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Ebook Encontros cientificos 2016

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RESUMO<br />

ENCONTROS<br />

CIENTÍFICOS<br />

<strong>2016</strong><br />

C O O R D E N A Ç Ã O :<br />

E D U A R D O J O S É D E M O R A E S


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

RESUMOS ENCONTROS CIENTÍFICOS <strong>2016</strong><br />

Coordenação: Eduardo José de Moraes<br />

1<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

ENCONTROS CIENTÍFICOS <strong>2016</strong><br />

No sentido de manter uma atividade cientifica constante o<br />

Instituto De Moraes com o apoio da AORJ e ABOMI, juntamente<br />

com a parceria do laboratório de prótese LABRIO e a revista<br />

IMPLANTPERIONEWS tiveram a iniciativa de promover encontros<br />

científicos para alunos, ex-alunos de pós-graduação e profissionais<br />

interessados em Implantodontia. Esta atividade ocorreu<br />

bimestralmente, tendo como apresentadores professores<br />

convidados nacionais e internacionais, que apresentaram e<br />

discutiram temas atuais de interesse da Implantodontia. Foram<br />

compostas mesas redondas com dois apresentadores e um<br />

moderador, com participação ativa da platéia.<br />

Cordialmente<br />

Eduardo José de Moraes<br />

Coordenador<br />

2<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

<strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

MR - 1<br />

Tema: Macro e microgeometria<br />

dos implantes sua importância<br />

na Implantodontia<br />

MR - 3<br />

Tema: Carga imediata em<br />

Implantodontia: quando,<br />

como e porque utilizar ?<br />

Coordenação e Moderação<br />

Data: 16.03.<strong>2016</strong><br />

Carlos Nelson Elias<br />

Mestre e Doutor em Ciencias dos Materiais ;<br />

Professor do Instituto Militar de Engenharia<br />

Fabio Bezerra<br />

Especialista em Implantodontia; Mestre<br />

em Periodontia; Doutorando em<br />

Biotecnologia<br />

Data: 20.07.<strong>2016</strong><br />

Marcos Motta<br />

Especialista em Implantodontia e Periodontia;<br />

Mestre em Implantodontia; Coordenador do<br />

Curso de Especialização em Implantodontia<br />

da UNIGRANRIO- Campus Caxias; Consultor<br />

NEODENT.<br />

Sergio Motta<br />

Especialista em Protese Dental; Mestre e<br />

Doutor em Implantodontia; Coordenador<br />

do Curso de Especialização em<br />

Implantodontia CLIVO<br />

MR - 2<br />

Tema: Tratamento e prevenção<br />

da osteonecrose induzida por<br />

bisfosfonatos<br />

MR - 4<br />

Tema: Material de enxertia em<br />

Implantodontia: qual, quando e<br />

como utilizar ?<br />

Data: 18.05.<strong>2016</strong><br />

Data: 21.09.<strong>2016</strong><br />

Data: 23.11.<strong>2016</strong><br />

Pylyp Nakonechnyj Neto<br />

Cirurgião - Dentista e Medico-UERJ ; Mestre<br />

em Cirurgia Bucomaxilofacial ;Chefe do<br />

Serv. de Cirurgia Cranio-Maxilo-Facial do<br />

Hospital São Vicente de Paulo,RJ.<br />

Eduardo Cardoso<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial<br />

Mestre e Doutor em Cirurgia<br />

Bucomaxilofacial; Prof. Universidade<br />

Federal Fluminense - Nova Friburgo<br />

Marcio Baltazar Conz<br />

Especialista em Implantoodontia; Mestre e<br />

Doutor em Ciencias dos Materiais - COPPE-<br />

UFRJ; Prof. Especialização em Implantodontia<br />

/ UNESA<br />

Renato Aló Fontoura<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial;<br />

Mestre em Morfologia; Doutor em<br />

Implantodontia; Coord. curso de<br />

Implantodontia e Cirurgia da CERTO<br />

Odontologia<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Especialista e Mestre em Implantodontia;<br />

Membro da Academia Brasileira de Odontologia Militar; Membro da Academia de<br />

Odontologia do Rio de Janeiro<br />

Local: Av. N.S.Copacabana, 690, Auditório 2º andar - Copacabana<br />

(Edifício Brasil Estados Unidos) ; Horário: 16:00 às 20:00 h<br />

Inscrições: 2256-1135 (Gabrielle) Site: www.coimplante.odo.br<br />

MR - 5<br />

Tema: Novas tecnologias em<br />

Implantodontia: quando, como e<br />

porque utilizar ?<br />

Aldir Machado<br />

Especialista em Periodontia e<br />

Implantodontia ; Mestre e Doutorando em<br />

Clinicas Odontologicas;Coord. do Curso de<br />

Especialização em Implantodontia UFF<br />

Silvio Deluca<br />

Especialista em Peridotnia; Especialista e<br />

Mestre e Doutorando em Implantodontia<br />

Parceria :<br />

Apoio :<br />

3<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Macro e microgeometria dos implantes sua importância<br />

na Implantodontia<br />

Apresentadores:<br />

Carlos Nelson Elias<br />

Mestre e Doutor em Ciencias dos Materiais ;<br />

Professor do Instituto Militar de Engenharia<br />

Fabio Bezerra<br />

Especialista em Implantodontia; Mestre<br />

em Periodontia; Doutorando em<br />

Biotecnologia<br />

Moderador:<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

e Especialista em Implantodontia; Membro da<br />

ABOMI e Membro da AORJ<br />

Colaboradora:<br />

Izabelly Oliveira Rezende<br />

Especialista em Implantodontia; Mestranda<br />

em Clinicas Odontológicas UFF<br />

4<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Introdução:<br />

As formas dos implantes dentários sofreram alterações ao longo dos anos, inicialmente<br />

as mudanças foram empíricas. Com a identificação da osseointegração, novos parâmetros<br />

relacionados à macro e microgeometria foram considerados, que associados a um protocolo<br />

cirúrgico-protético tornou o tratamento com implantes mais previsível e com um índice de<br />

sucesso elevado.<br />

Na era da osseointegração novas técnicas e opções de tratamento foram propostas,<br />

assim como alguns aspectos, dentro deste protocolo foram reavaliados. Embora a<br />

osseointegração tenha gerado um grande avanço para a Implantodontia, o protocolo clássico<br />

ainda apresentava algumas limitações em determinadas situações. A ampla utilização clinica<br />

dos implantes possibilitou o desenvolvimento de novos conceitos que hoje servem de<br />

referência para o diagnóstico e planejamento no tratamento com implantes.<br />

As superfícies dos implantes, inicialmente com rugosidades micrométricas foram<br />

modificadas para nanométricas. Esta alteração possibilitou uma resposta biológica diferenciada<br />

dos tecidos, principalmente na interface osso-implante. Os tratamentos da superfície<br />

proporcionaram uma redução no tempo de espera na 1ª fase da osseointegração. Por outro<br />

lado, existe uma relevância na macromorfologia dos implantes, pois permite uma melhor<br />

dissipação das cargas oclusais e uma melhor estabilidade primária em osso de baixa<br />

densidade. Aumentando com isso o espectro de utilização dos implantes e melhorando os<br />

resultados. Novos diâmetros e comprimentos de implantes reduziram a morbidade em algumas<br />

situações clinicas e proporcionaram melhores resultados estético-funcionais em áreas criticas.<br />

Entretanto, ainda existem fatores de risco que acarretam fracassos e complicações,<br />

que despertaram na comunidade cientifica uma necessidade na busca por soluções. Novas<br />

propostas surgiram com o objetivo de controlar os fatores de risco e reduzir as complicações,<br />

especialmente a estabilização das estruturas de suporte dos implantes ao longo do tempo.<br />

Dentre os aspectos analisados a macro e microgeometria dos implantes tem sido discutida<br />

constantemente, por ser um fator considerado relevante.<br />

A estabilidade das estruturas de suporte têm sido o foco de diversos estudos sendo um<br />

fator importante nas reabilitações com implantes. O surgimento de recessões na interface<br />

periimplantar e complicações mecânicas no complexo pilar-implante são considerados<br />

problemas de difícil solução. Novos conceitos associados a macro e microgeometria foram<br />

aplicados possibilitando um melhor controle das possíveis complicações que ocorrem durante<br />

a fase de cicatrização e carregamento dos implantes.<br />

Entretanto, algumas duvidas ainda persistem, especialmente por parte dos clinicos,<br />

que diante de diversas opções de implantes, demonstram dificuldade na escolha do melhor<br />

sistema a ser utilizado no seu paciente. Portanto esta mesa redonda teve como objetivo<br />

apresentar ao clínico, por meio de uma discussão dirigida, os principais aspectos relacionados<br />

a macro e microgeometria dos implantes e sua importância na Implantodontia atual.<br />

Micromorfologia dos Implantes:<br />

Aspectos relacionados à morfologia dos implantes têm sido discutidos ao longo do<br />

tempo, sendo atualmente considerado um importante coadjuvante para o sucesso da<br />

osseointegração. O protocolo de Brånemark enfatizava que a macromorfologia do implante, a<br />

técnica cirúrgica e os aspectos biomecânicos relacionados à sobrecarga oclusal eram fatores<br />

que exerciam grande influência no êxito do tratamento.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Ao longo dos anos, novos tratamentos da superfície dos implantes foram propostos.<br />

Inicialmente, a adição (plasma spray de titânio) e posteriormente a remoção ou subtração<br />

(ataque ácido e o jateamento) com micropartículas da superfície foram utilizadas com o<br />

objetivo de melhorar a adesão de proteínas e aumentar a superfície de contato osso-implante.<br />

Recentemente, a nanotecnologia possibilitou a elaboração de superfícies tratadas com ácido e<br />

anodizadas que liberam cálcio e fósforo. Estas superfícies modificam os mecanismos<br />

envolvidos na osseointegração, uma vez que após a instalação cirúrgica do implante, ocorre<br />

uma atividade osteoclástica, e os íons cálcio e fósforo atraem as proteínas presentes no<br />

coágulo, acelerando a osseointegração.<br />

Existem ainda novos conceitos que se referem a uma superfície híbrida, com a<br />

presença de “platôs” que permitem uma melhor estabilidade primária, enquanto a outra parte<br />

propicia a acomodação do coágulo sanguíneo. A associação de nano partículas de hidroxiapatita<br />

complementa este tipo de superfície, para promover a liberação de íons cálcio.<br />

Entretanto para a preservação desta superfície é necessário um maior cuidado durante a<br />

instalação cirúrgica do implante, para reduzir os danos à superfície, gerado pelo excesso do<br />

torque de instalação.<br />

Os avanços da nanotecnologia e suas aplicações no tratamento da superfície dos<br />

implantes facilitaram as interações das células e reduziram o tempo de espera para o<br />

carregamento do implante, o qual nos dias atuais varia de 28 dias a 8 semanas. É importante<br />

ressaltar que esta regra não se aplica a qualquer situação. Aspectos relacionados às condições<br />

gerais e locais do paciente devem ser considerados. A baixa densidade óssea, a pequena área<br />

de contato osso-implante, em especial nos casos de implantações imediatas e a estabilidade<br />

primária deficiente são fatores considerados desfavoráveis para o carregamento precoce dos<br />

implantes.<br />

Macromorfologia dos implantes<br />

Quanto maior a área da superfície de contato ósseo melhor será a dissipação das forças<br />

geradas pela carga oclusal. Um dos fatores que pode determinar a área de contato é a forma<br />

dos filetes das roscas dos implantes, a qual pode ser: triangular, quadrada e trapezoidal. A<br />

presença de micro-roscas na região cervical do implante, têm como objetivos aumentar a<br />

área de superfície nesta região crítica,melhorar a distribuição das forças, promover uma boa<br />

estabilidade e reduzir a reabsorção óssea.<br />

Para cada tipo de osso é recomendado um tipo de rosca do implante, a qual durante a<br />

instalação pode compactar o osso ou não. Alguns implantes cônicos apresentam tipos de<br />

roscas que possibilitam um aumento de superfície de contato e compactação de osso durante<br />

a instalação. A compactação óssea promove uma estabilidade primária mínima de 20 a 30<br />

N.cm favorecendo a osseointegração. Este tipo de rosca favorece a instalação do implante em<br />

osso de baixa densidade, pois, além de reduzir o trauma durante a instalação, aumenta a<br />

área de contato.<br />

Com relação à dissipação das cargas sobre os implantes, convém ressaltar a importância<br />

do número e a inclinação dos filetes quantidade e inclinação das roscas, no sentido de reduzir<br />

o cisalhamento inerente a função mecânica do implante no osso decompondo as forças axiais<br />

incidentes na interface.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Sistema Antirotacional e Redução de plataforma<br />

O sistema do tipo cone Morse apresenta um bom comportamento mecânico, melhor<br />

dissipação das forças e redução do risco de afrouxamento do pilar quando submetido a função<br />

oclusal. Portanto, este tipo é considerado a primeira escolha para as coroas unitárias.<br />

Entretanto, este sistema exige uma precisão no posicionamento do implante que nas<br />

reabilitações parciais e totais pode gerar dificuldades na confecção da prótese. Por outro lado,<br />

o bom desempenho mecânico, não evita danos gerados pela carga oclusal sobre a interface<br />

osso-implante, podendo induzir a perda óssea.<br />

Com relação à periimplantite e a perda óssea marginal, é uma questão discutível.<br />

Tendo em vista que a perda óssea periimplantar pode estar relacionada não somente ao<br />

desenho da plataforma do implante, mas também ao trauma durante a instalação. Um torque<br />

de instalação elevado cria micro-fraturas no osso cortical e com isso promove uma perda óssea<br />

marginal.<br />

Outro aspecto importante está relacionado à falta de controle da qualidade na<br />

fabricação de componentes de prótese. Uma acoplagem deficiente dos pilares protéticos com<br />

“gaps” favorecem o infiltrado bacteriano. Esta condição não pode ser considerada como a<br />

causa principal da periimplantite e perda óssea marginal, mas sim um conjunto de fatores.<br />

A redução da plataforma (“Switching Platform”) favorece a estabilidade dos tecidos<br />

moles e duros, aspecto fundamental para o sucesso dos implantes em área estética.<br />

Entretanto, dados da literatura indicam que independente do sistema de acoplamento pilarimplante,<br />

hexágono externo, interno ou Morse, o posicionamento do implante é considerado<br />

um importante fator para um resultado estético satisfatório, haja visto os resultados obtidos<br />

com os diversos sistemas ao longo do tempo.<br />

Diâmetro e comprimento dos Implantes<br />

Atualmente existe muita dúvida por parte do clinico em relação ao comprimento dos<br />

implantes. Estudos clínicos demonstram que os implantes curtos e extra-curtos, com<br />

comprimentos inferiores a 10 mm, podem ser considerados uma excelente opção.<br />

Principalmente, para as áreas de atrofia de maxila e mandíbula posteriores, otimizando o<br />

tempo de tratamento e reduzindo a morbidade acarretada pelos enxertos.<br />

Os implantes longos com comprimentos acima de 13 mm são utilizados com o objetivo<br />

de obtenção de uma bicorticalização, geralmente em condições de baixa densidade óssea. Os<br />

implantes extra-longos, como os implantes zigomáticos viabilizaram a reabilitação de atrofias<br />

severas de maxila, antes dependentes de grandes reconstruções ósseas.<br />

Em relação ao diâmetro dos implantes, podemos considerar que convém uma análise<br />

criteriosa, para a sua indicação e utilização. Embora os implantes de diâmetro reduzido (finos)<br />

apresentem resultados satisfatórios, em especial nas áreas de estética crítica e rebordos<br />

atróficos, a sua resistência mecânica podem comprometer o tratamento ao longo prazo.<br />

Algumas empresas, com objetivo de melhorar esta limitação mecânica, propuseram a utilização<br />

de liga de titânio, denominado de titânio grau 5. Esta liga tem o inconveniente de liberar íons<br />

considerados tóxicos (vanádio e alumínio). A tendência é usar o titânio comercialmente puro,<br />

produzido com tamanho de cristais nanométricos e com resistência mecânica equivalente as<br />

ligas de titânio.<br />

Nos casos de implantes unitários nas regiões de molares, os implantes de largo<br />

diâmetro são considerados uma boa opção. O diâmetro do implante propicia um aumento na<br />

7<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

superfície de contato osso-implante em uma proporção de cada 0,25 mm de aumento do<br />

diâmetro gerar um aumenta 10% de área de contato ósseo.<br />

Os implantes imediatos nas regiões de molares apresentam um elevado índice de<br />

sucesso, porém requer um cuidado cirúrgico durante a instalação, em função da obtenção da<br />

estabilidade primária devido à disponibilidade óssea no alvéolo remanescente. A ancoragem<br />

do implante nos molares inferiores, pode ser dificultada em algumas situações, pelo íntimo<br />

contato com o canal mandibular. Por outro lado, nos molares superiores a presença de<br />

corticais das paredes e septos alveolares favorecem esta estabilidade inicial, que nos casos de<br />

implantações tardias estão ausentes devido a remodelagem óssea.<br />

Um aspecto recentemente discutido pela literatura está relacionado ao torque de<br />

inserção e o diâmetro do implante. Vários trabalhos científicos preconizaram que o torque de<br />

30 N.cm é o valor de torque inicial mínimo para submeter os implantes à carga imediata.<br />

Convém ressaltar que na maioria destes trabalhos, foram utilizados implantes de diâmetro<br />

convencional. Sob o ponto de vista mecânico existem fatores que devem ser considerados<br />

para avaliação do torque de inserção, os quais podem ser definidos na seguinte fórmula<br />

matemática: (Michael Norton, 2013)<br />

Resistência do Torque = µ x P x H x π x D 2<br />

2<br />

H = comprimento do implante cilíndrico<br />

D = diâmetro do implante cilíndrico<br />

π = 3,14<br />

H x π x D 2 = área da superfície do implante em contato ósseo<br />

P = pressão critica do ossoµ = coeficiente de fricção<br />

Um importante fator desta fórmula é o valor de P (pressão critica do osso). Um valor<br />

da pressão pode acarretar danos ao osso e formação de trincas. Tendo em vista que existe<br />

uma proporcionalidade entre o diâmetro e o torque de resistência óssea, pode-se concluir que<br />

dobrando o diâmetro de um implante, o torque de inserção aumenta em 4 vezes. Baseado<br />

neste conceito, implantes com grandes diâmetros podem ser submetidos à carga imediata<br />

quando instalados com um menor torque de inserção. Portanto, é recomendável um cuidado<br />

especial no preparo e instalação do implante em áreas cicatrizadas, evitando-se torque elevado<br />

para não induzir danos na interface óssea. Esta análise biomecânica pode ser denominada de<br />

“restrição viável” para uma estabilidade primária do implante e resposta óssea satisfatória.<br />

Conclusões:<br />

1. A microgeometria dos implantes é um importante fator coadjuvante para o sucesso da<br />

osseointegração.<br />

2. A nanotecnologia permitiu modificações na micromorfologia dos implantes e possibilitaram<br />

uma melhor resposta biológica dos tecidos.<br />

3. O desenvolvimento das superfícies que liberam íons cálcio e fósforo e que atraem as<br />

proteínas presentes no coágulo aceleram os mecanismos envolvidos na osseointegração.<br />

4. Aspectos relacionados às condições gerais e locais do paciente; densidade óssea e área de<br />

contato osso implante e estabilidade primária, são fatores que podem interferir no sucesso<br />

dos implantes submetidos a carregamento precoce.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

5. A macrogeometria dos implantes influencia no resultado do tratamento, especialmente pelo<br />

aumento na área de contato ósseo, na estabilidade primária do implante e na dissipação das<br />

cargas oclusais.<br />

6. Atualmente, o sistema cone Morse é considerado o melhor sistema de acoplamento pilarimplante,<br />

pois, apresenta o melhor desempenho mecânico, possibilita uma redução da<br />

plataforma (plataforma switching) e uma melhor precisão de encaixe. Entretanto os demais<br />

sistemas antirotacionais, quando fabricados com controle de qualidade, também apresentam<br />

bons resultados.<br />

7. O sucesso dos implantes em áreas de estética crítica depende de vários aspectos, dentre<br />

os quais: fenótipo gengival, altura do osso proximal e posicionamento adequado do implante.<br />

Aspectos relacionados a macrogeometria tais como: diâmetro reduzido do implante e redução<br />

da plataforma são fatores coadjuvantes, porém não determinantes para o sucesso.<br />

8. A importância do comprimento dos implantes se restringe a bicorticalização no caso dos<br />

implantes longos (maior que 13 mm) e na busca por ancoragem em regiões específicas no<br />

caso dos implantes zigomáticos.<br />

9. Apesar da utilização dos implantes com maiores diâmetros ser questionada, a sua<br />

instalação, especialmente, nas implantações imediatas unitárias de molares, apresenta<br />

vantagens e resultados satisfatórios.<br />

10. Existe uma relação de proporcionalidade entre o diâmetro do implante e o torque de<br />

instalação, a qual pode ser descrita por uma equação matemática.<br />

9<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

“Tratamento e Prevenção da Osteonecrose Induzida por<br />

bisfosfonatos “<br />

Apresentadores:<br />

Pylyp Nakonechnyj Neto<br />

Cirurgião - Dentista e Medico-UERJ ; Mestre em<br />

Cirurgia Bucomaxilofacial ;Chefe do Serv. de<br />

Cirurgia Cranio-Maxilo-Facial do Hospital São<br />

Vicente de Paulo,RJ<br />

Eduardo Cardoso<br />

Especialista em Cirurgia<br />

Bucomaxilofacial Mestre e Doutor e<br />

CirurgiaBucomaxilofacial; Prof. UFF -<br />

Nova Friburgo<br />

Moderador:<br />

Colaboradora:<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

e Especialista em Implantodontia; Membro da<br />

ABOMI e Membro da AORJ<br />

Izabelly Oliveira Rezende<br />

Especialista em Implantodontia; Mestranda<br />

em Clinicas Odontológicas UFF<br />

10<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Introdução:<br />

Os bisfosfonatos (Bfs) são medicamentos que atuam na remodelação óssea, pois<br />

interferem na atividade osteclastica e angiogênese. A osteonecrose dos maxilares por<br />

bisfosfonatos (OMB), osteonecrose induzida por bisfosfonatos (ONIB) ou osteonecrose<br />

induzida por medicamentos (OIM), foi primeiramente descrita por Marx em 2003. Foi definida<br />

pela presença de osso necrótico exposto em uma ferida cirúrgica na mucosa alveolar por mais<br />

de 8 semanas.<br />

Os Bfs podem ser nitrogenados ou aminados e não nitrogenados ou não aminados,<br />

sendo os do primeiro grupo mais potentes. São medicamentos com uma meia-vida longa.<br />

Podem ser administrados por via oral e intravenosa, porém os de administração venosa são<br />

mais eficientes e mais utilizados na terapia de lesões ósseas de natureza neoplásica maligna.<br />

Geralmente os Bfs são utilizados no tratamento de lesões ósseas em doenças com<br />

grau de malignidade ou que apresentem metástases ósseas, como: mieloma múltiplo, câncer<br />

de mama, câncer de próstata, ou ainda no tratamento de doenças degenerativas,<br />

especialmente nas que interferem no metabolismo ósseo como a Doença de Paget e<br />

displasias fibrosas.<br />

Atualmente os anti-reabsortivos ósseos são também utilizados, no tratamento e/ou<br />

prevenção da osteoporose, principalmente em mulheres na fase pós-menopausa. Esta<br />

proposta de tratamento promoveu um grande aumento na utilização dos Bfs, que obviamente<br />

apresentam riscos e benefícios<br />

Existem trabalhos na literatura (Fugazzotto e Jefcoat) que são estudos clínicos com<br />

pacientes tratados com Bfs, acompanhados por longo tempo, que foram submetidos a cirurgia<br />

para instalação de implantes e reabilitados com resultados satisfatórios. Outros trabalhos do<br />

grupo italiano (Tallarico, 2015) e uma revisão sistemática do grupo de Valencia (Ata – Ali<br />

2014) que corroboraram estes autores.<br />

O diagnóstico e tratamento da osteonecrose foi descrita e apresentada por Marx em<br />

2003. Posteriormente, outros autores relataram casos e opções de tratamentos, que muitas<br />

vezes não solucionaram o problema de forma clara. Portanto, ainda existem dúvidas<br />

relacionadas à conduta clinica diante dos pacientes tratados com os Bfs e principalmente na<br />

prevenção da OMB.<br />

Esta mesa redonda reuniu profissionais especialistas e docentes em Cirurgia<br />

Bucomaxilofacial com experiência clinica em osteonecrose induzida por bisfosfonatos ou<br />

medicamentos anti-reabsortivos ósseos , e teve como o objetivo discutir este tema tão<br />

polêmico, e esclarecer aspectos que não ficaram claros para os clínicos.<br />

Diagnóstico da osteoporose<br />

A osteoporose é um processo progressivo que inicia com uma osteopenia, que é<br />

assintomática, e que pode ser detectada principalmente nas mulheres na fase pós-menopausa.<br />

A maior preocupação do médico no tratamento da osteoporose é a prevenção de fraturas. O<br />

diagnóstico e prevenção da osteoporose deve se basear na analise da Densidade Mineral<br />

Óssea (DMO) do paciente. Geralmente esta análise tem sido realizada pela densitometria<br />

óssea.<br />

Entretanto é recomendável a análise dos marcadores bioquímicos do metabolismo<br />

ósseo que avaliam a formação e reabsorção óssea. Estes marcadores fornecem informações<br />

importantes sobre a condição óssea do paciente, antes de surgirem alterações<br />

densitométricas significativas. Podemos citar os seguintes exames:<br />

11<br />

Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


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- Telopeptideo C-Terminal (CTX) - Nível de degradação do colágeno tipo 1 (reabsorção<br />

óssea)<br />

- Propeptideo do colágeno tipo 1 (P1NP) – reabsorção óssea<br />

- Fosfatase alcalina – formação óssea<br />

- Vitamina D – formação óssea<br />

- Dosagem de cálcio no sangue e urina – reabsorção óssea<br />

- Dosagem de Osteocalcina – formação óssea<br />

- Deoxipiridinolina total na urina (DPD)– reabsorção óssea<br />

OBS: A Piridinolina e deoxipiridolina são aminoácidos encontrados no colágeno ósseo e<br />

dentina que é liberada do colágeno maduro durante a osteoclasia.<br />

Tratamento e Prevenção da osteoporose<br />

Exames médicos regulares, uma alimentação rica em cálcio, exposição ao sol em<br />

horários seguros e atividade física são condutas recomendadas na prevenção da osteoporose.<br />

Entretanto na fase pós-menopausa a reposição hormonal é citada como uma alternativa na<br />

prevenção. A utilização de medicamentos como: Raloxifene (Evista), Teriparatide (Forteo) ou<br />

Micalcin (calcitonina de Salmão), parecem apresentar resultados satisfatórios, sendo uma<br />

opção no tratamento e prevenção da osteoporose.<br />

O Raloxifeno (Nome comercial Evista) é um modulador seletivo receptor do estrogênio<br />

que estimula e inibe o estrogênio em vários tecidos. Atua no osso, útero e glândulas mamárias,<br />

sendo utilizado no tratamento da osteoporose e na prevenção do câncer de mama.<br />

Teriparatide (Nome comercial Forteo) é uma forma recombinante do hormônio da<br />

paratireóide, sendo considerado ocasionalmente no tratamento da osteoporose. Este<br />

medicamento é idêntico a uma porção do hormônio paratireóide – paratormônio - (PTH), o seu<br />

uso intermitente ativa mais osteoblastos do que osteoclastos, que leva a um aumento ósseo.<br />

(pode ser administrada na forma de injeção na coxa ou abdômen).<br />

A Calcitonina de Salmão (Nome comercial Micalcin) é utilizada no tratamento de<br />

doenças ósseas degenerativas e osteoporose. Auxilia no metabolismo de cálcio no osso e<br />

com isso previne as fraturas. Pode ser utilizada nas formas injetável ou spray nasal.<br />

Os Bisfosfonatos e os Anti-reabsortivos Ósseos<br />

Os Bisfosfonatos (Bfs) e medicamentos anti-reabsortivos ósseos têm sido<br />

disponibilizados por anos , sendo utilizados no tratamento de disfunções ósseas. São<br />

amplamente empregados em associação no tratamento de câncer de mama e próstata, no<br />

tratamento de hipercalcemia induzida por tumor, tratamento da dor óssea, redução de<br />

complicações esqueléticas em pacientes com metástases ósseas ou mieloma múltiplo, doença<br />

de Paget óssea, fibrodisplasia, e artrite reumatóide. Mais recentemente os Bfs têm sido<br />

recomendados como medicamentos de primeira escolha no tratamento e prevenção da<br />

osteoporose.<br />

Estes medicamentos reduzem a reabsorção óssea de maneira dose-dependente,<br />

principalmente ao inibirem o recrutamento e promoverem a apoptose dos osteoclastos, além de<br />

estimularem a atividade osteoblástica. Com o decréscimo da atividade osteoclástica, ocorre<br />

inibição da liberação de fatores de crescimento como TGF-ß e IGF-I e de outros peptídeos da<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

matriz óssea. Inibição semelhante ocorre sobre as células endoteliais. Células tratadas com Bfs<br />

tiveram decréscimo da proliferação e aumento da taxa de apoptose (morte celular). Diminuição<br />

da formação de tubos capilares e conseqüente redução do número de vasos sangüíneos,<br />

também, foram observadas.<br />

Mais recentemente a indústria farmacêutica apresentou no mercado medicamentos<br />

anti-reabsortivos ósseas com composição química diferente dos Bfs, porém com os mesmos<br />

efeitos colaterais. O mais conhecido no Brasil, foi classificado como anticorpo monoclonal, de<br />

nome comercial Prolia (Denosumab) tem sido utilizado na forma injetável.<br />

Prevenção da osteonecrose por uso de anti-reabsortivos ósseos<br />

Dentre os marcadores biológicos citados anteriormente, o exame CTX (Telopeptideo C-<br />

Terminal - Nível de degradação do colágeno tipo 1) se destaca como o melhor exame para<br />

avaliação do efeito dos BFs ou anti-reabsortivos ósseos. É recomendado na atualidade, como<br />

exame de rotina em Cirurgia e Implantodontia, na avaliação pré-cirúrgica de pacientes pósmenopausa.<br />

Deve ser solicitado na avaliação de um paciente com histórico de uso de Bfs em<br />

alguma fase da sua vida. O CTX tem sido citado pela literatura como o principal exame para<br />

avaliação da resposta terapêutica dos pacientes que fazem ou fizeram uso de Bfs.<br />

Alguns autores como Jefcoat e Fugazzoto apresentaram estudos clínicos com<br />

pacientes que foram medicados com Bfs (VO) e submetidos a cirurgia para instalação de<br />

implantes com resultados satisfatórios. Ata – Ali, 2014, após uma revisão sistemática sobre o<br />

tema, corrobora estes autores em relação ao sucesso dos implantes em pacientes nesta<br />

situação. Entretanto os estudos clínicos têm sido realizados em amostras pequenas e existem<br />

muitas duvidas relacionadas principalmente a prevenção da ONIB.<br />

Robert Marx estabeleceu uma tabela considerando três condições de risco de ONIB:<br />

Menores de 100 pg/ml – alto risco<br />

Entre 100 e 150 pg/ml – risco moderado<br />

Maiores de 150 pg/ml - risco minimo<br />

Nos casos abaixo de 150 pg/ml recomenda suspensão (“Drug Holliday”) do<br />

medicamento com uma redução de 25 pg/ml por mês, em um período de 4 a 6 meses para<br />

restabelecimento osteoclástico.<br />

Outros fatores a serem considerados, estão relacionados à extensão do procedimento<br />

cirúrgico proposto e as co-morbidades apresentadas pelo paciente. As condições de saúde do<br />

paciente são importantes para o sucesso, assim como o tipo e extensão do procedimento<br />

cirúrgico, que pode gerar uma resposta pós-operatória variável.<br />

Diagnóstico e Tratamento da osteonecrose por uso de anti-reabsortivos ósseos<br />

A utilização do plasma rico em plaquetas foi apresentado, como uma alternativa no<br />

auxilio ao tratamento da ONIB. Alguns trabalhos demonstram bons resultados obtidos em<br />

casos clínicos. A presença de fatores de crescimento, favorecem a angiogênese e com isso<br />

uma possível melhora na cicatrização. O mesmo se associa ao tratamento com câmara<br />

hiperbárica, que tem como objetivo melhorar a vascularização local. A questão está<br />

relacionada à resposta local de um osso quimicamente alterado por uso sistêmico de<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


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medicamentos, que não tem capacidade de revitalizar uma matriz e remover a quantidade de<br />

medicamento agregado.<br />

Estadiamento e Estratégias de Tratamento<br />

Estágio<br />

Categoria de Risco<br />

Paciente tratado com BFs (Oral ou IV)<br />

Estágio 0<br />

Sem evidencias clinicas e sintomas<br />

Estágio 1<br />

Osso necrótico exposto sem sintomas<br />

e infecção<br />

Estágio 2<br />

Osso necrótico exposto , dor, infecção, eritema na<br />

região óssea com ou sem drenagem purulenta<br />

Estágio 3<br />

Osso necrótico exposto , dor, infecção,<br />

extensa área óssea necrótica além da região alveolar<br />

(borda mandibular, ramo, seio maxilar, zigoma) fratura<br />

patológica, fistula extraoral ou oronasal ou sinusal.<br />

Estratégia de Tratamento<br />

- Nenhum tratamento indicado<br />

- Educação do pacientes<br />

- Controle sistêmico com uso de<br />

analgésicos e antiobióticos<br />

- Antissepsia oral com colutórios<br />

- Acompanhamento clínico trimestral<br />

- Educação do paciente<br />

- Rever indicação de terapia com BFs<br />

- Tratamento sintomático com<br />

antibióticos<br />

- Antissepsia oral com colutorios<br />

- Controle da dor<br />

- Debridamento superficial de tecidos<br />

moles<br />

- Antissepsia oral com colutorios<br />

- Controle da dor e antibioticoterapia<br />

- Debridamento cirúrgico/ressecção<br />

extensa para redução da dor e<br />

infecção<br />

Conclusões:<br />

1. Uma análise dos marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo que avaliam a<br />

formação e reabsorção óssea. Estes marcadores fornecem informações importantes<br />

sobre a condição óssea do paciente, antes de surgirem alterações densitométricas<br />

significativas.<br />

2. O CTX pode ser considerado o melhor exame para avaliação da condição óssea<br />

reabsortiva de uma paciente e da atividade de anti-reabsortivo ósseo, nos casos de<br />

pacientes medicados com essas drogas.<br />

3. O CTX é um tipo de exame que deve ser solicitado na rotina pré-operatória,<br />

principalmente em pacientes, na fase pós-menopausa, com histórico de uso de<br />

bisfosfonatos.<br />

4. Existem drogas alternativas para a prevenção da osteoporose, tais como: Raloxifene<br />

(Evista), Teriparatide (Forteo) ou Micalcin (calcitonina de Salmão)<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

5. Alguns autores apresentaram estudos clínicos com pacientes que foram medicados<br />

com Bfs (VO) e submetidos a cirurgia para instalação de implantes com resultados<br />

satisfatórios.. Entretanto os estudos clínicos têm sido realizados em amostras<br />

pequenas e existem muitas duvidas relacionadas ao tratamento e prevenção da ONIB.<br />

6. Na prevenção da ONIB, segundo Marx, é recomendado a suspensão (“Drug Holliday”)<br />

de medicamento anti-reabsortivo ósseo em um período de 4 a 6 meses para<br />

restabelecimento osteoclástico.<br />

7. Os estágios 1,2 e 3 são considerados de difícil solução, pois a condutaterapêutica<br />

proposta pela literatura pode ser considerada apenas paliativa.<br />

8. A utilização do plasma rico em plaquetas foi apresentada como uma alternativa no<br />

auxilio ao tratamento da ONIB. A presença de fatores de crescimento favorecem a<br />

angiogênese e com isso uma possível melhora na cicatrização. Entretanto, um osso<br />

quimicamente alterado por uso sistêmico de medicamentos, não tem capacidade de<br />

revitalizar uma matriz e remover a quantidade de medicamento agregado<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

“Carga imediata em Implantodontia: quando, como e porque<br />

utilizar ?”<br />

Apresentadores:<br />

Marcos Motta<br />

Especialista em Implantodontia e Periodontia; Mestre<br />

em Implantodontia; Coordenador do Curso de<br />

Especialização em Implantodontia da UNIGRANRIO-<br />

Campus Caxias; Consultor NEODENT.<br />

Sergio Motta<br />

Especialista em Protese Dental; Mestre e<br />

Doutor em Implantodontia; Coordenador do<br />

Curso de Especialização em Implantodontia<br />

CLIVO<br />

Moderador:<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

e Especialista em Implantodontia; Membro da<br />

ABOMI e Membro da AORJ<br />

Colaboradora:<br />

Izabelly Oliveira Rezende<br />

Especialista em Implantodontia; Mestranda<br />

em Clinicas Odontológicas UFF<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Introdução<br />

A maior evolução da Implantodontia está marcada pelos conceitos atuais que se<br />

basearam nas investigações clinicas e cientificas para estabelecer uma nova visão ao<br />

especialista. Para obter esta visão é necessária uma boa interpretação dos problemas<br />

apresentados pelos seus pacientes, elaboração do diagnóstico e tratamento. Uma base<br />

científica sólida possibilita por meio de um exame clínico avaliar as condições preexistentes<br />

do paciente, a previsibilidade do tratamento e a melhor técnica a ser utilizada para cada caso.<br />

A carga imediata utilizada inicialmente nos implantes convencionais no passado, de<br />

forma empírica, não apresentava uma previsibilidade de sucesso como na atualidade.<br />

Schnitmann et al 1997 demonstrou a viabilidade desta técnica utilizando em implantes<br />

osseointegráveis. O sistema Novum foi então criado por Brånemark para reabilitação da<br />

mandíbula, desenvolvendo um protocolo para carga imediata. Outros autores como Schroeder,<br />

Tarnow, Horiuchi e Gatti corroboraram Brånemark utilizando protocolos alternativos, porém<br />

sem contrariar os conceitos básicos para obtenção da osseointegração.<br />

Aspectos relacionados à densidade óssea e estabilidade primaria do implante, foram<br />

citados como fatores essenciais para o sucesso da carga imediata. A bicorticalização também<br />

foi considerada como uma alternativa para melhorar a estabilidade inicial em regiões de baixa<br />

densidade óssea e atingir a osseointegração. Atualmente este conceito, é proposto em<br />

reabilitações da maxila com implantes submetidos à carga imediata.<br />

A morfologia dos implantes pode ser considerada um fator coadjuvante importante<br />

para o sucesso. A nanotecnologia e suas aplicações no tratamento da superfície dos implantes<br />

facilitaram as interações das células e reduziram o tempo de espera para o carregamento do<br />

implante. Por outro lado, uma macrogeometria para melhorar a dissipação das cargas,<br />

favorece um aumento na superfície de contato ósseo e promove uma compactação óssea<br />

durante a instalação do implante.<br />

As evidências científicas comprovam os benefícios proporcionados pela carga imediata<br />

e incentivam a sua prática rotineiramente. As vantagens que esta técnica oferece, torna esta<br />

opção de tratamento atrativa e estimulante para o profissional e paciente. A reposição imediata<br />

de elementos unitários em uma zona estética, tem sido demonstrada por diversos autores<br />

como excelente opção de tratamento. Tendo em vista que a função imediata do implante após<br />

a remoção de um elemento dentário, reduz a reabsorção óssea e preserva as estruturas de<br />

suporte.<br />

Uma análise criteriosa dos diversos fatores implícitos a cada situação deve sempre ser<br />

estabelecida para a sua utilização. Os parâmetros atuais apresentados pela literatura, tem<br />

viabilizado um resultado excelente para a carga imediata, em diversas situações. Entretanto<br />

ainda existem conceitos da técnica e condições clínicas que necessitam de um melhor<br />

esclarecimento para o especialista.<br />

Portanto, este encontro científico consistiu em uma mesa redonda em que foram<br />

discutidos e revisados alguns aspectos da carga imediata e sua aplicação na Implantodontia.<br />

Macro e microgeometria dos Implantes:<br />

Aspectos relacionados à morfologia dos implantes têm sido discutidos ao longo do<br />

tempo, sendo atualmente considerado um importante coadjuvante para o sucesso da<br />

osseointegração. O protocolo de Brånemark enfatizava que a macromorfologia do implante, a<br />

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IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

técnica cirúrgica e os aspectos biomecânicos relacionados à sobrecarga oclusal eram fatores<br />

que exerciam grande influência no êxito do tratamento.<br />

Ao longo dos anos, novos tratamentos da superfície dos implantes foram propostos.<br />

Recentemente, a nanotecnologia possibilitou a elaboração de superfícies tratadas com ácido e<br />

anodizadas que liberam cálcio e fósforo. Estas superfícies modificam os mecanismos<br />

envolvidos na osseointegração, uma vez que após a instalação cirúrgica do implante,<br />

acelerando a osseointegração<br />

A superfície híbrida, com a presença de “platôs” que permitem uma melhor estabilidade<br />

primária, enquanto a outra parte propicia a acomodação do coágulo sanguíneo. A associação<br />

de nano partículas de hidroxiapatita complementa este tipo de superfície, para promover a<br />

liberação de íons cálcio. Estes avanços da nanotecnologia e suas aplicações no tratamento da<br />

superfície dos implantes reduziram o tempo de espera para o carregamento do implante, que<br />

atualmente varia de 28 dias a 8 semanas.<br />

A macrogeometria é um fator importante relacionado a densidade óssea, pois o desenho<br />

da rosca do implante poderá interferir na sua estabilidade durante a sua instalação. A<br />

compactação óssea promove uma estabilidade primária mínima de 20 a 30 N.cm favorecendo<br />

a osseointegração. Este tipo de rosca favorece a instalação do implante em osso de baixa<br />

densidade e promove uma melhor estabilidade primária<br />

É importante ressaltar que esta regra não se aplica a qualquer situação e aspectos<br />

relacionados às condições gerais e locais do paciente devem ser considerados. A baixa<br />

densidade óssea, a pequena área de contato osso-implante, em especial nos casos de<br />

implantações imediatas e a estabilidade primária deficiente são fatores considerados<br />

desfavoráveis para o carregamento precoce dos implantes.<br />

Diâmetro e comprimento dos Implantes<br />

A bicorticalização é um recurso citado pela literatura para promover uma melhor<br />

estabilidade primaria e obtenção da osseointegração em osso de baixa densidade. Esta<br />

técnica também tem sido utilizada com o mesmo objetivo na carga imediata. Os implantes<br />

longos com comprimentos acima de 13 mm, assim como os implantes extra-longos, como as<br />

fixações zigomáticas, são utilizados para buscar uma ancoragem nas corticais nasal e<br />

zigomática respectivamente, e viabilizar a carga imediata na maxila.<br />

Em relação ao diâmetro dos implantes, podemos considerar que convém uma análise<br />

criteriosa, para a sua indicação e utilização. Os implantes de diâmetro reduzido (finos)<br />

apresentam resultados satisfatórios, em especial nas áreas de estética crítica e rebordos<br />

atróficos, porém a sua resistência mecânica pode comprometer o tratamento ao longo prazo.<br />

O diâmetro do implante propicia um aumento na superfície de contato osso-implante<br />

em uma proporção de cada 0,25 mm de aumento do diâmetro gerar um aumenta 10% de área<br />

de contato ósseo. Entretanto os implantes de largo diâmetro atualmente são recomendados,<br />

apenas para as implantações unitárias imediatas ou não, na região de molares.<br />

Um aspecto recentemente discutido pela literatura está relacionado ao torque de<br />

inserção e o diâmetro do implante. Vários trabalhos científicos preconizaram que o torque de<br />

30 N.cm é o valor de torque inicial mínimo para submeter os implantes à carga imediata.<br />

Entretanto sob o ponto de vista mecânico existem fatores que devem ser considerados para<br />

avaliação do torque de inserção Tendo em vista que existe uma proporcionalidade entre o<br />

diâmetro e o torque de resistência óssea, que nos leva a concluir que dobrando o diâmetro de<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

um implante, o torque de inserção aumenta em 4 vezes. Baseado neste conceito, implantes<br />

com grandes diâmetros podem ser submetidos à carga imediata quando instalados com um<br />

menor torque de inserção.<br />

Torque de inserção e Frequência de Ressonância<br />

Estes dois fatores são constantemente estudados no sentido de comparar parâmetros<br />

para medição da estabilidade dos implantes. O torque de inserção (“insertion torque” – IT)<br />

durante muito tempo foi considerado clinicamente como um parâmetro fundamental para<br />

avaliação da estabilidade do implante e consequentemente fator primordial para a carga<br />

imediata. Posteriormente a medição de frequência de ressonância estabeleceu o quociente de<br />

estabilidade do implante (“implant stability quocient” – ISQ), foi apresentado como relevante na<br />

analise da interface osso implante e sua previsibilidade de sucesso. A micromovimentação do<br />

implante acima de 150 µm é citada pela literatura como o principal fator comprometedor da<br />

osseointegração e a essência do que a frequência de ressonância mede. Estudos também<br />

demonstram que um torque de inserção superior a 30 Ncm é considerado adequado para a<br />

carga imediata, tendo em vista que promove uma estabilidade e reduz a micromovimentação<br />

do implante. Um implante raramente atingirá a osseointegração com quociente de estabilidade<br />

inferior a 50 (ISQ < 50), o que torna esta avaliação importante na analise de previsibilidade dos<br />

tratamentos. Cabe ressaltar que embora os dois fatores sejam considerados importantes na<br />

avaliação da estabilidade dos implantes, não existe uma correlação entre eles.<br />

Fatores Oclusais e a Micromovimentação<br />

Uma redução na micromovimentação é considerada fator essencial para que ocorra a<br />

osseointegração dos implantes. Sob o ponto de vista clinico as próteses removíveis levam a<br />

exposição dos implantes submersos, gerando uma carga precoce, promovendo a sua<br />

micromovimentação e com isso levar ao insucesso. A carga imediata sobre implantes múltiplos<br />

apresenta um elevado índice de sucesso, pois a união dos implantes com uma prótese<br />

preferencialmente utilizando uma estrutura metálica, reduz a micromovimentação dos<br />

implantes. No caso das próteses unitárias a oclusão pode ser fator de risco para o sucesso.<br />

Por isso além de uma boa estabilidade primaria deve-se evitar cargas que geram componentes<br />

de força desfavoráveis para o implante levando-os ao fracasso.<br />

Conclusões<br />

1) Embora a carga imediata seja uma técnica viável com elevado índice de sucesso, a sua<br />

pratica deve ser criteriosa com o respeito aos princípios básicos para obtenção da<br />

osseointegração.<br />

2) A estabilidade primária com um torque de inserção acima de 30 N.cm é considerada como<br />

condição mínima para reduzir a micromovimentação do implante e favorecer o sucesso.<br />

3) A densidade óssea é um importante fator para o sucesso da carga imediata, por isso a<br />

bicorticalização é uma opção na busca de uma melhor ancoragem dos implantes em regiões<br />

com baixa densidade óssea, para viabilizar a carga imediata.<br />

4) Os aspectos relacionados à macro e microgeometria dos implantes são fatores coadjuvantes<br />

importantes e auxiliam na estabilidade primaria favorecendo à carga imediata dos implantes.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

5) A oclusão pode ser um fator de risco importante no sucesso da carga imediata dos<br />

implantes, especialmente nos implantes unitários, tendo em vista que as cargas oclusais geram<br />

componentes de forças desfavoráveis e podem levar ao insucesso.<br />

6) O torque de inserção (IT) e o quociente de estabilidade do implante (ISQ) são fatores<br />

importantes na avaliação da estabilidade dos implantes, porém não existe uma correlação<br />

entre estes índices.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Material de enxertia Quando, onde e porque utilizar ?<br />

Apresentadores:<br />

Marcio Baltazar Conz<br />

Especialista em Implantoodontia; Mestre<br />

eDoutor em Ciencias dos Materiais - COPPE-<br />

UFRJ; Prof. Especialização em<br />

Implantodontia / UNESA<br />

Renato Aló Fontoura<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

em Morfologia; Doutor em Implantodontia; Coord.<br />

curso de Implantodontia e Cirurgia da CERTO<br />

Odontologia<br />

Moderador:<br />

Colaboradora:<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

e Especialista em Implantodontia; Membro da<br />

ABOMI e Membro da AORJ<br />

Izabelly Oliveira Rezende<br />

Especialista em Implantodontia; Mestranda<br />

em Clinicas Odontológicas UFF<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Introdução<br />

A osseointegração transformou o implante dentário na primeira opção de tratamento<br />

para a reposição e substituição de elementos dentários. Entretanto muitas vezes os defeitos<br />

ósseos associados aos dentes comprometidos ou em decorrência a reabsorção óssea,<br />

presentes nos edêntulos parciais e totais, tornam necessárias as reconstruções ósseas com<br />

biomateriais de enxertia. Estas enxertias podem ser realizadas previamente para viabilizar a<br />

instalação do implante, ou associada a cirurgia de instalação.<br />

O osso autógeno sempre foi o enxerto mais utilizado ao longo do tempo, sendo<br />

considerado o “padrão ouro”, apresentando os melhores resultados nas reconstruções de<br />

defeitos em Cirurgia e Implantodontia. Pelo fato de apresentarem propriedades fundamentais<br />

para a regeneração óssea que são: osseocondução, osseoindução e osteogênese. Por outro<br />

lado, a morbidade cirúrgica gerada ao paciente pela necessidade de um segundo acesso à<br />

área doadora, desestimulam em algumas situações a sua utilização.<br />

Estudos recentes de biologia celular em regeneração óssea com osso autógeno,<br />

observaram que após 14 dias não havia presença das células transplantadas. As células<br />

ósseas vivas transplantadas estavam presentes nas primeiras 48 horas e após 7 dias havia<br />

uma extensa perda destas células.(Zimmermann).<br />

Evidências recentes constatam que estas células transplantadas desempenham<br />

diferentes papeis no processo de regeneração óssea tais como: recrutamento de células<br />

ósseas endógenas e funções imunomoduladoras. Esta imunomodulação ocorre pela produção<br />

de citocinas e fatores de crescimento que estimulam o recrutamento de células<br />

osteoprogenitoras que migram para o sitio enxertado.<br />

Os enxertos alógenos (osso desmineralizado) e as hidroxiapatitas oriundas do coral,<br />

foram muito empregadas na Implantodontia durante os anos 90. Entretanto os possíveis<br />

riscos de transmissões de doenças e a reabsorção lenta, respectivamente destes materiais,<br />

desestimularam a sua utilização.<br />

Atualmente os biomateriais aloplásticos, tais como: as hidroxiapatitas sintetizadas ,<br />

fosfato tricálcico e a hidroxiapatita bovina (xenógeno) além do osso autógeno, são os<br />

biomateriais de enxertia mais utilizados pelos implantodontistas. Esses materiais possibilitam a<br />

osseocondução e auxiliam na reconstrução de defeitos ósseos com resultados satisfatórios e<br />

com baixa morbidade.<br />

A evolução tecnológica da indústria tem possibilitado o desenvolvimento de<br />

biomateriais de alta qualidade. Porém existem aspectos relacionados as propriedades físicoquimicas<br />

tais como: composição química, forma, tamanho, porosidade e cristalinidade; que<br />

devem ser melhor entendidos pelo clinico. Tendo em vista que estas propriedades podem<br />

interferir no resultado do material de enxertia e sua aplicação clinica.<br />

Portanto esta mesa redonda teve como objetivo trazer subsídios técnico-<strong>cientificos</strong> ao<br />

clinico, por meio da experiência clinica dos apresentadores e da discussão de alto nível.<br />

Propriedades Fisico-Quimicas dos Materiais<br />

As propriedades físico-químicas são fatores fundamentais para que os biomateriais<br />

exerçam a sua função reparadora em tecidos vivos. Portanto o clinico deve avaliar estas<br />

propriedades antes da sua utilização. Estas propriedades estão relacionadas: a composição<br />

química, tamanho, forma, porosidade e a cristalinidade.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


IDM Resumos <strong>Encontros</strong> Científicos <strong>2016</strong><br />

Por isso, todo material antes de aprovado para o uso em humanos, devem ser<br />

submetidos a testes laboratoriais e em animais. Com o objetivo de avaliar o seu<br />

comportamento e resposta em tecidos vivos, assim como analisar a sua capacidade de<br />

contribuir de fato com a reparação desses tecidos.<br />

O tamanho e forma da partícula do material de enxertia, tem uma relação importante<br />

com o seu comportamento. Tendo em vista que a resposta biológica depende de fatores que<br />

possibilitem uma diferenciação celular na presença do material. Portanto a superfície e a<br />

porosidade das partículas são aspectos de extrema importância, pois aumentam a sua adesão<br />

mecânica aos tecidos, alteram a velocidade de reabsorção do material interferindo com isso na<br />

neoformação óssea.<br />

Além disso, a cristalinidade dos materiais de enxertias é considerada como uma<br />

propriedade que caracteriza a capacidade de dissolução da partícula. Portanto uma baixa<br />

cristalinidade nas partículas de enxertos favorecem a sua reabsorção, reduzindo o seu tempo<br />

de sobrevida nos tecidos e favorecendo a reparação óssea.<br />

Utilização dos Enxertos<br />

Atualmente, além do osso autógeno, os biomateriais mais utilizados são os materiais<br />

aloplásticos e xenógenos. Geralmente na forma de grânulos e para preenchimento de defeitos<br />

associados a alvéolos pós exodontia, a defeitos gerados durante a instalação de implantes e<br />

na cirurgia de reconstrução de seios maxilares.<br />

A mistura de materiais de enxertia também é recomendada por alguns autores, com o<br />

objetivo de favorecer a reparação óssea, tendo em vista que diferenças nas propriedades<br />

físico-quimica podem equilibra o tempo de reabsorção. A utilização de membranas<br />

reabsorvíveis e não reabsorvíveis também são opções para situações especificas. Em relação<br />

às membranas não-reabsorviveis, cabe ressaltar, que dependem de um melhor domínio<br />

técnico-cirúrgico do operador devido as possíveis complicações trans e pós operatórias que<br />

decorrem do procedimento.<br />

Os blocos ósseos de biomateriais foram apresentados pela literatura com o objetivo de<br />

substituir os blocos ósseos autógenos. Porém a cristalinidade ainda é um problema para a sua<br />

utilização de rotina. Portanto a reconstrução óssea, do tipo “onlay” com blocos autógenos,<br />

ainda continua sendo uma alternativa de tratamento indicada para os rebordos atróficos.<br />

Associação de Concentrados Plaquetários aos Biomateriais<br />

Os concentrados plaquetários foram inicialmente apresentados por Marx como auxilio<br />

na regeneração óssea. O plasma rico em plaquetas (PRP) foi durante algum tempo muito<br />

utilizado, com o objetivo de acelerar o processo regenerativo, devido a presença de fatores de<br />

crescimento. Entretanto, teve a sua comprovação cientifica contestada, devido a falta de um<br />

estudo padronizado nos protocolos de obtenção. Atualmente o plasma rico em fibrina (PRF)<br />

desenvolvido por Choukron, tem sido o derivado plaquetário mais utilizado por simplificar o<br />

processo de obtenção e preservar fatores de crescimento. Assim como possibilitar o seu uso<br />

como uma membrana biológica favorecendo a regeneração óssea e cicatrização dos tecidos<br />

moles.<br />

Conclusões<br />

1. O osso autógeno é o melhor material para enxertia, porém os biomateriais xenógenos<br />

e aloplásticos são considerados substitutos ósseos que apresentam resultados<br />

satisfatórios e podem ser uma excelente opção para os tratamentos regenerativos em<br />

implantodontia.<br />

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Rio de Janeiro, Julho de 2017 EJM


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2. As propriedades físico-quimicas dos biomateriais são fatores preponderantes para<br />

avaliar a sua capacidade ossecondutora no processo de regeneração óssea.<br />

3. A baixa cristalinidade, o tamanho da partícula e a porosidade do material interferem na<br />

sua velocidade de reabsorção e com isso favorecem a reparação óssea.<br />

4. A mistura de biomateriais é sugerida por alguns autores como uma opção para<br />

equilibrar a velocidade de reabsorção e favorecer o processo regenerativo.<br />

5. A utilização de membranas reabsorviveis a não-reabsorviveis na regeneração óssea<br />

dependem de um domínio técnico-cirúrgico em função das possíveis complicações<br />

decorrentes desta técnica.<br />

6. Os fatores de crescimento presentes nos concentrados plaquetários e sua associação<br />

aos materiais de enxertia, como membrana biológica ou misturado ao material de<br />

enxertia, favorecem o processo regenerativo ósseo e de tecidos moles.<br />

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Novas Tecnologias em Implantodontia: quando, como e porque<br />

utilizar ?<br />

Apresentadores:<br />

Aldir Machado<br />

Especialista em Periodontia e Implantodontia ;<br />

Mestre e Doutorando em Clinicas<br />

Odontologicas;Coord. do Curso de<br />

Especialização em Implantodontia UFF<br />

Silvio Deluca<br />

Especialista em Peridotnia; Especialista e<br />

Mestre e Doutorando em Implantodontia<br />

Moderador:<br />

Colaboradora:<br />

Eduardo Jose de Moraes<br />

Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial; Mestre<br />

e Especialista em Implantodontia; Membro da<br />

ABOMI e Membro da AORJ<br />

Izabelly Oliveira Rezende<br />

Especialista em Implantodontia; Mestranda<br />

em Clinicas Odontológicas UFF<br />

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Introdução:<br />

Novas tecnologias têm sido desenvolvidas ao longo do tempo que contribuíram para a<br />

evolução da Implantodontia. Aspectos relacionados à micro e macrogeometria dos implantes,<br />

possibilitando uma resposta biológica diferenciada dos tecidos e uma melhor estabilidade<br />

primaria, proporcionaram uma mudança no protocolo clássico da osseointegração. Novos<br />

recursos cirúrgicos, tais como: a implantação imediata e a carga imediata levaram a uma<br />

melhor estabilidade dos tecidos em áreas estéticas favorecendo os resultados clínicos e uma<br />

otimização no tempo de tratamento.<br />

A melhor compreensão sobre o comportamento dos biomateriais de enxertia e a<br />

resposta biológica dos tecidos, tem possibilitado resultados mais previsíveis na reconstrução<br />

alveolar prévia e concomitante à instalação dos implantes. A engenharia tecidual têm<br />

apresentado estudos com fatores de crescimento, proteínas morfogenéticas e células tronco.<br />

Entretanto existem alguns aspectos controvertidos em relação aos resultados e o custo<br />

operacional, que ainda não estão adequados a nossa realidade clinica.<br />

Atualmente a maior evolução que constatamos na nossa rotina clinica são as técnicas<br />

digitais. Primeiramente por meio do diagnóstico de imagens, com o surgimento da tomografia<br />

cone beam e do escâner intra-oral , que possibilitam uma analise e planejamento tridimensional<br />

das condições alveolares remanescentes dos pacientes. A utilização da tecnologia CAD CAM<br />

tem sido um objeto de grande interesse em diversas áreas dentre elas cirurgia maxilofacial e<br />

implantodontia.<br />

Estas tecnologias ganharam uma grande aceitação do clinico, pois oferecem uma<br />

maior precisão e uma redução no tempo do tratamento; permitindo ainda a apresentação do<br />

planejamento cirúrgico-protético ao paciente. A possibilidade de produzir impressões<br />

personalizadas de modelos anatômicos, guias cirúrgicos, restaurações, coroas protéticas,<br />

estruturas protéticas e pilares pré-fabricados para implantes; têm sido utilizados<br />

frequentemente na clinica.<br />

Inicialmente o sistema CAD CAM foi utilizado na reabilitação protética e personalização<br />

de pilares para implantes. Posteriormente com a cirurgia guiada por intermédio da<br />

prototipagem, planejamento virtual e confecção de um guia personalizado. Essas tecnologias<br />

reduzem o tempo e a morbidade do tratamento com implantes e apresentam excelentes<br />

resultados. Entretanto alguns aspectos ainda devem ser discutidos com o objetivo de um<br />

maior esclarecimento para o clinico em relação a viabilidade de utilização rotineira dessas<br />

novas tecnologias.<br />

Portanto o objetivo desta mesa redonda consiste na discussão de como, quando e<br />

porque devemos utilizar estas novas tecnologias na implantodontia.<br />

Utilização do CAD-CAM na confecção de pilares e próteses sobre implantes<br />

Inicialmente o sistema CAD-CAM foi utilizado na confecção de pilares e estruturas para<br />

prótese sobre dentes naturais e implantes. Esta técnica tem evoluído muito desde a sua<br />

criação com o Sistema CEREC para a confecção de restaurações e coroas cerâmicas para<br />

dentes naturais. Atualmente este sistema está sendo aplicado na Implantodontia também para<br />

a fase cirurgica com confecção de guias cirúrgicos e próteses baseando-se no planejamento<br />

virtual da cirurgia. Estas estruturas poderão ser construídas após o escaneamento na boca<br />

e/ou de um modelo da região a ser reabilitada. Em seguida ocorre um processamento da<br />

imagem escaneada com a sua transmissão para uma fresadora, sendo realizado o processo de<br />

confecção de pilares e estruturas para prótese, que podem ser metálicas ou cerâmicas.<br />

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Conceito da cirurgia guiada<br />

A princípio a cirurgia para instalação de implantes, como em qualquer tratamento,<br />

necessita de um planejamento. Tendo em vista, que um posicionamento favorável dos<br />

implantes é fundamental para a reabilitação protética. Por isso, a importância de um guia<br />

cirúrgico, que inicialmente era idealizado de uma forma mais simplificada baseando-se apenas<br />

em um modelo de gesso. Posteriormente o guia cirúrgico passou a ter um papel multifuncional,<br />

especialmente na carga imediata, pois além de orientar o posicionamento do implante auxilia<br />

no registro para confecção da prótese.<br />

O primeiro sistema que definiu previamente o posicionamento dos implantes, foi o<br />

Sistema Novum que utilizava uma estrutura pré-fabricada, que tinha opções de tamanho, de<br />

acordo com a forma do arco. As posições pré-definidas para os implantes em um guia metálico,<br />

que era fixado no rebordo ósseo com subsequente instalação de 3 implantes na mandíbula.<br />

Porém existiam algumas restrições no sistema, que mesmo nas versões com 4 implantes,<br />

impediam a sua utilização em varias condições. Esta limitação, incentivou a prática da técnica<br />

convencional com um guia multifuncional, pois além de simplificada e de menor custo,<br />

apresentava melhores resultados.<br />

A grande evolução tecnológica nos exames de imagem, com o surgimento da<br />

tomografia Cone Beam, as impressoras 3D e os novos softwares; possibilitaram um<br />

planejamento com uma maior precisão e segurança. Entretanto o conceito da cirurgia guiada<br />

consiste na utilização de um guia pré-fabricado baseado em um planejamento virtual ou em um<br />

protótipo, que poderá ser realizada com ou sem retalho, em rebordos totalmente ou<br />

parcialmente edêntulos independente da sua condição..<br />

Planejamento e seleção de pacientes<br />

Durante o planejamento de uma cirurgia guiada sem retalho aspectos como espessura<br />

e morfologia ósseas devem ser avaliadas de forma criteriosa. A espessura óssea deve ser de<br />

no mínimo 7 mm para a utilização desta técnica. Esta avaliação de ser feita por meio de<br />

tomografia computadorizada, palpação ou calibradores cirúrgicos. Baseado nesta avaliação<br />

deve ser confeccionado um guia cirúrgico pré-fabricado em impressora 3D que poderá ser<br />

utilizado na cirurgia sem retalho ou com retalho. Atualmente o software mais utilizado é o<br />

Sistema Dental Slice. A sua fixação pode ser feita sobre a mucosa ou diretamente sobre o osso<br />

nos respectivos casos. Nos casos de edêntulos parciais, o guia poderá ser apoiado sobre<br />

elementos dentários vizinhos à área de instalação de implante. Poderá ser executada, antes<br />

da fixação do guia, uma incisão com bisturi circular (“punch”) ou com bisturi convencional sem<br />

descolamento. Por isso, o planejamento virtual deve ser cuidadoso para evitar ângulos e<br />

inclinações que possam gerar fenestrações nas paredes remanescentes ou outro tipo de<br />

complicações ao procedimento.<br />

Vantagens e desvantagens da cirurgia sem Retalho (“Flapless”)<br />

Ao longo dos anos o protocolo cirúrgico proposto por Brånemark evoluiu com<br />

modificações desenvolvidas devido aos estudos, experiência clinica e novas tecnologias, as<br />

quais apresentaram melhores resultados estéticos com uma redução no tempo do tratamento,<br />

sem contrariar o conceito da osseointegração. Outro aspecto também importante foi uma<br />

redução na invasividade e morbidade da cirurgia, que inicialmente foi aplicada com uma<br />

modificação no tipo e desenho da incisão visando não comprometer a estética.<br />

Por outro, lado o retalho mucoperiósteo permite uma melhor visualização da<br />

quantidade e morfologia do rebordo ósseo, assim como reduz o risco de fenestrações e<br />

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deiscências ósseas durante a instalação do implante. Entretanto a elevação do retalho sempre<br />

apresenta um grau de morbidade e desconforto; e requer uma sutura para fechamento da<br />

ferida cirúrgica.<br />

Recentemente os procedimentos sem retalho têm sido utilizados nos implantes<br />

imediatos pós-exodontia, no sentido de preservar o suprimento sanguíneo e estruturas de<br />

suporte, favorecendo a cicatrização dos tecidos moles. Baseado neste principio a cirurgia sem<br />

retalho, que no passado foi utilizada nos implantes de Scialom e de Garbaccio, resurgiu e se<br />

popularizou sendo realizada por alguns cirurgiões. A tecnologia utilizando uma imagem 3D da<br />

tomografia computadorizada potencializou o planejamento cirúrgico os implantes e tem<br />

estimulado a prática desta técnica. Um guia pré-fabricado idealizado no planejamento virtual e<br />

confeccionado em impressora 3D é fixado na arcada. Com auxilio de um bisturi circular<br />

(“punch”) para remoção do tecido gengival e perfuração do osso com instalação do implante; o<br />

profissional realiza a cirurgia de instalação de implantes em sítios previamente estabelecidos.<br />

As principais vantagens desta técnica são as seguintes:<br />

1. Redução de complicações pós-operatórias (dor e edema)<br />

2. Redução do sangramento cirúrgico<br />

3. Redução do tempo cirúrgico e necessidade de sutura<br />

4. Preservação dos tecidos moles e duros<br />

5. Manutenção do suprimento sanguíneo<br />

Dentre as desvantagens podemos citar:<br />

1.Inabilidade do cirurgião<br />

2.Risco de superaquecimento ósseo pela limitação da irrigação durante a instrumentação<br />

cirúrgica.<br />

3.Visualização reduzida do rebordo ósseo de possíveis fenestrações e deiscências durante a<br />

instrumentação cirúrgica e instalação do implante<br />

4.Impossibilidade de manipulação de tecido queratinizado na região periimplantar.<br />

Morbidade e conforto do paciente<br />

Durante as cirurgias de implantes, o trauma e a morbidade do paciente, devem ser<br />

reduzidos ao mínimo. A incisão, o descolamento do retalho e o uso de afastadores cirúrgicos,<br />

para manter o campo cirúrgico, são agentes traumáticos que geram e contribuem para<br />

aumentar a morbidade do procedimento. A resposta inflamatória pós-operatória, natural a este<br />

trauma cirúrgico, provoca dor e edema com um desconforto ao paciente que necessitará utilizar<br />

medicamentos para controlar estes sintomas. Estudos clínicos têm demonstrado, por meio de<br />

questionários para avaliar a dor e edema pós-operatório, uma redução significativa no<br />

desconforto em um período de 1 a 7 dias após a cirurgia. É indiscutível que a cirurgia<br />

convencional para instalação de implantes sem retalho apresenta um conforto pós-operatório<br />

maior ao paciente, devido a um menor trauma e a baixa morbidade inerente a esta técnica.<br />

Sobrevivência dos Implantes e comportamento dos tecidos de suporte<br />

Diversos estudos clínicos demonstram um índice de sucesso elevado nos implantes<br />

instalados na técnica de cirurgia sem retalho. Os resultados variam de 95% a 99% de<br />

sobrevivência dos implantes sugerindo a eficácia desta técnica, assim como a sua utilização<br />

em todas as morfologias ósseas.<br />

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Em relação a perda óssea marginal, estudos clínicos apresentaram uma media de 0.7<br />

a 2.6 mm de perda óssea marginal após um período de 1 ano. Apenas um estudo comparativo<br />

entre cirurgia “flapless” versus cirurgia convencional com retalho foi realizado para avaliar<br />

perda óssea marginal dos implantes. Os autores apresentaram uma pequena redução na perda<br />

óssea nos implantes instalados sem retalho com 2.1 mm e convencional com retalho com 2.8<br />

mm. Os autores também concluíram que a carga imediata apresenta fatores de risco potenciais<br />

a este tipo de técnica.<br />

Por outro lado, estudos clínicos retrospectivos comparativos realizados com avaliação<br />

da profundidade do tecido mole periimplantar com sondagem, índice de sangramento, índice<br />

de placa e espessura de mucosa queratinizada; não constataram diferenças significativas no<br />

comportamento deste tecido entre as duas modalidades de cirurgia.<br />

Complicações trans-operatórias<br />

Apesar de uma redução na morbidade e no desconforto pós-operatório existem<br />

aspectos que devem ser ressaltados na cirurgia sem retalho (“flapless”). As<br />

complicações trans-operatórias desta técnica devem ser discutidas e avaliadas. Em um<br />

estudo de 10 anos foi observado que as complicações mais comuns são a fenestração<br />

da parede vestibular do leito e a deiscência óssea marginal. A falta de estabilidade<br />

primaria nos casos de carga imediata também é uma das possíveis complicações<br />

relatadas, que mudam o planejamento e o tempo de tratamento. Portanto, esta<br />

ocorrência deve ser considerada como possível intercorrência, que acarretará em uma<br />

mudança no tratamento, nos casos de carga imediata, e deve ser prevista e<br />

apresentada ao paciente como um fator de risco.<br />

A cirurgia sem retalho é uma técnica que depende de um planejamento virtual<br />

precbaseado em um software de computador. Por isso o sucesso deste procedimento<br />

depende de uma analise previa da condição óssea (quantidade e qualidade) e da<br />

habilidade do cirurgião.<br />

Conclusões<br />

1. A cirurgia guiada apresenta uma maior precisão com um posicionamento<br />

favorável dos implantes possibilitando uma melhor reabilitação protética<br />

2. A tecnologia do planejamento virtual é de fácil execução e permite a sua<br />

apresentação ao paciente de uma forma mais motivadora.<br />

3. A cirurgia guiada caracteriza-se pela a utilização de um guia pré-fabricado,<br />

baseado em um planejamento virtual ou em um protótipo, podendo ser<br />

realizada com ou sem retalho (“Flapless”) e em rebordos edêntulos unitários ou<br />

múltiplos.<br />

4. A cirurgia sem retalho (“Flapless”) apresenta uma menor morbidade e um<br />

conforto maior no pós-operatório cirúrgico. Entretanto existem fatores de riscos<br />

tais como: fenestração da parede do leito, deiscência marginal e baixa<br />

estabilidade primária do implante.<br />

5. Um planejamento virtual adequado depende de um exame de imagem em<br />

tomógrafo do tipo Cone Beam e um software compatível com o sistema de<br />

implante a ser utilizado.<br />

6. O sistema CAD-CAM de confecção de guias, pilares, restaurações, coroas,<br />

estruturas metálicas ou cerâmicas favorece a sua prática na clinica nas<br />

reabilitações protéticas convencionais e sobre implantes.<br />

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