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V - Brasiliana USP

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44 LUIZ<br />

tria e com tal epitaphio está enterrado na sua cathedral, e um dos que mais protegeu<br />

e animou a divulgação das obras do poeta pela imprensa ajudando os editores.<br />

«Poderia esta medalha ser a reproducção do quadro da morte de Lamões,<br />

pintado pelo nosso insigne pintor Domingos de Sequeira, e em volta ou em baixo,<br />

as memoráveis palavras que próximo á morte escrevia a D. Francisco de Almeida<br />

na sua carta:<br />

«EmCrn acabarei a vida e verão todos que fui tão affeiçoado á minha pátria,<br />

« que não só me contentei de morrer n'ella mas com ella ».<br />

«E não pareça isto estranho nem ao exercito nem a quem isto ler. Já os dois<br />

versos seguintes:<br />

E vereis qual é mais excellente.<br />

Se ser do mundo rei se de tal gente.<br />

foram recompensa de grande valor.<br />

«Ás brigadas 3. a e 4. a compostas dos regimentos 9 e 21, 11 e 23, foram dadas<br />

bandeiras, por decreto de 13 de novembro de 1813, com estes versos, n'ellas<br />

inseri ptos, do nosso poeta, em recompensa do seu distineto comportamento na batalha<br />

de Victoria.<br />

«Os Lusíadas regeneram o sangue e fortalecem o mais anêmico de patriotismo<br />

I<br />

«Do outro lado, ao centro, os Lusíadas irradiando os raios do sol e em baixo<br />

os versos:<br />

Vereis amor da pátria, não movido<br />

De prêmio vil, mas alto, e quasi eterno,<br />

i<br />

«Os versos dos Lusíadas prestam-se admiravelmente para emprezas e ornatos<br />

com que se adornem quaesquer fabricas que se levantem, como os seguintes e<br />

outros:<br />

Esta é a ditosa pátria minha amada<br />

Á qual se o ceu me dá que eu sem perigo<br />

Torne com esta empreza acabada<br />

Acabe-se esta luz ali comigo.<br />

Agora o mar experimentando<br />

Os perigos mavorcios inhumanos<br />

Qual Canace que á morte se condemna<br />

N'uma mão a espada n'outra a pena.<br />

Agora ás costas escapando a vida<br />

Que de um fio pendia tão delgado,<br />

Que não menos milagre foi salvar-se<br />

Que para o rei judaico acerescentar-se.<br />

Vereis amor da pátria não movido<br />

Do prêmio vil, mas alto e quasi eterno<br />

Que não é prêmio vil ser conhecido<br />

Por um pregão do ninho meu paterno.<br />

Canto viu, oit. 79.<br />

Canto VII, oit. 8.<br />

Canto j, oit. 10.<br />

«Taes sao em resumo algumas idéas que nos oceorrem sobre o terceiro centenário<br />

do nosso poeta, que como simples particular, sem pretensão, nern reputar<br />

como as melhores, humildemente tomámos a liberdade de apresentar á consideração<br />

das corporações litterarias e mais pessoas que se encarregam da festa nacional.=<br />

Visconde de Juromenha.«

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