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Fútbol: Mi filosofia – Johan Cruyff – Cap. 1 a 10<br />
FÚTBOL: Mi filosofía – Johan Cruyff, 2012<br />
Capítulos:<br />
1. A Rua;<br />
2. O Clube;<br />
3. A Competição;<br />
4. A Alegria de Jogar;<br />
5. Técnica.<br />
• Importância e benefícios dos exercícios abdominais, nomeadamente na<br />
prevenção de lesões inguinais.<br />
• As crianças devem habituar-se a alongar antes de um treino ou jogo para<br />
que diminuam as lesões musculares e tendinosas no futuro.<br />
• Há cinco elementos básicos no futebol: - remate; cabeceamento; - drible; -<br />
condução da bola e controlo da bola.<br />
• É extremamente importante treinar-se ambas as pernas.<br />
• Não perder de vista a vertente lúdica quando se trabalha com jovens. Devese<br />
também mantê-los o máximo de tempo ocupados.<br />
• É importante que os jovens ganhem tanta flexibilidade quanto possam e que<br />
a mantenham. A flexibilidade garante um bom controlo do corpo (que é<br />
essencial no futebol).<br />
• Uma má postura, dificulta o correto domínio do corpo. Os exercícios de<br />
elasticidade e de alongamento serão de grande utilidade para a melhoria da<br />
flexibilidade e do controlo corporal.<br />
• Os pitões altos fazem com que os jogadores se afundem no terreno<br />
(aumentando o risco de lesões musculares e no joelho).<br />
• Há que promover nos jovens o seu sentido de responsabilidade (devem<br />
tratar da sua bolsa de equipamento e das suas chuteiras). Devem também<br />
tratar bem os seus pés (unhas dos dedos bem cortadas e secá-las bem<br />
após o banho).<br />
Prof. Pedro Mendonça<br />
UEFA B Coach<br />
@PedMenCoach
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• A cada nova época deve-se renovar o calçado. Há que molhar bem as<br />
chuteiras antes de utilizá-las em competição (tirar as botas da caixa e usálas<br />
num campo seco pode provocar bolhas). O importante dumas chuteiras<br />
novas é que sejam agradáveis ao tato e encaixem bem no pé.<br />
• Jogue-se no nível a que se jogue, deve-se dar sempre o melhor de si<br />
mesmo. Não há que fazê-lo só por nós, mas sim por todos os outros.<br />
• O futebol deve produzir prazer para os jovens não abandonarem. Há então<br />
que procurar a alegria e premiar a inspiração (tanto nos treinos como nos<br />
jogos).<br />
• Como cada Escalão funciona e que aspetos há que ter em conta:<br />
Até aos 10 anos:<br />
1º Devem familiarizar-se com a bola (os jogadores mais dotados tecnicamente jogarão<br />
mais vezes na equipa inicial). Privilegiar o jogo (desfrutam mais). Pouco a pouco, irem<br />
habituando-se a jogar juntos. Travar com suavidade quem tenha demasiada tendência a<br />
driblar e incentivar o que seja mais retraído a tentar driblar mais vezes. Tentar formar<br />
educativamente os jogadores, tentar não cair em comparações.<br />
Dos 10 aos 12 anos (Infantis):<br />
Os limites ampliam-se. Colocar os jogadores numa determinada posição no campo de jogo,<br />
mas deixá-los também jogar em liberdade. Nesta idade há que ir polindo os defeitos mais<br />
pronunciados dos jovens futebolistas.<br />
Iniciados:<br />
É considerado o grupo principal (onde existe maior potencial). Absorvem tudo, sendo assim<br />
mais fácil trabalhar com eles alguns detalhes. Pode-se explicar-lhes como defender e<br />
atacar (mas sempre com calma). Neste grupo alcança-se o topo do que se pode atingir<br />
durante os anos de formação futebolística.<br />
Juvenis:<br />
O grupo mais complicado (também devido à puberdade). Ter atenção à alegria do jogo (se<br />
as coisas mudarem neste aspeto, o melhor é voltar ao básico e colocar maior ênfase na<br />
diversão que dá o futebol).<br />
Juniores:<br />
A última etapa. Os jogadores começam a ser vistos e tratados como adultos (há a<br />
separação entre jogadores recreativos e os de rendimento). Embora o prazer no jogo não<br />
deixar de ser um elemento central da atividade, há que fazer referência ao jogador que<br />
«quer mais». Os pontos de partida devem ser o desejo de jogar e a vontade de melhorar.<br />
Estes aspetos podem ser estimulados durante o treino, mas também mediante a introdução<br />
de uma espécie de sistema de recompensa. Por exemplo, recompensa em forma de<br />
equipamentos extra que sirva para que o jogador tenha a impressão que conseguiu algo<br />
mais. Para um clube, são umas condições muito fáceis de criar. Dar melhores bolas e<br />
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jogarem no campo da equipa principal algum jogo. O importante é o jogador veja que<br />
atingindo determinado objetivo, a sua melhor prestação vá ser recompensada de alguma<br />
maneira. O jogador entregou esse «algo» mais e deseja obter «algo» em troca. Fê-lo no<br />
seu próprio interesse e no do clube.<br />
Comentário Final:<br />
Durante a formação, os jogadores bons devem jogar sempre. Se temos dois bons<br />
Extremos Direitos, por exemplo, não é bom colocar algum no banco só porque é<br />
interessante fazer jogar o outro nessa posição. Fazer se possível que joguem os dois ao<br />
mesmo tempo, um na sua posição habitual e o outro em qualquer outra posição, porque os<br />
jogadores talentosos devem jogar sempre.<br />
• Os jovens quer seja durante os treinos, quer seja durante os jogos devem<br />
acima de tudo divertir-se ao praticar o seu desporto favorito. Por isso, os<br />
aspetos técnicos devem ser abordados em todos os níveis (servem para<br />
todos os jogadores, independentemente do seu nível).<br />
• O futebol só é divertido se todos tocarem a bola e souberem o que fazer<br />
com ela.<br />
• O mais simples é que cada jogador saiba tanto passar como receber uma<br />
bola. O passo seguinte é provar estas habilidades em equipa. Dois<br />
fundamentos básicos do jogo: passar e receber a bola (é por onde deve<br />
começar qualquer jogador jovem). É a base sobre a qual levantar o edifício<br />
da destreza técnica.<br />
• O treino técnico pode ser dividido em dois passos:<br />
1º Aprendizagem da técnica, que deve ir melhorando até adquirir um alto grau de<br />
funcionalidade. Sempre partindo do princípio básico de que o fundamental é o controlo da<br />
bola. Quanto mais sente um jogador que domina a bola, mais pode melhorar as suas<br />
capacidades técnicas.<br />
Exercícios técnicos muito simples (controlo da bola), mas que podem ser muito úteis:<br />
Receção, controlo e colocação da bola em circulação: Quem domine estas ações,<br />
poderá executá-las sem ter que olhar constantemente a bola. Desta maneira<br />
potencia-se a visão geral do jogo, que assim acelera a execução da ação completa.<br />
– Aumentar a velocidade da bola e o grau de dificuldade sobre pressão dos<br />
adversários; – Alternar os exercícios experimentando com a perna esquerda e com<br />
a direita.<br />
o A bola chega no ar, controlar com suavidade e baixá-la num só gesto, de<br />
modo a colocar a bola perfeitamente para realizar a ação seguinte. Quando<br />
se faz isto sem olhar a bola, pode-se dirigir o olhar para a zona do campo<br />
mais interessante para dirigir a bola, tanto com uma perna como com a<br />
outra.<br />
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Manter a bola no ar: -– Começar com a perna “boa”. Levantar a bola e tentar mantêla<br />
no ar o máximo de tempo possível. – Quando realizarmos o exercício<br />
razoavelmente bem, tentar executá-lo com outras partes do corpo (perna “má”,<br />
cabeça, coxas, peito, ombros, etc.). – Começando com a bola parada no chão e<br />
levantando-a sem colocar as mãos, podemos realizar este exercício sempre que<br />
quisermos. Tanto a velocidade como a distância à qual enviamos a bola podem ir<br />
aumentando-se. – Aumentar o nível de dificuldade, por exemplo, lançar a bola por<br />
cima da cabeça, dar a volta e recolhê-la antes que toque no solo, e voltar a dar<br />
toques. – Manter a bola no ar com o pé e/ou cabeça também pode ser realizado<br />
com dois jogadores ou em grupo. Pode-se inclusivamente realizar um jogo (tipo<br />
futebol-ténis) onde a bola que toca o solo decide um ponto para uma equipa ou<br />
outra e onde só podem realizar um máximo de 3 toques em campo próprio antes de<br />
passar a bola para o campo adversário. Este jogo pode ter várias variantes: servir<br />
em vólei, 1ª receção com a cabeça, etc. – Apesar da maioria dos aspetos deste<br />
último exercício não serem transferíveis para o jogo, são muito úteis para aprender<br />
a manipular a bola. – Se um jovem quer progredir como futebolista, tem que ter um<br />
perfeito controlo da bola. Sem esta base, é impossível melhorar nos outros aspetos<br />
do jogo como a visão, o passe, as combinações, etc. – É essencial que este tipo de<br />
exercícios, que podem parecer muito simples, se vão realizando com regularidade.<br />
Sobretudo quando o jovem vai crescendo como futebolista (fundamental para se<br />
conseguir uma intimidade especial com a bola tão necessária. – Estes dois simples<br />
exemplos podem ser o ponto de partida para centenas de exercícios que para além<br />
disso podem ser muito divertidos.<br />
6. Da Formação à Prática<br />
• Depois dos exercícios de adaptação à bola, o treino deve orientar-se para o<br />
jogo. É fundamental que os jovens possam jogar sem medo de perder e<br />
desfrutando do jogo;<br />
• Uma ferramenta excelente para começar é a adoção do sistema com 2<br />
extremos (1-4-3-3). Isto é, 1 Guarda-Redes, 4 Defesas, 3 Médios e 3<br />
Avançados. Este sistema é ideal para o processo de aprendizagem porque<br />
permite de uma forma natural, que os jovens vejam-se confrontados com<br />
todos os aspetos do jogo.<br />
7. Driblar e Conduzir<br />
• Por driblar entendemos uma ação na qual o que conduz a bola é capaz de<br />
manter a posse mesmo sobre pressão do adversário. Para treinar o drible,<br />
colocar uma série de cones em fila. Trata-se de que os jogadores tentem,<br />
com a bola no pé, avançar através da fila fazendo slalom. É essencial que<br />
com cada passo a bola seja tocada alternativamente com o exterior e o<br />
interior do pé. Assim que não se trata de impulsionar com força a bola para<br />
ter que correr atrás dela, mas sim tentar sair de cada cone com a bola<br />
colada ao pé. O ponto de partida é melhorar o domínio da bola a longo<br />
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prazo. A vantagem deste exercício técnico é também que todos os<br />
jogadores podem progredir nos seus resultados. Tentar também com a<br />
perna “má”, aumentar a velocidade de execução e aproximar os cones entre<br />
si são variantes para aumentar a dificuldade. Quando em condições de<br />
dificuldade consigamos fazer um slalom com a bola junto ao pé sem olhá-la,<br />
poderemos dizer que atingimos um certo grau de perfeição. Em todos os<br />
casos, efetua-se impulsionando 1º a bola ou com o interior ou com o<br />
exterior do pé, e corrigindo depois o desvio com a outra parte. Por isso é<br />
bom situar ao princípio os cones consecutivamente uns atrás dos outros<br />
para forçar um slalom em linha reta. Deste modo, assegura-se que o<br />
jogador utilize tanto o exterior como o interior do pé. Se um destro começa<br />
impulsionando a bola com o interior, dará conta que deverá corrigir o desvio<br />
excessivo à esquerda com o exterior do seu pé direito. Unicamente<br />
praticando esta alternância o jogador conseguirá avançar em linha reta. Se<br />
tentar fazer o exercício passando a bola do interior do pé direito para o<br />
interior do pé esquerdo perderá velocidade e também o controlo sobre o<br />
corpo.<br />
• Treinar o drible tanto com uma perna como com a outra. O essencial desta<br />
ação é acabar situando o próprio corpo entre o adversário e a bola.<br />
• A condução da bola realiza-se em corrida, a grande velocidade, as<br />
passadas devem ser mais amplas que no drible para manter a bola sob<br />
controlo. O método mais simples para treinar a condução em velocidade é o<br />
incremento: partindo de uma posição de repouso, há que começar a fazer<br />
correr a bola incrementando progressivamente a velocidade, enquanto<br />
tentámos que a bola não se escape demasiado.<br />
• Um método de treino mais difícil é o da situação de 1x1. O atacante tem a<br />
bola e deve lançar-se a grande velocidade em direção ao seu adversário.<br />
Este exercício também pode realizar-se junto à linha lateral, alternando o pé<br />
direito com o pé esquerdo e também passando a bola de um pé ao outro.<br />
• Messi e Maradona destacam-se no domínio destas ações.<br />
8. Chutar e Passar<br />
• De forma igual a outros elementos técnicos, nos remates e passes<br />
sobretudo é importante a técnica básica. Quanto mais relaxadamente se<br />
faça, melhor será a técnica. Rematar forte nem sempre é uma questão de<br />
força. A postura e o equilíbrio do corpo têm que ser adequados. Há 2 coisas<br />
que sobretudo são importantes:<br />
• 1º) a perna de apoio deve estar sempre paralela à bola, por isso, ao apoiarse<br />
numa só perna, é importante a utilização do braço. Para alguém que<br />
remata com o pé direito, o braço esquerdo deverá estar a par com a perna<br />
de apoio, isto é, colocado para baixo. Durante o movimento do remate, o<br />
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corpo deverá estar inclinado um pouco para a frente, pois senão cairá. O<br />
remate pode-se desenvolver sobretudo treinando, isto é, com muitas horas<br />
de prática e rematando sempre tanto com o pé esquerdo como com o<br />
direito. É igual se estes exercícios se realizam lançando a bola contra uma<br />
parede ou num campo de treino com 1 ou vários companheiros. O remate<br />
pode classificar-se em ofensivo ou defensivo. Se um defesa quer enviar a<br />
bola a longa distância, terá que rematar com força. Mas com uma força<br />
distinta à do avançado que remata à baliza. Num remate/passe longo desde<br />
a defesa, o corpo deverá inclinar-se ligeiramente para trás, contactando-se<br />
a bola um pouco mais abaixo do centro. Neste caso, é importante que a<br />
perna continue a trajetória da bola após o golpe. (Beckham; R. Koeman).<br />
• Em contrapartida, se se remata à baliza, o corpo deverá inclinar-se mais<br />
sobre a bola. Uma vez que se deve rematar com mais força, deve-se dar na<br />
bola mais no centro (C.Ronaldo, Bale, Juninho P.). Se se quer dar com o pé<br />
direito, temos que começar com o pé esquerdo, após o qual o corpo girará<br />
bruscamente um pouco para trás. Em seguida dever-se-á lançar todo o<br />
corpo no remate. A perna apenas acompanhará o movimento da bola<br />
depois do golpe; o golpe deve ser seco e explosivo.<br />
• A diferença no remate entre o defesa e o avançado também pode ser<br />
apreciado na postura da cabeça. No caso do defesa, a cabeça inclina-se<br />
ligeiramente para trás, enquanto no caso do avançado a cabeça inclina-se<br />
um pouco para a frente.<br />
• Uma boa postura é imprescindível para rematar bem a bola.<br />
• Se a postura inicial é boa, poderá introduzir-se uma maior parte do pé por<br />
baixo da bola, devido ao qual a superfície de contato será maior e o remate<br />
será mais eficiente.<br />
• Estes princípios básicos podem-se ir melhorando através de um treino<br />
adequado e intenso. Uma vez dominados, pode-se começar a treinar, por<br />
exemplo o passe longo. Logicamente, o mais simples é enviar a bola a<br />
grande distância para algum sítio. Uma vez dominado este passo, pode-se<br />
aumentar o grau de dificuldade, mantendo a distância, mas diminuindo a<br />
altura do passe. Este exercício pode-se aperfeiçoar até acabar no passe<br />
rasteiro, um passe longo rente ao solo que sendo igualmente potente e<br />
distante, é muito mais eficiente por ser mais baixo e mais direto.<br />
• Para este tipo de treino é necessário um bom aquecimento. Antes de<br />
chutar, o corpo tem que estar preparado. Por isso, é importante começar<br />
pouco a pouco. 1º passando a bola desde perto e ir aumentando<br />
gradualmente a distância. Só quando o corpo está bem quente, pode-se<br />
rematar à baliza. Assim evitam-se lesões desnecessárias.<br />
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9. Cabecear<br />
• Igualmente ao drible e ao remate, todos, independentemente do nível que<br />
tenham, podem melhorar este aspeto do jogo (exemplo C.Ronaldo).<br />
• Há que começar com cuidado e avançar sem pressa para se obter bons<br />
resultados.<br />
• Uma boa técnica de cabeceamento depende de 4 fatores:<br />
1. Uma boa postura – imediatamente antes do cabeceamento o corpo deve estar<br />
ligeiramente inclinado para trás. É a mesma postura que se adota ao controlar a<br />
bola com o peito. Em seguida, há que projetar o corpo para a bola.<br />
2. Um bom equilíbrio – que se consegue com um bom uso dos braços, que são os<br />
que mantêm o equilíbrio.<br />
3. Sincronização<br />
4. Golpe da bola com a cabeça – Os cabeceamentos podem ser defensivos ou<br />
ofensivos. Nos cabeceamentos defensivos a bola deve ir para cima enquanto nos<br />
ofensivos deve ir para baixo. Os cabeceamentos ofensivos são claramente mais<br />
difíceis.<br />
• O primeiro exercício consiste em situar um jogador frente a outro.<br />
Simplesmente, passam a bola um ao outro com a cabeça. A bola deve ser<br />
golpeada desde algum ponto da frente, um pouco debaixo do centro. Serão<br />
cabeceamentos do tipo defensivo. Se nos doer ao cabecear, será uma<br />
indicação de que o não fizemos bem, porque se a bola é cabeceada pelo<br />
centro da frente, não se sente praticamente nada.<br />
• Se houver progressão, então o grupo pode ver-se ampliado, por exemplo a<br />
6 jogadores. Situam-se duas filas de 3 jogadores uma em frente à outra e<br />
então os jogadores vão mudando as suas posições dentro da fila. Os<br />
jogadores deixam então de se preocupar só com o impacto da bola na<br />
cabeça, mas também com a sincronização com os colegas.<br />
• Este exercício pode também ampliar-se a um círculo de jogadores com um<br />
jogador no centro, o qual entrega a bola com a cabeça a um jogador distinto<br />
do círculo, num determinado sentido. O objetivo deste exercício é dominar<br />
ainda mais a técnica de cabeceamento. Este exercício pode ser enriquecido<br />
com uma ação intermédia, onde os jogadores devam por exemplo controlar<br />
a bola com a cabeça antes de dar um 2º cabeceamento para entregar a<br />
bola.<br />
• Todos os exercícios indicados anteriormente realizam-se estando os<br />
jogadores parados na altura do cabeceamento.<br />
• De novo insisto na importância de se utilizar boas bolas, sobretudo nesta<br />
fase. Uma bola não demasiado pesada nem inchada, mas que salte, é a<br />
ideal.<br />
• Só na 2ª fase a bola é projectada mais alta no ar. Também aqui é<br />
importante ter paciência e não queimar etapas. Começar lançando a bola<br />
ao ar na direção do jogador para que este tenha que devolve-la cabeceando<br />
após salto. Para além da técnica de cabeceamento, enfrentámos aqui um<br />
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problema de timing. Os participantes neste exercício também podem<br />
ampliar-se.<br />
• Todos os exercícios anteriores são para o treino do cabeceamento<br />
defensivo. Trata-se de um tipo de cabeceamento particular, uma vez que o<br />
jogador que afasta a bola com a cabeça comporta-se como um GR.<br />
• Cabeceamento ofensivo – a bola contactada com a cabeça não deve subir<br />
mais acima do coração, assim que deve ser golpeada desde um ponto mais<br />
alto. A cabeça não deve estar situada por debaixo da bola, mas sim pelo<br />
menos ao mesmo nível, ou inclusivamente ligeiramente por cima.<br />
• Continuo a insistir que todos os exercícios devem ser realizados com as<br />
duas pernas: que se utilizem tanto a perna esquerda como a direita para<br />
fintar, conduzir, rematar ou passar. Por absurdo que pareça, isto também é<br />
válido para o cabeceamento. Um destro cabeceará mais comodamente por<br />
cima do seu ombro esquerdo. Por isso, deve-se treinar bolas que cheguem<br />
tanto desde a esquerda como desde a direita.<br />
• O cabeceamento ofensivo pode ser dividido em cabeceamento técnico e o<br />
chamado «martilhaço».<br />
1. Cabeceamento técnico – é necessário ter-se maior técnica, já que se pretende<br />
colocar a bola em algum lugar inalcançável para o GR, como por exemplo o ângulo<br />
contrário. O cabeceamento à baliza só tem um objetivo: marcar!<br />
2. Martilhaço – golpear a bola com tanta força que dão a impressão de que ela pode<br />
furar a rede. É muito bonito de se ver e trata-se de uma habilidade única.<br />
• Para se destacarem nestas especialidades os jogadores têm de dominar<br />
perfeitamente os princípios básicos do cabeceamento: uma boa postura, um<br />
corpo em bom equilíbrio, uma sincronização perfeita e um golpe impecável.<br />
Para além disso, devem ser capazes de executar estas ações sob forte<br />
pressão e marcar.<br />
• Os braços voltam a desempenhar um papel fundamental, também servem<br />
de escudo para proteger a posição perante o adversário.<br />
• Aprender a cabecear bem é o resultado de um exercício adequado e<br />
paciente. Até aos 12 anos há que deixar que a criança vá aprendendo a<br />
técnica do cabeceamento. Existem muitos jogos que são divertidos de<br />
praticar pelas crianças desta faixa etária.<br />
• Aos 13 anos, há que fazê-los praticar um pouco o salto, depois do qual se<br />
inicia uma fase de transição bastante longa. Isto explica-se porque o jovem<br />
deve aprender a controlar de forma simultânea duas ações: o salto e a<br />
sincronização. Depois disto pode-se começar a praticar o cabeceamento<br />
para se colocar a bola num determinado sítio. Este passo só se pode dar se<br />
o jogador domina todas as outras técnicas. Antes não vale a pena fazê-lo,<br />
porque não teria sentido treinar uma parte tão difícil do jogo se não há um<br />
domínio suficiente das técnicas básicas de cabeceamento.<br />
• Insisto: para aprender a cabecear bem, necessita-se muita paciência. Não<br />
queiram ir demasiado rápido, trata-se de um tipo de habilidade que só se<br />
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pode dominar partindo de uns fundamentos sólidos. Praticar com<br />
regularidade e repetir os exercícios. Só assim tereis possibilidades de êxito.<br />
10. Controlar a bola<br />
• Saber parar a bola é uma das habilidades mais importantes do futebol.<br />
Quem não sabe parar uma bola, não sabe jogar futebol. Pode-se parar a<br />
bola com qualquer parte do corpo, com a exceção óbvia das mãos (exceto<br />
GR dentro da sua Área de Grande Penalidade).<br />
10.1. Dominar com a Cabeça:<br />
Para controlar a bola com a cabeça, o jogador tem que «acompanhar» a bola de alguma<br />
maneira. Para capturarmos a bola desta maneira, quase devemos imaginar que a bola vem<br />
substituir a nossa cabeça. Para o conseguirmos devemos ajudar-nos dos joelhos enquanto<br />
colocamos a parte superior do tronco para trás. Há que contatar a bola com a parte central<br />
da testa.<br />
10.2. Dominar com o Peito:<br />
A bola pode ser controlada com o peito de duas maneiras. Em 1º lugar, temos a receção<br />
normal da bola. O corpo está na mesma postura que quando cabeceamos a bola ou a<br />
rematámos. No momento do impacto a barriga deve estar projetada para fora, o peito um<br />
pouco para trás e as pernas um pouco para a frente. O corpo é empurrado ligeiramente<br />
pela bola. Em 2º lugar temos a receção que serve para dar velocidade à bola. Ou seja que<br />
não se trata de parar e controlar a bola e olhar para onde dirigi-la, mas sim golpear a bola<br />
com o peito para a colocar rapidamente em circulação. No momento do contacto, a cabeça<br />
deve estar quase encima da bola enquanto a anca e a barriga devem situar-se para trás.<br />
Se a postura é a correta, a bola deveria ir para baixo, onde as pernas lhe darão a direção<br />
que interesse.<br />
10.3. Dominar com a Coxa:<br />
Quando a bola se dirigir à coxa, o mais importante é que o músculo esteja relaxado. Caso<br />
contrário, a bola escapará. A coxa não deve projetar-se na direção contrária à da trajetória<br />
da bola, mas sim limitar-se a atenuar a velocidade da mesma.<br />
10.4. Dominar com os Pés:<br />
Se pretendermos parar a bola completamente, termos que fazê-lo com a sola da bota.<br />
Menos estática ficará a bola se a pararmos com o peito do pé (com os cordões da<br />
chuteira). O corpo deve inclinar-se ligeiramente para a frente e a bola orienta-se na mesma<br />
direção da corrida do jogador, que pode continuar avançando com a bola. Isto permite<br />
ganhar um tempo considerável.<br />
Parar a bola com o interior do pé é o mais comum. O joelho deve girar para que a perna<br />
fique de lado e a bola diante do pé. A parte superior do tronco deve inclinar-se ligeiramente<br />
para a frente. Isto impede que a bola nos fuja demasiado. Uma vez que ambas as pernas<br />
recuperem a sua orientação normal, a bola pode ser jogada.<br />
Parar a bola com o exterior do pé é interessante sobretudo quando temos um adversário<br />
detrás ou quando queremos imprimir velocidade à jogada. Para poder controlar assim a<br />
bola é essencial que o nosso corpo se encontre entre a bola e o adversário. Assim, quando<br />
a bola esteja em circulação, ficará protegida do adversário pela parte superior do nosso<br />
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corpo, que se projeta para trás. Para evitar que a bola fuja na receção, há que deixar o pé<br />
completamente relaxado, pois de outro modo a bola ressaltaria contra ele.<br />
• Estas são as regras de ouro. Quanto mais os jogadores as dominarem, com<br />
mais velocidade e eficácia poderá continuar a jogada.<br />
• Há também que treinar ambas as pernas no domínio da bola. Assim, depois<br />
do controlo a bola pode ser jogada para um lado ou para o outro, condição<br />
necessária para que, por exemplo, o jogo posicional seja efetivo.<br />
• Exercícios:<br />
1. Lançar a Bola<br />
Há que começar da forma mais simples possível. Lançar a bola com as mãos com certa<br />
precisão para que o colega a pare, com o grau de dificuldade reduzido ao mínimo.<br />
Naturalmente, a bola pode ser lançada tanto à altura da cabeça, como do peito, da coxa ou<br />
do próprio pé.<br />
2. Lançamento Lateral<br />
É um exercício para 2 jogadores que consiste em que um realize o Lançamento Lateral<br />
para o peito do outro, que deve dominar a bola. É um treino para os dois, uma vez que o<br />
corpo do jogador que lança a bola adota a mesma postura que o jogador que a domina<br />
com o peito.<br />
3. Passe com o Pé<br />
A prática indica que dominar a bola com o pé é mais fácil a partir de um passe forte. A<br />
maioria dos campos são irregulares. Nessas condições, uma bola que chegue demasiado<br />
suave o fará ressaltando irregularmente, e o seu domínio será difícil. Uma bola passada<br />
com força ressalta um pouco contra o pé do recetor, pelo que será mais fácil de dominar.<br />
4. Ritmo de Jogo<br />
Parar e chutar. É melhor realizá-lo em 3 passos. Este exercício requer ser executado<br />
disciplinadamente. Parar a bola, dar um passo à direita e passar com a esquerda, e depois<br />
ao contrário. Aqui também é essencial que a bola seja jogada com rapidez. Se não o<br />
fizermos assim, não se imprime ritmo a este exercício.<br />
5. Receber e jogar<br />
A base deste exercício é golpear a bola só duas vezes. Uma vez para a receber e outra<br />
para passá-la, e executando ambas as ações sempre em movimento. Há que criar a<br />
oportunidade em que a bola recebida se coloque de imediato em circulação. Para praticar<br />
este tipo de jogada o ideal é organizar jogos de 4x2, 4x3 ou 5x3. A jogada rápida é, pois, a<br />
última fase do controlo da bola. Assim teremos coberto todos os aspetos deste capítulo.<br />
Prof. Pedro Mendonça<br />
UEFA B Coach<br />
@PedMenCoach