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Baixar PDF - Câmara de Dirigentes Lojista de Teixeira de Freitas

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Nem tudo<br />

está perdido<br />

Estava conversando com um<br />

empresário e ele comentou<br />

sobre o aumento do índice <strong>de</strong><br />

inadimplência no comércio e<br />

fez o seguinte comentário:<br />

- Outro dia eu queimei uma pilha <strong>de</strong><br />

cheques sem fundos que eu tinha guardado.<br />

- Como assim queimou? Perguntei.<br />

- Eram cheques que eu não consegui<br />

receber e que já estavam prescritos. Respon<strong>de</strong>u.<br />

Expliquei a ele que o fato <strong>de</strong> estar<br />

prescrito não está perdido. O fato é que<br />

é possível a recuperação <strong>de</strong> alguns créditos<br />

pela via judicial, mesmo se tratando<br />

<strong>de</strong> cheques prescritos. A prescrição<br />

impe<strong>de</strong> que o banco pague pelo título<br />

<strong>de</strong> crédito, mas a dívida e a obrigação<br />

<strong>de</strong> pagar persistem sendo perfeitamente<br />

possível cobrá-la judicialmente. Funciona<br />

assim:<br />

O cheque e a nota promissória são<br />

chamados títulos <strong>de</strong> créditos e quando<br />

não são honrados po<strong>de</strong>m ser executados<br />

judicialmente pelo portador, <strong>de</strong>ntro do<br />

prazo prescricional, enquanto o cheque<br />

Antônio Ferreira dos Reis Neto<br />

Advogado. OAB/BA 34.710 COLUNA JURÍDICA<br />

prescreve em seis meses <strong>de</strong>pois do prazo<br />

<strong>de</strong> apresentação, (O cheque <strong>de</strong>ve ser<br />

apresentado para pagamento, a contar<br />

do dia da emissão, no prazo <strong>de</strong> 30 (trinta)<br />

dias, quando emitido no lugar on<strong>de</strong><br />

houver <strong>de</strong> ser pago; e <strong>de</strong> 60 (sessenta)<br />

dias, quando emitido em outro lugar do<br />

País ou no exterior), a nota promissória<br />

prescreve em 03 anos, sendo, portanto,<br />

<strong>de</strong> longe a melhor opção para lojistas trabalharem,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista da possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recuperação judicial do crédito.<br />

No processo <strong>de</strong> execução é <strong>de</strong>snecessário<br />

mencionar qual foi a transação<br />

comercial que <strong>de</strong>u origem ao débito.<br />

Quem tem o cheque po<strong>de</strong> executá-lo judicialmente.<br />

Quem emitiu o cheque sem<br />

fundo ou não honrou a nota promissória<br />

no prazo estipulado po<strong>de</strong> ser executado<br />

judicialmente e se não pagar em três<br />

dias tem um bem penhorado para pagar<br />

o débito.<br />

Após a prescrição do cheque ou da<br />

nota promissória ainda é possível cobrar<br />

a dívida judicialmente, através <strong>de</strong> uma<br />

ação que permite a formação <strong>de</strong> um título<br />

executivo judicial. Se o <strong>de</strong>vedor tiver<br />

bens ou dinheiro em qualquer banco do<br />

país é possível receber o crédito.<br />

A pergunta que você po<strong>de</strong> estar se<br />

fazendo agora é:<br />

- E se o <strong>de</strong>vedor não tiver bens nem<br />

dinheiro em banco. Tá perdido?<br />

Não necessariamente. Atualmente o<br />

lojista po<strong>de</strong> manter o <strong>de</strong>vedor negativado<br />

no Sistema <strong>de</strong> Proteção ao Crédito<br />

– SPC, por 05 anos. Entretanto, transcorrido<br />

este prazo, se o <strong>de</strong>vedor for con<strong>de</strong>nado<br />

judicialmente e não pagar é possível<br />

negativá-lo novamente, pois o título<br />

executivo judicial formado é consi<strong>de</strong>rado<br />

uma nova dívida que se não honrada<br />

po<strong>de</strong> gerar negativação junto ao SPC,<br />

por mais cinco anos, o que dobra a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recuperação do crédito se o<br />

<strong>de</strong>vedor neste período precisar ter o seu<br />

nome limpo por alguma razão.<br />

Portanto não queimem cheques, notas<br />

promissórias ou outros títulos <strong>de</strong> crédito,<br />

consulte o seu advogado e veja a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação judicial do<br />

crédito em questão. Nem tudo está perdido.<br />

Pesquisa inédita do<br />

SPC traça perfil do<br />

empreen<strong>de</strong>dor<br />

brasileiro<br />

Apesar <strong>de</strong> uma significativa presença feminina <strong>de</strong><br />

31% no empresariado, o estudo aponta que os<br />

homens li<strong>de</strong>ram o segmento com a fatia <strong>de</strong> 69% do<br />

setor varejista.<br />

25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2012 - Estudo inédito<br />

encomendado pelo Serviço<br />

<strong>de</strong> Proteção ao Crédito (SPC)<br />

aponta as características do empreen<strong>de</strong>dor<br />

<strong>de</strong> pequeno e médio porte do varejo<br />

brasileiro. A pesquisa mostra que o perfil<br />

<strong>de</strong>ste empresário é <strong>de</strong> um homem <strong>de</strong> 42<br />

anos, que possui ensino médio, já trabalhou<br />

no varejo, tem faturamento bruto<br />

<strong>de</strong> até R$ 60 mil por mês, emprega familiares<br />

e não usou financiamento bancário<br />

na hora <strong>de</strong> abrir o próprio negócio.<br />

Apesar <strong>de</strong> uma significativa presença<br />

feminina <strong>de</strong> 31% no empresariado, o estudo<br />

aponta que os homens li<strong>de</strong>ram o<br />

segmento com a fatia <strong>de</strong> 69% do setor<br />

varejista. Já em relação à escolarida<strong>de</strong>,<br />

46% dos entrevistados têm ensino médio<br />

ante 43%, que possuem formação<br />

superior ou pós-graduação. Além disso,<br />

cerca <strong>de</strong> 63% dos empresários entrevistados<br />

estão no negócio atual há mais <strong>de</strong><br />

10 anos e 67% já havia trabalhado no<br />

varejo ou tiveram negócios herdados da<br />

família. “Esses dados refletem o grau <strong>de</strong><br />

maturida<strong>de</strong> do empreendimento do lojista.<br />

Empresas que passam do segundo<br />

ano <strong>de</strong> operação conseguem <strong>de</strong>senvolver<br />

a ativida<strong>de</strong> comercial por mais tempo”,<br />

pontua o economista da CNDL e do<br />

SPC, Nelson Barrizzelli.<br />

O levantamento também aponta que<br />

77% dos empreen<strong>de</strong>dores tiveram que<br />

usar capital próprio ou pediram empréstimos<br />

aos familiares (9%) na hora <strong>de</strong><br />

abrir o empreendimento. Do total <strong>de</strong><br />

empresários entrevistados, apenas 7%<br />

disseram ter utilizado linhas <strong>de</strong> crédito<br />

bancário. “Apesar <strong>de</strong> toda publicida<strong>de</strong><br />

do Governo sobre uma política <strong>de</strong> redução<br />

<strong>de</strong> juros e <strong>de</strong> direto acesso ao crédito,<br />

o resultado que chegamos é <strong>de</strong> que o<br />

empreen<strong>de</strong>dor não está sendo alcançado<br />

pelo sistema financeiro nacional”, avalia<br />

o presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

dos <strong>Lojista</strong>s (CNDL), Roque Pellizzaro.<br />

Quanto ao uso <strong>de</strong> novas tecnologias,<br />

o atual cenário varejista surge como uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado para empresas<br />

esenvolvedoras <strong>de</strong> softwares e prestadores<br />

<strong>de</strong> serviços/consultorias na área<br />

<strong>de</strong> tecnologia da informação. O estudo<br />

mostra que 82% dos empreen<strong>de</strong>dores<br />

não utilizam novas tecnologias como<br />

e-commerce, automação comercial informatizada,<br />

displays interativos e sites<br />

<strong>de</strong> compras coletivas. “As empresas <strong>de</strong><br />

T.I pecam por priorizar produtos e serviços<br />

para o varejo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Não<br />

adianta tentar oferecer para uma mercearia<br />

o mesmo sistema que serve para<br />

uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados. Enxergo<br />

nas pequenas e médias empresas<br />

um mercado <strong>de</strong> aproximadamente 800<br />

mil varejistas com gran<strong>de</strong> potencial a ser<br />

explorado.”, pon<strong>de</strong>ra Roque Pellizzaro.<br />

Por outro lado, o estudo informa que<br />

53% dos empresários preten<strong>de</strong>m investir<br />

no negócio, mas <strong>de</strong> outras formas:<br />

fazendo ampliações na loja, adquirindo<br />

maquinário e contratando mais mão <strong>de</strong><br />

obra. Esses tipos <strong>de</strong> investimentos mostram<br />

o otimismo dos entrevistados com<br />

a economia, uma vez que 57% <strong>de</strong>les não<br />

esperam aumento da inadimplência. No<br />

entanto, mais uma vez a maioria dos va-<br />

O <strong>Lojista</strong> - agosto <strong>de</strong> 01 O <strong>Lojista</strong> - agosto <strong>de</strong> 01<br />

SPC<br />

rejistas afirmou que esses investimentos<br />

serão feitos exclusivamente com capital<br />

próprio.<br />

O motivo <strong>de</strong> tanto investimento próprio,<br />

segundo a CNDL, é que o crédito<br />

oferecido pelos bancos é limitado, a burocracia<br />

é alta e os juros cobrados são<br />

caros. “Os bancos seguem um raciocínio<br />

mercadológico: preferem emprestar<br />

capital <strong>de</strong> giro a curto prazo (juros<br />

maiores) do que liberar crédito para um<br />

investimento <strong>de</strong> longo prazo (juros menores)”,<br />

analisa Roque Pellizzaro.<br />

Para o dirigente lojista, o mecanismo<br />

<strong>de</strong>veria funcionar exatamente ao contrário,<br />

já que, <strong>de</strong> acordo com o estudo, o<br />

faturamento bruto dos varejistas é <strong>de</strong><br />

aproximadamente R$ 60 mil por mês e<br />

50% empregam <strong>de</strong> um a quatro funcionários<br />

por estabelecimento. “Quer dizer,<br />

a massa do varejo brasileiro é formada<br />

por empresas pequenas e simples. Uma<br />

possível solução para encorajar o acesso<br />

<strong>de</strong>sses empreen<strong>de</strong>dores ao crédito seria<br />

seguir o exemplo do que hoje é feito com<br />

o crédito agrícola, ou seja, <strong>de</strong>veriam ser<br />

oferecidas certas linhas <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>sburocratizadas<br />

e obrigatórias na carteira<br />

dos bancos. Caso nada seja feito, este<br />

dinheiro não vai chegar para quem mais<br />

precisa”, avalia.<br />

A pesquisa inédita do SPC foi realizada<br />

pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais (UFMG). O estudo levou em conta<br />

dados coletados em junho <strong>de</strong> 2012 junto<br />

a comerciantes varejistas <strong>de</strong> todas as 27<br />

capitais brasileiras.

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