade dos nossos alunos, e<br />

crescer, tanto de forma orgânica quanto<br />

através de aquisições. Ainda existe espaço<br />

para consolidações no setor, o Brasil é um<br />

país continental e a graduação presencial<br />

da Kroton, apesar do volume elevado de<br />

alunos, possui aproximadamente 10% de<br />

market share somente.<br />

Na sua visão, quais são os atributos<br />

necessários para que o executivo trilhe pelo<br />

caminho da liderança?<br />

Américo Matiello: Além das competências<br />

técnicas e conhecimento profundo do<br />

negócio, acredito que Ética, Respeito às<br />

Pessoas, Foco em Execução e “Espírito<br />

de Dono” são fatores de sucesso. Atuar<br />

sempre como se você fosse o sócio/dono da<br />

operação, o tempo todo.<br />

Você esteve em julho deste ano no Encontro<br />

Fala Liderança, em Cuiabá. Essa é uma viagem<br />

que você faz pelo País, oportunidade em que<br />

se reúne com um grupo de colaboradores<br />

escolhido por sorteio nas unidades Kroton pelo<br />

Brasil. Conte um pouco sobre essa experiência<br />

e o que agrega para a linha estratégica, sair do<br />

escritório para ouvir esses colaboradores das<br />

unidades:<br />

Américo Matiello: Momentos como<br />

esses são muito relevantes. Podemos ouvir<br />

e sentir de perto o que acontece no dia a<br />

dia da operação, e pensar em formas de<br />

melhorar. O papel do líder é garantir que<br />

as unidades tenham todas as condições<br />

para executar suas atividades de forma<br />

primorosa, nós servimos as unidades e não<br />

o contrário. Nada mais natural que haja esta<br />

proximidade.<br />

Qual é a visão do Grupo Kroton sobre<br />

educação na atualidade?<br />

Américo Matiello: Temos uma visão clara<br />

do enorme potencial que o segmento de<br />

educação superior tem no Brasil. Hoje em<br />

dia somente um em cada seis jovens de<br />

18 a 24 anos está matriculado no ensino<br />

superior, sendo que em algumas regiões<br />

este indicador chega a ser de um em cada<br />

10. A meta do governo é chegarmos em uma<br />

relação de um em cada três em 2024, o que<br />

nos colocaria em um nível mais próximo dos<br />

demais países em desenvolvimento. Não<br />

temos dúvida de que o mercado irá crescer,<br />

e nosso objetivo é termos o melhor modelo<br />

acadêmico de ensino, daí os investimentos<br />

significativos que temos feito no KLS 2.0.<br />

Educação de qualidade para uma grande<br />

quantidade de alunos é nosso desafio.<br />

Qual é o comprometimento do Kroton com<br />

investimento nos profissionais educadores?<br />

Américo Matiello: Muito grande. Costumo<br />

dizer que “somos uma empresa de gente,<br />

que forma gente”. Nosso negócio envolve<br />

pessoas em todos os sentidos. Ter um time<br />

bem preparado é fundamental. Dentro deste<br />

contexto a UK – Universidade Kroton – tem<br />

um papel relevante para apoiar as iniciativas<br />

de capacitação constante do nosso quadro<br />

de colaboradores.<br />

O que você tem a dizer para o jovem que<br />

está à procura de uma instituição de ensino,<br />

que deseja ter uma formação superior e se<br />

inserir no mercado profissional?<br />

18 mundodaadministracao.com.br


aMÉriCO MatieLLO<br />

Vice-Presidente de Graduação Presencial e Campus Grupo Kroton eNtrevista<br />

Américo Matiello: Que escolha uma área<br />

para a qual tenha afinidade para que seja<br />

feliz profissionalmente, e seja perseverante<br />

e não desista da sua graduação. O mercado<br />

valoriza muito o diploma, na média um<br />

profissional com formação superior possui<br />

uma remuneração 2,5x maior quando<br />

comparado a quem não tem. O Brasil<br />

precisa de mão de obra qualificada para<br />

crescer, temos uma das menores taxas de<br />

formandos da América Latina e do mundo,<br />

o que gera uma oportunidade muito grande<br />

para os jovens.<br />

Como você vê o desenvolvimento de<br />

competências na relação com o mercado de<br />

trabalho? O Brasil é um país competente?<br />

Américo Matiello: Como toda nação,<br />

o Brasil possui muitos profissionais<br />

competentes em diversas áreas. Claro<br />

que sempre temos espaço para melhorar,<br />

mas minha visão é que o problema não<br />

é qualidade e sim volume, muito baixo<br />

considerando o tamanho da nação, conforme<br />

mencionado anteriormente. Brasil tem<br />

uma dependência grande do segmento de<br />

commodities, e enxergo potencial futuro<br />

para atuação em setores mais tecnológicos<br />

e inovadores. Para tanto, precisamos de<br />

pessoas qualificadas, e este é nosso papel:<br />

preparar os jovens para atuarem nestes e<br />

em outros segmentos.<br />

Unopar. Acreditamos que a estratégia de<br />

marcas regionais fortes faz muito sentido<br />

considerando as dimensões geográficas do<br />

nosso país. Sobre Unic, sem dúvida é uma<br />

instituição muito relevante para a Kroton,<br />

com mais de 45 mil alunos, receitas e<br />

margens elevadas. Certamente atingiu<br />

este nível pela sua excelência acadêmica.<br />

Como exemplo concreto, três cursos da<br />

Unic ocupam atualmente o ranking entre<br />

os 10 melhores do Brasil pelo critério do<br />

CPC: Medicina Veterinária, Odontologia e<br />

Psicologia. É uma marca que nos enche de<br />

orgulho.<br />

Jair Donato<br />

Jornalista responsável – Revista Mundo da<br />

Administração<br />

Qual sua avaliação sobre o desempenho da<br />

Universidade de Cuiabá, uma das instituições<br />

de destaque para o Grupo Kroton?<br />

Américo Matiello: Temos hoje mais de<br />

440 mil alunos de graduação presencial<br />

no Brasil, que estudam em 120 campi<br />

através de 7 “marcas” – Anhanguera,<br />

Fama, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e<br />

mundodaadministracao.com.br<br />

19


Psicologias<br />

ONDE ESTÁ A<br />

INOVAÇÃO…<br />

DO COMEÇO HUMANO À<br />

CONEXAO <strong>DA</strong> ALMA – SER APENAS VOCÊ<br />

Esse quebra-cabeça é um dos maiores<br />

em torno da nossa espécie. Em um<br />

planeta que abrigou diferentes tipos<br />

de seres humanos, incluindo os<br />

neandertais e os “hobbits” de Flores (Indonésia),<br />

apenas um sobreviveu até hoje: Homo sapiens.<br />

Nosso status “solo” atual na Terra é, portanto,<br />

uma esquisitice evolucionária – embora não<br />

esteja claro quando nossa espécie tornou-se a<br />

única mestre da Terra, também não está claro<br />

porque sobreviveram quando todas as outras<br />

versões da humanidade morreram. Será que<br />

matamos nossos concorrentes, ou foram os<br />

outros apenas mal adaptados e incapazes de<br />

reagir às flutuações climáticas extremas que<br />

então afligiram o planeta?<br />

em corpo e tamanho do cérebro de humanos<br />

modernos.<br />

Figura 01 - Recriação feita por artista mostra como seriam os<br />

habitantes de Sima de los Huesos... Região que também habitavam<br />

os Neandertais.<br />

Como foi que iniciamos a nova ação<br />

humana na galáxia?<br />

Quem somos de fato?<br />

Para onde iremos?<br />

Estas questões fundamentais foram<br />

discutidas em junho de 2013 numa conferência<br />

no Museu Britânico, em Londres, chamada<br />

“Quando a Europa estava coberta por gelo e<br />

cinzas”. Na reunião, os cientistas revelaram os<br />

resultados de um programa de pesquisa de cinco<br />

anos utilizando técnicas de datação modernas<br />

para responder a esses quebra-cabeças.<br />

Em particular, os pesquisadores focaram<br />

os neandertais, uma espécie muito parecida<br />

Figura 02 - Recontrução facial de um Homo neanderthalensis<br />

(Smithsonian Museum of Natural History)<br />

Figura 03 - Crânio de homem<br />

de Neandertal, descoberto em<br />

1908 em La Chapelle-aux-<br />

Saints (França)<br />

20 mundodaadministracao.com.br


Em particular, os<br />

O homem de<br />

pesquisadores focaram os<br />

Neandertal (Homo<br />

neandertais, uma espécie<br />

neanderthalensis<br />

muito parecida em corpo<br />

na nomenclatura<br />

e tamanho do cérebro de<br />

binomial) é<br />

humanos modernos. Eles já<br />

uma espécie<br />

dominaram a Europa, mas<br />

humana extinta.<br />

desapareceram depois de<br />

Alguns autores<br />

que os humanos modernos<br />

consideram-no<br />

chegaram partindo de nossa<br />

como subespécie<br />

pátria Africana há cerca<br />

do Homo<br />

de 60.000 anos atrás. A<br />

sapiens, o homem<br />

pergunta é: por quê?<br />

moderno, com<br />

“Um dos grandes<br />

o qual conviveu<br />

problemas em entender o<br />

(Homo sapiens<br />

que aconteceu quando os<br />

neanderthalensis<br />

humanos modernos surgiram<br />

e Homo sapiens<br />

na Europa tem preocupado<br />

sapiens,<br />

as datas para a nossa<br />

respectivamente)<br />

chegada“, disse o professor<br />

Chris Stringer, do Museu<br />

de História Natural, em Londres.<br />

“Antigamente<br />

pensava-se que surgiram na Europa cerca de<br />

35.000 anos atrás, e que coexistiram com os<br />

Neandertais há milhares de anos depois.<br />

Eles podem ter sobrevivido – inclusive<br />

em cavernas em Gibraltar – até 28 mil anos atrás.<br />

Nisso, creditava-se.”<br />

Em outras palavras, houve uma longa e<br />

gradual troca por seres humanos modernos – uma<br />

ideia que esteve susceptível de ser demolida na<br />

conferência de 2013, disse Stringer.<br />

Os resultados do programa de pesquisa<br />

de cinco anos, RESET (Response of humans to<br />

abrupt Environmental Transitions), mostrou que<br />

os seres humanos modernos chegaram muito<br />

mais cedo do que o estimado anteriormente e<br />

que os neandertais se foram mais cedo do que<br />

pensávamos.<br />

Datações cuidadosas de descobertas em<br />

toda a Europa sugerem que o Homo sapiens<br />

poderia ter alcançado a Europa há 45 mil anos<br />

atrás.<br />

Cinco mil anos depois, os neandertais<br />

tinham desaparecido.<br />

“Pesquisas anteriores em sítios de<br />

Neanderthal, que sugerem que eles eram mais<br />

jovens que 40.000 anos de idade, parecem estar<br />

erradas“, disse Stringer. “Essa é uma descoberta<br />

chave que foi discutida na<br />

Usando a tecnologia<br />

conferência.”<br />

de radiocarbono<br />

para vestígios que têm 40 mil anos de idade<br />

sempre foi complicado. Carbono radioativo<br />

decai de forma relativamente rápida e, depois<br />

de 40 mil anos, haverá apenas uma pequena<br />

quantidade deixada em uma amostra para<br />

medir. O menor pedaço de contaminante pode<br />

estragar esforços de datação.<br />

No entanto, os cientistas têm a intenção<br />

de contornar esses problemas. Na Universidade<br />

de Oxford, cientistas liderados por Tom Higham<br />

desenvolveram novos métodos para remover<br />

contaminação e têm sido capazes de fazer a<br />

datação de radiocarbono muito mais precisa<br />

para este período.<br />

Além disso, pesquisadores do RESET<br />

usaram evidência de uma erupção devastadora<br />

do vulcão Campi Flegrei, a oeste de Nápoles,<br />

39 mil anos atrás.<br />

Estudos recentes têm mostrado que<br />

esta erupção foi muito mais destrutiva do<br />

que se acreditava anteriormente. Mais de 60<br />

metros cúbicos de cinzas foram expelidos na<br />

atmosfera e cobriram uma vasta área da Europa<br />

Oriental, Norte da África e Ásia ocidental. Essa<br />

camada dá aos cientistas um meio preciso de<br />

datação para esse período e, combinado com a<br />

nova datação por radiocarbono, mostra que não<br />

parece haver nenhum sítio de Neanderthal em<br />

qualquer lugar na Europa há 39 mil anos atrás,<br />

10 mil anos mais cedo do que as estimativas<br />

anteriores. É uma mudança significativa em<br />

nosso pensamento sobre os nossos primos<br />

evolutivos mais próximos.<br />

mundodaadministracao.com.br 21


Alguns pesquisadores sugeriram até<br />

que Campi Flegrei – a maior erupção vulcânica<br />

na Europa por mais de 200.000 anos – teria<br />

produzido um impacto catastrófico. Plumas<br />

enormes de cinzas teriam apagado o sol durante<br />

meses ou possivelmente anos, e fez com que as<br />

temperaturas despencassem.<br />

Emissões de dióxido de enxofre, flúor<br />

e cloro teriam gerado quedas intensas de chuva<br />

ácida. Os neandertais podem simplesmente ter<br />

tremido e sufocado até a morte.<br />

A erupção Campi Flegrei não só nos dá<br />

uma data para o desaparecimento dos neandertais,<br />

como pode fornecer-nos a causa de sua extinção,<br />

embora Stringer apresente uma nota de cautela.<br />

“Alguns pesquisadores acreditam que há uma<br />

relação entre a erupção e o desaparecimento<br />

dos neandertais. Mas eu duvido“, disse ele. “A<br />

partir da nova datação por radiocarbono e do<br />

trabalho realizado por cientistas do RESET,<br />

parece que os neandertais provavelmente já<br />

tinham desaparecido. Alguns podem ainda ter<br />

andado por aí, é claro, e Campi Flegrei pode<br />

ter entregue o golpe de misericórdia. Mas seria<br />

errado pensar que a erupção foi a principal<br />

causa da morte do homem de Neandertal.”<br />

Então, o que matou os neandertais? Dada a<br />

velocidade com que eles parecem ter desaparecido<br />

do planeta após os seres humanos modernos,<br />

distribuídos para fora da África, é provável que o<br />

Homo sapiens teve um papel fundamental na sua<br />

morte.<br />

Isso não significa que ele o perseguiu e<br />

matou – um cenário improvável dado seus físicos<br />

musculares. No entanto, pode ter sido mais bem<br />

sucedido na competição por recursos, como<br />

pesquisas recentes têm sugerido.<br />

Eiluned Pearce e robin Dunbar,<br />

da Universidade de Oxford, trabalharam<br />

recentemente com Stringer e compararam os<br />

crânios de 32 Homo sapiens e 13 neandertais,<br />

descobrindo que o último teve órbitas que eram<br />

significativamente maiores.<br />

Estes olhos maiores eram uma adaptação<br />

para as noites, e invernos longos e escuros da<br />

Europa, e teria exigido áreas de processamento<br />

visual muito maior em crânios Neanderthal.<br />

Por outro lado, os seres humanos<br />

modernos, da ensolarada África, não tinham<br />

necessidade dessa adaptação e em vez disso,<br />

evoluíram lobos frontais, que são associados<br />

com o processamento de alto nível. “Mais do<br />

cérebro Neanderthal parece ter sido dedicado<br />

à visão e controle do corpo, deixando menos<br />

cérebro para lidar com outras funções, como<br />

as redes sociais“,<br />

Pearce disse à BBC News.<br />

Este ponto é enfatizado por<br />

Stringer.<br />

Para ele:<br />

“Cérebros neandertais eram tão<br />

grandes como os humanos modernos, mas<br />

também tinham corpos maiores. Mais de suas<br />

células cerebrais teriam sido necessárias para<br />

controlar esses corpos maiores, além dos bits<br />

adicionais de córtex necessários para a sua<br />

visão avançada que signifi ca que eles tinham<br />

menos poder de cérebro disponível para eles<br />

em comparação com os humanos modernos“.<br />

Assim, nossos ancestrais possuíam<br />

um talento cerebral pouco maior, apesar de<br />

seus cérebros não serem maiores do que os<br />

neandertais.<br />

Como eles usaram o poder do cérebro<br />

extra é um pouco mais complicado de avaliar,<br />

embora a maioria dos cientistas acreditem que<br />

mantiveram longas e complexas redes sociais.<br />

Desenvolver a capacidade de falar uma<br />

linguagem complexa teria sido um resultado<br />

direto, por exemplo.<br />

Ter extensas redes de clãs teria sido uma<br />

vantagem considerável na Europa, que estava,<br />

então, caindo em uma nova era do gelo.<br />

Quando as coisas ficavam difíceis para<br />

um grupo, a ajuda poderia vir de outro.<br />

22 mundodaadministracao.com.br


Neandertais teriam menos backup. Este<br />

ponto é apoiado por estudos dos instrumentos<br />

das pedras utilizadas pelo Neanderthal.<br />

Estes raramente são encontrados mais de<br />

30 quilômetros de sua fonte. Em contraste,<br />

os humanos modernos estavam executando<br />

operações de transporte por 640 quilômetros.<br />

A vida cultural tornou-se cada vez mais<br />

importante para os seres humanos. Uma<br />

pesquisa por Tanya Smith, da Universidade de<br />

Harvard, revelou recentemente que a infância<br />

dos humanos modernos tornou-se mais longa<br />

do que a dos neandertais.<br />

Ao estudar os dentes de crianças de<br />

Neandertal, ela descobriu que eles cresceram<br />

muito mais rapidamente do que as das crianças<br />

humanas modernas.<br />

O crescimento dos dentes está ligado<br />

ao desenvolvimento global e mostra que os<br />

neandertais devem ter tido uma oportunidade<br />

muito reduzida de aprender com os seus pais e<br />

os membros do clã.<br />

“Passamos de uma estratégia primitiva de “live<br />

fast, die young” para uma estratégia “live slow,<br />

die old” que ajudou a tornar o ser humano<br />

um dos organismos mais bem sucedidos do<br />

planeta”, disse smith.<br />

Assim, os neandertais – que já viviam em<br />

pequenas populações esparsas, em toda a Europa<br />

– eram fundamentalmente mal equipados para<br />

lidar com os recém-chegados que vieram de<br />

África.<br />

“Pode não ter sido a única causa de<br />

extinção Neanderthal“, disse Stringer.<br />

“Eles podem ter desaparecido em<br />

regiões diferentes, por diferentes<br />

razões, mas a causa de fundo é clara.<br />

Eles não tinham os números.””<br />

AS DUAS<br />

Os neandertais e os humanos modernos,<br />

acredita-se, evoluíram de um ancestral<br />

comum, o Homo heidelbergensis, cerca<br />

de 400.000 anos atrás. O Homo heidelbergensis<br />

habitou a Europa, África e Ásia.<br />

Acredita-se que a espécie deu origem ao<br />

Homo neanderthalensins na Europa, e ao Homo<br />

sapiens na África. Os neandertais tinham mais<br />

massa muscular e eram mais largos do que os<br />

seres humanos modernos, uma adaptação ao<br />

ambiente mais frio da Europa. O Homo sapiens<br />

foi mais capaz de perder o calor do corpo, uma<br />

resposta essencial para as condições na África.<br />

O Homo sapiens começou a desenvolver<br />

habilidades artísticas e uma capacidade para o<br />

pensamento simbólico.<br />

Cerca de 60.000 anos atrás, os humanos<br />

modernos migraram da África para a Ásia e<br />

Europa. Não se sabe quando conheceram os<br />

neandertais, mas pelo menos uma vez, em um<br />

único local, houve um resultado positivo – a<br />

evidência genética sugere que algum cruzamento<br />

ocorreu entre as duas espécies. Como resultado,<br />

os pequenos fragmentos de DNA neandertal<br />

vivem em nossos genes.<br />

mundodaadministracao.com.br<br />

23


Onde quero chegar com essas<br />

informações?<br />

Desejo levar você, nosso leitor, a<br />

viajar pelo tempo e se questionar sobre sua<br />

importância nessa complexa sociedade em<br />

que estamos inseridos.<br />

Na maioria das vezes nossos olhos<br />

percebem negatividade, cenas de violência<br />

e agressão, morte ao acaso, fome, solidão e<br />

sofrimento emocional.<br />

Venho aqui para te contar que há uma<br />

maneira de transformar a negatividade em<br />

positividade. COMO?<br />

No seu interior, existe uma energia, uma<br />

força vital que precisa ser acessada, experimentada<br />

e degustada. Ao sentir sua potencialidade e talento<br />

para amar a si mesmo, com seu passado histórico<br />

de lutas, vitórias, perdas, fracassos e erros,<br />

aceitando que tudo foi e é aprendizado, essa energia<br />

passa a fluir naturalmente e conscientemente, ou<br />

seja, você passa a observar mais, ouvir mais e<br />

responder com a alma e não apenas responder<br />

uma pergunta, mas sentir a outra pessoa, acessála<br />

e aceitá-la com sua história também – isso é o<br />

amor autêntico.<br />

Dessa maneira você terá mais tempo...<br />

tempo para abraçar, tocar e observar o quanto o<br />

mundo precisa de pessoas como você, nas mais<br />

simples atitudes até as mais complexas como o<br />

perdão. Comece perdoando a si, sendo grato pela<br />

sua história, sua evolução e ressignificação – aí,<br />

então, meu caro e querido leitor, você estará no<br />

ápice da inovação, o sucesso estará estampado no<br />

seu olhar e aquilo que tocar será leve, assertivo e<br />

terá resultados incríveis.<br />

Podemos dizer não à evolução tecnológica<br />

selvagem que vivemos, de humanos – zumbis –<br />

paralisados e escravizados pela inovação bruta e<br />

fria, desumana e destrutiva.<br />

Podemos usar a inovação em descobrir<br />

quem somos, o que de fato gostamos, desejamos<br />

e aceitamos em nós.<br />

À medida que nos descobrimos, passamos<br />

a evoluir e deixar fluir nossa essência, nosso<br />

olhar muda, nos tornamos leves, os problemas<br />

continuam existindo, eles não mudam, o que<br />

muda é a nossa maneira de enfrentar e resolver<br />

conflitos, ou seja, o que muda é a sua crença sobre<br />

si mesmo, o mundo que te cerca e as pessoas com<br />

quem convive.<br />

A mudança está em você, experimente<br />

sempre.<br />

Darwin mostrou que não é<br />

o maior ou mais forte que<br />

sobrevive, mas quem se adapta<br />

melhor.<br />

Texto escrito por: Angelita P Wilk<br />

Doutora em Psicologia Clínica<br />

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA:<br />

PETER Andrews, The Complete World of Human, 2 ed.<br />

London is the former Head of Human Origins at the Natural<br />

History Museum, London.Thames&Hudson, 2012.<br />

YALOM, IRVIN D., Os desafios da terapia, Rio de<br />

Janeiro, Ediouro, 2006.<br />

24 mundodaadministracao.com.br


mundodaadministracao.com.br 25


Carreiras<br />

“Você não precisa seg<br />

Seu caminho será traç<br />

Sem dúvida a maior dúvida<br />

de um profissional recémformado<br />

ou mesmo daquele<br />

que pleiteia uma determinada<br />

posição e querer voar para<br />

novos horizontes é sobre o<br />

destino de sua carreira.<br />

O estado psicológico é catastrófico quando<br />

surgem pensamentos tais como: qual a melhor<br />

forma e maneira de se enquadrar no mercado<br />

de trabalho para obter uma carreira que melhor<br />

satisfaça todos os anseios tanto materiais como<br />

sociais?<br />

Surgem muitas questões e direcionamentos<br />

mal compreendidos na administração da carreira<br />

o que faz com que muitos talentosos profissionais<br />

busquem rumos desvantajosos por não entenderem<br />

exatamente o nível de uma carreira de sucesso<br />

e os elementos cruciais para que ela possa se<br />

desenvolver.<br />

Mas, aqui está o ponto. Existem inúmeras<br />

formas de conquistar uma boa carreira e ser<br />

bem sucedido, principalmente quando se opta<br />

por criar vínculos criativos em todos os pontos<br />

que interligam o profissional com o mercado de<br />

trabalho.<br />

A criatividade é um cerne<br />

capaz de moldar conjuntos estruturados no<br />

individuo e proporcionar-lhe condições supremas<br />

para desenvolver tanto as habilidades quanto as<br />

competências.<br />

26 mundodaadministracao.com.br


sa seguir os passos de ninguém.<br />

rá traçado ao caminhar”.<br />

Carreiras criativas<br />

*Por Jorge Mauricio<br />

Gestão de carreira virou tema da<br />

moda. De repente começaram<br />

a surgir os “gurus” da área, os<br />

coaches de carreira (sou um deles!)<br />

e pessoas das mais diferentes<br />

idades, dos 14 aos 70 anos, começaram a discutir<br />

o assunto. E isso é ótimo!<br />

Todo este envolvimento com o tema devese<br />

a vários fatores. Um deles é a percepção de<br />

que ter hoje uma trajetória profissional dinâmica<br />

é praticamente inevitável. Há algumas décadas<br />

isto seria inédito.<br />

Havia uma pré-determinação sobre<br />

o caminho a seguir que, uma vez escolhido,<br />

dificilmente era abandonado. Filho de sapateiro<br />

teria uma série de estímulos para também ser<br />

sapateiro e provavelmente não se desviaria desse<br />

caminho por toda a vida.<br />

Os empregos eram mais previsíveis e o<br />

que se esperava do empregado também. Muitos<br />

dos que nos antecederam passaram a vida inteira<br />

fazendo a mesma coisa na mesma sala ou oficina<br />

da empresa que os contratou.<br />

A lógica reinante era: arranje um emprego<br />

para toda a vida que tudo estará resolvido.<br />

Trabalho era visto apenas como fonte de sustento,<br />

e pensar em vocação não era tão importante.<br />

O mundo mudava de forma menos abrupta<br />

e não era necessário tanto jogo de cintura para<br />

se adaptar cada vez mais rápido aos diferentes<br />

cenários. A visão de carreira profissional era,<br />

portanto, bem diferente da que se tem hoje.<br />

‘A própria ideia de separação entre vida<br />

pessoal e vida profissional foi sendo substituída<br />

por “vida holística”, onde tudo influencia tudo.<br />

A carreira se incorporou à vida e ganhamos<br />

a percepção da dificuldade de dissociá-las: vida<br />

pessoal interfere no trabalho e vice versa. Quer<br />

ver? Imaginemos que você trabalha de 2ª a 6ª<br />

feira em horário comercial. Sábado e domingo é<br />

só lazer.<br />

Na segunda feira pela manhã, ao chegar<br />

ao trabalho e encontrar os colegas, qual será a<br />

pergunta mais ouvida por você? Claro! “Como<br />

foi o seu fim de semana?” E aí você trabalha o dia<br />

inteiro e, à noite, jantando em casa com a família,<br />

ouve: “Como foi seu dia de trabalho?”.<br />

Cuidar da carreira de forma criativa<br />

é lembrar sempre que ela não pode ser vista<br />

de forma unitária. É parte de um todo maior e<br />

influencia e é influenciada por esse todo.<br />

Uma boa maneira de testar individualmente<br />

essas influências é fazer um exercício chamado<br />

“Roda da Vida”. Utilizo-o bastante em atividades<br />

de coaching de carreira porque ele possibilita uma<br />

autoavaliação mais abrangente sobre seus valores<br />

e como você está cuidando deles no dia a dia.<br />

Faça uma pesquisa na internet e você encontrará<br />

os detalhes e variáveis desse exercício.<br />

Lembro-me de que o apliquei, há alguns<br />

anos, com um bem sucedido executivo de<br />

uma multinacional. Utilizei a expressão “bem<br />

sucedido” de forma proposital, pois, mesmo<br />

com tanta mudança, a Sociedade ainda vincula<br />

de forma bastante forte o sucesso pessoal com os<br />

ganhos materiais.<br />

“Bem sucedido” é quem dirige o melhor carro,<br />

mora no melhor apartamento, usa as roupas mais<br />

caras. Tem uma carreira brilhante, ganha muito<br />

dinheiro e causa inveja à maioria das pessoas.<br />

Será mesmo esse o perfil do bem sucedido do<br />

século XXI? Não necessariamente!<br />

Foi o que descobriu esse executivo que citei.<br />

Depois de algumas reflexões ele percebeu<br />

que, apesar do sucesso profissional, todos<br />

mundodaadministracao.com.br 27<br />

Carreiras


Carreiras<br />

os demais aspectos da sua vida estavam<br />

negligenciados e iam de mal a pior. Relações<br />

Foto da esquerda: Vale do Silicio - Pequena parte do Vale do Silício<br />

(em inglês: Silicon Valley), na Califórnia, Estados Unidos.<br />

afetivas aos pedaços, filhos em desarmonia,<br />

dependente de remédios, saúde emocional<br />

em baixa, amigos distantes e espiritualidade<br />

zero, entre outras mazelas.<br />

Ao final de nossa conversa ele me<br />

surpreendeu dizendo: “É, sou mesmo um fracasso.<br />

Andando de BMW, mas um fracasso.”.<br />

Perceba que cuidar de sua carreira de<br />

forma criativa e inovadora exige de você um<br />

autoconhecimento bem sólido e uma constante<br />

autoanálise de todos os influenciadores.<br />

Exige também que você a considere como<br />

um investimento, um patrimônio que precisa ser<br />

tratado com carinho. Que você é o piloto e tem o<br />

direito de direcioná-la para onde preferir. O plano<br />

de voo é seu! E que sua vocação não pode ser<br />

deixada para trás.<br />

Você não precisa seguir os passos<br />

de ninguém. Seu caminho será traçado ao<br />

caminhar.<br />

Não se apegue ao rol das profissões ditas<br />

tradicionais e procure inovar nas possibilidades<br />

de escolha. Quer ser Administrador? Ótimo.<br />

Quer ser Youtuber? Ótimo também.<br />

Conheço uma pessoa que deixou um emprego de<br />

certa estabilidade, salário certo, ticket refeição e<br />

outros benefícios pela liberdade de trabalhar no<br />

que o deixava feliz.<br />

Com o dinheiro da rescisão, comprou<br />

cadeiras de praia, sombreiros e montou seu<br />

negócio de aluguel desses produtos na praia do<br />

Leme, no Rio de Janeiro.<br />

Vive feliz. A decisão foi fruto de muita<br />

reflexão e desejo de mudança.<br />

E coragem para tomada de decisão.<br />

Concluindo, quero deixar com você o<br />

tripé da carreira dos sonhos: eu<br />

sei, eu gosto e tem mercado.<br />

Caso encontre um trabalho que<br />

saiba fazer bem feito, que te dê<br />

prazer pessoal e possibilite o<br />

sustento, agarre-o com força.<br />

Você encontrou o paraíso na<br />

Terra.<br />

“<br />

Você não precisa<br />

seguir os passos<br />

de ninguém. Seu<br />

caminho será<br />

traçado ao caminhar.<br />

”<br />

Jorge Mauricio de Castro é Diretor da JMC Consultoria e<br />

Educação Corporativa. Mestre em Gestão de Empresas,<br />

atuou por muitos anos como executivo de RH em diversas<br />

empresas. Autor de seis livros, dedica-se, hoje, à consultoria<br />

organizacional e realiza palestras por todo o País. Contatos<br />

pelo e-mail jmc.consultoria@gmail.com<br />

28 mundodaadministracao.com.br


Parques Tecnológicos<br />

PORTO DIGITAL<br />

PORTO DIGITAL - UF PERNAMBUCO - RECIFE - Considerado um dos Vales do silicio brasileiro<br />

O<br />

Imperio da tecnológia, não informações visando elevação de padrões dos<br />

está mais restrito numa caixa Parques Tecnologicos.<br />

chamada Estados Unidos O surgimentos desses parques, se da<br />

da America, mas, ganha pela necessidade de identificar oportunidades e<br />

proproções latino americanas promover atividades de estímulo à inovação e ao<br />

e cria sedimentações mundiais empreendedorismo demostrando que é urgente<br />

elevando o nivel das necessidades administrativas fazer florescer o ecossistema empreendedor<br />

e a prática das tecnicas fundidas desde o brasileiro.<br />

pionerismo de Frederick Winslow Taylor.<br />

E, está dando certo.<br />

Taylor propoem claramente o aspecto Em alguns desses Parques Tecnologicos,<br />

da necessidade de criar padrões de desempenho situados mais diretamente no Estado do Rio<br />

e efeciencia desde o objetivo de orientação de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, já estão<br />

nas tomadas de decisões mais concientes que presentes empresas como Samsung, IBM,<br />

impactam diretamente no processo cientifico de Compaq e Hewlett-Packard (HP) entre outas.<br />

um sistema produtivo e tecnológico.<br />

Além de ter como egressos diretos, profissionais<br />

Neste ponto vemos nascer grandes em física, química, engenharia elétrica, ciências<br />

empreendimentos e, empresas preocupadas em da computação, matemática, engenharia química,<br />

compreender processos cientificos por bases etc. Outro fato de ponto estrátegico é que uma<br />

tecnologicas que visam o desenvolvimento social e série de empresas de alta tecnologia começaram<br />

estatal que estão inseridas. Algumas pelo processo a estabelecer as suas plantas industriais e<br />

de emcubações desenvolverem mecanismos laboratórios de P&D nas proximidades, como<br />

facilitadores para o agrupamentos de novas a IBM. (International Business Machines), o<br />

mundodaadministracao.com.br 29<br />

PARQUE TECNOLÓGICOS


PARQUE TECNOLÓGICOS<br />

imprerio da informatica.<br />

O Vale dos Silicio brasileiro conta com<br />

um amparato de primeiro mundo e interação<br />

direta com as prefeituras.<br />

Os Vales dos Silicios brasileiro não possuem<br />

apenas uma legislação comumente empresarial,<br />

mas também social e desperta o interesse das<br />

prefeituras em apoiar projetos que irão beneficiar<br />

a comunidade como um todo.<br />

Criam relações diretas com prefeitos e com<br />

bases politicas que prezam para o desenvolvimento<br />

tecnlogico e economico do País, provando que o<br />

Brasil tem condições de gerir, gerar e produzir o<br />

que liga California, o sul da Área da baía de São<br />

Francisco, Palo Alto e Santa Clara, estendendose<br />

até os subúrbios de São José.<br />

No Brasil o cenário já toma outra<br />

proporção, fala-se em Vales por considerar a<br />

insersão desses Parques Tecnologicos em regiões<br />

distintas com culturas diferentes, mas atuando<br />

com a mesma finalidade, o desenvolvimento do<br />

empreendedorismo tecnológico.<br />

Os Vales dos Silicios brasileiro estão<br />

situados nas seguintes cidades: Recife - como<br />

Porto Digital , o Parque Tecnológico do Rio - RJ,<br />

Porto Alegre - com o Tecnopuc, além do Parque<br />

empreendedorismo tecnologico.<br />

Nesse intuito prefeituras iinvestem em<br />

entender o funcionamento e niveis estratégicos<br />

no grande Pai de todos, o Vale do Silicio, situado<br />

evidentemente no Estado da Califormia - EUA ,<br />

com uma extensão de perder de vista e propriciar<br />

prazeres aos recem chegados no mercado. Um<br />

Imperio do empreendedorismo paternal, que leva<br />

a qualquer um querer desenvolver sua carreira<br />

nesse grande Parque dos parques. O Grande Vale<br />

do Silicio (Silicon Vally) está sobre uma extenção<br />

Tecnológico de São José dos Campos, Sapiens<br />

Parque, em Florianópolis e por consequinte no<br />

estado de São Paulo na cidade de Campinas o<br />

polo tecnológico que conta com empresas de alta<br />

tecnologia e universidade, no caso a universidade<br />

Estadual de Campinas. Também em Santa Rita do<br />

Sapucai - Vale da Eletronica, e San Pedro Valley -<br />

Belo Horizonte.<br />

O Brasil possui um mapa capaz de<br />

dericionar uma econonomia mais limpa e centrada<br />

não somente pelo podério do dinheiro e, sim com<br />

30 mundodaadministracao.com.br


ases no crescimento do empreendedorismo novo<br />

e inovado das tecnologias brasileiras.<br />

Muda-se nomes, padrões e equações que<br />

evidenciam o crescimentos das empresas, tanto<br />

das que ainda estão como embrioes, surgem<br />

startapus em diversos seguimentos, porem, as<br />

bases primarias de uma excelente administração<br />

vai estar presente, independente dos prospectos<br />

cientificos utilizados nos polos tecnologicos.<br />

Todo o processo cientifico ou não de uma<br />

instituição organizacional está diretamente ligado<br />

aos principios administrativos tão sabiamente<br />

elencados por Henri Fayou no livro Processo<br />

existe um interesse de politicas direcinadas<br />

primeiro ao grande Pai dos silicios (Vale do Silicio<br />

- EUA) visando assim proporcionar as empresas<br />

brasileiras o aprendizado metódico desses<br />

processos criados por r Fayou. Afinal tecnologia<br />

é adminiinistrar e administrar é ciència.<br />

Por fim. Que surjam novos e novos<br />

empreendedores, assim o Brasil passa a ser u<br />

economico. Brasil, do In-natura ao Tecnologico<br />

ou podemos chamar de Tecnoinnatu.<br />

Administrativo.<br />

Nenhum ato ou força de empreender<br />

seja com niveis tecnologicos, seja com o grande<br />

alvoroço do crescimento industrial, seja das<br />

novas tecnologias voltadas para a agricultura,<br />

para a formação de facilitadores no ramo das<br />

ciencias medicas, psicologicas e tecnologicas,<br />

sempre vão precisar parar, inspirar e expirar<br />

para compreender as bases definidas por Fayou,<br />

que é o Planejamento, Organização, Comando,<br />

Coordenação e Controle. Por esse motivo que<br />

FOTO: Porto Digital, Brasil<br />

Gustavo Amorim / Flickr CC<br />

Vista do Porto Digital, em Recife<br />

AVENTURE-SE +<br />

Os Portos digitais estão ganhando o Mundo, estigue sua<br />

pesquisa, entre os aqui apresentados, existem inumeros<br />

outros grandes polos digitiais, grandes Vales dos Silicios<br />

esperando por você!<br />

mundodaadministracao.com.br 31<br />

PAQUE TECNOLÓGICOS


O SEGMENTO<br />

TURÍSTICO<br />

Sabe-se que o Turismo é uma<br />

atividade econômica que gera<br />

números significativos de empregos<br />

nas grandes cidades e até nas vilas<br />

ribeiras, pelo mundo afora.<br />

O Turismo não é diferente de outras áreas<br />

econômicas, pois também possui segmentações de<br />

mercado, e é dessa forma que se dá a organização<br />

da atividade.<br />

A OMT – Organização Mundial<br />

do Turismo é a principal organização que<br />

regulamenta a atividade a fim de desenvolver<br />

e promover o Turismo de forma responsável,<br />

durável e acessível a todos.<br />

O turismo brasileiro conta com o apoio do<br />

Ministério do Turismo para fomentar a atividade<br />

no país.<br />

Só é considerada turista a pessoa que<br />

permanecer por mais de 24 horas em uma<br />

localidade que não seja onde reside e consumir<br />

produtos e serviços locais. O turista é o real<br />

agente transformador nos destinos turísticos.<br />

O mercado turístico gera bilhões de<br />

dólares todos os anos no mundo todo. O que faz<br />

estabelecer as segmentações turísticas são as<br />

motivações de um indivíduo ou grupo quando<br />

definem para onde e como viajar, podendo ser a<br />

negócios, compras, saúde, interesse pedagógico<br />

entre outras motivações. São mais de 70<br />

segmentos que as motivações estabelecem.<br />

Segundo o portal do Ministério do<br />

Turismo , o Brasil é a 10ª maior economia do<br />

turismo no mundo, com capacidade de reduzir as<br />

desigualdades regionais, gerando 3,7% do PIB<br />

brasileiro.<br />

O artesanato no turismo movimenta R$40<br />

bilhões de reais por ano. O 3º maior mercado<br />

regional de aviação do mundo é brasileiro, pelo<br />

simples fato de o avião ser o principal meio de<br />

transporte escolhido para viagens nacionais e<br />

internacionais.<br />

O turismo não é diferente de outras áreas<br />

econômicas, pois também possui segmentações<br />

de mercado de forma a satisfazer os turistas. A<br />

segmentação de mercado está presente em várias<br />

áreas administrativas da sociedade e grupos<br />

sociais.<br />

TURISMO RELIGIOSO<br />

No Brasil o Turismo Religioso é forte pela<br />

devoção de seu povo; a religiosidade é<br />

uma marca do povo brasileiro. Um dos<br />

destinos mais procurados é Aparecida do Norte,<br />

que possui o maior templo católico do país,<br />

atraindo, em média, 12 milhões de visitantes por<br />

ano.<br />

Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.<br />

Foto: Divulgação/Embratur.<br />

32 mundodaadministracao.com.br


“Todos os anos, o turismo religioso<br />

movimenta milhões de viajantes no Brasil.<br />

Nosso papel é transformar este fluxo de<br />

pessoas em um produto turístico sustentável,<br />

com benefício não só para os empresários,<br />

mas também para as comunidades locais”,<br />

disse o ministro interino do Turismo,<br />

Alberto Alves.<br />

A Basílica tem capacidade para até 35 mil<br />

pessoas nas missas celebradas e na parte externa<br />

até 300 mil pessoas.<br />

O ápice desse destino se dá no mês de<br />

outubro, devido ao feriado da padroeira do<br />

Brasil. Essa é uma das maiores festas religiosas<br />

brasileiras, no ano de 2016 foram 10 dias de<br />

festa.<br />

Além da festa da padroeira, no Brasil<br />

ainda acontece, em Juazeiro do Norte (CE),<br />

a romaria que atrai cerca de dois milhões de<br />

devotos de Padre Cícero todos os anos. Em Belém<br />

(PA), o Círio de Nazaré é uma das maiores festas<br />

religiosas do mundo, reúne mais de dois milhões<br />

de fiéis no segundo domingo de outubro, todos os<br />

anos.<br />

Além dos destinos católicos, outros<br />

destinos procurados são: em Cotia (SP) o templo<br />

Budista Zulai e o Odsal Ling em Três Coroas (RS)<br />

que, juntos, recebem mais de 150 mil turistas ao<br />

ano.<br />

Em Foz do Iguaçu, a Mesquita Al-Khatab<br />

é o terceiro produto turístico mais visitado,<br />

antecedendo apenas as Cataratas do Iguaçu<br />

e a Usina de Itaipu, com uma média de 60 mil<br />

visitantes por ano.<br />

Os turistas dessa segmentação são movidos<br />

pela sua fé, para os diversos destinos religiosos no<br />

Brasil. São pessoas das mais variadas religiões,<br />

com vontade e disponibilidade financeira para<br />

conhecer os principais destinos religiosos no<br />

mundo. É um turista que gosta de planejar suas<br />

viagens com antecedência. Dessa forma, quando<br />

chegar a data prevista de embarque, viajará sem<br />

contas pendentes e ainda terá reservas financeiras<br />

para presentes e passeios extras.<br />

TURISMO<br />

COMTEMPLATIVO<br />

O<br />

Pantanal mato-grossense, a maior planície<br />

alagada dos continentes, com fauna que<br />

se adapta às mudanças do ciclo das águas<br />

com cheias e vazantes, atrai, principalmente, o<br />

segmento turístico chamado de Contemplação.<br />

Pantana Matogrossense<br />

Foto: Edir Alves da Silva<br />

O pantanal é considerado o maior zoológico<br />

a céu aberto do mundo, pela sua diversidade na<br />

fauna, gerando uma receita considerável para as<br />

localidades de acesso ao destino pantaneiro.<br />

O turista que decide fazer esse tipo de<br />

viagem está disposto a ficar horas a observar<br />

revoadas de pássaros, a fazer focagem noturna a<br />

fim de contemplar a beleza das onças pintadas.<br />

Os milhares de jacarés às margens das<br />

estradas e nos corixos também são atrativos para<br />

os turistas, uma vez que os animais não estão em<br />

cativeiro.<br />

TURISMO HISTÓRICO<br />

O<br />

Turismo Histórico tem como forte<br />

atrativo a cidade de Ouro Preto no<br />

estado das Minas Gerais. Personalidades<br />

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33


ilustres por ali passaram e ainda na atualidade<br />

atrai muitas pessoas, pelos fatos históricos que<br />

ali aconteceram.<br />

Foto: Parada do Orgulho LGTB na cidade de São Paulo<br />

Fonte: Ouro Preto. Foto: Embratur<br />

Cidade onde teve início o período imperial<br />

brasileiro, é considerada Patrimônio Mundial da<br />

Unesco, possui uma arquitetura colonial, rodeada<br />

por um relevo montanhoso e aglomera inúmeras<br />

igrejas e museus, como o da Inconfidência<br />

Mineira.<br />

A caminhada nas ruas antigas faz a<br />

imaginação do turista viajar no tempo, pois<br />

a todo momento se depara com monumentos<br />

barrocos e rococós dotados de obras do escultor<br />

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como<br />

‘Aleijadinho’.<br />

TURISMO LGBT<br />

A<br />

cidade de São Paulo, todos os anos, atrai<br />

milhões de turistas para um segmento<br />

ainda pouco explorado no Brasil: o<br />

turismo LGBT, que vem crescendo a cada ano na<br />

cidade devido à Parada da diversidade do orgulho<br />

LGBT.<br />

No período do evento o comércio se<br />

preparada para receber esse público, que aquece<br />

as vendas mais que no Natal. No ano de 2016<br />

foram mais de dois milhões de pessoas em seis<br />

horas de evento.<br />

No Brasil, além de São Paulo, outras<br />

cidades são consideradas Gay- Friendly, são<br />

cidades preparadas para atender esse público,<br />

ainda que não seja um dos principais destinos<br />

brasileiros a exemplo Juiz de Fora (MG),<br />

Florianópolis (SC), Salvador (BA) entre outras.<br />

Esse turista tem como forte motivação<br />

turística os eventos realizados paralelamente<br />

ao manifesto na Avenida Paulista, são eventos<br />

segmentados.<br />

O que esperam é apenas um bom<br />

atendimento e serem respeitados pelos prestadores<br />

de serviço de cada destino.<br />

TURISMO RURAL<br />

O<br />

turismo brasileiro também se desenvolve<br />

nas pequenas cidades, com o turismo<br />

rural, sendo ele o elemento mantenedor<br />

de muitas famílias no interior do país. As famílias<br />

adaptam suas casas para receber turistas para<br />

tomar café da manhã ou almoçar.<br />

Hospedam em quartos mais rústicos que<br />

os dos hotéis convencionais. São destinos mais<br />

campestres que nas grandes cidades, como o<br />

próprio nome já diz - Turismo Rural.<br />

O Turista desse segmento almeja descanso,<br />

ar puro, contato com a natureza e uma fuga da<br />

rotina das grandes cidades. Na maioria possuem<br />

34 mundodaadministracao.com.br


Brasil - Morrão Chapada do Diamantina<br />

passeios a cavalo, de barco, trilhas, são roteiros mais<br />

próximos do homem do campo, ideal para famílias.<br />

Para cada tipo de turismo existe<br />

um tipo de turista. Basta cada prestador de serviço<br />

se capacitar para recebê-lo bem, pois o melhor<br />

marketing para um destino turístico é a propaganda<br />

boca a boca. A satisfação dos turistas é<br />

a certeza de que atrairá mais pessoas para sua<br />

empresa.<br />

As grandes agências de viagens são as<br />

grandes interlocutoras entre destinos turísticos e<br />

turistas.<br />

Pode-se usufruir de bons serviços<br />

turísticos pagando pouco, desde o transporte até<br />

souvenir para a família e amigos.<br />

Defina sua próxima viagem com ajuda de<br />

agentes de viagens, que farão o planejamento de<br />

roteiro e serviço do destino escolhido, com<br />

confiabilidade e segurança.<br />

Planeje, economize e viaje. Essas são<br />

nossas dicas para você fazer uma boa viajem de<br />

forma segura.<br />

Conheça primeiro o Brasil, possuímos<br />

destinos belíssimos e de baixo custo, procure o<br />

seu agente de viagens.<br />

Foto: Turismo Rural<br />

Texto de: Neliton Gois -Graduado em Turismo e<br />

Especialista em Docencia do Ensino superior<br />

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35


iNOvaÇÃO eM teMPOs De DesCONtiNUiDaDe<br />

1 - Peter Drucker, alertou para o fato de que<br />

“o desafio mais importante de nossos dias é o<br />

encerramento de uma época de continuidade<br />

UM CASO DE INOVAÇÃO NO ESTADO DO MATO GROSSO<br />

2 - Confira o que a diretora da Refrigerantes Marajá, Ulana<br />

Bruehmueller, afirma sobre o perfil ideal para uma empresa familiar<br />

crescer no mundo dos negócios, com sucesso.<br />

a eMPresa NO CONteXtO Da sUsteNtaBiLiDaDe<br />

3 - Ulana Bruehmueller - O histórico da Refrigerantes Marajá foi marcado nas últimas<br />

décadas pelo contexto da Responsabilidade Sócio Ambiental. Por ter a compreensão de que a maior<br />

fornecedora dela é a natureza.<br />

36


DOOSSIÊ<br />

UMa visÃO Da DiretOria FiNaNCeira COM eXPeriÊNCia<br />

Na Área COMerCiaL<br />

4 - Quanto mais sistêmica for a visão<br />

sobre o negócio, melhor.<br />

UM PerFiL De eXPeriÊNCia<br />

5<br />

5- Sobre a trajetória na<br />

empresa, orgulhosamente<br />

e com uma memória<br />

impecável, Francisco relata<br />

que nos primeiros dias,<br />

eram três caminhõezinhos,<br />

e que todos estavam<br />

ansiosos para saírem,<br />

venderem e verem quem<br />

vendia mais.<br />

6 - vaLe aPeNa UM<br />

HISTÓRIA QUE FAZ A<br />

DiFereNÇa<br />

mundodaadministracao.com.br 37


DOOSSIÊ<br />

INOVAÇÃO EM<br />

TEMPOS DE<br />

DESCONTINUI<strong>DA</strong>DE<br />

As últimas décadas foram<br />

marcadas não apenas pelas<br />

mudanças, mas também<br />

pela velocidade em que elas<br />

ocorreram. São profundas<br />

as transformações, tanto nas áreas social,<br />

organizacional, política, cultural, como<br />

nas relações interpessoais e na tecnologia.<br />

Inovação e criatividade têm sido os pilares<br />

mais aplicados no mundo dos negócios para<br />

que empresas do pequeno ao grande porte<br />

possam permanecer no mercado, como<br />

casos de reposicionamento, competitividade,<br />

superação e resiliência.<br />

O cenário vivido por quem empreende<br />

tem sido o de constantes adaptações.<br />

Flexibilidade é a principal habilidade<br />

para a permanência num mundo em que a<br />

concorrência já não é apenas local, e, sim,<br />

global, além de não segmentada, exposta a<br />

uma similaridade de preço e qualidade dos<br />

produtos e serviços. Como sobreviver a tudo<br />

isso?<br />

Nos últimos tempos, o pai da<br />

administração moderna, Peter Drucker,<br />

alertou para o fato de que “o desafio mais<br />

importante de nossos dias é o encerramento<br />

de uma época de continuidade - época em<br />

que cada passo fazia prever o passo seguinte<br />

1 2<br />

1<br />

3 2<br />

4<br />

5 3 6<br />

- e o advento de uma era de descontinuidade,<br />

em que o imprevisível é o pão de cada dia<br />

para os homens, para as organizações e<br />

para a humanidade”. O pensamento desse<br />

homem é crucial na era em que se valoriza<br />

a conectividade e o aumento da expetativa<br />

dos consumidores.<br />

Numa visão voltada para o<br />

marketing, uma das referências mundiais na<br />

área preceitua que um produto, serviço ou as<br />

ofertas só alcançarão êxito se proporcionarem<br />

a percepção de valor e satisfação ao cliente.<br />

O poder de decisão, diferente do início do<br />

século XX, está com ele. É o cliente quem<br />

escolhe dentre as diferentes ofertas, com<br />

base naquilo que parece proporcionar o<br />

maior valor a ele.<br />

A Revista Mundo da Administração<br />

escolheu dentre uma série de casos de<br />

empreendimentos de sucesso que estão<br />

ativamente no mercado global da atualidade,<br />

uma empresa que surgiu há mais de cinco<br />

décadas, que driblou concorrentes, é<br />

destaque nacional e exporta o que produz.<br />

Um caso de inovação e criatividade geridas<br />

por uma administração familiar.<br />

Afinal, uma gestão por excelência<br />

nesta era de ruptura exige novas configurações<br />

no que concerne à estrutura, aos processos e<br />

aos comportamentos dentro das organizações.<br />

Mais do que preparo técnico, visão,<br />

empreendedorismo, ousadia e investimento<br />

são necessários. O caso apresentado neste<br />

dossiê não é uma garantia de sucesso por já<br />

estar há muito tempo no mercado, mas por<br />

ter se adaptado às mudanças na velocidade<br />

em que elas ocorrem. Você poderá pesquisar<br />

sobre histórias de outros grandes negócios,<br />

até mais recentes, e que não sobreviveram à<br />

5<br />

38 mundodaadministracao.com.br


perecibilidade constante do mercado.<br />

Inovação e criatividade não são dimensões<br />

ligadas apenas à tecnologia a processos. Nesse<br />

contexto de mudanças, as relações com as<br />

variáveis humanas e organizacionais são<br />

cruciais. E em vez de tecer uma abordagem<br />

sobre o que seja inovação e criatividade, o<br />

que pode ser facilmente encontrado em livros<br />

com essa temática, vamos a uma história que<br />

vivencia essa prática há décadas.<br />

UM CASO DE<br />

INOVAÇÃO NO<br />

ESTADO DO<br />

MATO GROSSO<br />

1<br />

2<br />

3 4<br />

5 6<br />

O<br />

Dossiê desta primeira edição da<br />

Revista Mundo da Administração<br />

apresenta uma história instigante<br />

de garra, reinvenção e inovação<br />

que teve início há 54 anos,<br />

superou uma série de concorrentes, ganhou<br />

destaque e se tornou referência regional na<br />

produção de bebidas no Estado do Mato<br />

Grosso.<br />

Confira o que a diretora da Refrigerantes<br />

Marajá, Ulana Bruehmueller, afirma sobre o perfil<br />

ideal para uma empresa familiar crescer no mundo<br />

dos negócios, com sucesso. Criatividade ou<br />

inovação? O que ela pensa sobre essas práticas para<br />

o sucesso no mundo dos negócios? E ainda, uma<br />

mensagem provocativa aos jovens que desejam<br />

investir na profissão. Também conversamos com<br />

o diretor Edson Bruehmueller que falou sobre a<br />

projeção do segmento dos refrigerantes para os<br />

próximos vinte anos. Batemos ainda um papo<br />

com o Francisco, funcionário mais antigo, que<br />

ainda trabalha na empresa.<br />

Refrigerantes Marajá é uma empresa<br />

inserida na história mato-grossense há mais de meio<br />

mundodaadministracao.com.br 39


século. Foi fundada<br />

em Rondonópolis em<br />

1963 pelo seu Djalma<br />

Pimenta, uma pequena<br />

fábrica, mas já com<br />

um nome pomposo.<br />

“Marajá” se referia ao<br />

bairro em que ela foi<br />

instalada inicialmente.<br />

Posteriormente sediada<br />

em Várzea Grande,<br />

a partir de 1982, após aquisição<br />

pela família Bruehmueller. Senhor<br />

Felippe (in memorian), desbravador,<br />

e o Claudio, filho primogênito de<br />

liderança empreendedora, iniciaram o<br />

grande desafio de ampliar o valor da<br />

marca e ganhar o mercado, intento bem<br />

sucedido que trouxe nos anos seguintes<br />

a inserção dos demais membros da<br />

família para a gestão do negócio,<br />

os irmãos Lílian, Edson, Beatriz e<br />

Ulana Bruehmueller, atual diretorapresidente.<br />

A empresa expandiu e com a<br />

ampliação dos negócios foi inaugurado,<br />

em 1998, um parque industrial com área<br />

de 50.000 m². A área construída ocupou<br />

o total de 20.000 m², com equipamentos<br />

modernos, dispostos em quatro linhas de produção<br />

com embalagens PET, lata e retornáveis. A<br />

capacidade produtiva passou para 40.000 litros<br />

de bebidas por hora. Após 2005, o regime jurídico<br />

passou de limitada para Sociedade Anônima, e a<br />

denominação passou para Refrigerantes Marajá<br />

S/A.<br />

A fábrica atualmente possui um vasto mix<br />

de produtos, refrigerantes, sucos, energéticos,<br />

bebidas mistas, água de coco e água mineral<br />

da própria marca, dentre sabores e embalagens<br />

de vários tamanhos. Além de envazar produtos<br />

representados por ela como o suco Sunkist, a<br />

empresa ainda<br />

Varzea Grande - MT<br />

Foto: Atual<br />

Rondonopolis - MT<br />

Foto: Atual<br />

detém a marca Brunado, que distribui<br />

água mineral, envazada no município<br />

de Jaciara. Dentre os 25.000 pontos<br />

de venda existentes em Mato Grosso,<br />

em média, a Marajá atende em torno de 75%<br />

desse potencial.<br />

Excelência através da qualidade e da<br />

inovação dos produtos e serviços tem sido o<br />

objetivo da marca Marajá. Esse registro é o<br />

destaque dela no mercado, hoje presente nos<br />

estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,<br />

Rondônia, Acre, Amazonas e também exporta<br />

para a Bolívia. Para manter o padrão de melhoria<br />

contínua e inovação, os colaboradores são<br />

capacitados nos programas de Boas Práticas de<br />

Fabricação (BPF) e, para garantia da segurança<br />

no que fabrica, mantém a Análise de Perigos e<br />

Pontos Críticos de Controle (APPCC).<br />

40 mundodaadministracao.com.br


No processo de inovação, a Refrigerantes<br />

Marajá treina e capacita os colaboradores para<br />

o atendimento aos princípios da garantia e da<br />

segurança alimentar aos consumidores. Ela<br />

possui a cultura de investir na utilização de<br />

matérias primas e aditivos de fornecedores com<br />

qualificação que atendem normas, estatutos e<br />

regulamentos da Legislação Brasileira.<br />

Como resultados, desenvolve a prática<br />

de uma gestão profissional para promoção do<br />

desenvolvimento econômico sustentável e a<br />

melhoria contínua, através da transparência no<br />

exercício da gestão, da prestação de contas integral<br />

pelos administradores e da responsabilidade<br />

corporativa, trabalhando para o melhor resultado<br />

para a empresa e pela sua longevidade.<br />

DOOSSIÊ<br />

A EMPRESA<br />

NO CONTEXTO <strong>DA</strong><br />

1 2<br />

SUSTENTABILI<strong>DA</strong>DE<br />

O<br />

histórico da Refrigerantes Marajá<br />

foi marcado nas últimas décadas<br />

pelo contexto da Responsabilidade<br />

Sócio Ambiental.<br />

Por ter a compreensão de que a maior<br />

fornecedora dela é a natureza, a gestão da empresa<br />

tem o comprometimento com a conservação<br />

e igualmente com o respeito à diversidade<br />

sociocultural através de ações que promovem o<br />

crescimento das comunidades de entorno ao pátio<br />

fabril.<br />

Por isso, a empresa investe em adoção de práticas sustentáveis; gerencia os resíduos gerados<br />

pela indústria mediante a legislação vigente; desenvolve programas de uso racional da água e da<br />

energia elétrica e investe na temática sobre educação ambiental voltada para o público interno, com<br />

as comunidades adjacentes e a sociedade em geral.<br />

Também contribui com programas educacionais para crianças, jovens e adultos, através do<br />

acesso digital e outras maneiras de aprendizado com foco na inclusão social e formação de cidadãos<br />

conscientes de seus deveres e responsabilidades. Confira alguns dos programas implantados pela<br />

Marajá:<br />

CENTRO DE INCLUSÃO DIGITAL - Espaço disponibilizado para preparar, qualificar e ampliar<br />

o conhecimento da população através da informática para encaminhamento ao mercado de trabalho,<br />

3 4 56<br />

mundodaadministracao.com.br 41


disseminando a disponibilidade da tecnologia e<br />

acesso aos conhecimentos básicos em informática.<br />

Desde o ano de 2012, com mais de 250 mil<br />

acessos à internet, mais de 5.800 pessoas tiveram<br />

essa oportunidade.<br />

PROGRAMA DE VISITAS À FÁBRICA<br />

- Desde 2007 a indústria recebe visitas<br />

diariamente de estudantes, universitários, grupo<br />

de jovens e idosos para conhecerem os processos<br />

produtivos e os Projetos Sociais desenvolvidos<br />

por ela. O objetivo é estimular as gerações para<br />

comportamentos motivados na relação com o<br />

meio ambiente e práticas de voluntariado. Apenas<br />

no período de 2010 a 2015, 15 mil visitantes<br />

passaram por essa experiência.<br />

CAMPANHA OUTUBRO ROSA - Em 2016 a<br />

Marajá aderiu à campanha<br />

em prol da sensibilização<br />

sobre prevenção ao câncer<br />

de mama. Na ocasião as<br />

mulheres que trabalham na<br />

empresa e as esposas dos<br />

colaboradores receberam<br />

a visita da médica<br />

Ritamaris de Arruda Regis<br />

Borges, especialista em<br />

Radiologia e Diagnóstico<br />

por Imagem. Em parceria<br />

com o MTMamma, na<br />

ocasião foi realizada uma<br />

palestra sobre prevenção<br />

e diagnóstico do câncer<br />

de mama.<br />

As participantes puderam conhecer de<br />

perto histórias desafiadoras de vida de mulheres<br />

que passaram pelo câncer e que hoje inspiram<br />

vidas através de uma trajetória militante.<br />

INDÚSTRIA DO CONHECIMENTO - Foram<br />

mais de 19 mil visitantes beneficiados no período<br />

entre 2012 e 2015 por esse programa que acontece<br />

em parceria com o SESI. Há uma unidade interna<br />

do SESI Indústria do Conhecimento dentro da<br />

fábrica que contém biblioteca, DVD teca, CD<br />

teca, gibi teca e Internet, onde os usuários têm<br />

a oportunidade de acesso à informação e a uma<br />

gama de conhecimento. Trata-se de um centro<br />

multimídia estruturado para atender lacunas<br />

na promoção do acesso à informação e ao<br />

conhecimento, estimulando práticas de leitura e<br />

pesquisa. São mais de 1.300 títulos à disposição<br />

dos usuários, cujo público-alvo é a comunidade do<br />

entorno e os profissionais da Marajá. A biblioteca<br />

está à disposição de segunda a sexta-feira, das 08<br />

horas às 17 horas.<br />

Numa visita ao parque industrial em<br />

Várzea Grande, a equipe da Revista Mundo da<br />

Administração conversou inicialmente com Ulana<br />

Maria Bruehmueller Borges, diretora geral.<br />

Conheça a trajetória de uma<br />

mulher centrada, atenciosa,<br />

que concilia as atividades de<br />

empresária com a de ser mãe<br />

e avó. É uma investidora na<br />

própria carreira profissional,<br />

além de possuir um admirável<br />

perfil de gestão humanista.<br />

Com larga experiência no<br />

trato com as pessoas, por<br />

ter atuado durante anos na<br />

área comercial, Ulana gere<br />

bem o espaço em que o<br />

relacionamento com o cliente<br />

é marcado pela flexibilidade,<br />

parceria, empatia e consideração. Ela acredita no<br />

sucesso da empresa familiar. A prova disso é que<br />

ela dirige um empreendimento que há décadas foi<br />

iniciado por seu pai e seus irmãos.<br />

Além da responsabilidade de administrar<br />

uma empresa com quase duzentos colaboradores<br />

e a relação com distribuidores e fornecedores, ela<br />

preside o Conselho Regional de Responsabilidade<br />

Social (CORES), da Federação das Indústrias<br />

42 mundodaadministracao.com.br


do Estado do Mato Grosso - FIEMT. O CORES<br />

é formado por empresários industriais e por<br />

representantes de entidades. O objetivo é mapear,<br />

elaborar e realizar debates, ações, estratégias<br />

e eventos que propiciem otimização do uso<br />

de recursos financeiros, talentos humanos e<br />

competências de gestão entre o setor empresarial<br />

e o terceiro setor para potencializar o impacto das<br />

iniciativas de Responsabilidade Social e, assim,<br />

estimular a realização de parceria com setores<br />

públicos e privados para o desenvolvimento de<br />

projetos e ações de Responsabilidade Social<br />

junto à sociedade mato-grossense. O trabalho de<br />

combate à corrupção também é um valor que está<br />

na missão do conselho.<br />

Neste ano de 2017, a presidente Ulana<br />

disse que está sendo programada a realização<br />

de um Workshop para que, dentro do universo<br />

das empresas no Estado, seja fomentada a<br />

promoção de ações de responsabilidade social.<br />

Segundo ela, atualmente essa é uma realidade<br />

praticada pelas grandes empresas: umas possuem<br />

fundações, associações, institutos, enquanto<br />

outras, no mínimo, instalam setores internos de<br />

responsabilidade social para promover atividades<br />

afins. Há ainda algumas que desenvolvem ações,<br />

mas não divulgam.<br />

A ideia proposta aos empresários é<br />

programar ações que trabalhem o marketing<br />

sustentável, fazer com que cada um pense sobre o<br />

que pode desenvolver dentro daquilo que impacta<br />

o próprio negócio.<br />

ENTREVISTA<br />

Refrigerantes Marajá é uma história<br />

de...?<br />

ULANA: De bastante trabalho. É uma<br />

história de dedicação da vida de muita<br />

gente. Vejo muitas pessoas, não só os<br />

fundadores, mas também colaboradores<br />

que estão conosco aqui, que para eles<br />

tem sido o primeiro e único trabalho.<br />

Um grande exemplo, o Silvio (que faz<br />

parte da empresa desde Rondonópolis),<br />

e está pleiteando aposentadoria, é o<br />

único registro na carteira profissional<br />

dele. A empresa se traduz muito<br />

nisso, é uma história de muitas vidas,<br />

dedicação, trabalho, crescimento das<br />

pessoas e participação na história do<br />

Estado do Mato Grosso.<br />

Sua primeira formação acadêmica<br />

foi no curso de Serviço Social. E durante<br />

muitos anos você atuou na área comercial<br />

da empresa. Quais as competências que<br />

mundodaadministracao.com.br 43


ENTREVISTA<br />

você teve que desenvolver para atuar e chegar<br />

até hoje como administradora da Refrigerantes<br />

Marajá?<br />

ULANA: Foi o Serviço Social que me trouxe<br />

essa habilidade de lidar com as pessoas.<br />

Através do Serviço Social eu desenvolvi<br />

a flexibilidade para lidar junto com as<br />

pessoas, saber o momento de avançar ou de<br />

recuar. Então essa bagagem eu trouxe de lá.<br />

Daí eu tive que desenvolver, lógico, a parte<br />

comercial mesmo, o que exige o trato com<br />

pessoas da mesma forma. Venho de uma<br />

família comercial.<br />

Quando a gente vai buscar nossa<br />

origem, percebemos que fomos criados<br />

dentro de um contexto comercial desde<br />

quando éramos pequenininhos, quando eu<br />

e meus irmãos tínhamos que aprender a<br />

vender bichinho de pelúcia, então a gente<br />

já vem com esse marco na história. Mas eu<br />

tive que desenvolver mais isso. E depois,<br />

quanto a minha trajetória na empresa,<br />

primeiro foi dentro do comercial, depois<br />

eu tive que me desenvolver no contexto da<br />

indústria.<br />

Então você precisa ter algum<br />

conhecimento, não precisa ser tão<br />

específico, mas sobre produtos, produção e<br />

principalmente identificadores de eficiência<br />

para fazer análise. E há também a parte de<br />

análise contábil e financeira, algo que eu<br />

não tinha no início. Mas tudo isso foi se<br />

tornando crescente.<br />

Hoje, como administradora da Marajá,<br />

quais os principais desafios que você<br />

encontra?<br />

ULANA: São as relações com os órgãos<br />

governamentais, isso eu considero um<br />

grande desafio. Porque a cada dia você é<br />

surpreendido por uma norma ou uma lei<br />

diferente. É uma quantidade exagerada<br />

de obrigações que a empresa tem. Muitas<br />

vezes a gente perde muito do nosso<br />

tempo que poderia ser dedicado para<br />

desenvolver estratégias e administrar<br />

melhor internamente, em função da lida<br />

com contextos fora da empresa. Então, eu<br />

vejo isso como um grande desafio.<br />

Não é concorrência o maior<br />

desafio, mas é a interferência externa nesse<br />

sentido, e cada dia é uma coisa diferente.<br />

Aqui na Marajá, nós tentamos segurar o<br />

máximo para não ter demissões, estamos<br />

segurando ainda. Mas, há pouco respaldo<br />

por parte do governo.<br />

Você pode traçar um perfil para que uma<br />

empresa familiar chegue ao profissionalismo?<br />

Que caminho seria esse?<br />

ULANA: Tratar todas as questões com<br />

responsabilidade. Independente de serem<br />

da família ou não, as pessoas precisam<br />

ter competência em relação àquilo que<br />

fazem. Acho que esse é um segredo que a<br />

gente conseguiu levar muito bem. Claudio<br />

(Presidente do Grupo) conseguiu traçar<br />

isso, ele implantou uma cultura dentro da<br />

empresa, de ter competência para o cargo,<br />

independente de ser da família ou não e<br />

tratar as coisas da empresa como se deve.<br />

Ele implantou essa concepção de<br />

uma maneira que hoje é respeitada como<br />

uma coisa natural. Isso é muito importante.<br />

Aqui, não se tira um pacote de refrigerantes<br />

da empresa sem tirar nota fiscal e ser<br />

faturado, por quem quer que seja. Então, as<br />

coisas da empresa são da empresa, não são<br />

dos sócios. E tudo isso sem melindres. Esse<br />

é o segredo. Aí dá certo.<br />

Na sua visão, o brasileiro é mais criativo ou<br />

inovador?<br />

Sunkist é uma das beb<br />

laranja mais consum<br />

Estados Unidos, é m<br />

cooperativa americana f<br />

por mais de 6.000<br />

de fazendeiros que pr<br />

65% das laranjas de<br />

75% dos limões pro<br />

nos EUA. Exportam<br />

mais de 37 países<br />

mundial em licenc<br />

de alimentos e bebid<br />

Brasil, a Refrigerantes<br />

é primeira indústria b<br />

a ser licenciada para p<br />

da marca. A bebida é<br />

base de suco natural d<br />

levemente gaseificada.<br />

44 mundodaadministracao.com.br


ENTREVISTA<br />

nkist é uma das bebidas de<br />

anja mais consumida nos<br />

tados Unidos, é marca da<br />

operativa americana formada<br />

r mais de 6.000 famílias<br />

fazendeiros que produzem<br />

% das laranjas de mesa e<br />

% dos limões produzidos<br />

s EUA. Exportam para<br />

is de 37 países, líder<br />

ndial em licenciamento<br />

alimentos e bebidas. No<br />

asil, a Refrigerantes Marajá<br />

rimeira indústria brasileira<br />

er licenciada para produção<br />

marca. A bebida é leve, à<br />

se de suco natural da fruta,<br />

emente gaseificada.<br />

ULANA: Acho que o brasileiro é mais<br />

criativo e deveria ser mais inovador. Ele<br />

busca sempre as soluções para o dia a dia.<br />

Considere o nosso caso. Há vinte anos, nós<br />

tínhamos quinze empresas regionais de<br />

refrigerantes no estado. Hoje, estamos com<br />

duas.<br />

O que foi que aconteceu? Foram<br />

as mudanças pelas quais o País passou,<br />

nós passamos e os demais passaram. E<br />

inovação, tanto de processos, de práticas de<br />

gestão, de produtos, os outros não fizeram.<br />

A Marajá está no mercado desde<br />

1963, não tinha empresas tão antigas<br />

quanto a nossa. Só que isso não fez com que<br />

parássemos. Se a gente for olhar produtos,<br />

por exemplo, o refrigerante sabor maçã que<br />

nós lançamos há 15 anos, a concorrência<br />

veio lançar também esse sabor há poucos<br />

anos.<br />

Outro exemplo de produto<br />

inovador que lançamos no<br />

mercado é o suco Sunkist,<br />

com e sem CO². A inovação foi<br />

inserir um pouquinho de CO²<br />

para refrescar. Então, a gente<br />

sempre procurou - esse tem sido<br />

o perfil do Claudio - buscar o<br />

que tem de melhor no mercado,<br />

às vezes criar, inovar e lançar.<br />

Isso eu acho que fez com que a<br />

empresa conseguisse se manter<br />

no mercado.<br />

E quanto à prática de<br />

gestão, participar de<br />

todos os programas que a<br />

Federação das Indústrias e<br />

o Senai oferecem também<br />

é importante. Essa busca<br />

serve para ver o que a gente<br />

pode melhorar dentro desse<br />

‘‘<br />

contexto. Isso tudo vejo como inovação,<br />

algo que é mais do que a criatividade do dia<br />

a dia. Ela dá sustentabilidade ao negócio.<br />

Penso que isso é o que faz com que a gente<br />

esteja no mercado até hoje.<br />

Ainda no contexto da inovação e da criatividade,<br />

qual é a maior prioridade do marketing,<br />

dentre a área comercial, a da propaganda<br />

e da publicidade? Em qual delas você vê mais<br />

potencial para o seu negócio?<br />

O brasileiro<br />

é mais criativo<br />

e deveria<br />

ser mais<br />

inovador.<br />

”<br />

ULANA: O que mais priorizamos é o<br />

comercial. No entanto, estar com o produto<br />

disponível, oferecer atendimento e serviço<br />

adequados, da entrega ao abastecimento<br />

até a promoção de venda, é uma maneira<br />

de trabalharmos dentro dos 4 P’s do<br />

marketing. Eu vejo que a gente<br />

prioriza isso porque o resultado<br />

é mais palpável e está ao nosso<br />

alcance. A propaganda é de suma<br />

importância, mas ela requer um<br />

investimento muito alto.<br />

Então, a gente acaba não<br />

priorizando isso em maior proporção em<br />

função do alto custo. Mesmo assim, se<br />

olharmos a evolução dos materiais e da<br />

marca ao longo dos anos, a Marajá sempre<br />

focou na melhoria da comunicação visual e<br />

do posicionamento dela.<br />

Já executamos também várias<br />

campanhas publicitárias. Isso é bacana, traz<br />

vida para a marca. Em 2016.<br />

nós tivemos a experiência<br />

com a campanha do Ice<br />

Cola, a do Outubro Rosa.<br />

Foi fantástica também para o<br />

produto, pois nesse período<br />

em que a embalagem mudou<br />

da cor vermelha para pink,<br />

a competitividade ficou<br />

altíssima e, durante um<br />

Os 4 P’s se referem<br />

ao composto da visão<br />

tradicional do Marketing:<br />

Produto, Preço, Ponto de<br />

Distribuição e Promoção<br />

- de vendas, propaganda,<br />

publicidade.<br />

mundodaadministracao.com.br 45


ENTREVISTA<br />

período de sessenta dias, isso trouxe uma<br />

mensagem social por trás da campanha.<br />

Ações dessa natureza são positivas<br />

e muito melhor para chamar a atenção<br />

do público consumidor do que alto<br />

investimento financeiro ou dar atenção a<br />

ações de outras marcas da nossa linha.<br />

Sobre a gestora e administradora Ulana,<br />

ela é mais criativa ou inovadora?<br />

ULANA: Eu acho que no dia a dia tenho<br />

que ter criatividade para buscar soluções.<br />

Ainda há muita inutilidade operacional,<br />

por isso, desde problemas menores até os<br />

maiores, temos que buscar a criatividade<br />

e sempre penso sobre o que pode ser feito<br />

diferente. Mas eu gosto da inovação, seja<br />

do produto, do layout, do rótulo, essa coisa<br />

toda da comunicação. Eu embarco um pouco<br />

nisso. Temos um case recente de sucesso<br />

inovador. É sobre a Kitubaina . Fomos<br />

resgatar um sabor de 1963.<br />

O produto está com um<br />

ano, praticamente, e o<br />

investimento feito foi<br />

muito pequeno para<br />

um resultado que<br />

está crescente.<br />

Lançamos a<br />

Kitubaina<br />

com o<br />

propósito<br />

de lançar<br />

a Pet 2 litros. A<br />

partir daí fomos para a<br />

garrafa, e já chegou à lata.<br />

Agora já estão vindo mais duas<br />

embalagens, inclusive na versão da<br />

lata slim. Esse é um produto de sucesso<br />

que temos hoje baseado na inovação e na<br />

criatividade.<br />

O que motivou a Marajá resgatar aquele<br />

sabor lá de 1963?<br />

ULANA: Foi o sabor, isso é lindo. Às<br />

vezes, as pessoas sentam aqui, eu ofereço,<br />

e elas voltam ao passado. A<br />

Kitubaina não é um produto<br />

que agradou pelo investimento<br />

em mídia que foi feito. Ela está<br />

agradando pelo sabor. Esteve aqui<br />

um empresário que colocou a mão<br />

na cabeça ao experimentar o sabor.<br />

Perguntei a ele: o que aconteceu<br />

e ele disse: “Ah, estou com nove<br />

anos de idade”. Esse é um resgate<br />

de história de vida, é bonito.<br />

Ulana, no decorrer da sua gestão<br />

na Marajá, qual foi a fase ou o evento<br />

que marcou sua trajetória?<br />

ULANA: Foram muitas coisas.<br />

Mas eu acho que um marco muito<br />

grande na minha trajetória foi o<br />

lançamento do primeiro Programa<br />

de Fidelidade para distribuidores,<br />

que durou oito anos.<br />

Isso foi em 2002,<br />

embora esteja bem recente na<br />

minha memória. Foi o início da<br />

estruturação de um sistema que<br />

privilegiava a forma de atuar no<br />

mercado e de padronização de<br />

princípios para atendimento ao<br />

cliente. Eu acho que isso marcou<br />

profissionalmente minha trajetória,<br />

época em que eu atuava diretamente<br />

no comercial, e fomentei isso.<br />

Foi também um momento<br />

muito importante para a empresa.<br />

Na época, lembro que após uma<br />

atividade dinâmica que a gente fez,<br />

saímos para o intervalo e o Claudio<br />

46 mundodaadministracao.com.br


ENTREVISTA<br />

me puxou e falou: você vai me suceder. Foi<br />

a visão que ele teve, mesmo eu tendo tantas<br />

outras habilidades que eu não trabalhava,<br />

como a parte financeira, análise de balanço,<br />

de resultado, da indústria, mas ele viu a<br />

perspectiva comercial, viu potencial em<br />

mim.<br />

E depois foi tão rápido, que eu<br />

acho que ele lançou uma semente de<br />

você pode. Daí foi crescendo. Mas, o<br />

que acontece? Nós somos uma empresa<br />

comercial. Hoje eu vejo assim, você<br />

pode até não ter uma planta comercial,<br />

mas você tem que ter o mercado, você<br />

tem que ter o seu cliente, você tem que<br />

ter seu consumidor.<br />

Se você não tem aqui, essa parte,<br />

o mercado consumidor, ai não adianta<br />

você ter o restante do negócio. Então<br />

eu acho que foi isso que ele viu, essa<br />

possibilidade. E hoje, me vejo replicando<br />

essa atitude também. Nós concedemos<br />

oportunidade a outros colaboradores que<br />

começaram em funções mais simples<br />

na empresa, pois foi isso que aconteceu<br />

comigo. E me marcou muito.<br />

Você, como presidente do Conselho<br />

Regional de Responsabilidade Social,<br />

da FIEMT-MT, quais os benefícios<br />

tem trazido para sua empresa?<br />

ULANA: Após debater sobre as<br />

ações que as empresas podem fazer no<br />

contexto social com responsabilidade,<br />

estou trazendo isso para nossa empresa,<br />

até porque nós tínhamos desde há muito<br />

tempo várias ações. Desenvolvemos<br />

ações na área da educação, temos a<br />

indústria do conhecimento, trabalhamos<br />

com menores aprendizes, dentre outros<br />

projetos. Agora, ao pensarmos sobre<br />

o que mais a Marajá impacta hoje,<br />

socialmente, chegamos à conclusão de que<br />

é no resíduo. Na quantidade de embalagens<br />

que a gente coloca no mercado. Então, hoje<br />

nós estamos voltando nossa visão para isso<br />

e acredito que, nos próximos anos, a nossa<br />

atuação em termos de responsabilidade<br />

social vai crescer dentro disso.<br />

Em âmbito nacional, a gente<br />

participa junto com a Associação Brasileira<br />

de Indústrias de Refrigerantes (ABIR) e da<br />

Associação Nacional dos Catadores.<br />

Nossa ação consiste no auxílio<br />

financeiro para fortalecer as cooperativas,<br />

onde estão pessoas que vão recolher e<br />

se apropriar desse reciclado que está no<br />

mercado. Isso movimenta a economia, gera<br />

renda.<br />

Desenvolvemos ainda o projeto<br />

saudável por natureza, que é levar todo<br />

esse conceito de bom destino do reciclado<br />

para as crianças, nas escolas. Iniciamos<br />

há muitos anos um projeto de instalar<br />

lixeiras nas escolas e fazer um trabalho<br />

de sensibilização com as crianças, com os<br />

pais, com os professores. Hoje ele está cada<br />

vez mais forte.<br />

As crianças visitam a fábrica e<br />

reinvestimos o valor do que é coletado<br />

para a própria escola. Eventualmente,<br />

temos mais projetos, no entanto, o nosso<br />

objetivo principal está naquilo que a gente<br />

impacta, isto é, trabalhar, fomentando essa<br />

sensibilização para o uso adequado dos<br />

materiais, como fazer o reaproveitamento,<br />

onde alocá-lo ou não, esse é o nosso foco.<br />

Qual é a visão da Marajá, para os próximos<br />

anos?<br />

ULANA: É melhorar a cada dia. Escolhemos<br />

melhorar em três itens principais: a<br />

satisfação do consumidor, práticas de<br />

responsabilidade social e resultado. Porque<br />

mundodaadministracao.com.br 47


ENTREVI<br />

a empresa sem resultado não mantém o<br />

negócio, ela não tem condições de inovar,<br />

de melhorar a estrutura e a equipe. Neste<br />

último ano, apesar de todos os desafios que<br />

a gente encontrou, conseguimos melhorar<br />

muito os indicadores de gestão. Então,<br />

para o futuro essa melhoria é contínua, não<br />

longe do ideal.<br />

E sempre pensando: como está<br />

meu atendimento? Meu consumidor está<br />

feliz, satisfeito com nosso produto? Essa é<br />

a nossa visão de melhoria. Caso pergunte se<br />

a Marajá quer expandir para muitos outros<br />

estados, a resposta é não, embora tenhamos<br />

alguns projetos de exportação, inclusive<br />

estamos desenvolvendo um projeto com o<br />

Japão agora. Mas o nosso principal enfoque<br />

hoje é esse: não existe nada que não possa<br />

ser melhorado.<br />

Qual legado que a gestora Ulana pode<br />

deixar para os futuros gestores da Marajá?<br />

Seja da família ou não.<br />

“<br />

Posso dizer que<br />

tudo é possível,<br />

desde que a gente<br />

realmente queira<br />

e que tome uma<br />

decisão. Eu gosto<br />

de falar sobre isso.<br />

Depois é o trabalho,<br />

acompanhamento e<br />

controle.”<br />

Pois não é só ter o desejo para que as coisas<br />

aconteçam. Cada um deve questionar-se<br />

sobre o que gostaria de deixar como marca.<br />

Nós estamos aqui para cumprir a missão da<br />

empresa, não adianta enxergar dificuldade<br />

em tudo e em todas as pessoas. Para cada<br />

um existe um caminho. E que todos possam<br />

achar esse caminho.<br />

Ulana, no decorrer da sua carreira, você<br />

fez outra faculdade, Gestão Comercial. Nesse<br />

segundo curso conviveu com bastante jovens<br />

que estão chegando ao mercado de trabalho. O<br />

que você diria, hoje, para quem está ávido para<br />

fazer parte do mundo da administração e dos<br />

negócios? O que você, com a sua experiência<br />

em administração e gestão, deixaria como<br />

mensagem?<br />

ULANA: Olha, empreender no mundo dos<br />

negócios é fascinante. Você pode ser bem<br />

sucedido em qualquer área, em qualquer<br />

profissão. Agora, se você quer se sobressair,<br />

principalmente financeiramente, tem que<br />

empreender. Então, deve buscar aquilo que<br />

é a sua competência, que você ama fazer,<br />

e não adianta ir na contramão, porque só<br />

aquilo que você ama você vai fazer melhor.<br />

Eu li recentemente a biografia de Carlos<br />

Wizard, fiquei apaixonada pela história<br />

daquele homem. Consta que ele fez um<br />

planejamento para se tornar milionário. E<br />

ele se tornou bilionário. Também se tornou<br />

dono da franquia de lojas Mundo Verde,<br />

com mais de 300 lojas.<br />

Realmente você pode ser bemsucedido<br />

na vida, em qualquer profissão,<br />

em qualquer trabalho que escolher, desde<br />

que seja da sua competência. Agora, quando<br />

você escolhe o mundo empresarial e busca<br />

essa área do empreendedorismo, você está<br />

possibilitando que fomente formação de<br />

muitas outras pessoas. Mas eu vejo que<br />

no Brasil, com o passar dos anos, isso foi<br />

48 mundodaadministracao.com.br


EVISTA<br />

perdendo força. O empresário começou a<br />

ser como que a “erva daninha” do gramado,<br />

e os jovens começaram a perder um pouco<br />

dessa vontade de empreender. Muitos<br />

querem concurso público, em função de<br />

bons salários e estabilidade.<br />

Agora, por exemplo, se fala das<br />

startups, um caminho para o qual muitos<br />

se direcionam. Mas, quem vai dar trabalho<br />

para o nosso povo? Quem vai dar formação,<br />

não é mesmo? Quem vai continuar a<br />

produção? Teve um evento sobre startups<br />

em Cuiabá com mais de 550 pessoas, numa<br />

quarta-feira e o governo está incentivando<br />

muito isso. Existem vários exemplos na<br />

prática, como o programa do Uber, que foi<br />

resultado de uma startup. Há jovens que<br />

estão ganhando 20 mil reais e até mais com<br />

apenas 19 anos. Bacana, mas tem algumas<br />

coisas a ponderar. Isso gera quanto de<br />

receita, renda, aprendizado, formação,<br />

responsabilidade social? Parece que nós<br />

estamos na contramão. Quantos jovens<br />

querem, de fato, empreender? Pense, como<br />

é que surgiram as grandes corporações?<br />

Surgiram com alguém começando alguma<br />

coisa.<br />

Eu tenho trabalhado muito aqui<br />

com os jovens, com os aprendizes, para que<br />

eles conheçam todas as áreas da empresa<br />

e que suscite neles essa vontade de ter um<br />

negócio que produza e cresça. Entre 15 e<br />

20 anos isso era comum aqui na Marajá,<br />

todo dia era um ligando querendo ser um<br />

distribuidor Marajá. Alguém ligava e dizia<br />

que havia comprado um caminhãozinho, e<br />

queria saber onde poderia trabalhar. Cadê<br />

esse povo? Hoje você procura, mas o jovem<br />

não quer ir por esse caminho. Então, na<br />

minha imaginação, a figura do empresário<br />

fica como se estivesse desmoralizada. Mas<br />

a verdade é que o ambiente ficou mais<br />

desafiador, talvez isso possa fazer com que<br />

se escolha algo mais tranquilo e rápido<br />

como profissão.<br />

Tudo bem, alguém pode<br />

argumentar que todo mundo tem esse<br />

direito de escolha. Mas, e os que não têm<br />

formação. Quem vai dar trabalho para<br />

quem precisa? O governo precisa de uma<br />

máquina que gere. E qual é essa máquina<br />

que gere? Então, a contrapartida, é isto que<br />

eu falo muito para os meninos aqui, é que<br />

você pode ser bem-sucedido. Você pode ter<br />

esse sonho. Agora se você só quiser ter um<br />

emprego, carteira assinada, estabilidade,<br />

talvez nunca vá crescer na vida.<br />

O que vai ter é férias uma vez no<br />

ano, uma casa e um carro. Só que cada um<br />

pode ir mais além. Então, a minha mensagem<br />

para o jovem é a seguinte: Por favor, vamos<br />

voltar a pensar no empreendimento. Vamos<br />

pensar em abrir um negócio.<br />

LIVRO CITADO NA ENTREVISTA<br />

Livro: Os Sonhos não Têm Limites.<br />

Editora: Gente<br />

Ano: 2012<br />

É a biografia do fundador da rede de<br />

idiomas Wizard e presidente do Grupo<br />

Multi Educação, marca que detém as<br />

instituições de ensino Yázigi, Skill,<br />

Microlins, People, S.O.S e Smartz.<br />

Ele conseguiu entrar na lista dos<br />

bilionários da Forbes Brasil. Possui<br />

negócios em dez países, gera 50 mil<br />

empregos e movimenta 3 bilhões<br />

de reais anualmente. Para o autor,<br />

ficar rico não é questão de sorte, e,<br />

sim, de postura mental, escolhas<br />

e determinação. Não se pode ter<br />

medo, vergonha ou culpa por ser<br />

rico. O sucesso só é sucesso se você<br />

o compartilha com os outros. Outra<br />

obra do autor: “Desperte o Milionário<br />

que Há em Você”.<br />

mundodaadministracao.com.br 49


DOOSSIÊ<br />

UMA VISÃO <strong>DA</strong><br />

DIRETORIA<br />

FINANCEIRA COM<br />

EXPERIÊNCIA<br />

NA ÁREA<br />

COMERCIAL<br />

1 2<br />

3 4 5<br />

6<br />

“Quanto mais<br />

sistêmica for<br />

a visão sobre<br />

o negócio,<br />

melhor.”<br />

A<br />

Equipe da Revista Mundo da<br />

Administração também conversou com<br />

Edson Bruehmueller, 47 anos, formado<br />

em administração, que durante anos<br />

atuou na área comercial e atualmente<br />

ocupa a diretoria administrativa-financeira da<br />

Refrigerantes Marajá.<br />

Edson começou como distribuidor da Marajá,<br />

em 1992, ainda quando morava em Campo Grande,<br />

Mato Grosso do Sul, em sociedade com a irmã Lílian<br />

e o cunhado Jonatan. Em 1995 ele se mudou para<br />

Mato Grosso, gerenciou o setor financeiro da unidade<br />

de Rondonópolis.<br />

Mudou-se posteriormente para Cuiabá,<br />

onde assumiu a área comercial com foco voltado<br />

para os grandes clientes, atacados e distribuidores.<br />

50 mundodaadministracao.com.br


Permaneceu nessa função por 15 anos e em 2010<br />

assumiu a diretoria financeira.<br />

Como foi para você a transição, da<br />

distribuição em Campo Grande, perpassando<br />

pela área comercial em Cuiabá até sua gestão<br />

atual na área financeira?<br />

EDSON: Como distribuidor de uma<br />

empresa pequena, isso exigia que eu<br />

cuidasse de todos os processos. Quando<br />

mudei para cá, ao exercer as atividades<br />

da área comercial, passei a dar foco numa<br />

atividade específica, praticamente. Embora<br />

com complexidades que exigem muita<br />

atenção, como área e concorrência. E, a<br />

partir do momento em que migrei para a<br />

área financeira da empresa, de 2010 para<br />

cá, usei minha experiência anterior para me<br />

adaptar às necessidades surgidas.<br />

E facilita sua atuação na área financeira<br />

com a visão que trouxe da área comercial?<br />

EDSON: Facilita muito, até porque tenho<br />

vários clientes que necessitam de condições<br />

diferenciadas. Por já conhecê-los, fica mais<br />

fácil decidir favoravelmente ou não. Já<br />

conheço o perfil de cada um deles. Maior<br />

ou menor flexibilidade depende muito<br />

dessas análises sobre o histórico de cada<br />

um na relação com a empresa.<br />

A Marajá tem uma história marcante<br />

desde a fundação, na efetividade dela no<br />

mercado de trabalho. Durante esse período<br />

surgiram empresas que já nem existem mais.<br />

Qual a relação que você faz da marca Marajá<br />

e, consequentemente seus produtos, com dois<br />

fatores importantes para uma empresa no<br />

mercado: criatividade e inovação?<br />

EDSON: A Marajá, em relação à criatividade<br />

e inovação é uma empresa que sempre foi<br />

marcada por inovações, tanto em tipos de<br />

produtos como em embalagens. Já lançamos<br />

produtos com sabores diferenciados que<br />

nem existiam no Brasil, como também já<br />

fizemos inovações em que não tivemos<br />

sucesso almejado ou por breve tempo, mas<br />

isso faz parte do contexto.<br />

Dentro de um pareamento de criatividade<br />

e inovação, o que tem mais a ver com a marca:<br />

criatividade ou inovação?<br />

EDSON: Eu acho que mais inovação.<br />

Existem lançamentos novos previstos?<br />

EDSON: Sim. Em breve. Estamos<br />

estudando outros sabores.<br />

A percepção atual é a de que as mudanças<br />

em duas décadas, hoje, diferem das que<br />

ocorreram nas duas décadas em meados<br />

do século XX, quando as mudanças não<br />

aconteciam muito rápido. Qual é sua visão<br />

de futuro para os próximos 20 anos? Como<br />

você imagina o mercado de refrigerantes nas<br />

próximas décadas?<br />

EDSON: Então, no seguimento de<br />

refrigerantes eu acredito que, embora<br />

exista um combate ao produto, o que<br />

considero desproporcional e o vejo como<br />

não verdadeiro, tudo indica que o consumo<br />

não irá cair. Mas temos também o consumo<br />

de água mineral que é um seguimento que<br />

por meio da marca Brunado, cada vez vai<br />

crescente.<br />

Mesmo que o segmento de<br />

refrigerantes não tenha crescimento alto<br />

como teve no passado, também não vai<br />

cair. Para se adequar a essa questão de<br />

calorias que há tempo vem massacrando<br />

mundodaadministracao.com.br 51


o consumo de bebidas, temos lançamento<br />

dos sabores com baixa caloria. Porém,<br />

existem pesquisas nos Estados Unidos que<br />

mostram que o consumo de calorias pelos<br />

americanos, dos anos de 1970 até hoje,<br />

não aumentou. Só que houve o aumento da<br />

obesidade.<br />

Então, o que acontece? Chegouse<br />

à conclusão de que a falta de exercícios<br />

físicos e os confortos da vida moderna<br />

como mais ar-condicionado, controle<br />

remoto, o uso do automóvel com direção<br />

elétrica e uma série de coisas que reduzem<br />

o esforço corporal que as pessoas<br />

‘‘<br />

faziam, são consideráveis. Mas nos<br />

adaptamos mesmo assim e para<br />

melhorarmos essa questão, uma<br />

parte da nossa linha de refrigerante<br />

é fabricada com redução de 30%<br />

da quantidade de açúcar, é o caso<br />

do guaraná tradicional e no sabor<br />

laranja.<br />

O guaraná está em<br />

torno de 59 calorias por 200 ml.<br />

E qualquer suco industrializado<br />

do mercado, em lata ou tetra pak<br />

possui em torno de 150 a 180<br />

calorias.<br />

Já o guaraná zero é com<br />

esplenda, adoçante natural que<br />

possui zero caloria. Estamos com uma<br />

quantidade de calorias bem baixa. Por isso<br />

a perspectiva é otimista para as próximas<br />

décadas.<br />

Gostaria que você deixasse uma mensagem<br />

para quem está começando no mercado de<br />

trabalho hoje, mesmo com a formação<br />

acadêmica, mas sem a experiência para atuar<br />

no mercado:<br />

EDSON: Quero dizer a esse profissional<br />

que ele busque se esforçar ao máximo para<br />

entender o funcionamento das empresas.<br />

Hoje em dia tem muita gente que não<br />

entendeu isso, que a empresa tem uma<br />

série de funções, atividades, mas o objetivo<br />

principal dela é gerar resultados.<br />

O jovem, por mais que esteja<br />

começando, precisa se concentrar pensando<br />

que o trabalho dele tem que somar para a<br />

empresa.<br />

A gente vê que novos profissionais<br />

hoje estão muito preocupados em avançar<br />

rapidamente. Isso tem um lado bom, só que<br />

tem que ter muita dedicação para avançar<br />

rapidamente senão<br />

a pessoa fica apenas<br />

transitando de um<br />

lugar para outro.<br />

O jovem, por<br />

mais que esteja<br />

começando,<br />

precisa se<br />

concentrar<br />

pensando que<br />

o trabalho dele<br />

tem que somar<br />

para a empresa.”<br />

PERFIL<br />

EXPERIÊNC<br />

52 mundodaadministracao.com.br


DOOSSIÊ<br />

1 2 34<br />

5<br />

6<br />

UM<br />

IL DE<br />

NCIA<br />

A<br />

lembrança do empreendedorismo e da garra do senhor Felippe Bruemueller permanece vívida<br />

na memória de Francisco Fernandes Vieira, parceiro desde o primeiro dia em que o fundador<br />

e o filho Claudio saíram nas rotas de Cuiabá para vender a marca Marajá, após se instalar<br />

em Várzea Grande, no ano de 1982. Dos 66 anos vividos, mais da metade deles, Chico, como é<br />

carinhosamente chamado na Marajá, foi de dedicação à empresa.<br />

Na ocasião, Francisco também casou-se e teve o primeiro filho. De lá para cá, são 35 anos<br />

de história que ele tem testemunhado, desde uma pequena e frágil fábrica até o sofisticado parque<br />

industrial onde hoje ele desempenha a função de coordenador operacional e auditoria nas revendas da<br />

empresa.<br />

Sobre a trajetória na empresa, orgulhosamente e com uma memória impecável, Francisco relata<br />

mundodaadministracao.com.br 53


que nos primeiros dias, eram três caminhõezinhos,<br />

e que todos estavam ansiosos para saírem,<br />

venderem e verem quem vendia mais.<br />

Ele saiu com seu Felipe em dos<br />

caminhõezinhos, enquanto o Claudio saiu em<br />

outro com um ajudante.<br />

No terceiro, saiu o Walter. Conta que às<br />

seis horas da manhã eles já estavam na rua.<br />

E voltavam à noite, por volta das 22 horas,<br />

após deixar a carga pronta para o dia seguinte. Era<br />

o que faziam para terem resultado, pois o produto<br />

Marajá ainda não era conhecido.<br />

O primeiro dia foi marcante para Francisco.<br />

Relata ele que dia 8 de fevereiro de 1982, primeiro<br />

dia, estava com seu Felippe às 9 horas da manhã<br />

no bairro Dom Aquino, quando estouraram de<br />

uma só vez dois pneus do caminhãozinho em que<br />

estavam, numa única pancada.<br />

Então Francisco ficou no local, na porta<br />

de um barzinho, cuidando da carga e seu Felipe<br />

saiu para comprar os pneus.<br />

Ele voltou às 16 horas com quatro pneus,<br />

após muito andar e achar crédito para a compra.<br />

Francisco passou o dia à base de uns salgados,<br />

mas essa estreia ficou marcada na história desses<br />

homens de garra. Assim foi o primeiro dia. Mas,<br />

como disse Francisco: “Aí a gente deu sequência,<br />

houve trabalho, todos os dias às 6 horas da manhã<br />

já estávamos na rua”.<br />

Foi muito esforço para conseguir colocar<br />

o produto no mercado, relata o veterano. Foram<br />

melhorando e as coisas foram acontecendo.<br />

Francisco, de ajudante do seu Felipe, após quatro<br />

meses também pegou um caminhãozinho para<br />

dirigir e passou a ser vendedor. Era uma época<br />

em que não existia pré-venda, tudo era pronta<br />

entrega.<br />

Após mais de ano trabalhando como<br />

vendedor externo, ele foi para outros setores,<br />

tesouraria, estoque, supervisão de vendas, serviços<br />

gerais e expedição. Foi nessa última função que<br />

ele permaneceu por mais tempo.<br />

ENTREVISTA<br />

Francisco, o que você pode falar do seu Felipe Bruehmue<br />

deu início a esse sonho? O que você pode falar sobre o perfi<br />

FRANCISCO: Ele tinha uma ampla visão de futuro. Pen<br />

sempre dinâmico. Por isso que eu acho que a empresa cr<br />

Você se lembra de alguma filosofia dele, algum conselho<br />

motivar a equipe?<br />

FRANCISCO: Ah, ele sempre dizia que para a gente c<br />

tinha que trabalhar e com amor naquilo que estivesse f<br />

grande professor. Então, quem aprendeu com ele conseg<br />

Qual foi o fato marcante na sua vida nesses quase<br />

Marajá?<br />

FRANCISCO: Pois é, um fato que na época marcou<br />

empresa era pequena e estava instalada a 800 metro<br />

instalações. Fiquei impressionado com o investimento<br />

o Claudio fizeram para ampliação da fábrica. Saiu de<br />

envaze pequena para uma ampliação enorme e naquela<br />

aperto financeiro. E na época, parece que trabalhamos<br />

para vencer os compromissos que tinha na época. Nessa<br />

da equipe de vendas e lembro-me de que um dia eu d<br />

negócio estava apertado. Então eles me disseram: Franc<br />

vender, pega sua equipe e vamos vender que o resto é<br />

sucesso, ai o negócio foi só crescendo e melhorando.<br />

O que você deixaria como mensagem, para quem está en<br />

hoje, como funcionário da Marajá?<br />

FRANCISCO: O que eu deixaria para quem está ent<br />

trabalho é que façam tudo com amor. Não adianta você atu<br />

num setor em que você não gosta de fazer aquilo que estiv<br />

E mais, as pessoas têm que ter responsabilidade, cu<br />

obrigações. Além de estarem cientes de que a honestidad<br />

fazerem o trabalho certo. Enfim, acho que é por ai.<br />

54 mundodaadministracao.com.br


VALE APENA<br />

1 2 34<br />

UM HISTÓRIA 5<br />

6<br />

pe Bruehmueller, o pioneiro que<br />

sobre o perfil desse homem?<br />

de futuro. Pensava muito à frente,<br />

a empresa cresceu.<br />

um conselho que ele usava para<br />

QUE FAZ A<br />

para a gente conseguir resultados<br />

ue estivesse fazendo. Ele era um<br />

m ele conseguiu bons resultados.<br />

esses quase quarenta anos de<br />

oca marcou muito foi quando a<br />

a 800 metros daqui das novas<br />

investimento que seu Felipe e<br />

rica. Saiu de uma capacidade de<br />

e e naquela época provocou um<br />

trabalhamos mais ainda, que era<br />

época. Nessa ocasião eu cuidava<br />

um dia eu disse aos dois que o<br />

sseram: Francisco, você cuida de<br />

ue o resto é conosco. Ai foi um<br />

lhorando.<br />

quem está entrando no mercado<br />

uem está entrando no campo de<br />

ianta você atuar numa empresa ou<br />

quilo que estiver desempenhando.<br />

abilidade, cumprir horário e as<br />

a honestidade é importantíssima,<br />

é por ai.<br />

DIFERENÇA<br />

No relatório do Balanço Social das atividades da Refrigerantes Marajá<br />

de 2010 a 2016, consta que 40 Escolas inseridas no Projeto Saudável<br />

por Natureza, cujo objetivo é a educação e conscientização ambiental<br />

de crianças e jovens através de palestras e gincanas nas escolas da rede<br />

Npública de Cuiabá e Várzea Grande.<br />

Foram 9.500 Alunos beneficiados, 1200 Coletores seletivos doados e 15<br />

toneladas de resíduos coletados e retirados da natureza nesse período.<br />

A empresa concorre anualmente ao Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho<br />

(PSQT), sendo posicionada em 2º lugar por dois anos e em 1º Lugar por 6 anos ao<br />

longo do prêmio.<br />

Possui reconhecimento público pela promoção de projetos que visam à<br />

qualidade de vida dos colaboradores e das comunidades, como Certificado de<br />

Responsabilidade Social, criado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.<br />

É também Prêmio Top Of Mind da Revista RDM por ser a marca de<br />

refrigerantes regional mais lembrada pelos consumidores.<br />

Para conhecer mais sobre a Marajá, o site da empresa é www.<br />

marajarefrigerantes.com.br. Este é o caso de uma empresa genuinamente mato-grossense.<br />

DOOSSIÊ<br />

mundodaadministracao.com.br 55


GAS<br />

COMI<strong>DA</strong> BOA TAMBÉM É<br />

CAMPO<br />

56<br />

DE EMPREENDEDORISMO<br />

mundodaadministracao.com.br


STRONOMIA<br />

TALENTO E VISÃO,<br />

UMA RECEITA EMPREENDEDORA<br />

Será que talento na cozinha é o bastante<br />

para que o negócio na gastronomia<br />

dê certo? Ou existem outros<br />

setores dentro do empreendimento<br />

responsáveis pela sobrevivência do<br />

negócio?<br />

Diante disso, é importante pensar sobre os<br />

desafios encontrados para expandir os horizontes<br />

dentro da empresa.<br />

É importante que, ao empreender em<br />

algo, não seja conduzido apenas pela euforia,<br />

pela ansiedade ou simplesmente pelo desejo de<br />

que dê certo e obter lucros.<br />

Torna-se necessário que haja investimento<br />

na profissionalização, na administração, no<br />

desenvolvimento de processos e de pessoas.<br />

Nesta edição, a equipe da revista Mundo<br />

da Administração recebeu a visita de dois<br />

profissionais que se declaram apaixonados pela<br />

gastronomia e fazem parte da história de Mato<br />

Grosso.<br />

São os consultores gastronômicos Marcelo<br />

Lazzarotto e Hélio Salles, que há seis anos se<br />

dedicam à consultoria sobre implementação<br />

do negócio a quem deseja investir na culinária<br />

e abrir um empreendimento no segmento da<br />

alimentação.<br />

Sediados em Cuiabá, atendem clientes em<br />

quatro estados brasileiros. Conheça essa história<br />

recheada de visão e empreendedorismo.<br />

Entrevistado: Marcelo Lazzarotto<br />

Idade: 36<br />

Naturalidade: Sarandi/RS;<br />

Formação: Contabilidade/gastronomia<br />

O que o motivou trabalhar na área: Paixão e<br />

família. Atua na área gastronômica há 18 anos.<br />

Entrevistado: Helio Salles<br />

Idade: 41<br />

Naturalidade: Cáceres/MT<br />

Formação: gastronomia<br />

O que o motivou trabalhar na área: Necessidade,<br />

a princípio. Depois virou paixão. Atua na<br />

gastronomia há 25 anos.<br />

Consultoria: LAZZAROTTO E SALLES<br />

SITE: www.lazzarottoesalles.com.br<br />

mundodaadministracao.com.br 57


Histórico<br />

Profissional<br />

Marcelo Lazzarotto iniciou<br />

no ramo da alimentação aos<br />

17 anos de idade, em um<br />

conceituado restaurante em<br />

Mato Grosso. Segundo ele,<br />

foi passando por todos os degraus dentro do<br />

estabelecimento. Então, após alguns anos de<br />

atuação naquele local, sempre bem dedicado,<br />

começou a ser procurado por clientes em busca<br />

do conhecimento que havia adquirido.<br />

Os vários períodos de férias e folgas que<br />

tinha no decorrer do ano, Marcelo aproveitava<br />

para atender as solicitações desses clientes que<br />

queriam treinamento nos estabelecimentos deles.<br />

Tinha lista de espera, segundo Marcelo,<br />

para atendimento aos clientes. A demanda<br />

aumentou e foi dessa oportunidade que surgiu uma<br />

parceria com o também colega de trabalho, Helio<br />

Salles, que possuía mais tempo de experiência na<br />

área.<br />

Hélio, quando começou a trabalhar em<br />

restaurante profissional, a principio achava<br />

que seria só um “quebra- galho”. Só que logo<br />

despertou o gosto pela profissão e foi o segmento<br />

em que atuou por 18 anos.<br />

Tornou-se hábil na atividade de<br />

treinamento e capacitação de profissionais e,<br />

unindo esforços com Marcelo, se tornaram<br />

empresários no segmento. No princípio, eles não<br />

eram sócios. Mas a parceria sempre existiu.<br />

Quando um não conseguia atender a<br />

demanda de determinado cliente, apresentava o<br />

colega e passava o serviço para ele. Foi assim que<br />

tiveram a ideia de transformar essa habilidade que<br />

tinham em negócio, daí surgiu a Consultoria.<br />

Hélio saiu da empresa em que trabalhavam<br />

para se dedicar ao novo negócio, enquanto o<br />

Marcelo continuava na empresa por mais um<br />

período. Por uma questão de respeito ao antigo<br />

patrão e consideração pelo tempo de serviço<br />

que havia, não queriam deixar ao mesmo tempo<br />

o estabelecimento com desfalque imediato de<br />

dois profissionais. E o negócio começou assim,<br />

pautado numa postura ética.<br />

Foi a decisão em conjunto de não<br />

trabalharem para os outros e terem um<br />

empreendimento próprio que fez com que<br />

criassem uma sociedade. Então o negócio<br />

começou e deu certo. Marcelo e Hélio se<br />

esforçaram muito, mas afirmam que valeu a pena,<br />

pois agora estão colhendo os resultados pela<br />

dedicação empreendida ao longo dos últimos seis<br />

anos. Hoje, têm os nomes reconhecidos,<br />

e nos sistemas de busca a empresa deles está<br />

sempre visível. Hélio ressalta que um fator que<br />

os destacou no mercado de trabalho foi a maneira<br />

como eles se comportavam.<br />

Os clientes percebiam o jeito deles<br />

ao atendê-los, principalmente a postura que<br />

mantinham na abordagem, a seriedade e a<br />

confiança. Assim eles foram recebendo convites<br />

para palestrarem sobre o bom atendimento e os<br />

processos envolvidos no negócio da alimentação,<br />

e sendo reconhecidos por isso.<br />

Até que tiveram a grande sacada de<br />

transformarem isso numa oportunidade ainda<br />

maior, e própria. Confira a entrevista com<br />

o Marcelo e o Hélio, que simultaneamente<br />

responderam a algumas perguntas:<br />

58 mundodaadministracao.com.br


Mundo da ADM: O que é um Projeto de<br />

Consultoria Gastronômica? O que vocês<br />

podem fazer pelo cliente?<br />

Marcelo/Hélio: No primeiro contato nosso<br />

com o cliente, a coisa mais importante é<br />

que ele tenha um projeto pronto. Isto é,<br />

uma ideia formada do que queira.<br />

Perguntamos: O que você quer?<br />

Então ele diz e a partir disso é que a gente<br />

vai elaborar o projeto de consultoria. Ou<br />

seja, a ideia surge do cliente, só podemos<br />

atendê-lo quando ele chega e diz: eu quero<br />

abrir um restaurante, por exemplo. Se<br />

ele afirma que não sabe o que quer, não<br />

podemos sonhar o sonho dele.<br />

O que fazemos é ajudar a realizar<br />

a ideia que possui e a partir daí é que a<br />

gente trabalha. Então entramos com a parte<br />

do projeto, desde a arquitetura até a entrega<br />

da máquina funcionando. Contamos com<br />

parceiros para os projetos, cuidamos da<br />

parte de maquinários, contratação dos<br />

funcionários, treinamento, cardápio,<br />

desenvolvimento, atendimento, entregamos<br />

tudo funcionando para ele. Pegamos a<br />

marca desde o comecinho e a entregamos<br />

em andamento. Só que isso parte da ideia<br />

dele.<br />

Seja uma pizzaria, um restaurante,<br />

é através dessa decisão que a gente vai fazer<br />

toda a construção com ele e ajudá-lo para<br />

que isso aconteça.<br />

Nosso trabalho de consultoria não<br />

consiste em dizer ao cliente assim: “investe<br />

em pizzaria, pois esse negócio é bacana”,<br />

nós não temos esse poder.<br />

A gente trabalha em cima de<br />

sonho, de ideias, de pensamentos. O que<br />

vamos fazer é clarear a ideia dele, sugerindo<br />

diferente se o que ele pensa estiver fora do<br />

contexto.<br />

A partir daí é trabalhar projeto,<br />

ver a questão de facilidade, melhoramento,<br />

fluxo.<br />

Se ele tem um bom recurso, vamos<br />

trabalhar com equipamento de ponta para<br />

agilizar e facilitar o trabalho.<br />

Então após a implementação,<br />

quando o cliente começa a ganhar dinheiro,<br />

a gente vai embora, pois ele já está colhendo<br />

frutos.<br />

O Tripé da economia está pautado em<br />

pessoas, processo e tecnologia. Isso está dentro<br />

do projeto de consultoria de vocês?<br />

Marcelo/Hélio: Sim, está dentro do<br />

projeto de consultoria nosso. Dizemos<br />

que a consultoria é o melhor investimento<br />

que existe, pois, em vez de o cliente ficar<br />

tentando, “dando cabeçada”, se ele investe<br />

em consultoria, terá profissionais com<br />

conhecimento na área, e isso vai encurtar<br />

um pouquinho o trajeto dele até fazer<br />

sucesso.<br />

O nosso papel é esse, fazer com<br />

que esse caminho fique um pouco mais<br />

curto. Mesmo neste período em que as<br />

pessoas falam de crise, a gente não sofreu<br />

crise nenhuma.<br />

Pelo contrário, cada vez mais<br />

querem nos contratar, sabe para quê?<br />

Para que eles consigam economizar em<br />

momentos como esse. Por vezes, mesmo<br />

que o cliente não fature mais, o importante<br />

é que ele gaste menos, essa é a grande<br />

sacada.<br />

Se o cliente quer montar um restaurante,<br />

em quanto tempo vocês terminam o processo<br />

de consultoria pra que ele comece a ganhar<br />

dinheiro com o negócio em funcionamento?<br />

Marcelo/Hélio: O prazo médio, se ele<br />

tiver que construir, é de mais ou menos seis<br />

mundodaadministracao.com.br 59


meses.<br />

Quem é que mais conta com o serviço de<br />

consultoria gastronômica? É aquele cliente<br />

que já está no mercado e de repente tem<br />

dificuldade, ou é o cliente que quer abrir um<br />

negócio?<br />

Marcelo/Hélio: Há os dois casos. Mas,<br />

na maioria das vezes é o cliente que quer<br />

abrir um negócio. A grande parte do nosso<br />

serviço é voltada para clientes novos.<br />

Quando o cliente solicita uma consultoria,<br />

ele já sabe do que se trata, já vem com um<br />

conceito definido sobre esse trabalho, ou vem<br />

despreparado?<br />

Marcelo/Hélio: Ele é o investidor, mas<br />

às vezes vem despreparado. Ou vem com<br />

uma visão diferente e a gente apresenta a<br />

ele outra, principalmente quando ele é de<br />

outra área. Uma grande parte das pessoas<br />

que nos contratam não é quem vai ser o<br />

gestor do negócio, não é quem vai ficar no<br />

restaurante, devido a outros negócios que<br />

possui. Por isso também contratamos e<br />

treinamos gerentes, quando precisam.<br />

O que é imprescindível para o sucesso na<br />

gastronomia?<br />

Marcelo/Hélio: É o investimento. E<br />

começa pelo dinheiro. Porque não pode<br />

ter dó de investir. Acontece que nesse tipo<br />

de serviço, nem sempre gasta o que está<br />

estimado, o valor previsto pode ultrapassar.<br />

E depois de ter o recurso, não deve ter medo<br />

do mercado.<br />

Em seguida, investir nos<br />

profissionais, sem sombra de dúvida, isso<br />

é fundamental. Tem gente que diz que se<br />

investir depois a pessoa deixa o trabalho e<br />

vai para outro lugar. E daí? Forma outra.<br />

Tem que fazer dessa forma, se você não<br />

investe seu negócio não cresce. Então, a<br />

primeira coisa é não ter medo de investir.<br />

Como é o mercado para consultoria na<br />

área gastronômica em Mato Grosso? Além de<br />

vocês, existe concorrência?<br />

Marcelo/Hélio: Não chamamos de<br />

concorrência. Pois concorrência é quando<br />

você tem alguém do seu lado e que compete<br />

por igual. Agora, quando você tem alguém<br />

que está muito longe de chegar ou se<br />

equiparar até você, aí não é concorrência.<br />

Mas, existem outras pessoas que fazem<br />

esse serviço.<br />

E qual é o diferencial do Lazzarotto e<br />

Salles?<br />

Marcelo/Hélio: Esse diferencial está 100%<br />

no nosso serviço, que é in loco e prático.<br />

Não perdemos tempo em sala de aula. Nosso<br />

treinamento é “faca na cebola”, entendeu?<br />

Ele é 100% prático.<br />

Qual é a visão de vocês sobre os diferenciais<br />

da gastronomia mato-grossense em relação à<br />

gastronomia nacional?<br />

Marcelo/Hélio: A culinária mato-grossense<br />

não perde para nenhuma outra região do<br />

Brasil. Só que, lógico, a gente não pode<br />

deixar de valorizar as outras regiões<br />

também. Falamos isso porque Mato Grosso<br />

é muito rico e temos uma das melhores<br />

carnes do Brasil.<br />

Não tem peixe melhor que o<br />

nosso. Temos diversidade de matéria-prima<br />

e o clima aqui é invejável por não ter uma<br />

variação que tem em outras regiões.<br />

60 mundodaadministracao.com.br


Por atuarem na consultoria, como vocês<br />

veem a atividade da administração no segmento<br />

gastronômico?<br />

Marcelo/Hélio: Antes de montar um<br />

restaurante, temos que primeiro trabalhar<br />

muito a questão administrativa. Porque<br />

quando você se conecta à ideia de controle<br />

e processos, esse ato tem muito mais chance<br />

de dar êxito ao negócio.<br />

‘‘<br />

A administração<br />

vai trabalhar<br />

também com<br />

números,<br />

e quanto a<br />

fatos não há<br />

argumentos. A<br />

administração é<br />

essencial<br />

”<br />

Qual é o perfil das pessoas quando procuram<br />

vocês, elas entendem mais de administração<br />

ou tem mais dinheiro para investir?<br />

Marcelo/Hélio: Grande parte vem<br />

preparada administrativamente. Gente que<br />

já possui empresas e comanda outros tipos<br />

de negócios. A pessoa já chega sabendo<br />

sobre isso, nós ajudamos no como fazer o<br />

que ela quer.<br />

Gastronomia ou empreendedorismo, o que<br />

e mais importante?<br />

Marcelo/Hélio: Empreendedorismo é mais<br />

importante. As pessoas, primeiro, têm que<br />

ter gana, aquela sede de investir. Se não<br />

existir essa gana, ela não vai pra frente.<br />

Se não tiver um pensamento<br />

empreendedor para mudar e fazer diferente,<br />

daqui a um ano, se o restaurante estiver<br />

saturado, como vai ser?<br />

Hoje o mercado não aceita<br />

simplesmente você copiar o vizinho. Você<br />

não pode ficar igual a todo mundo.<br />

Então tem que ser empreendedor.<br />

Empreendedorismo é não ter medo de<br />

quebrar parede, colocar um vidro, uma<br />

cascata, mudar o piso, instalar uma<br />

iluminação melhor, colocar uma fachada<br />

mais adequada, enfim, esse é o caminho.<br />

Isso tem que estar dentro da<br />

pessoa, o investidor empreendedor é um<br />

ser inquieto.<br />

Quais são as motivações necessárias que<br />

levam um profissional a ter sucesso na cozinha<br />

e nos negócios?<br />

Marcelo/Hélio: Pensar positivo é uma dos<br />

principais motivações. Tem que ter aquela<br />

vontade de se tornar referência.<br />

O profissional deve entrar para<br />

ser o melhor. Vai lançar uma tendência, um<br />

serviço novo?<br />

Lance o melhor e não mais um. Se<br />

vamos colocar um livro no mercado, que<br />

seja o melhor. Isso é importante.<br />

E tem que ter uma paixão, tem que<br />

gostar, tem que viver. O ramo da gastronomia<br />

é uma área de muita dedicação. Por ser um<br />

ramo de serviço, não é tão fácil.<br />

Às vezes a pessoa precisa<br />

ficar dentro de um restaurante por 8, 12,<br />

14 ou até 16 horas, o tempo todo em pé.<br />

Então tem que gostar muito do que faz. E<br />

em tudo isso está envolvido também o lado<br />

emocional.<br />

mundodaadministracao.com.br 61


Muitas pessoas começam a cozinhar dentro de casa,<br />

cozinhando para os familiares, pais, marido, esposa, está dando certo<br />

e aí transcende, resolve montar alguma coisa.<br />

O sucesso pode vir também desse contexto.<br />

Qual a visão de vocês sobre o chef no Brasil que se expõe através<br />

de programas de reality show culinário. O que isso contribui com a<br />

imagem da gastronomia?<br />

Marcelo/Hélio: Essa é uma pergunta difícil porque é quase uma<br />

“faca de dois gumes”.<br />

Todos os que conduzem lá são proprietários de<br />

restaurante.<br />

Mas, em termos de teste profissional, uma coisa é você<br />

julgar quando um produto não está bom.<br />

Outra é você ter um concorrente ali na sua<br />

frente, um competidor e esculachar a pessoa da maneira<br />

como eles fazem.<br />

Isso na verdade é mais um insulto com o<br />

profissional que está ali. Uma coisa é você não gostar de<br />

algo, mas ali eles passam ideia para três ou quatro jurados.<br />

Talvez você não goste de bacalhau, mas o outro é apaixonado<br />

pelo prato. Por isso pode ser visto como desleal e desrespeitoso,<br />

pois todos que chegam ali têm uma paixão, e essa paixão não é<br />

respeitada.<br />

Mas, isso é apenas midiático mesmo, porque você não vai<br />

ver esse mau trato em nenhum outro lugar, senão daria processo.<br />

É puramente televisão, uma forma de eles ganharem<br />

dinheiro.<br />

Que tipo de conselho, dica, orientação vocês dariam para alguém<br />

que está querendo entrar na área gastronômica?<br />

Marcelo/Hélio: Trabalhe bastante, muito mesmo. Coma, deguste e<br />

tenha noção do que esteja fazendo.<br />

Saiba como funciona o fogão, saiba por onde os clientes<br />

têm que entrar e sair do restaurante.<br />

E como receber uma mercadoria que está chegando.<br />

Selecione qual tomate é melhor para o molho, que variedade que<br />

você tem de manjericão, de azeite, de arroz.<br />

Entenda primeiro isso aí, o que você vai fazer, pois isso é o<br />

fundamental. Falar que é um consultor pode ser fácil, mas você sabe<br />

ler um projeto?<br />

62 mundodaadministracao.com.br


Tem consultores que montam cozinha que não tem<br />

projeto, compram equipamentos sem ter projeto.<br />

Como é que você instala equipamentos dentro de um<br />

espaço sem que você saiba o tamanho dele? Mas, quem lê projeto<br />

é só o arquiteto?<br />

A gente precisa saber disso, pegar um projeto, saber<br />

medida, saber que equipamento que vai ser colocado ali, saber<br />

qual a necessidade do cliente. Isso é importante.<br />

Depois, você precisa entender de pessoas. Como elas<br />

também possuem problemas, é preciso saber lidar com isso<br />

sem discriminação, saber quando tem que chamar cada um para<br />

conversar, fazer com que mantenham a calma, se for um momento<br />

de conflito.<br />

Porque manipular um alimento é lidar com certa energia<br />

ali. É preciso cuidar disso com extremo cuidado até que esse<br />

alimento chegue ao cliente.<br />

Coisas como noções básicas de higiene são fundamentais.<br />

Não basta só instalar equipamentos e disponibilizar um cardápio<br />

no ambiente. Considera-se o comportamento adequado como<br />

diferencial.<br />

Estudo ou trabalho, o que é mais importante?<br />

Marcelo/Hélio: Os dois são fundamentais. Pois não adianta você<br />

estudar muito e não conseguir trabalhar. E não adianta trabalhar<br />

que nem um louco e não estudar.<br />

Numa breve viagem comparativa na linha do tempo, de como<br />

era a visão sobre a gastronomia antes e como é hoje? O que há de<br />

tendência no mundo gastronômico?<br />

Marcelo/Hélio: A tendência hoje é trabalhar mais com coisas<br />

naturais. Trabalhamos com uma cozinha mais saudável, com<br />

menos óleo, menos sal, menos gordura.<br />

No passado não se preocupava tanto com alimentação em relação<br />

à saúde. Hoje em dia já está todo mundo ligado nisso, há um<br />

movimento que está pegando gosto, as pessoas estão indo muito<br />

para o lado do que é natural.<br />

E a informação está muito mais disponível, pois no celular<br />

a pessoa confere ao fazer as escolhas, olha o valor nutricional, opta<br />

pelo que consome ou pode deixar de consumir evitando escolhas<br />

que façam mal.<br />

mundodaadministracao.com.br 63


Quais espaços são tendências hoje, em<br />

Cuiabá?<br />

Marcelo/Hélio: São os espaços cada vez<br />

mais reduzidos e populares. Hoje, até<br />

as classes A e B procuram espaços mais<br />

econômicos.<br />

Se a pessoa abre um restaurante<br />

de alto nível, ele pega uma fatia muito<br />

pequena do mercado. Então a tendência é<br />

pulverizar.<br />

É bom que o investidor tenha<br />

a marca dele em vários lugares e para<br />

públicos diferentes para que tenha um<br />

faturamento maior.<br />

Não adianta um espaço só e<br />

muito requintado, pode ser que não atinja<br />

o público que deseja.<br />

A popularização e espaços<br />

diferenciados possibilitam um pouco<br />

menos de mão-de-obra, o que hoje possui<br />

alto custo, além dos impostos, que em Mato<br />

Grosso é um dos maiores do Brasil.<br />

Uma tendência de espaços<br />

atualmente, para muita gente, é sair dos<br />

shoppings, onde o metro quadrado é muito<br />

caro.<br />

Cada vez mais os clientes estão saindo<br />

um pouco desses lugares, se espalhando<br />

em bairros populares da região, onde a<br />

gastronomia está presente também. Os<br />

containers fazem parte dessa tendência.<br />

Lá existe em pequenos espaços uma<br />

variedade de restaurantes com comida<br />

mais natural para gostos diferentes e você<br />

encontra público de vários segmentos e<br />

classes.<br />

Cada vez mais os clientes estão<br />

saindo um pouco desses lugares, se<br />

espalhando em bairros populares da região,<br />

onde a gastronomia está presente também.<br />

Os containers fazem parte dessa<br />

tendência.<br />

Lá existe em pequenos espaços<br />

uma variedade de restaurantes com comida<br />

mais natural para gostos diferentes e você<br />

encontra público de vários segmentos e<br />

classes.<br />

Como os clientes conseguem contatar<br />

vocês?<br />

Marcelo/Hélio: Existe o mecanismo de<br />

busca pelos sites. Mas isso se dá também<br />

por indicação, nas feiras onde existe troca<br />

de ideias e um vai indicado o outro. Tem<br />

o pessoal que vende equipamento, da<br />

arquitetura, além das visitas que fazemos.<br />

Além dos nossos próprios clientes<br />

e os parceiros de negócio. Enfim, o<br />

relacionamento com o mercado são nossos<br />

indicadores.<br />

Para finalizar, que mensagem vocês, Marcelo<br />

e Hélio, podem deixar para leitor que curte a<br />

gastronomia? Uma visão de vocês em relação<br />

à vida, em relação ao negócio, algo que motiva<br />

cada um todos os dias:<br />

MARCELO: Eu acho que é não ter medo<br />

de entrar no mercado da alimentação.<br />

Afirmo que esse é um mercado muito<br />

promissor. Então não tenha medo de<br />

investir, porque o retorno, se trabalhar<br />

correto, é uma certeza.<br />

HELIO: Acredite em sonho, pois ele<br />

pode acontecer. Isso trás motivação para<br />

a gente. Você tem um sonho, então corra,<br />

entendeu? Vai atrás de informação e da<br />

prática, e de repente esse sonho acontece,<br />

às vezes mais rápido do que você imagina.<br />

Isso vale para a vida.<br />

64 mundodaadministracao.com.br


Será que as pessoas e as organizações estão preparadas para as<br />

mudanças no atual contexto descontínuo da humanidade?<br />

Depressão, como lidar com ela no trabalho?<br />

Como desenvolver competências em liderança,<br />

projetos, qualidade, gestão de conflitos, finanças,<br />

carreira e empoderamento?<br />

Descubra o que fazer para despertar a força<br />

da motivação e do empreendedorismo<br />

no mercado de trabalho, na carreira<br />

e na vida.<br />

Este livro desvenda<br />

a chave para lidar<br />

com questões do dia<br />

a dia e retrata temas<br />

pouco toleráveis<br />

por uma série de<br />

religiosos, como a<br />

homossexualidade,<br />

uma realidade que<br />

permeia a vida<br />

humana.<br />

A falta de amor da familia e a<br />

influencia de espíritos pouco<br />

evoluídos ajudam o Jovem<br />

José Carlos a se entregar ao<br />

vício das drogas. Embora<br />

cada vez mais envolvido<br />

pela dependência encontra<br />

na espiritualidade amiga e no<br />

amor de Deus uma luz para<br />

sua evolução.<br />

A sublimidade do espírito está<br />

na harmonia e na serenidade.<br />

Com esse intuito o livro abarca<br />

detalhes divinos ressoados<br />

pelas poesias trazidas a<br />

humanidade pelo Espírito<br />

Tagore. Uma psicografia que<br />

encherá seu coração de amor e<br />

respeito pela manifestação da<br />

natureza no cotidiano.<br />

A Coletânea de frases,<br />

conceitos e pensamentos<br />

elaborada pelo ilustre contador<br />

e professor Aecim Tocantins,<br />

autor deste opúsculo.<br />

“Me faz revivificar os longo e<br />

gratificantes dias de pesquisa<br />

trabalhados para compor o<br />

livro de sua vida, onde também<br />

foram interpretadas as suas<br />

obras, uma contribuição para<br />

a Contabilidade e para a vida<br />

pública.”<br />

O espetáculo das<br />

touradas em Cuiabá<br />

foi uma importante<br />

manifestação popular<br />

que perdurou do século<br />

XIX até meados do<br />

século XX, e fazia parte<br />

de outra manifestação<br />

popular religioisa, a<br />

festa do Divino Espírito<br />

Santo.<br />

Seu Cinema Está Aqui<br />

mundodaadministracao.com.br 65


SUSTENTAB<br />

iMPerMaNÊNCia<br />

Há um conto budista de um famoso mestre espiritual que se aproximou do portal principal<br />

do palácio real. Nenhum dos guardas tentou pará-lo, constrangidos, enquanto ele entrou e<br />

dirigiu-se até onde o monarca estava solenemente sentado no trono.<br />

“O que vós desejais?” perguntou o rei, imediatamente reconhecendo o visitante.<br />

“Eu gostaria de um lugar para dormir aqui nesta hospedaria,” replicou o mestre.<br />

“Mas aqui não é uma hospedaria, bom homem,” disse a majestade, “Este é o meu palácio.”<br />

“Posso lhe perguntar a quem pertenceu este palácio antes de vós?” perguntou o mestre.<br />

“Era do meu pai. Ele está morto, retrucou o rei.”<br />

“E a quem pertenceu antes dele? Continuou<br />

o sábio”<br />

“Foi do meu avô,” disse o rei<br />

já bastante intrigado.<br />

“Mas ele<br />

também<br />

66 mundodaadministracao.com.br


BILI<strong>DA</strong>DE<br />

está morto.”<br />

“Sendo este um lugar onde pessoas vivem por um curto espaço de tempo e então partem, vós me<br />

dizeis que esse lugar não é uma hospedaria?”<br />

O que há de análogo nesse conto é que a humanidade ainda age de modo semelhante ao citado<br />

monarca, como se a grande casa que é o planeta em que habita, fosse propriedade exclusiva que<br />

pudesse ser explorada sem abrigar a todos, e sem consequência alguma. Essa história não fala da<br />

residência individual de cada um. É uma analogia que se refere ao grande lar natural disponível a<br />

todos para que se abriguem, com muitas dependências e alimentos, ar puro, biomas, água a vontade,<br />

muitos frutos e flores, vegetais, peixes e uma diversidade de recursos naturais incomensuráveis.<br />

Mas o que será que está acontecendo? Pois nem todos valorizam esta casa. O ar já está poluído,<br />

o clima está ficando mais quente, diversos cômodos sendo alagados, outros tantos desertificados.<br />

Desde o século XX há larga emissão de gases poluentes que superaquece o planeta. Muitos apenas<br />

exploram e comercializam os recursos limitados da natureza, sem que benefício socioeconômico e<br />

ambiental sejam proporcionais. Por que alguns se intitulam como donos deste palácio e o governam<br />

como tal, enquanto a maioria vive como se no porão estivesse? Seria a falta de percepção que este<br />

caminho é bilateral.<br />

O homem como hospedeiro da Terra tem descuidado muito deste lugar. Já não seria a hora<br />

de cada um repensar e mudar, antes que seja tarde? Afinal, o homem nunca foi nem será o<br />

centro do Universo, pois o planeta não é um elemento periférico. O que dirão os netos<br />

e as gerações futuras sobre os que não optarem pela mudança hoje?<br />

A impermanência, ou seja, a mudança, considerada o ensinamento básico do<br />

budismo, é uma reflexão de que há a inexistência de uma entidade apenas individual.<br />

Tudo muda, essa é uma verdade básica que ninguém pode negar. A essência de<br />

cada experiência e a natureza de toda existência é a própria mudança. A perene<br />

verdade é que tudo muda, seja na relação do homem com ele mesmo, com o outro<br />

e também com o meio ambiente em que vive.<br />

Então, por que o ser humano tem dificuldade de desapegar-se e aceitar a mudança,<br />

mesmo correndo o risco de perder o palácio em que mora? Não seria essa uma<br />

grande causa do sofrimento humano? Refletir sobre a mudança e tornar-se a própria<br />

mudança é um caminho para fazer as pazes com o mundo.<br />

Jair Donato - Jornalista em Cuiabá, escritor, consultor de desenvolvimento de pessoas, professor universitário,<br />

Esp. em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida.<br />

mundodaadministracao.com.br 67


ARTIGO ADM PUBLiCa<br />

Este texto trata de uma compilação feita do artigo ÉTICA NA<br />

<strong>ADMINISTRAÇÃO</strong> PÚBLICA: UM ESTUDO NO INSTITUTO<br />

FEDERAL DE MATO GROSSO, CAMPUS FRONTEIRA OESTE, de<br />

autoria de Samuel Ferreira do Nascimento, Bacharel em Administração Pública<br />

no curso de Bacharelado em Administração Pública da Universidade do Estado<br />

de Mato Grosso e orientado pela docente Érica Silva Rocha - advogada e mestre<br />

em Educação (UNEMAT).<br />

Por uma menção de igual teor ético e respeito aos enunciados da pesquisa no<br />

que se refere ao presente estudo categorizado no título do artigo, nós optamos<br />

por preservar as características originais da Administração Pública.<br />

Deixamos claro que o texto a seguir segue integralmente os escritos do<br />

artigo original apresentados à nossa equipe e que foram apenas copilados,<br />

dissertativamente, os teóricos referentes ao contexto da ética na administração<br />

Púbica. Também resumimos o referido título para ÉTICA NA <strong>ADMINISTRAÇÃO</strong><br />

PÚBLICA.<br />

Fizemos alguns adendos no artigo a seguir, colocando, por nossa conta,<br />

separações de etapas da construção do texto. O texto segue na seguinte modalidade<br />

ÉtiCa Na aDMiNistraÇÃO PÚBLiCa<br />

RESUMO<br />

resUMO<br />

DeseNvOLviMeNtO<br />

CONSIDERAÇÕES<br />

O serviço público, ao longo dos anos, vem<br />

sofrendo várias críticas negativas, principalmente<br />

em setores da Administração Pública que são<br />

mais propensos a não observação dos princípios<br />

administrativos da Constituição Federal,<br />

auferindo das questões éticas e morais para se<br />

beneficiarem de alguma forma.<br />

Para tanto, procuramos clarificar a ideia de que<br />

para ser ético e moral na Administração Pública<br />

não basta só cumprir as exigibilidades da lei,<br />

deve-se também acreditar que qualquer tomada<br />

de decisão afeta diretamente a coletividade na<br />

busca pela justiça e equilíbrio social.<br />

A importância do assunto é reforçada<br />

por MAXIMIANO (2006) no plano dos<br />

relacionamentos dentro das organizações,<br />

pois acredita que as questões éticas no plano<br />

individual estão relacionadas com a forma de<br />

como as pessoas se tratam e por essa razão,<br />

impactam a qualidade de vida e o clima de uma<br />

organização.<br />

Portanto, ética é um assunto que exige<br />

sensibilidade sociológica e, principalmente,<br />

seriedade. Esse fato nos traz questionamentos,<br />

bem como a necessidade de se verificar os<br />

padrões de ética existentes na Administração<br />

Pública. Diante desse contexto, surge o seguinte<br />

questionamento: qual o grau de importância da<br />

ética na Administração Pública?<br />

68 mundodaadministracao.com.br


A<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

ARTIGO<br />

De acordo com Souza<br />

(2010), Administração Pública<br />

é a atividade desenvolvida pelo<br />

Estado ou seus delegados, sob<br />

o regime de Direito Público,<br />

destinada a atender, de modo<br />

direto e imediato, necessidades<br />

concretas da coletividade.<br />

É todo o aparelhamento<br />

do Estado para a prestação<br />

dos serviços públicos, para a<br />

gestão dos bens públicos e dos<br />

interesses da comunidade.<br />

Tem como características:<br />

• Praticar atos tão somente<br />

de execução, denominados<br />

atos administrativos. Quem<br />

pratica esses atos são os<br />

órgãos e seus agentes, que<br />

são sempre públicos;<br />

• Exercer atividade<br />

politicamente neutra cuja<br />

atividade é vinculada à Lei<br />

e não à Política;<br />

• Ter conduta hierarquizada,<br />

dever de obediência.<br />

Escalona os poderes<br />

administrativos do mais alto<br />

escalão até a mais humilde<br />

das funções;<br />

• Praticar atos com<br />

responsabilidade técnica<br />

e legal, buscar a perfeição<br />

técnica de seus atos, que<br />

devem ser tecnicamente<br />

perfeitos e segundo os<br />

preceitos legais;<br />

• Ter caráter instrumental,<br />

pois a Administração<br />

Pública é um instrumento<br />

para o Estado conseguir seus<br />

objetivos. A Administração<br />

serve ao Estado;<br />

• Ter competência limitada.<br />

O poder de decisão e de<br />

comando de cada área da<br />

Administração Pública é<br />

delimitado pela área de<br />

atuação de cada órgão.<br />

Para Meirelles (2004), a<br />

Administração Pública significa<br />

a totalidade de serviços e<br />

entidades ligadas ao Estado. De<br />

modo concreto, é esse mesmo<br />

Estado atuando solidamente<br />

visando satisfazer o bem<br />

comum de indivíduos em uma<br />

coletividade sob seu domínio,<br />

nas esferas federal, estadual e<br />

municipal de governo, podendo<br />

essas duas últimas esferas gozar<br />

de maior ou menor autonomia<br />

político-administrativa em<br />

relação à primeira.<br />

Conforme nos ensinam<br />

Bobbio, Matteucci e Pasquino<br />

(1986), de forma mais ampla,<br />

a expressão Administração<br />

Pública designa o conjunto<br />

de atividades diretamente<br />

destinadas à execução concreta<br />

das tarefas ou incumbências<br />

consideradas de interesse<br />

público ou comum, numa<br />

coletividade ou organização<br />

estatal.<br />

Em distinção à<br />

Administração Pública, temos<br />

o conceito de serviço público.<br />

Apesar das várias definições<br />

possíveis, aderimos a ensinada<br />

por Meirelles (2004) que traz<br />

serviço público como sendo<br />

“todo serviço prestado pela<br />

Administração Pública ou por<br />

seus delegados, sob normas e<br />

controles estatais, para satisfazer<br />

necessidades essenciais ou<br />

secundárias da coletividade<br />

ou simples conveniências do<br />

Estado”.<br />

É de grande importância<br />

destacar o conceito de Governo,<br />

que, embora caminhe junto com<br />

o de Administração Pública, não<br />

pode ser confundido com ele.<br />

Então, vejamos a definição de<br />

Bobbio, Matteucci e Pasquino<br />

(1986):<br />

[...] conjunto de pessoas que<br />

exercem o poder político e<br />

que determinam a orientação<br />

política de uma determinada<br />

sociedade<br />

[...]. Por consequência, pela<br />

expressão “governantes” se<br />

entende o conjunto de pessoas<br />

que governaram o Estado e<br />

pela de “governados”, o grupo<br />

de pessoas que estão sujeitas<br />

ao poder de Governo na esfera<br />

estatal.<br />

Sendo assim, a<br />

Administração Pública tem<br />

como objetivo cumprir fielmente<br />

os preceitos dos princípios<br />

administrativos que regem a<br />

sua atuação. Ao ser investido<br />

em função ou cargo público,<br />

todo agente assume para com a<br />

coletividade o compromisso de<br />

bem servi-la.<br />

O princípio da<br />

mundodaadministracao.com.br 69


ARTIGO<br />

impessoalidade impõe ao<br />

administrador público que só<br />

pratique o ato para o seu fim<br />

legal. Cabe ao administrador<br />

público agir no sentido de<br />

atender a todos, sem preferência<br />

ou favorecimento em função<br />

de ligações políticas ou<br />

partidárias.<br />

Isso significa que<br />

deve orientar-se por critérios<br />

objetivos, não devendo fazer<br />

distinções fundamentadas em<br />

critérios pessoais.<br />

O princípio da moralidade<br />

impõe ao administrador agir de<br />

maneira ética, com honestidade,<br />

considerando que o interesse<br />

público se sobrepõe ao interesse<br />

particular.<br />

De acordo com<br />

Meirelles (2004), a moralidade<br />

como princípio administrativo<br />

“constitui hoje pressuposto<br />

de validade de todo ato da<br />

Administração Pública”. A<br />

doutrina não trata da moral<br />

comum, mas, sim, de uma moral<br />

jurídica, entendida como “o<br />

conjunto de regras de conduta<br />

tiradas da disciplina interior da<br />

Administração”.<br />

Ainda destaca que<br />

o conhecimento de moral<br />

administrativa não está ligado<br />

às convicções pessoais do<br />

agente público, mas, sim, à<br />

noção de atuação apropriada e<br />

ética existente no grupo social.<br />

O princípio da<br />

publicidade manifesta a<br />

imposição da Administração<br />

Pública em divulgar seus atos<br />

praticados, ressalvadas as<br />

hipóteses de sigilo previstas em<br />

lei.<br />

Geralmente, os atos são<br />

divulgados no diário oficial<br />

com o objetivo em garantir a<br />

transparência da administração<br />

dando conhecimento<br />

generalizado e produzindo seus<br />

efeitos jurídicos. Esse princípio<br />

também se justifica para permitir<br />

a qualquer pessoa que fiscalize<br />

os atos da Administração<br />

Pública.<br />

O princípio da eficiência<br />

é o mais moderno princípio da<br />

função administrativa, não<br />

constava da redação original da<br />

Constituição de 1888. Ele foi<br />

inserido em 1998, quando da<br />

chamada Reforma do Estado.<br />

Ele estabelece que a<br />

atividade administrativa seja<br />

desempenhada com presteza e<br />

perfeição, exigindo resultados<br />

positivos para o serviço público<br />

e satisfatório atendimento das<br />

necessidades da sociedade.<br />

É através das<br />

atividades desenvolvidas pela<br />

Administração Pública que<br />

o Estado alcança seus fins, e<br />

seus agentes públicos são os<br />

responsáveis pelas decisões<br />

governamentais e pela execução<br />

dessas decisões.<br />

De acordo com Matias<br />

Pereira (2008), a Administração<br />

Pública designa o conjunto de<br />

serviços e entidades incumbidos<br />

de concretizar as atividades<br />

administrativas, ou seja, da<br />

execução das decisões políticas<br />

e legislativas. É por meio dela<br />

que ocorre a gestão dos serviços<br />

e interesses da sociedade na<br />

busca do bem comum.<br />

Para que tais atividades não<br />

desvirtuem as finalidades<br />

estatais, a Administração<br />

Pública se submete às normas<br />

constitucionais e às leis<br />

especiais.<br />

Todo esse aparato<br />

de normas objetiva a um<br />

comportamento ético e moral<br />

por parte de todos os agentes<br />

públicos que servem ao Estado.<br />

O Decreto nº 1.171/94 destaca<br />

que o servidor público não<br />

poderá jamais desprezar o<br />

elemento ético de sua conduta.<br />

Ele deve nortear<br />

seu comportamento pelos<br />

preceitos regrados no Código,<br />

que lhe deve servir como um<br />

estímulo. No entanto há uma<br />

divisão das esferas Penal,<br />

Administrativa e Ética, portanto<br />

o descumprimento das regras<br />

deste código não acarreta<br />

nenhuma responsabilidade<br />

administrativa do agente<br />

público.<br />

No setor público, todas<br />

as atividades realizadas pelo<br />

governo afetam a vida de um<br />

país. Por isso há a necessidade da<br />

aplicação constante dos valores<br />

éticos pelos servidores para que<br />

os cidadãos possam acreditar na<br />

eficiência dos serviços públicos<br />

prestados.<br />

Vale ressaltar a grande<br />

importância do servidor público,<br />

pois é ele quem executa o<br />

70 mundodaadministracao.com.br


papel de prestador de serviço<br />

à sociedade. Diante disso,<br />

prestar serviço à população<br />

com qualidade e dedicação<br />

deve ser sempre o seu principal<br />

objetivo.<br />

É missão dos servidores<br />

serem leais aos princípios éticos<br />

e às leis acima das vantagens<br />

financeiras do cargo e ou qualquer<br />

outro interesse particular, pois<br />

existem normas de conduta<br />

que os orientam para que não<br />

atuem com comportamentos em<br />

desacordo com os princípios<br />

administrativos.<br />

Esses comportamentos<br />

podem ser os desvios de<br />

recursos públicos, benefícios de<br />

programas que deveriam atender<br />

as necessidades dos cidadãos,<br />

produção de leis que vão contra<br />

os princípios da sociedade,<br />

corrupção, entre outros.<br />

As próprias leis possuem<br />

sanções e mecanismos que<br />

penalizam servidores públicos<br />

que agem em desacordo com<br />

suas atividades, um exemplo<br />

é a Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal.<br />

No entanto existem<br />

os códigos que expressam<br />

os princípios e deveres dos<br />

servidores públicos como<br />

decoro, zelo, dignidade,<br />

eficácia e honra, além de outras<br />

aplicadas ao servidor. Suas<br />

atribuições têm como objetivo<br />

o bem-estar da população, bem<br />

como as proibições e punições<br />

derivadas do serviço irregular<br />

de suas funções, que remetem<br />

aos princípios fundamentais da<br />

Administração Pública.<br />

Atualmente o órgão<br />

que supervisiona e revisa as<br />

normas referentes à ética na<br />

Administração Pública Federal<br />

é a Comissão de Ética Pública,<br />

criada em 1999. Vejamos os<br />

princípios gerais do serviço<br />

público:<br />

• Os servidores públicos<br />

devem ser leais as suas<br />

Constituições, leis e<br />

princípios éticos acima dos<br />

interesses privados;<br />

• Os servidores não poderão<br />

ter interesses financeiros<br />

que causem conflitos<br />

ao desempenho de sua<br />

atividade;<br />

• Os servidores deverão<br />

usar de sigilo, não<br />

utilizando informações<br />

governamentais para<br />

seu próprio interesse. E<br />

também, não poderão fazer<br />

promessas não autorizadas<br />

que comprometam o<br />

governo.<br />

CONSIDERAÇÕES<br />

de grande relevância<br />

É que os gestores públicos<br />

estejam comprometidos com<br />

o combate à corrupção e aos<br />

comportamentos antiéticos,<br />

buscando a fomentação da ética<br />

no ambiente de trabalho.<br />

Sendo assim, a<br />

Administração Pública deve,<br />

cada vez mais, investir em<br />

ARTIGO<br />

preparação e atualização de<br />

seus agentes, com o objetivo<br />

de proporcionar condições de<br />

melhores técnicas e melhores<br />

meios de atingir um serviço de<br />

qualidade voltado ao interesse<br />

geral da sociedade.<br />

Também é importante<br />

destacar o bom gerenciamento<br />

do órgão de modo a favorecer<br />

relações saudáveis no ambiente<br />

profissional.<br />

A compreensão pelo<br />

servidor do significado e do<br />

resultado do trabalho que<br />

executa e do fim social de<br />

suas atividades, bem como<br />

a aproximação da satisfação<br />

pessoal pelas atividades<br />

profissionais que exerce é<br />

imprescindível para a ética.<br />

REFERENCIAS<br />

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI,<br />

Nicola; PASQUINO, Gianfranco.<br />

Dicionário de política. 2. Ed. Brasília:<br />

UNB, 1986.<br />

MATIAS-PEREIRA, J. M. Curso de<br />

Administração Pública: foco nas<br />

Instituições e Ações Governamentais.<br />

São Paulo: Atas, 2008.<br />

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito<br />

administrativo brasileiro. 29. Ed.<br />

São Paulo: Malheiros,<br />

2004.<br />

SOUZA , Rubens. Administração<br />

Pública. 3ª ed. São Paulo: Editora<br />

Áudio LT<strong>DA</strong>, 2010.<br />

mundodaadministracao.com.br 71


PENSAR & AGIR<br />

“<br />

“<br />

“ “<br />

O essencial da criatividade é não ter medo de<br />

fracassar.”<br />

Edwin H. Land (1909-1991), cientista e inventor norte-americano<br />

Estamos em uma era propícia para quem<br />

quebra regras, para aqueles que imaginamo o<br />

que até agora era impossível”<br />

Tom Peters, consultor e especialista em administração<br />

Tudo o que uma pessoa pode imaginar, outras<br />

podem tornar realidade<br />

Júlio Verne (1828-1905), escritor francês<br />

Quem ama não concede liberdade para o preconceito<br />

Leandro Doorneles, escritor brasileiro<br />

A criatividade exige coragem para deixar<br />

de lado a insegurança.<br />

Erich Fromm (1900-1980), psicológo e filósofo alemão<br />

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