2.º Boletim Informativo da Acerva Paranaense - agosto/2017

6Boletim Informativo da Acerva Paranaense n.º02 agosto/2017
Coluna do Bar do Celso
para que te quero
Por luis celso sniecikoski junior
A acidez é um dos componentes inerentes
de qualquer cerveja, e esteve presente na
história da bebida desde o início. Detectamos
esse gosto na boca graças às nossas papilas
gustativas, junto com outros como amargor,
dulçor e salgado, por exemplo.
Distinguimos os tipos
de ácido por meio do
olfato, fora ou dentro
da cavidade bucal,
percebendo nuances
como cítrico, lático
e acético. E mesmo
que hoje seja quase
imperceptível em
alguns estilos, ela
sempre está lá.
Quando a cerveja foi descoberta por acaso,
em mais ou menos 9 mil a.C., a acidez estava
lá. Basta lembrar que a fermentação ocorreu
natural e expontaneamente, a partir de cereais
germinados que, depois, foram molhados.
Esse líquido adocicado ficou exposto a
leveduras selvagens e bactérias que estão no
ar e no ambiente. As primeiras fermentaram
seus açúcares, que geraram álcool; as outras,
produziram ácidos. Portanto, as cervejas
ácidas foram, de certa forma, as primeiras
cervejas.
Ainda, para quem não sabe, a acidez da
cerveja já salvou vidas. Isso porque em meios
ácidos não se desenvolvem microorganismos
patogênicos. Mesmo sem saber o motivo, o
homem descobriu isso muito cedo e, desde
a Idade Antiga até a Média, usou a bebida
pela sua segurança alimentar. Na Idade
Média, com a precarização das condições
sanitárias e a falta endêmica de higiene, a
Pestre Negra se proliferava devido a falta de
água de qualidade, inclusive, para beber. E
foi assim, bebendo cerveja (que passa por
processo de fervimento), que muitos vilarejos
foram salvos.