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TRANSCARES<br />

Transcares e Sindirochas<br />

juntos pelo setor<br />

Para evitar novas tragédias, sindicatos se unem para levar<br />

mais informação aos responsáveis pelo transporte de rochas<br />

ornamentais no Estado<br />

A corda já estava esticada... Em junho,<br />

quando 23 pessoas morreram depois que<br />

um caminhão com bloco de granito atingiu<br />

um ônibus na BR 101, em Guarapari,<br />

o sinal vermelho começou a piscar para o<br />

segmento de rochas ornamentais. Na época,<br />

foi confirmado que o bloco estava com<br />

peso acima do limite permitido. Menos de<br />

três meses depois, outro acidente grave e<br />

11 pessoas morreram. As vítimas eram de<br />

um grupo de dança de Domingos Martins e<br />

voltavam de uma apresentação em Minas<br />

Gerais. Elas estavam num micro-ônibus que<br />

foi atingido por chapas de granito. Mais uma<br />

vez, a perícia apontou irregularidades no<br />

caminhão. A situação era grave e chegara<br />

ao limite. A Polícia Rodoviária Federal<br />

apertou o cerco na rodovia, dirigentes do<br />

segmento se movimentaram para evitar<br />

novas tragédias e esse movimento chegou<br />

ao Transcares.<br />

Tudo começou com um contato do<br />

presidente do Sindirochas (Sindicato das<br />

Empresas de Rochas Ornamentais do Espírito<br />

Santo), Tales Machado, que pedia ajuda<br />

técnica para explicar aos seus associados<br />

a regulamentação do transporte de rochas.<br />

O assessor jurídico do Transcares, Marcos<br />

Alexandre Alves Dias, entrou em<br />

cena. Profundo conhecedor da<br />

Resolução 354/2010, do Contran<br />

(Conselho Nacional do<br />

Trânsito), que trata de questões<br />

de amarração e segurança<br />

no transporte, ele foi<br />

convidado para ministrar<br />

três palestras técnicas. A<br />

primeira foi realizada dia<br />

21 de setembro, em Cachoeiro<br />

de Itapemirim, o polo<br />

As questões de falta de<br />

segurança que envolvem o<br />

transporte de rochas não<br />

são motivadas por uma<br />

causa apenas. Temos falta de<br />

informação, de regulamentação<br />

adequada e de fiscalização<br />

Marcos Alexandre Alves Dias, assessor<br />

jurídico do Transcares e especialista na<br />

Resolução 354/2010<br />

do transporte de rochas ornamentais no<br />

Estado, e reuniu mais de 400 pessoas. A<br />

segunda no dia 28, em Barra de São Francisco,<br />

norte do Estado. E a terceira, em 4<br />

de outubro, na Findes, em Vitória. No total,<br />

mais de 700 pessoas, entre empresários,<br />

transportadores, embarcadores, representantes<br />

da PRF e do Ministério Público<br />

participaram dos eventos.<br />

“Existe uma dificuldade no entendimento<br />

da regulamentação do transporte<br />

de rochas ornamentais e o objetivo desse<br />

trabalho em parceria do Sindirochas com<br />

o Transcares foi justamente municiar toda<br />

a cadeia logística – do profissional responsável<br />

pela extração e beneficiamento até o<br />

motorista –, de informação”, resumiu Marcos<br />

Alexandre, completando em seguida.<br />

“A primeira resolução que adequa o<br />

setor, a 264, foi feita em 2007 e construída<br />

pelo Contran dentro da Fetransportes<br />

(Federação das Empresas de Transporte<br />

do Estado). Ela, no entanto, era muito<br />

incipiente e em julho de 2010 foi feita a<br />

alteração. Nascia ali a Resolução 354, que<br />

neste momento também já precisa de uma<br />

atualização”.<br />

Nas palestras ministradas em Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco e Vitória, Marcos<br />

Alexandre Alves Dias teve duas certezas: a de que a parceria entre as entidades fortalecerá os segmentos<br />

de cargas e de rochas, e a de que o público que movimenta o transporte de rochas ornamentais<br />

carece de informação. Em todas elas, ele esteve acompanhado pelo superintendente, Mario Natali<br />

A presença nas três palestras deu ao<br />

advogado duas certezas. A primeira é a<br />

que a atuação em conjunto das duas entidades<br />

fortalecerá os segmentos de cargas<br />

e de rochas. E a segunda é que faltavam<br />

informações ao público que movimenta o<br />

transporte de rochas ornamentais.<br />

“Senti o público carente das informações<br />

mais básicas. Muitos, inclusive,<br />

desconheciam até a existência da norma.<br />

E dessa desinformação vem a precariedade<br />

e as irregularidades no transporte”, ressaltou,<br />

destacando que os maiores problemas<br />

detectados no segmento são o excesso de<br />

peso transportado e a ausência de amarração<br />

adequada das pedras.<br />

Segundo Dias, quando foi editada, em<br />

2007, a Resolução 264 movimentou o segmento<br />

e todos buscaram se adequar. No<br />

entanto, reconhece, como naquela época<br />

não houve nenhum acidente grave envolvendo<br />

o transporte de rochas, todo mundo<br />

relaxou, principalmente na fiscalização.<br />

E o trabalho continua<br />

A série de palestras foi o primeiro passo<br />

em direção a um transporte de rochas mais<br />

seguro e profissional. Mas como Marcos<br />

destacou, o trabalho continua. O Transcares,<br />

através do próprio assessor jurídico<br />

e do superintendente, Mario Natali, está<br />

participando de reuniões de um Grupo de<br />

Trabalho envolvendo governo, entidades,<br />

instituições, polícia e Ministério Público,<br />

para estudar ações de melhorias para o<br />

segmento. Até agora foram quatro encontros<br />

e o último aconteceu dia 8 de novembro.<br />

Das ações que estão sendo estudadas,<br />

a primeira, como informou o advogado, é<br />

adequar as normas, principalmente a Resolução<br />

354/10, e a segunda é aumentar<br />

a fiscalização. Dessas reuniões, saiu a<br />

informação que há uma quantidade<br />

enorme de minas irregulares, o<br />

que significa perda de arrecadação<br />

para o Estado. “Essa é uma<br />

cadeia produtiva muito importante<br />

para nossa economia<br />

capixaba. Daí<br />

a necessidade desse<br />

trabalho em conjunto.<br />

Estamos todos com um<br />

dever de casa”, finalizou<br />

Marcos.

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