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14 Nacional<br />
Foz do Iguaçu, segunda-feira, 3 de julho de 2017<br />
POLÍTICA<br />
Saiba quais são os próximos passos<br />
da denúncia contra Temer na Câmara<br />
Antes de ir a plenário, denúncia precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça<br />
Iolando Lourenço<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
A Câmara dos Deputados<br />
deu início ao processo<br />
que determinará se o<br />
Supremo Tribunal Federal<br />
(STF) poderá ou não investigar<br />
o presidente Michel<br />
Temer pelo crime de<br />
corrupção passiva, a partir<br />
da denúncia apresentada<br />
pela Procuradoria-<br />
Geral da República<br />
(PGR). A Constituição<br />
Federal determina que,<br />
para ser autorizada a abertura<br />
da investigação contra<br />
um presidente da República,<br />
são necessários<br />
os votos de 342 deputados,<br />
ou seja, dois terços<br />
dos membros da Casa.<br />
Caso contrário, o Supre-<br />
mo não pode dar continuidade<br />
ao processo.<br />
A partir do recebimento<br />
e da leitura da denúncia<br />
na Câmara e da notificação<br />
ao acusado, etapas<br />
que ocorreram na quintafeira,<br />
deverão ser seguidos<br />
ritos e prazos previstos na<br />
Constituição e no Regimento<br />
Interno da Casa até<br />
a decisão final em plenário.<br />
Saiba quais são os<br />
próximos passos:<br />
Antes de ir ao plenário,<br />
a denúncia precisa<br />
primeiro ser analisada<br />
pela Comissão de Constituição<br />
e Justiça (CCJ) da<br />
Câmara. O presidente do<br />
colegiado irá escolher um<br />
relator que deverá elaborar<br />
um parecer sobre o<br />
tema.<br />
Foto: EvaristoSá/AFP<br />
Para que a Câmara autorize a investigação contra o<br />
presidente Michel Temer são necessários os votos de,<br />
no mínimo, 342 deputados favoráveis à autorização<br />
Defesa de Temer<br />
É na CCJ que o presidente<br />
irá apresentar a<br />
sua defesa. O Artigo 217<br />
do Regimento Interno da<br />
Câmara, que disciplina<br />
as normas para a autorização<br />
de instauração de<br />
Janot diz que saída de Rocha Loures<br />
da prisão faz parte do processo<br />
A dois meses de deixar<br />
o cargo, o procurador-geral<br />
da República<br />
(PGR), Rodrigo Janot,<br />
disse neste final de seman,<br />
em São Paulo, que<br />
a saída de Rocha Loures<br />
da prisão faz parte do processo.<br />
"Cada um de nós<br />
tem seu entendimento<br />
jurídico sobre as ques-<br />
processo criminal contra<br />
o presidente e o vice-presidente<br />
da República, determina<br />
que o acusado ou<br />
seu advogado terá o prazo<br />
de dez sessões ordinárias<br />
da Casa para se manifestar.<br />
tões. O que eu posso dizer<br />
é que o Ministério<br />
Público tem a mão mais<br />
pesada que os outros atores<br />
de Justiça".<br />
Janot participou neste<br />
sábado do Congresso<br />
Internacional de Jornalismo<br />
Investigativo, da Associação<br />
Brasileira de Jornalismo<br />
Investigativo<br />
Análise na CCJ<br />
A partir da apresentação<br />
da defesa do presidente, a<br />
CCJ tem cinco sessões da<br />
Câmara para a apresentação,<br />
discussão e votação do<br />
parecer, concluindo pelo<br />
deferimento ou indeferimento<br />
do pedido de autorização<br />
para a investigação. O prazo<br />
das cinco sessões poderá<br />
ser dividido metade para o<br />
relator elaborar o parecer e<br />
o restante para discussão e<br />
votação do documento. As<br />
normas da Casa também<br />
permitem pedido de vista da<br />
matéria.<br />
Plenário<br />
Concluída a fase na<br />
CCJ, o parecer será lido<br />
no plenário da Câmara,<br />
publicado e incluído na<br />
Ordem do Dia da sessão<br />
seguinte em que for recebido<br />
pela Mesa da Câmara.<br />
Encerrada a discussão,<br />
o Regimento Interno<br />
prevê que o parecer<br />
será submetido a votação<br />
nominal, pelo processo da<br />
chamada dos deputados.<br />
Votação<br />
Para que a Câmara<br />
autorize a investigação<br />
contra o presidente Michel<br />
Temer são necessários<br />
os votos de, no mínimo,<br />
342 deputados favoráveis<br />
à autorização, o<br />
que representa dois terços<br />
dos 513 deputados. Se<br />
esse número for atendido,<br />
o STF está autorizado a<br />
aceitar a denúncia. Caso<br />
não se atinja os dois terços,<br />
a tramitação é interrompida<br />
enquanto ele estiver<br />
no exercício do mandato.<br />
Seja qual for o resultado<br />
da votação, o resultado<br />
será comunicado<br />
à presidente do STF pelo<br />
presidente da Câmara.<br />
(Abraji), em São Paulo.<br />
Ele falou a uma plateia<br />
de jornalistas e estudantes<br />
sobre o desenrolar da<br />
Operação Lava Jato e as<br />
perspectivas de combate<br />
à corrupção no Brasil.<br />
No painel "Desafios<br />
no Combate à Corrupção:<br />
a Operação Lava<br />
Jato", o procurador voltou<br />
a elogiar a decisão do<br />
Supremo Tribunal Federal,<br />
tomada na última<br />
quinta (29), de validar a<br />
delação dos executivos<br />
da JBS. "A decisão é fantástica.<br />
Ela salvou o instituto<br />
da delação premiada".<br />
Sobre a denúncia contra<br />
o presidente Michel<br />
Temer, ele disse que denunciar<br />
o presidente do<br />
país não é uma tarefa fácil.<br />
"Queria passar ao largo<br />
disso, mas tenho que<br />
cumprir minha missão".<br />
Quanto à imunidade<br />
concedida a Joesley e Wesley<br />
Batista, sócios da<br />
J&F, dona da JBS, Janot<br />
afirmou que os irmãos<br />
garantiram entregar autoridades<br />
e não abriram<br />
mão do benefício da delação.<br />
"Se eu não tivesse<br />
dado imunidade, não tinha<br />
acordo. Se não tivesse<br />
acordo, não tinha investigação.<br />
E se não tivesse<br />
investigação, não<br />
cessava o crime". Para<br />
ele, a delação não significa<br />
que os irmãos não<br />
sejam criminosos. "Continua<br />
sendo bandido. É<br />
réu colaborador".<br />
Para Rodrigo Janot, a<br />
escolha de Raquel Dodge,<br />
sua sucessora na<br />
PGR, foi legítima. "O<br />
importante é que o nome<br />
escolhido seja da lista. A<br />
lista é tríplice, não é eleição<br />
direta. E dentro da<br />
lista você escolhe um dos<br />
três. A escolha foi legítima".<br />
(Ludmilla Souza/ Repórter<br />
da Agência Brasil)<br />
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