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6 Jornal da Bairrada 8 | junho | 2017 OLIVEIRA DO BAIRRO texto ∑ Armor Pires Mota Escrito ao abrigo do anterior acordo ortográfico, por vontade expressa do autor É muito frequente que as ruas que passam muito próximas de ermidas, capelas ou igrejas, tomem o nome de cada um dos patronos ou do património físico. Aconteceu isso com a Rua da Igreja (hoje, Rua Alberto Tavares Ferreira e Castro), Rua Senhor dos Aflitos e Rua de S. Sebastião, nome de santo que, além disso, deu o nome a uma grande área agrícola onde se encontra implantado o Parque Desportivo (estádio, campo de treinos, piscinas, pavilhão municipal, parques de estacionamento, etc.), polo escolar, cemitério. E, Santo de muitas devoções, ainda sobrou nome para uma rua, a Rua de S. Sebastião, entre a estrada da Murta e a estrada de acesso ao cemitério, proveniente da EN-235… Comecemos a viagem de hoje pela Rua do Senhor dos Aflitos que, nestes tempos difíceis e conturbados, é a rua de todos os pobres e aflitos… Antes da actual capela, havia um cruzeiro, datado de 1679, em honra e louvor do Senhor dos Aflitos, tendo evoluído, por fechamento, para uma ermida, mandada construir pelos familiares do Capitão de Milícias, Manuel António Rola, sob a invocação do Santo Cristo, segundo Inquérito Paroquial de 1758. 1 Situava-se no extremo nascente da Quinta do Barro do Mogo. Entretanto, como as despesas eram de certo vulto e apesar do pagamento das promessas que eram muitas, Manuel António Rola comprometeu-se, não só a edificar a capela (“ténues eram as esmolas” e as pessoas podiam “não compreender a maior parte das despesas”), a poente da actual, sensivelmente onde hoje passa a Alameda mas também a vincular-lhe alguns bens, como era costume fazer-se, como paramentos e demais alfaias, necessárias ao culto, apenas com uma exigência: vir a ser ali sepultado… Era benzida em 21 de Agosto de 1775. Mais tarde, com o projecto da abertura da estrada real (EN-235) que ali afundou bastante, como é fácil de constatar, olhando para um e outro lado, a ermida ameaçava ruir sobre a ribança, sem muro de suporte. Foi então que Josefa Joaquina Salgado, da vila, mulher solteira, se apresentou na sessão da Câmara de 15 de Junho de 1859, munida de um ofício do Governador Civil de Aveiro, requerendo à Câmara a mudança da ermida “para outro local próximo em virtude de se achar em perigo pelo corte feito pela estrada nova”, propondo-se construir novo edifício, a expensas suas. Era presidente da Câmara um seu familiar, José Ferreira Salgado Rolim. Entretanto, na sessão da Câmara de 13 de Julho daquele mesmo ano, Josefa Joaquina Salgado pedia a demarcação do terreno para a mudança, já anteriormente autorizada pelo Governador Civil de Aveiro. Era edificada no ano de 1860, conforme placa em pedra de Ançã existente por cima da porta principal. Assim, com muito acerto e devoção o Senhor dos Aflitos se tornou patrono da rua com o seu nome. Da Rua do Senhor do Aflitos partem (ou chegam) diversas ruas e travessas. Para as povoações, a nascente: Rua Nossa Senhora das Candeias, que dá para a capela da mesma invocação e segue para o Repolão; Travessa do Senhor dos Aflitos, Rua 5 de Outubro; a poente, Ruas de Vale do Junco (local onde chegou a funcionar a Feira de Oliveira do Bairro), Ruas A e B, que vão sair à Alameda; Travessa Correia da Coutinha e Rua Correia da Coutinha e Travessa do Senhor dos Aflitos. 1 IAN/TT, Dicionário Geográfico de Portugal, memórias paroquiais, vol.XXVI, nº 23, p.. 197. Antes da construção da actual capela de S. Sebastião, existira, no mínimo, nas suas imediações uma ermida, em plena ruína no início do séc. XIX. Tendo sido feitas algumas obras de restauro, em 11 de julho 1826, era apresentado ao bispo de Coimbra “um auto de requerimento dos moradores de Oliveira do Bairro para licença da bênção da capela, dedicada a S. Sebastião para celebração da festividade em virtude de ter sido suspensa por se encontrar em ruína”. 1 Embora aquela ermida em ruína já fosse referida pelo Inquérito Paroquial de 1721, o templo já era referido algumas décadas antes num assento de óbito de um cidadão do Cercal de Cima (8 de Agosto de 1687) que deixava aos herdeiros a obrigação de mandarem celebrar uma missa “ ao mártir S. Sebastião na sua hermida…” Os oliveirenses tinham uma grande devoção a S. Sebastião e transportavam-na na sua alma e fé, quando emigravam ou iam para a guerra. De facto, a ideia da construção da actual capela “nasceu no mar alto, no tempo em que muitos oliveirenses demandavam o Brasil em busca da “árvore das patacas” que sempre luziu para alguns. Foi o que aconteceu com José Pinto de Carvalho, António Ferreira Martins e Joaquim Francisco Figueiredo. Já a desfiar saudades de Oliveira no alvoroçado mar alto, foi então que António Ferreira Martins fez este voto: se regressasse à terra, de saúde e com alguns meios de fortuna, mandaria construir uma capela na vila, da invocação de S. Sebastião. Mais concretamente no local em que tinha estado uma outra capela com a mesma invocação, então demolida, não só pela acção do tempo, mas porque outros que quiseram reedificar a demoliram””. 2 Todos se comprometeram com ajudas para a edificação, mas surgia o imprevisto. Aconteceu que António Ferreira Martins adoecia no interior da Amazónia para onde havia rumado. Consultado, foi aconselhado a regressar à terra mãe, onde veio a falecer em 9 de Junho de 1907. Sabendo outros patrícios da infausta notícia e do voto feito, logo trataram de cumpri-lo, começando a angariar fundos junto dos conterrâneos e amigos. Foram mesmo abertas duas subscrições, uma na Amazónia, outra em Manaus, sinal de que emigraram para aqueles imensos territórios muita gente bairradina, muitos portugueses. Depois de sentidas algumas dificuldades e dirimidas algumas polémicas que, entretanto, haviam de surgir, a capela foi benzida e inaugurada durante as grandes festas, realizadas nos dias 20, 21 e 22 de Janeiro de 1911, as quais incluíram, uma enorme e emotiva procissão entre a capela do Cercal, onde havia sido recolhida a imagem e o novo templo. A Rua de S. Sebastião, que, de certo modo, limita a Encosta de S. Sebastião, negociados os terrenos necessários, tarefa sempre difícil, foi aberta e alcatroada pelo Executivo de Dr. Acílio Gala. Com vista a servir sobretudo o acesso ao cemitério. Só que colocado o tapete em alguns locais de bastante barro, o piso cedeu em vários pontos. Entretanto, para resolver o problema, o Executivo de Mário João Oliveira, no seu primeiro mandato, requalificou a via, implantou infraestruturas e voltou a asfaltá-la… 1 AUC, cidade de Coimbra, Instituições Pias, cx.14, doc.3. 2 MOTA, Armor Pires, Alma e Memória, pp. 96-97, edição da CMOB, 2015
7 XXXXXXX | REGIÃO A Candidatos às Juntas: Marcos Martins, Simão Vela, Bruno Seabra e Manuel Carvalho João Paulo Teles PSD OLIVEIRA DO BAIRRO António Mota é o rosto da “certeza de quem faz” tónio Mota não apareceu na política há dois dias”. Passos Coelho começou por destacar que Oliveira do Bairro tem indicadores interessantes, onde “a população tem crescido e há mais jovens do que havia antes”. ´É motivo de muita satisfação”, pois “estamos aqui numa onda diferente da generalidade do país e isso não é indiferente às escolhas que são feitas, que não são por acaso”. Passos Coelho defende que aquele caminho é A O candidato à Assembleia, Manuel Nunes, e o candidato à Câmara, António Mota, com Passos Coelho para prosseguir. “Olhamos para o futuro e não ção, já Álvaro Ferreira, da nio Mota defende que to das zonas industriais, para a requalificação e para aquilo que já fizemos, JSD local, tinha deixado “devemos lutar por aquilo permitindo a atração de regeneração urbana”, assim e é por isto que An- expresso todo o apoio da que nos aproxima e rejeitar novos investimentos e como “investir no amtónio Mota dará as prio- estrutura jovem ao candidato, tudo o que nos divide”. consequentemente, o aubiente” e no turismo, cuja ridades para Oliveira do vincando que “vamos “Como candidato à Câmento do emprego e fi- aposta “é fundamental”. Bairro, mas tenho a certe- ter vários jovens na mara, tenho o comproxação de população, tra- “O nosso futuro passa za que essas prioridades linha da frente destas eleições”, misso de motivar e envolzendo consigo um maior obrigatoriamente pelas respondem àquilo que são apontando que “é ver todos os Oliveirenses, desenvolvimento econó- oportunidades que hoje as preocupações das pesmisso um sinal diferenciador do porque este projeto é dos mico e social”. damos aos nossos jovens. soas, que é de levar ainda concelho”, pois “os jovens munícipes, para os munícipes”, António Mota defende Queremos que estejam mais longe o desafio eco- vão dar um claro impulso destacou, antes de o “grande investimento” connosco e beneficiar do nómico, a preocupação às listas das autárquicas”. começar a elencar as preocupações nas áreas da saúde e da dinamismo, da inovação em fazer crescer empre- a ter para o man- educação, já que há “esco- e das capacidades que sas e empregos, a requali- “O compromisso de dato a que se candidata. las, centro e postos de saúde nós sabemos que eles têm ficação das zonas urbanas motivar e envolver todos Começando pelo decadentes sem qual- para nos dar”, terminou. e a aposta na saúde”. os oliveirenses”. empreendedorismo, quer dignidade”. E prome- Na longa lista de prio- O presidente do PSD Naquilo que chamou de e por outros “fatores te: “Não abandonaremos ridades apresentadas, o vincou que António Mota começo de uma nova etapa determinantes”, o can- o movimento associativo, candidato social demo- “não apareceu na polítilho, no caminho do concedidato considerou que, especialmente as IPSS’s, crata defende “uma Câca há dois dias, tem muita o candidato do PSD à “mesmo querendo aproveitar que são o pilar que garanmara aberta à participa- experiência autárquica e Câmara começou por garantir o esforço eurote a igualdade social e o ção dos cidadãos”, onde nunca se desligou da sua que conhece “como peu de industrialização, bem-estar da população sintam “orgulho na sua freguesia, mantém participação ninguém” as associações não esquecemos o papel mais carenciada”. terra e com disponibili- associativa e cívica locais e disse que acredita primordial que o co- Prometendo atenção a dade para a construção de no concelho”. nos jovens. mércio e a agricultura requalificações da rede um concelho mais qualificado, Apontando Aveiro Apontando como primazia assumem no nosso con- viária, nacional, municibres, competitivo, sus- como um distrito impor- a atenção aos pocelho”, apontando como pal ou agrícola, António tentável e socialmente tante em termos de im- desempregados e compromisso “implementar Mota quer “aproveitar ao coeso”. plantação autárquica do conforto a idosos, Antó- o alargamen- máximo os incentivos Passos Coelho: “An- PSD, Pedro Passos Coelho assegura que o partido vai “dar tudo para conseguir consolidar e ampliar essa presença”, mas lamentou a ainda ausência de reformas que perspetivou enquanto Primeiro-Ministro no sentido de reforçar as competências do poder local.”Estas eleições podiam servir para iniciar um novo ciclo autárquico com um conjunto de competências muito mais alargadas, mas cada semana que passa fica mais longe de acontecer”, concluiu. Jornal da Bairrada 8 autárquicas | junho | 2017 2017 O desenvolvimento económico e social, o investimento nas áreas da saúde e da educação, o apoio ao movimento associativo, a regeneração urbana, o ambiente e o turismo são áreas prioritárias para o candidato do PSD à Câmara de Oliveira do Bairro. Anteriormente anunciado, António Mota é cabeça de lista e Manuel Nunes volta a candidatar-se à presidência da Assembleia Municipal. A apresentação oficial aconteceu na passada sexta-feira, na Estância, numa sessão presidida pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. A noite foi de elogios ao candidato com a convicção demonstrada de que pode contribuir para consolidar os resultados locais e distritais do PSD. Participaram naquele jantar de apresentação os representantes das estruturas locais e concelhias e apresentados os candidatos às Juntas de Freguesia, para além de vários deputados do partido na Assembleia da República. Bruno Seabra, candidato à Junta de Oiã, Simão Vela, para a Junta de Oliveira do Bairro, Manuel Carvalho (Palhaça) e Marcos Martins (União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa) foram dados a conhecer no jantar oficial do partido, onde António Mota deixou as prioridades para o mandato, com o líder da distrital, Salvador Malheiro, a deixar o primeiro recado da noite: “Não apresentamos uma lista de dissidentes ou de independentes (…), temos lista de união, sozinhos ou com acordo com o nosso parceiro de coligação”, terminando com a convicção de que “há todas as condições para manter o PSD na Câmara de Oliveira do Bairro”, até porque “o António Mota merece todo o nosso respeito e tem um passado que todos conhecemos”, pois “o que está pela frente não é para pessoas que venham fazer experiências”. Antes daquela interven-
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