TRANSPORTE.LOG_EDICAO 61-compressed
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TRANSCARES<br />
Transcares e Sindirochas<br />
juntos pelo setor<br />
Para evitar novas tragédias, sindicatos se unem para levar<br />
mais informação aos responsáveis pelo transporte de rochas<br />
ornamentais no Estado<br />
A corda já estava esticada... Em junho,<br />
quando 23 pessoas morreram depois que<br />
um caminhão com bloco de granito atingiu<br />
um ônibus na BR 101, em Guarapari,<br />
o sinal vermelho começou a piscar para o<br />
segmento de rochas ornamentais. Na época,<br />
foi confirmado que o bloco estava com<br />
peso acima do limite permitido. Menos de<br />
três meses depois, outro acidente grave e<br />
11 pessoas morreram. As vítimas eram de<br />
um grupo de dança de Domingos Martins e<br />
voltavam de uma apresentação em Minas<br />
Gerais. Elas estavam num micro-ônibus que<br />
foi atingido por chapas de granito. Mais uma<br />
vez, a perícia apontou irregularidades no<br />
caminhão. A situação era grave e chegara<br />
ao limite. A Polícia Rodoviária Federal<br />
apertou o cerco na rodovia, dirigentes do<br />
segmento se movimentaram para evitar<br />
novas tragédias e esse movimento chegou<br />
ao Transcares.<br />
Tudo começou com um contato do<br />
presidente do Sindirochas (Sindicato das<br />
Empresas de Rochas Ornamentais do Espírito<br />
Santo), Tales Machado, que pedia ajuda<br />
técnica para explicar aos seus associados<br />
a regulamentação do transporte de rochas.<br />
O assessor jurídico do Transcares, Marcos<br />
Alexandre Alves Dias, entrou em<br />
cena. Profundo conhecedor da<br />
Resolução 354/2010, do Contran<br />
(Conselho Nacional do<br />
Trânsito), que trata de questões<br />
de amarração e segurança<br />
no transporte, ele foi<br />
convidado para ministrar<br />
três palestras técnicas. A<br />
primeira foi realizada dia<br />
21 de setembro, em Cachoeiro<br />
de Itapemirim, o polo<br />
As questões de falta de<br />
segurança que envolvem o<br />
transporte de rochas não<br />
são motivadas por uma<br />
causa apenas. Temos falta de<br />
informação, de regulamentação<br />
adequada e de fiscalização<br />
Marcos Alexandre Alves Dias, assessor<br />
jurídico do Transcares e especialista na<br />
Resolução 354/2010<br />
do transporte de rochas ornamentais no<br />
Estado, e reuniu mais de 400 pessoas. A<br />
segunda no dia 28, em Barra de São Francisco,<br />
norte do Estado. E a terceira, em 4<br />
de outubro, na Findes, em Vitória. No total,<br />
mais de 700 pessoas, entre empresários,<br />
transportadores, embarcadores, representantes<br />
da PRF e do Ministério Público<br />
participaram dos eventos.<br />
“Existe uma dificuldade no entendimento<br />
da regulamentação do transporte<br />
de rochas ornamentais e o objetivo desse<br />
trabalho em parceria do Sindirochas com<br />
o Transcares foi justamente municiar toda<br />
a cadeia logística – do profissional responsável<br />
pela extração e beneficiamento até o<br />
motorista –, de informação”, resumiu Marcos<br />
Alexandre, completando em seguida.<br />
“A primeira resolução que adequa o<br />
setor, a 264, foi feita em 2007 e construída<br />
pelo Contran dentro da Fetransportes<br />
(Federação das Empresas de Transporte<br />
do Estado). Ela, no entanto, era muito<br />
incipiente e em julho de 2010 foi feita a<br />
alteração. Nascia ali a Resolução 354, que<br />
neste momento também já precisa de uma<br />
atualização”.<br />
Nas palestras ministradas em Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco e Vitória, Marcos<br />
Alexandre Alves Dias teve duas certezas: a de que a parceria entre as entidades fortalecerá os segmentos<br />
de cargas e de rochas, e a de que o público que movimenta o transporte de rochas ornamentais<br />
carece de informação. Em todas elas, ele esteve acompanhado pelo superintendente, Mario Natali<br />
A presença nas três palestras deu ao<br />
advogado duas certezas. A primeira é a<br />
que a atuação em conjunto das duas entidades<br />
fortalecerá os segmentos de cargas<br />
e de rochas. E a segunda é que faltavam<br />
informações ao público que movimenta o<br />
transporte de rochas ornamentais.<br />
“Senti o público carente das informações<br />
mais básicas. Muitos, inclusive,<br />
desconheciam até a existência da norma.<br />
E dessa desinformação vem a precariedade<br />
e as irregularidades no transporte”, ressaltou,<br />
destacando que os maiores problemas<br />
detectados no segmento são o excesso de<br />
peso transportado e a ausência de amarração<br />
adequada das pedras.<br />
Segundo Dias, quando foi editada, em<br />
2007, a Resolução 264 movimentou o segmento<br />
e todos buscaram se adequar. No<br />
entanto, reconhece, como naquela época<br />
não houve nenhum acidente grave envolvendo<br />
o transporte de rochas, todo mundo<br />
relaxou, principalmente na fiscalização.<br />
E o trabalho continua<br />
A série de palestras foi o primeiro passo<br />
em direção a um transporte de rochas mais<br />
seguro e profissional. Mas como Marcos<br />
destacou, o trabalho continua. O Transcares,<br />
através do próprio assessor jurídico<br />
e do superintendente, Mario Natali, está<br />
participando de reuniões de um Grupo de<br />
Trabalho envolvendo governo, entidades,<br />
instituições, polícia e Ministério Público,<br />
para estudar ações de melhorias para o<br />
segmento. Até agora foram quatro encontros<br />
e o último aconteceu dia 8 de novembro.<br />
Das ações que estão sendo estudadas,<br />
a primeira, como informou o advogado, é<br />
adequar as normas, principalmente a Resolução<br />
354/10, e a segunda é aumentar<br />
a fiscalização. Dessas reuniões, saiu a<br />
informação que há uma quantidade<br />
enorme de minas irregulares, o<br />
que significa perda de arrecadação<br />
para o Estado. “Essa é uma<br />
cadeia produtiva muito importante<br />
para nossa economia<br />
capixaba. Daí<br />
a necessidade desse<br />
trabalho em conjunto.<br />
Estamos todos com um<br />
dever de casa”, finalizou<br />
Marcos.