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<strong>Relatório</strong> Anual <strong>2016</strong><br />
OLHAR PARA AS CONQUISTAS<br />
E RENOVAR A MISSÃO<br />
Oano de <strong>2016</strong> foi especial para a SOS Mata Atlântica,<br />
porque representou um marco: 3 décadas<br />
de atuação em defesa de uma das florestas<br />
mais ricas e mais ameaçadas do planeta.<br />
O surgimento da Fundação se confunde com o início do<br />
próprio movimento ambientalista no Brasil. Em meados<br />
dos anos 70, o Brasil atravessava um período de estímulo<br />
ao consumo e ao crescimento desordenado. Um<br />
grupo de estudantes, profissionais recém-formados,<br />
cientistas e jornalistas iniciava suas primeiras lutas e<br />
vitórias ambientais, como a oposição ao aeroporto em<br />
Caucaia do Alto (SP) e à matança de jacarés no Pantanal,<br />
a defesa da região de Jureia, o funeral pelas cachoeiras<br />
das 7 Quedas, que desapareceriam com Itaipu, as<br />
mobilizações por Cubatão etc.<br />
Segundo Paulo Nogueira Neto, um dos ícones da conservação<br />
no Brasil, “nos anos 60 e 70, todas as pessoas<br />
que lutavam pelo meio ambiente em São Paulo cabiam<br />
em uma kombi”. Esse pequeno grupo conseguiu mobilizações<br />
significativas em uma época em que não havia<br />
celular nem internet.<br />
A intensificação da luta dessa turma e acontecimentos<br />
como a Conferência de Estocolmo, em 1972 - a primeira<br />
iniciativa mundial para organizar as relações entre<br />
desenvolvimento e meio ambiente – foram criando<br />
o cenário favorável ao surgimento da Fundação SOS<br />
Mata Atlântica e de outras importantes ONGs ambientalistas.<br />
Até que, em 20 de setembro de 1986, ambientalistas,<br />
cientistas, jornalistas e empresários se uniram na Ilha<br />
do Cardoso – um dos maiores refúgios da Mata Atlântica<br />
no país – para propor soluções decisivas para a causa<br />
ambiental, em especial para a preservação da importante<br />
área de Jureia.<br />
O cenário de transformações favorecia o surgimento de<br />
uma nova mentalidade e proposta de ação: em meados<br />
dos anos 80, a humanidade dava ainda seus primeiros<br />
passos no sentido de pensar o desenvolvimento com<br />
respeito aos direitos das futuras gerações, mas já começava<br />
a se falar em desenvolvimento sustentável,<br />
com o relatório Brundtland, e o Brasil assistia às suas<br />
primeiras grandes mobilizações ambientais.<br />
Nascia assim a Fundação SOS Mata Atlântica, com a<br />
proposta de ir além da crítica contundente e dos protestos,<br />
e integrar os diversos setores da sociedade em<br />
esforços que seguem linhas diferentes, mas complementares:<br />
geração de conhecimento técnico e científico<br />
sobre o status da Mata Atlântica, políticas públicas,<br />
comunicação e mobilização, educação ambiental, entre<br />
outros.<br />
Os grandes aniversários sempre vêm acompanhados<br />
de reflexões e perspectivas. Com a Fundação SOS Mata<br />
Atlântica não foi diferente. O exercício de olhar para<br />
o passado trouxe grande alegria. Foi possível rever os<br />
obstáculos superados e contabilizar inúmeras conquistas<br />
acumuladas ao longo dessa trajetória. E o exercício<br />
de olhar para o futuro foi igualmente animador.<br />
Com uma missão institucional renovada, e uma rede<br />
de amigos da Mata Atlântica que cresce a cada dia, a<br />
Fundação recarregou energias para encarar os desafios<br />
e trazer mais resultados para a conservação ambiental.<br />
Missão da Fundação SOS Mata Atlântica: Inspirar a sociedade na defesa da Mata Atlântica<br />
Foto: Yuri Menezes/SOS Mata Atlântica<br />
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