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Ecos de Fátima jul/2011

Julho de 2011

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Boletim Informativo - Julho <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />

Foto: Reuters, Stefano Rellandini Foto: Servizio Fotografico “L’Osservatore Romano”<br />

Santo Inácio <strong>de</strong> Loyola:<br />

uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ser santo<br />

(página 6)<br />

Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira:<br />

um ato <strong>de</strong> amor ao Papado<br />

(página 3)


João Paulo II,<br />

Vigário <strong>de</strong> Cristo<br />

Escravo <strong>de</strong> Maria<br />

João Paulo II foi a figura pública<br />

mais conhecida e mais popular <strong>de</strong><br />

nossa época. Sua atuação <strong>de</strong>cisiva em<br />

inúmeros acontecimentos influenciou<br />

profundamente a história da Igreja e<br />

do mundo. Sua erudição admirável<br />

produziu para a Igreja documentos<br />

imortais. Seu profundo amor à Cátedra<br />

<strong>de</strong> Pedro irradiou nova esperança<br />

aos cristãos <strong>de</strong> todo o mundo. Mas<br />

Karol Wojtyla nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> reconhecer,<br />

em todos os aspectos <strong>de</strong> sua<br />

vida, uma força que o conduzia: a mão<br />

dAquela a quem havia se consagrado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua juventu<strong>de</strong>.<br />

A presença <strong>de</strong> Maria na espiritualida<strong>de</strong><br />

do Papa João Paulo II está refletida,<br />

cristalinamente, tanto em seus<br />

escritos e pronunciamentos quanto<br />

em seus atos exteriores <strong>de</strong> <strong>de</strong>voção.<br />

Sua entrega total à Santíssima Virgem,<br />

na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escravo, transformou-<br />

-se em um dos legados <strong>de</strong> sua vida e <strong>de</strong><br />

seu pontificado.<br />

Como Vigário <strong>de</strong> Cristo, sua missão<br />

<strong>de</strong> “confirmar na fé os irmãos”<br />

(Luc 22, 32) apresentava-se continuamente<br />

na forma <strong>de</strong> “um convite para<br />

que os fiéis re<strong>de</strong>scubram a verda<strong>de</strong> objetiva<br />

sobre a Mãe <strong>de</strong> Deus”. 1<br />

Ele mesmo assim o <strong>de</strong>clara em<br />

sua obra “Dom e Mistério”, na qual<br />

Foto: Servizio Fotografico “L’Osservatore Romano”<br />

atribui a Nossa Senhora sua ascensão<br />

contínua rumo ao papado através <strong>de</strong><br />

uma ação da graça que qualificou <strong>de</strong><br />

“fio mariano”:<br />

“Naturalmente, falando da origem<br />

<strong>de</strong> minha vocação sacerdotal, não posso<br />

esquecer o fio mariano. A veneração<br />

da Mãe <strong>de</strong> Deus em sua forma tradicional<br />

me veio <strong>de</strong> minha família e da<br />

paróquia em Wadowice. (...)<br />

Em Cracóvia, entrei no grupo do<br />

“Rosário Vivo”, na paróquia salesiana.<br />

Ali se venerava <strong>de</strong> modo especial a Maria<br />

Auxiliadora. Em Debniki, no tempo<br />

em que se estava configurando minha<br />

vocação sacerdotal, também graças ao<br />

influxo <strong>de</strong> Jan Tyranowski, o meu modo<br />

<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o culto à Mãe <strong>de</strong> Deus<br />

passou por uma certa modificação. Eu<br />

já estava convencido <strong>de</strong> que Maria nos<br />

conduz a Cristo, mas naquele tempo<br />

comecei a enten<strong>de</strong>r que também Cristo<br />

nos conduz à Sua Mãe. Houve um momento<br />

no qual <strong>de</strong> certa forma pus em<br />

questão o meu culto a Maria, temendo<br />

que ele, dilatando-se excessivamente,<br />

acabasse por comprometer a supremacia<br />

do culto <strong>de</strong>vido a Cristo. Então,<br />

serviu-me <strong>de</strong> ajuda o livro <strong>de</strong> São Luís<br />

Maria Grignion <strong>de</strong> Montfort que tem<br />

como título Tratado da verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>voção<br />

à Santíssima Virgem. Encontrei<br />

nele a resposta às minhas perplexida<strong>de</strong>s.<br />

Sim, Maria aproxima-nos <strong>de</strong> Cristo,<br />

conduz-nos a Ele, com a condição <strong>de</strong><br />

que se viva o seu mistério em Cristo. O<br />

Tratado <strong>de</strong> São Luís Grignion <strong>de</strong> Montfort<br />

po<strong>de</strong> incomodar a alguns com seu<br />

estilo um pouco enfático e barroco, mas<br />

a essência da verda<strong>de</strong> teológica nele<br />

contida é incontestável. O autor é um<br />

teólogo <strong>de</strong> classe. O seu pensamento<br />

mariológico é enraizado no Mistério<br />

trinitário e na verda<strong>de</strong> da Encarnação<br />

do Verbo <strong>de</strong> Deus.<br />

Compreendi, então, porque a Igreja<br />

recita o Angelus três vezes ao dia. Compreendi<br />

quão cruciais são as palavras <strong>de</strong>sta<br />

oração: “O Anjo do Senhor anunciou a<br />

Maria. E Ela concebeu do Espírito Santo...<br />

Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-<br />

-se em mim segundo a tua palavra... E o<br />

Verbo se fez carne, e habitou entre nós...”<br />

Palavras verda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong>cisivas! Exprimem<br />

o núcleo do maior acontecimento<br />

da história da humanida<strong>de</strong>.<br />

Aqui está explicada a procedência<br />

do Totus Tuus. A expressão <strong>de</strong>riva <strong>de</strong><br />

São Luís Grignion <strong>de</strong> Montfort. E é a<br />

Foto: Servizio Fotografico “L’Osservatore Romano”


abreviação da forma mais completa da<br />

consagração à Mãe <strong>de</strong> Deus, que tem<br />

esta forma: Totus tuus ego sum et omnia<br />

mea Tua sunt. Accipio Te in mea omnia.<br />

Praebe mihi cor Tuum, Maria. 2,3<br />

1<br />

Discurso do Car<strong>de</strong>al Sodano, 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2000.<br />

www.vatican.va.<br />

2<br />

Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Recebo-Vos<br />

em tudo quanto me diz respeito. Dai-me<br />

vosso coração, ó Maria.<br />

3<br />

Dom e Mistério, João Paulo II, tradução do italiano,<br />

www.vatican.va.<br />

Foto: Photo 12, Archive du 7eme Art<br />

Meu amor à<br />

Cátedra <strong>de</strong> Pedro<br />

Não é com meu entusiasmo<br />

dos tempos <strong>de</strong> jovem, que eu me<br />

coloco hoje ante a Santa Sé. É com<br />

um entusiasmo ainda maior, e muito<br />

maior. Pois à medida que vou<br />

vivendo, pensando e ganhando experiência,<br />

vou compreen<strong>de</strong>ndo e<br />

amando mais o Papa e o Papado.<br />

Lembro-me ainda das aulas <strong>de</strong><br />

catecismo em que me explicaram o<br />

Papado, sua instituição divina, seus<br />

po<strong>de</strong>res, sua missão.<br />

Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

E este amor ao Papado não é em<br />

mim um amor abstrato. Ele inclui um<br />

amor especial à Pessoa sacrossanta do<br />

Papa, seja ele o <strong>de</strong> ontem, como o <strong>de</strong><br />

hoje ou o <strong>de</strong> amanhã. Amor <strong>de</strong> veneração.<br />

Amor <strong>de</strong> obediência.<br />

Sim, insisto: <strong>de</strong> obediência.<br />

Quero dar a cada ensinamento<br />

<strong>de</strong>ste Papa, como <strong>de</strong> seus Antecessores<br />

e Sucessores, toda aquela<br />

medida <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são que a doutrina<br />

da Igreja me prescreve, tendo por<br />

MARIA REMETE TUDO A JESUS<br />

A <strong>de</strong>voção à Santa Virgem é<br />

um meio privilegiado “para encontrar<br />

Jesus Cristo, para o amar com<br />

ternura e para o servir com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>”<br />

(Tratado sobre a verda<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong>voção, 62). Este <strong>de</strong>sejo central <strong>de</strong><br />

“amar com ternura” é imediatamente<br />

dilatado numa fervorosa oração a<br />

Jesus, pedindo a graça <strong>de</strong> participar<br />

na indizível comunhão <strong>de</strong> amor que<br />

existe entre Ele e a sua Mãe. A relativida<strong>de</strong><br />

total <strong>de</strong> Maria a Cristo, e,<br />

n’Ele, à Santíssima Trinda<strong>de</strong>, é antes<br />

<strong>de</strong> mais nada experimentada na observação:<br />

“Todas as vezes que pensas<br />

em Maria, Maria louva e honra contigo<br />

a Deus. Maria é toda relativa a<br />

Deus, e eu chamá-la-ia muito bem<br />

a relação <strong>de</strong> Deus, que existe unicamente<br />

em relação a Deus, o eco<br />

<strong>de</strong> Deus, que não diz e não repete a<br />

não ser Deus.” (Tratado sobre a verda<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong>voção, 225).<br />

(João Paulo II, Carta às Famílias Monfortinas<br />

sobre a doutrina do seu fundador, 8/12/2003).<br />

Meu coração <strong>de</strong> menino (eu<br />

tinha então 9 anos) se encheu <strong>de</strong><br />

admiração, <strong>de</strong> enlevo, <strong>de</strong> entusiasmo:<br />

eu encontrara o i<strong>de</strong>al a que me<br />

<strong>de</strong>dicaria por toda a vida. De lá para<br />

cá, o amor a esse i<strong>de</strong>al não tem senão<br />

crescido.<br />

E peço aqui a Nossa Senhora<br />

que o faça crescer mais e mais<br />

em mim, até o meu último alento.<br />

Quero que o <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro ato <strong>de</strong> meu<br />

intelecto seja um ato <strong>de</strong> Fé no Papado.<br />

Que meu último ato <strong>de</strong> amor<br />

seja um ato <strong>de</strong> amor ao Papado. Pois<br />

assim morrerei na paz dos eleitos,<br />

bem unido a Maria minha Mãe, e<br />

por Ela a Jesus, meu Deus, meu Rei<br />

e meu Re<strong>de</strong>ntor boníssimo.<br />

infalível o que ela manda ter por<br />

infalível, e por falível o que ela ensina<br />

que é falível.<br />

Quero obe<strong>de</strong>cer às or<strong>de</strong>ns<br />

<strong>de</strong>ste ou <strong>de</strong> qualquer outro Papa<br />

em toda a medida em que a Igreja<br />

manda que sejam obe<strong>de</strong>cidas. Isto<br />

é, não lhes sobrepondo jamais minha<br />

vonta<strong>de</strong> pessoal, nem a força <strong>de</strong><br />

qualquer po<strong>de</strong>r terreno. (...)<br />

Foi o que me ensinaram nas aulas<br />

<strong>de</strong> catecismo. Foi o que li nos tratados<br />

que estu<strong>de</strong>i. Assim penso, assim<br />

sinto, assim sou. E <strong>de</strong> coração inteiro.<br />

(Excertos <strong>de</strong> artigo publicado na<br />

Folha <strong>de</strong> S. Paulo em 12/7/1970)


Ativida<strong>de</strong>s<br />

Corrente <strong>de</strong> Oração<br />

A Corrente <strong>de</strong> Oração <strong>2011</strong><br />

contou com a participação <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 100 mil famílias. Todos<br />

os participantes receberam uma<br />

estampa do Sagrado Coração <strong>de</strong><br />

Jesus com seus nomes inscritos.<br />

No Secretariado da Campanha,<br />

o êxito <strong>de</strong>ssa iniciativa foi celebrado<br />

como em uma verda<strong>de</strong>ira<br />

família, com a entrega <strong>de</strong> uma<br />

estampa emoldurada.<br />

Rosário<br />

O novo livro <strong>de</strong> meditação do Rosário, acompanhado <strong>de</strong> um<br />

Terço, será difundido em uma linda caixinha e seu lançamento<br />

está previsto para outubro.<br />

Divina Misericórdia<br />

O livro <strong>de</strong> bolso “Santa<br />

Faustina e a Divina Misericórdia”<br />

foi acolhido calorosamente<br />

pelo público.<br />

O termômetro é a tiragem<br />

<strong>de</strong> 120 mil exemplares que<br />

se escoaram em apenas 30<br />

dias.<br />

frei Galvão nas Favelas<br />

A juventu<strong>de</strong> precisa <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e, mo<strong>de</strong>los<br />

perfeitos.<br />

Foi o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> apresentar um exemplo<br />

<strong>de</strong> perfeição aos jovens brasileiros que levou<br />

os voluntários da Campanha a se dirigirem<br />

às escolas e favelas em junho,<br />

mês do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus,<br />

para distribuir uma edição impressa<br />

sobre a vida <strong>de</strong> São Frei Galvão, o<br />

primeiro santo brasileiro a ser canonizado.<br />

O livro, <strong>de</strong>stinado ao<br />

público infantil foi ilustrado pela<br />

artista plástica Domingas Perea. E<br />

pu<strong>de</strong>mos constatar durante a distribuição:<br />

o bem inteiro, ou a santida<strong>de</strong>, é<br />

causa <strong>de</strong> alegria.<br />

Fotos: Luiz dos Santos


Bem-<br />

Aventurado<br />

Papa João<br />

Paulo II<br />

Fatos <strong>de</strong><br />

uma vida<br />

em Deus<br />

“Eu não imaginava que a vida <strong>de</strong>ste Papa fosse tão interessante.<br />

Agora eu entendo por que ele era tão querido<br />

do mundo inteiro”.<br />

Com essas palavras, uma das participantes da Campanha<br />

exprimiu o efeito que o livro “João Paulo II, fatos<br />

<strong>de</strong> uma vida em Deus” produziu sobre os leitores. E revelou<br />

uma gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>: os fatos mais importantes da<br />

vida, aqueles que repercutem na eternida<strong>de</strong>, não costumam<br />

ser merecedores <strong>de</strong> atenção na imprensa em geral,<br />

apesar da apetência do público. Mas, graças aos membros<br />

da campanha, uma edição <strong>de</strong> 150 mil exemplares da<br />

obra foi difundida em apenas dois meses.<br />

Notícias<br />

Evangelizando o universo<br />

“Bem-vindo a bordo da Estação Espacial Internacional,<br />

Santida<strong>de</strong>”. Assim o comandante do ônibus espacial<br />

En<strong>de</strong>avour, Mark Kelly, no último dia 21 <strong>de</strong> maio, saudou<br />

o Papa Bento XVI, fazendo <strong>de</strong>ste o primeiro sucessor <strong>de</strong><br />

Pedro a se comunicar com astronautas da Estação Espacial<br />

Internacional (ISS).<br />

Durante a conversa, o Papa expressou sua admiração<br />

e encorajou os tripulantes: “Estou muito feliz por ter esta<br />

oportunida<strong>de</strong> extraordinária para conversar convosco<br />

durante a vossa missão, e especialmente grato por po<strong>de</strong>r<br />

falar com tantos <strong>de</strong> vocês. Esta conversa dá-me a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> expressar a minha admiração e apreço por<br />

todos os que fazem com que esta missão seja possível, e<br />

dou o meu sincero encorajamento para que a concluam<br />

em segurança e sejam bem-sucedidos”.<br />

Foto: Servizio Fotografico “L’Osservatore Romano”<br />

Alguns dias <strong>de</strong>pois, na festa da Ascensão do Senhor,<br />

o Papa fez uma referência ao episódio: “(...) o homem encontra<br />

para sempre espaço em Deus. O céu não indica um<br />

lugar acima das estrelas, mas algo <strong>de</strong> muito <strong>de</strong>sejável e sublime:<br />

indica o próprio Cristo, (...) Aquele no qual Deus e<br />

homem estão, inseparavelmente, unidos”.<br />

Fé e ciência se completam<br />

O cristianismo não se “contrapõe ao saber científico<br />

e às conquistas do engenho humano”. Com estas palavras,<br />

Bento XVI se dirigiu aos professores e alunos da Universida<strong>de</strong><br />

Católica Italiana, em comemoração aos 90 anos da<br />

instituição.<br />

A fé norteia e orienta para a verda<strong>de</strong> e, sem essa<br />

orientação, toda “cultura <strong>de</strong>smorona-se, cai no relativismo<br />

e per<strong>de</strong>-se no efêmero”. A tendência contemporânea<br />

<strong>de</strong> colocar a fé distante da razão só é capaz <strong>de</strong> trazer frustrações<br />

e um contínuo <strong>de</strong>sgaste da ciência que, a passos<br />

largos, se afasta <strong>de</strong> seu Criador.


Eu quero ser Santo!<br />

Como é um santo?<br />

Quando pensamos nos santos,<br />

qual é a primeira imagem que nos vem<br />

à mente? Possivelmente, a <strong>de</strong> uma pessoa<br />

com dons milagrosos e proféticos,<br />

sujeita a gran<strong>de</strong>s sofrimentos. Alguém<br />

que estaria tão acima <strong>de</strong> nós que se assemelharia<br />

mais a um anjo que a um<br />

simples ser humano.<br />

Pois bem, esta é uma i<strong>de</strong>ia totalmente<br />

distorcida. São João Crisóstomo<br />

afirma que Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo se fez em tudo igual a nós, exceto<br />

no pecado. O que diríamos, então,<br />

<strong>de</strong> um santo?<br />

Uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> aceitar<br />

a graça <strong>de</strong> Deus<br />

Os bem-aventurados são tão humanos<br />

como qualquer outro. Com<br />

uma única diferença: <strong>de</strong>sejam verda<strong>de</strong>iramente<br />

a perfeição, chegando a<br />

praticar a virtu<strong>de</strong> em grau heróico. Eles<br />

apenas “resolveram” aceitar a graça <strong>de</strong><br />

Deus, que nunca falta a ninguém.<br />

Belamente exemplificativa <strong>de</strong>sta<br />

aceitação é a conversão <strong>de</strong> Santo Inácio<br />

<strong>de</strong> Loyola, nobre espanhol do século<br />

XVI. O cavaleiro, ferido gravemente<br />

na perna por uma bala <strong>de</strong> canhão durante<br />

a batalha <strong>de</strong> Pamplona, em 20<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1521, passou por uma<br />

longa e dolorosa convalescença. Preso<br />

a uma cama, pôs-se a ler todos os<br />

livros que lhe caíam nas mãos, em<br />

especial os romances <strong>de</strong> cavalaria,<br />

muito comuns em sua época. Quando<br />

estes se esgotaram, resignou-se a<br />

ler as obras <strong>de</strong> cunho religioso, como<br />

a Vida <strong>de</strong> Cristo, a Vida dos Santos e<br />

a Legenda Áurea.<br />

Dotado <strong>de</strong> temperamento forte<br />

e espírito aguerrido, tomava o exemplo<br />

dos santos, dizendo a si próprio: “E<br />

se eu fizesse aquilo que fez São Francisco<br />

e aquilo que fez São Domingos? E<br />

assim discorria por muitas coisas que<br />

achava boas. (...) Mas todo o seu discorrer<br />

era dizer a si mesmo – São Domingos<br />

fez isto; também eu tenho que<br />

fazê-lo. São Francisco fez isto; também<br />

eu tenho que fazê-lo.” (*)<br />

Uma noite, estando acordado,<br />

“viu claramente uma imagem <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora com o santo Menino Jesus,<br />

da qual recebeu, durante bastante<br />

tempo, uma grandíssima consolação.<br />

E ficou com tal asco da vida passada,<br />

especialmente <strong>de</strong> coisas da carne,<br />

que lhe parecia terem <strong>de</strong>saparecido da<br />

alma todas as lembranças que antes<br />

nela tinha impressas.” (*)<br />

Este foi o passo <strong>de</strong>cisivo para a<br />

conversão <strong>de</strong> Santo Inácio que, a partir<br />

<strong>de</strong> então, mudou-se radicalmente.<br />

Foi em peregrinação à Terra Santa,<br />

em meio a intensas orações e penitências.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, estudou teologia<br />

na Sorbonne.<br />

Fundador dos Jesuítas<br />

Assim, a graça divina foi lapidando<br />

a alma <strong>de</strong>ste gran<strong>de</strong> homem que, mais<br />

Santo Inácio <strong>de</strong> Loyola: dotado<br />

<strong>de</strong> possante lógica formou<br />

discípulos que influenciaram a<br />

Contra-Reforma.<br />

O nobre Inácio <strong>de</strong> Loyola:<br />

preocupação com os feitos <strong>de</strong><br />

cavalaria.<br />

tar<strong>de</strong>, teve um papel importantíssimo<br />

na Santa Igreja. Dotado <strong>de</strong> possante espírito<br />

lógico, expunha a doutrina cristã<br />

<strong>de</strong> modo atraente e persuasivo, conseguindo<br />

arrastar muitos discípulos.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, fundou a Companhia <strong>de</strong><br />

Jesus, ainda hoje, a mais numerosa or<strong>de</strong>m<br />

religiosa da Igreja Católica.<br />

Mas, isto não provaria que santo é<br />

coisa do passado?<br />

Olhando à nossa volta ou para a<br />

nossa época, encontraremos uma multidão<br />

<strong>de</strong>les. Veremos Santa Faustina<br />

Kowalska e a mensagem <strong>de</strong> Jesus Misericordioso;<br />

Santa Maria Goretti, a<br />

jovem mártir da castida<strong>de</strong>; São Pio <strong>de</strong><br />

Pietrelcina, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> oração; os bem-<br />

-aventurados Francisco e Jacinta Marto,<br />

pastorinhos <strong>de</strong> Fátima; São Maximiliano<br />

Kolbe e sua carida<strong>de</strong> imensa; a bem-<br />

-aventurada Irmã Dulce, o Anjo Bom<br />

do Brasil e, o mais conhecido que todos,<br />

o bem-aventurado João Paulo II.<br />

Todos eles correspon<strong>de</strong>ram ao<br />

chamado <strong>de</strong> Deus em suas vidas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> sua ida<strong>de</strong> ou condição<br />

social. Você já parou para pensar<br />

que, seguindo esses exemplos, você<br />

tambem po<strong>de</strong>rá ser canonizado?<br />

(*) Autobiografia <strong>de</strong> Santo Inácio <strong>de</strong> Loyola, Edito-<br />

rial A. O., Braga, Portugal, março <strong>de</strong> 2005, tradução<br />

<strong>de</strong> António José Coelho, SJ.<br />

Foto: Wikimedia Commons, pintor anônimo, séc. XVI<br />

Foto: Wikimedia Commons, pintor anônimo, séc. XVI


“Dos 68 aniversários que fiz na<br />

vida, o Rosário que vocês me enviaram<br />

foi o melhor presente que eu podia receber.<br />

Obrigado!”<br />

G. L. S., Tapejara – RS<br />

“Há muito tempo gostaria <strong>de</strong> lhe<br />

escrever, pois participo <strong>de</strong>sta maravilhosa<br />

Campanha <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Fátima, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tinha 12 anos. Hoje,<br />

estou com 23 anos e me sinto muito<br />

fortalecida quando recebo todos esses<br />

presentes que vocês me mandam. Fazer<br />

parte <strong>de</strong>sta Campanha me faz sentir<br />

bem mais perto <strong>de</strong> Deus.”<br />

A. L. S. M. S., Fortaleza – CE<br />

“Depois que passei a receber os livros,<br />

terços e medalhas que vocês sempre<br />

me enviam, minha vida melhorou,<br />

e muito!”<br />

V. P. Z., Bento Gonçalves – RS<br />

“A minha vida mudou para melhor,<br />

minha fé aumentou ainda mais<br />

quando li o livro ‘Santa Faustina e a Divina<br />

Misericórdia’. Todos os meus pensamentos<br />

distantes <strong>de</strong> Deus se aproximaram<br />

e se converteram. Hoje me<br />

sinto completamente abençoada pela<br />

Divina Misericórdia, graças a vocês.”<br />

M. L. N., Santa Brígida – BA<br />

“É com gran<strong>de</strong> alegria que lhe escrevo<br />

para agra<strong>de</strong>cer, por eu ser mais<br />

uma participante da Campanha <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora. Quando recebi sua carta<br />

com a estampa <strong>de</strong> nossa Mãezinha,<br />

fiquei tão feliz que quase nem conseguia<br />

ler, pois, quando menos esperava,<br />

eu estava dialogando com Ela, feliz por<br />

fazer parte da minha vida! Que Deus<br />

abençoe o seu trabalho.”<br />

J. S. G., São Joaquim – SC<br />

“Escrevo esta carta para contar<br />

um fato que aconteceu comigo. Com<br />

muito esforço, comprei uma caminhonete<br />

para po<strong>de</strong>r trabalhar, mas, mal comecei<br />

a pagar, ela foi roubada. Fiquei<br />

muito revoltada, chegava até a brigar<br />

com Deus. Pensava: ‘Do que adianta<br />

ajudar os outros? Quando eu preciso,<br />

Deus não me ajuda!’. Acontece que, no<br />

mesmo dia, vocês me enviaram a medalha<br />

do Sagrado Coração e, meio a<br />

contragosto, comecei a usá-la e resolvi<br />

rezar o terço também, pedindo que<br />

encontrassem a minha caminhonete.<br />

Dois dias <strong>de</strong>pois veio a notícia: minha<br />

caminhonete havia sido encontrada<br />

inteira! Fiquei sem ação, apenas pedi<br />

muito perdão a Deus e a Nossa Senhora<br />

e tive a certeza <strong>de</strong> que Eles nunca<br />

nos abandonam. Vale a pena rezar, vale<br />

a pena pedir e acreditar! Obrigada pela<br />

medalha que abençoou a minha vida.”<br />

M. L. B., Lomba Gran<strong>de</strong> – RS<br />

“Eu era uma pessoa triste. Só vivia<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa e quase nunca ia à<br />

missa. Um dia recebi uma cartinha da<br />

Campanha <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima<br />

e resolvi mudar: fui à missa, comecei<br />

a participar <strong>de</strong> reuniões da Congregação<br />

Mariana, dos terços, e agora<br />

sempre estou viajando com os grupos<br />

<strong>de</strong> oração. Hoje sou muito feliz! Que<br />

Deus e Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima abençoem<br />

vocês.”<br />

L. R. S., Jesuânia – MG<br />

“O senhor nem imagina o quanto<br />

chorei <strong>de</strong> emoção quando recebi, no<br />

dia do meu aniversário, a medalha do<br />

Sagrado Coração. Esta data será inesquecível<br />

para mim, pois me senti muito<br />

realizada. Rezo todos os dias por vocês<br />

para que esta obra cresça cada vez<br />

mais.”<br />

M. G., S. João Batista do Glória – MG<br />

“Eu trabalhava em uma pequena<br />

empresa há dois anos, mas, sem carteira<br />

assinada e ganhando muito pouco<br />

para sustentar minha família. Quando<br />

recebi a medalha <strong>de</strong> Nossa Senhora, fiz<br />

a novena, e em uma semana consegui<br />

um novo emprego, sou registrado e ganho<br />

o dobro. Obrigado, Nossa Senhora<br />

<strong>de</strong> Fátima!”<br />

P. C. S., Sapucaia do Sul – RS<br />

“Quando encontrei o folheto <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora num banco da praça,<br />

foi como se eu tivesse ganhado<br />

um prêmio. Escrevi no mesmo dia, e<br />

logo me veio a resposta: ‘Eu nunca te<br />

<strong>de</strong>ixarei! O meu Imaculado Coração<br />

será o teu refúgio e o caminho que te<br />

conduzirá a Deus’. Esta foi a mensagem<br />

que chegou no cartão que vocês<br />

me enviaram. Des<strong>de</strong> aquele momento<br />

me tornei inseparável <strong>de</strong>sta Campanha.<br />

Sou parkinsoniana e passo<br />

por muitas dificulda<strong>de</strong>s, mas Nossa<br />

Senhora sempre me dá forças para<br />

superar. Que Deus abençoe vocês e<br />

esse maravilhoso trabalho <strong>de</strong> evangelização.”<br />

A. T. P., Bauru – SP<br />

“Como me sinto feliz quando recebo<br />

esses tesouros, que são as lembrancinhas<br />

da Campanha em nome<br />

<strong>de</strong> Jesus e Maria. Sou <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong><br />

uma visão e da outra, enxergo bem<br />

pouco, mas cada vez que me chega<br />

algo parece que brilha uma luz em<br />

meus olhos, só para ver o rosto <strong>de</strong><br />

nossa Mãe. Que Deus abençoe a todos<br />

vocês.”<br />

A. M. V. S., Oriximirá – PA<br />

“Eu estava muito chateada e incomodada,<br />

quando, um dia, cheguei<br />

a casa e minha filha me entregou um<br />

lindo envelope, que eu abri, e tudo<br />

mudou. Foi como se uma luz iluminasse<br />

a escuridão do meu dia. Olhei<br />

para o lindo rosto <strong>de</strong> Nossa Senhora e<br />

vi que Ela também olhava para mim,<br />

tão linda e com tanto amor que me<br />

compreendia. Foi lindo, tenho certeza<br />

<strong>de</strong> que Nossa Senhora está abençoando<br />

a minha casa e minha família.<br />

A estampa <strong>de</strong>la está em <strong>de</strong>staque na<br />

minha sala, on<strong>de</strong> sempre posso olhar<br />

para Ela. Um gran<strong>de</strong> abraço, e parabéns<br />

pelo trabalho!”<br />

Â. P. – Vera – MT<br />

“Escrevo para dizer a vocês que<br />

tive uma graça especial atendida e<br />

acho que o trabalho que vocês fazem<br />

é não <strong>de</strong>ixar que as pessoas percam a<br />

fé. Continuem, e que Deus e Nossa<br />

Senhora os mantenham no caminho<br />

da verda<strong>de</strong>.”<br />

T. E. C. A. – Guará – DF<br />

ECOS DE FÁTIMA – Boletim informativo da Campanha “Vin<strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, não tar<strong>de</strong>is!”<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Defesa da Tradição, Família e Proprieda<strong>de</strong> • Diretor responsável: Gilberto <strong>de</strong> Oliveira<br />

Rua Martim Francisco, 665 • CEP 01226-001 – São Paulo - SP • Impressão: Laser Press Gráfica e Editora Ltda<br />

Atendimento aos participantes: (11) 2283-2003 • fatima@fatima.org.br • www.fatima.org.br


Nossa Senhora é chamada a Porta do Céu. É por<br />

intermédio d’Ela que Nosso Senhor Jesus Cristo passou<br />

do Céu para a Terra, e é também por seu intermédio<br />

que os homens passam do mundo para a eterna bem-<br />

aventurança. É por essa porta que todas as nossas<br />

orações chegam até Deus, e é por meio d’Ela que<br />

obtemos as graças necessárias para nossa salvação.<br />

Foto: T. Ring<br />

Assim, em todos os dias <strong>de</strong> nossa vida e, sobretudo,<br />

no momento em que estivermos para entrar na<br />

eternida<strong>de</strong>, a Ela <strong>de</strong>vemos dirigir esta filial e confiante<br />

súplica: “Porta do Céu, abri-vos para mim!”<br />

Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira

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