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HÁ VIDA ALÉM DA CORRIDA CORREDORES ANÓNIMOS 33<br />
Tenho por gosto e creio que<br />
sempre fez parte de mim<br />
efetuar viagens em que os<br />
fatores Desporto, Natureza<br />
e Aventura estivessem<br />
sempre presentes. Já<br />
atravessei cordilheiras a<br />
pé, subi montanhas, desci<br />
rios em kayak e de bicicleta;<br />
conheci locais lindos em<br />
Portugal; pedalei pela Europa<br />
Central numa viagem que se<br />
iniciou em Munique, passou<br />
por Viena, por Bratislava e<br />
terminou em Budapeste,<br />
800km depois sempre,<br />
acompanhando o rio Danúbio;<br />
por Espanha também por<br />
lá andei, tendo ficado na<br />
memória para sempre os<br />
850 km do Caminho Francês<br />
de Santiago; em família<br />
percorremos de bicicleta o<br />
norte da Holanda e ilhas com<br />
um atrelado próprio, levando<br />
o nosso filho de 17 meses<br />
na altura; e, no ano passado,<br />
agora já com 4 anos, fizemos<br />
também questão de o levar<br />
numa viagem de bicicleta<br />
em que saímos de Berlim e<br />
só parámos de pedalar em<br />
Copenhaga, mais de 700 km<br />
depois…<br />
A Islândia, como destino<br />
para uma viagem de mais<br />
de 1000 km em solitário e<br />
total autonomia, percorrendo<br />
zonas remotas e desérticas,<br />
surge precisamente por<br />
todo o esplendor que esta<br />
Ilha/país nos oferece. As<br />
paisagens vulcânicas,<br />
glaciares, os cursos de águas<br />
e suas cascatas, a fauna,<br />
a flora e a baixa densidade<br />
populacional com o mar<br />
sempre ali faz com que seja<br />
considerado por muitos<br />
viajantes um dos países<br />
mais bonitos do mundo. Com<br />
uma meteorologia bastante<br />
agreste, com predominância<br />
para baixas temperaturas<br />
e ventos fortes, faz com<br />
que a época anualmente<br />
considerada possível para<br />
este tipo de aventura seja<br />
muito curta. Na teoria, apenas<br />
entre meio de Julho e final de<br />
Agosto.<br />
Assim, decidi partir<br />
precisamente nesta altura<br />
para apanhar o início do<br />
Verão, de forma a aumentar<br />
substancialmente as chances<br />
de sucesso da rota que<br />
desenhei e pretendo efetuar. O<br />
plano é partir precisamente da<br />
capital, Reykjavik, em direção<br />
ao Norte da ilha, até atingir o<br />
mar, seguindo depois a orla<br />
marítima até Husavic, cidade<br />
piscatória onde, no passado,<br />
partiram os barcos de caça<br />
à baleia e onde hoje em dia é<br />
possível<br />
«Se viajares<br />
sozinho vais<br />
conhecer<br />
muitas pessoas;<br />
se viajares<br />
com alguém<br />
vais conhecer<br />
algumas<br />
pessoas; se<br />
viajares com<br />
vários vão se<br />
conhecer bem<br />
uns aos outros.»<br />
observar estes cetáceos.<br />
Daqui rumo ao Sul, efetuando<br />
uma travessia precisamente<br />
pelo centro da ilha, por<br />
uma rota praticamente<br />
desértica apelidada de<br />
Sprengisandur Route e onde<br />
o apoio e abastecimentos<br />
serão inexistentes, o que<br />
me obrigará a iniciar com<br />
mantimentos para num<br />
mínimo de cinco dias. Nesta<br />
rota, a travessia a vau de<br />
cursos de água será uma<br />
constante e um fator a ter em<br />
muita atenção. Atingido o Sul<br />
da ilha, rumarei em direção<br />
ao ponto de início, onde conto<br />
chegar entre três a quatro<br />
semanas.