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Moda, Informação e Entretenimento
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BENKI PIYÃKO<br />
SUA LUTA PELO PLANETA
amooreno.com<br />
2 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 2
SUMÁRIO<br />
4 Carta do Editor<br />
6 Perfil<br />
8 Movimento<br />
16 Semana de Moda Masculina em Londres<br />
21 Pitti Uomo 93<br />
24 Sustentabilidade<br />
31 Carnaval 2018<br />
36 Moda<br />
40 Benki Piyãko<br />
46 Tecnologia<br />
54 Experiências<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 3
Carta do Editor<br />
Entra 2018 e a nossa Primeira Edição, que<br />
chega com um espírito inócuo, mas com um<br />
propósito claro, não de ser a melhor, mas de<br />
adicionar mais valor e mais uma opção para pessoas<br />
que gostam de ler uma boa revista. Um sonho<br />
virando realidade. Eu sei que o caminho vai ser<br />
longo e repleto de desafios. Mas, também, não<br />
tenho dúvidas, que será repleto de oportunidades.<br />
Ao invés de alguma ‘celebridade da moda’<br />
em nossa primeira capa, preferir contar a história de<br />
Benki Piyãko, líder dos Ashaninkas, que enfrenta<br />
desafios diários e não perde nenhuma oportunidade<br />
de mostrar o seu trabalho para o mundo inteiro.<br />
Conscientizar é o seu propósito e está fazendo isso<br />
com bastante êxito.<br />
Também, chamo a atenção sobre como<br />
algumas marcas da indústria da moda estão<br />
questionando os processos de produção e<br />
pensando e elaborando novas soluções que<br />
sejam mais sustentáveis e, sem abrir mão de<br />
novas tecnologias, que otimizarão, em um breve<br />
futuro, a produção da indústria textil.<br />
Portanto, Tecnologia e Sustentabilidade<br />
estão andando de ‘mãos dadas’ na indústria da moda<br />
e, 'juntas' estão desenvolvendo novas ideias e<br />
proporcionando novas possibilidades, novos<br />
processos de produção e padrões de consumo mais<br />
conscientes.<br />
E o que falar sobre a Pitti Uomo 93? Pois<br />
bem, ‘mea culpa’ pelo atraso para fechar esta<br />
primeira edição. Não poderia deixar de mostrar as<br />
novidades dessa Feira de Moda incrível que acontece<br />
em Florença. E, também, sobre as melhores<br />
tendências dos desfiles da moda masculina, em<br />
Londres. Você ficará por dentro de todas as<br />
novidades da indústria da moda masculina, em uma<br />
edição especial com os melhores momentos.<br />
Ok, ficarei devendo para o próximo<br />
número, os melhores momentos dos desfiles de<br />
Milão e Paris que também vale a pena conferir.<br />
Você gosta de Carnaval? Não importa, o<br />
melhor é aproveitar o reinado de momo para ‘cair<br />
na folia’ ou simplesmente deixar-se descansar em<br />
alguma espreguiçadeira à beira da piscina de um<br />
resort ‘pé de areia’. Aprecie as dicas para curtir do<br />
jeito que você mais gosta o feriadão prolongado.<br />
Sem mais, espero que você goste e, claro,<br />
espero um retorno com ideias, sugestões e críticas.<br />
O meu objetivo, neste momento, é editar uma<br />
revista que esteja especialmente pronta e especial<br />
para você. Me ajuda?<br />
Bem-vindo 2018!
STREET STYLE EM LONDRES<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 5
SUSTENTABILIDADE<br />
PERFIL<br />
Ao talento criativo, sempre com boa dose de<br />
ousadia, se junta a disciplina para o trabalho,<br />
dirigindo loja e ateliê, onde desenvolve quatro<br />
coleções por ano, ao lado da esposa Thifany F.<br />
Trabalhando a moda como expressão artística e<br />
tendo como conceito o trabalho artesanal, tem o<br />
seu espaço garantido no line up do Paraná Business<br />
Collection.<br />
A moda masculina vem cada vez mais<br />
ficando espaçosa e deixando de lado os tabus<br />
sobre preconceito dos homens que se interessam<br />
por ela. Podemos afirmar que os tempos atuais<br />
estão favoráveis para nós, homens que se<br />
preocupam com a imagem pessoal, seja em um<br />
ambiente familiar, de trabalho ou até “jogatina”.<br />
Nada mais é desculpa para não se preocupar ao se<br />
vestir, e os investimentos são bem visíveis. Bem<br />
mais do que a imagem pessoal, hoje o mercado<br />
vem se adaptando rapidamente para abraçar esse<br />
cara, que além de moda procura também<br />
consumir tecnologia, automóveis e imóveis de<br />
primeira linha. Tudo está voltado para esse<br />
homem transitório, que passou da fase “estou<br />
bem assim” para “posso ficar ainda melhor”.E<br />
para expressar a opinião sobre esse homem<br />
moderno, Alexandre Linhares, estilista da marca<br />
Heroína, formado em Design de Produto pela<br />
Universidade Federal do Paraná e uma das gratas<br />
revelações da moda de nosso tempo. Em 2002, foi<br />
premiado com o Francal Top de Estilismo na<br />
categoria Estilo Brasil.<br />
Jaqueta Customizada<br />
“Numa coleção, começo com uma história,<br />
em seguida uma personagem e visto essa<br />
personagem. Acaba que o processo é seu próprio fio<br />
condutor. Me deixo levar pela emoção e pelo acaso e<br />
me interno num caso. Meu processo é interno, é<br />
uma poesia. Não me preocupo se é uma questão<br />
global, se é tendência, nada disso. Falo sobre o que<br />
pensa o meu coração. Claro que a identidade da<br />
marca é intocável, e existem temas recorrentes. O<br />
questionamento social é recorrente. O pensamento<br />
humano é recorrente”.■<br />
Loja Atelier de Alexandre Linhares<br />
6 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
@artebaselmiami<br />
"ThankYou", 2017 - Mel Bochner - Óleo sobre Veludo - Simon Lee Gallery<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 7
EXPERIÊNCIA 7ZERO6<br />
Qualquer dia pode ser especial com a Experiência 7zero6. Agora você não precisa nem se hospedar para<br />
desfrutar de um dia maravilhoso nas dependências do hotel, curtindo a vista da paradisíaca praia de Ipanema. O<br />
Summer Day permite o acesso às dependências do Espaço 7zero6, para aproveitar a piscina com borda infinita e<br />
climatizada, relaxar na sauna e saborear o refinado cardápio do restaurante (pago à parte), elaborado pelo Chef<br />
da casa. Conheça a Experiência 7zero6 e descubra como é passar um dia no paraíso.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 9
MOVIMENTO<br />
CONFEITARIA COLOMBO<br />
É um dos locais mais clássicos do Rio. Fundada em 1894 por<br />
imigrantes portugueses, é um lugar certo para quem quer sentir a<br />
atmosfera do passado. Com pé direito alto, vitrais no teto, uma galeria<br />
superior e magníficos espelhos belgas, é fácil entender porque esta<br />
confeitaria sempre foi um dos refugios preferidos dos artistas e<br />
intelectuais da cidade. A Confeitaria fica localizada no Centro do Rio,<br />
Rua Gonçalves Dias, 32 e abre de segunda a sábado. Já foi tomar um<br />
cafézinho por lá, ora pois?<br />
1 0 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
PRAIA DO SECRETO<br />
Um lugar incrível e fácil de chegar. Indo de carro pela orla do Recreio dos<br />
Bandeirantes, vá em frente, em direção à Prainha / Grumari. Logo nos primeiros<br />
metros da subida que leva à prainha, na sua direita, há um recuo com um portão<br />
de madeira, lá é possível parar o carro sem qualquer dificuldade ou se preferir<br />
logo a frente existe um mirante com vagas para estacionar o carro. Em frente<br />
ao portão de madeira do outro lado da pista existe uma pequena trilha. A<br />
descida é relativamente ingreme e aconselha-se cuidado para não acabar<br />
escorregando nas pedras. Lembre-se de que preservando o local mais bonito<br />
ele ficará intacto para a sua próxima visita. Evite levar latas, volte com seu lixo,<br />
seja sustentável.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 1 1
MOVIMENTO<br />
ORGÂNICOS<br />
Para descomplicar e garantir uma rotina mais saudável e<br />
sustentável, o projeto Viva com Saúde reúne empresas<br />
que se preocupam com a origem dos alimentos e com o<br />
bem-estar dos animais. Um exemplo é a<br />
@ovosmantiqueira, que assegura a criação de galinhas<br />
livres de gaiolas, além da @orgânicosinbox e da<br />
@hortamix, que oferecem alimentos orgânicos e<br />
integrais com delivery personalizado. Já o @verdevício,<br />
restaurante de culinária saudável gourmet, no Centro do<br />
Rio, está com um cardápio cheio de novidades.<br />
1 2 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
@artebaselmiami<br />
"Untitled #84", 2017 - Karel Funk - Acrílico no painel - 303 Gallery<br />
1 4 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
STREET STYLE NA PITTI UOMO 93<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 1 5
SEMANA DE MODA MASCULINA EM<br />
1 6 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
LONDRES OUTONO/INVERNO 2018<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 1 7
SEMANA DE MODA EM LONDRES<br />
Muitos dos grandes estilistas de Londres ficaram ausentes da Semana de Moda Masculina por<br />
terem optado fazer as suas apresentações via internet. Essa transição para os novos métodos de conexão<br />
com os consumidores fez com que o evento sofresse uma enorme baixa: foram apenas 50 desfiles ao longo<br />
dos três dias.<br />
Vivienne Westwood, a ícone punk divulgou sua coleção através de uma apresentação audiovisual,<br />
e outras grandes marcas britânicas como Burberry e J.W. Anderson decidiram pular o evento, optando<br />
por desfiles de moda mista durante a semana de moda feminina de Londres em fevereiro. Vale lembrar<br />
que essa não é a primeira vez que isso acontece. Na última edição, a semana de moda masculina de<br />
Londres também teve baixas por conta dos desfiles unissex.<br />
Band of Outsiders - F/W18<br />
O 6 de janeiro marca o Dia dos Reis, o tradicional final da temporada de Natal e, este ano, marcou<br />
também, o início da Semana de Moda Masculina de Londres.<br />
Apesar de que a maioria dos designers optaram por desfilar suas coleções masculinas juntas com as<br />
coleções femininas (Christopher Shannon, JW Anderson, Margareth Howell, Burberry, Paul Smith), em<br />
fevereiro, outros designers mostraram as suas coleções em vídeos (Vivienne Westwood), pelo Instagram<br />
(Nazir Mazhar) ou secretamente posicionados e distribuindo lookbooks (E. Tautz).<br />
As tendências das últimas três temporadas, em Londres, foram apresentadas com uma fluidez de gênero,<br />
onde a questão da política de transgênero foi abordada com muita sensibilidade e transparência.<br />
1 8 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
Interessante que hoje, no primeiro dia da<br />
Semana de Moda Masculina em Londres, o humor<br />
tinha uma vantagem bastante masculina. A coleção<br />
de John Lawrence Sullivan mostrou modelos de<br />
aparência irritada com calças pretas de couro,<br />
pesadas botas de cowboy e coletes de rodeio<br />
desgastados.<br />
A intensa masculinidade, na abertura, foi<br />
espalhada em outras coleções, como na marca<br />
dinamarquesa Tonsure, onde as calças de couro de<br />
estilo Bom Jovi estavam em conjunto com jaquetas<br />
resistentes. O designer Edward Crutchey, juntou<br />
seus casacos e pijamas de seda com tênis de couro<br />
preto que tinham um olhar ortopédico.<br />
Edward Crutchey<br />
John Lawrence Sullivan<br />
A tendência masculina continuou na<br />
segunda coleção de Tinie Tempah para sua marca<br />
What We Wear. Casacos de corte justo se juntaram<br />
com muitos casacos de bolso, que pareciam prontos<br />
para um dia em um local de construção. A aparência<br />
era igualmente robusta na Band Of Outsiders, onde<br />
as malhas ‘de segunda mão’ estavam desgastadas<br />
sobre capas de trincheiras e jaquetas denim – e os<br />
modelos que patinavam na pista de gelo da<br />
Somerset House, pareciam figurantes extras do<br />
filme Fargo de 1996 dos irmãos Coen.<br />
Oliver Spencer apresentou modelos que<br />
usavam veludo em costuras de grandes dimensões e<br />
ternos de veludo com coletes e tshirts, além das<br />
jaquetas Nehru, o que ele faz tão bem. Os modelos<br />
também se apresentaram com uma forte dose de<br />
atitude.<br />
“Com esta coleção, eu estou me referindo a um período dos anos 70 quando houve muitos movimentos<br />
culturais e sociais. E aquele momento, está muito parecido com os dos dias atuais. Era o que eu queria<br />
que acontecesse nesse desfile”, disse Spencer.<br />
Se os desfiles do primeiro dia representaram uma tentativa coletiva de demonstrar que vestirse como<br />
homem, no sentido tradicional, não é necessariamente, tornálo um monstro, simplesmente, foi abordado<br />
a necessidade de roupas trabalhadoras em uma atualidade desafiadora.<br />
Se o primeiro dia da Semana de Moda Masculina de Londres foi um ressurgimento da masculinidade, o<br />
segundo dia foi um retorno à infância.<br />
Phoebe English apresentou uma coleção com muitos casacos em gabardine, calças enceradas com pernas<br />
largas o suficiente para esconder os adereços e um tipo de galochas pretas que remete às peixarias no<br />
início da manhã.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 1 9
SEMANA DE MODA EM LONDRES<br />
Oliver Spencer<br />
O veterano Lou Dalton mostrou sua coleção no novo<br />
escritório no mercado de St. James onde os modelos<br />
usavam parkas de veludo aconchegantes. “Esta coleção<br />
me descreve crescendo no Shropshite. Os olhares foram<br />
inspirados pelas crianças com as quais eu queria<br />
realmente brincar. Adoro a fertilidade de tudo isso. Isso<br />
me faz lembrar de minha própria infância”, disse Dalton.<br />
Christopher Raeburn mostrou uma coleção que parecia<br />
pronta para ser embalada para uma viagem escolar para<br />
a Ilha de Purbeck. Os lenços de lã estavam associados<br />
com cor de arcoíris, mochilas de grandes dimensões e<br />
luvas de desenho animado. Kiko Kostadinov, o designer<br />
(que também é o diretor criativo da marca de vestuário<br />
britânica Mackintosh) mostrou uma coleção de ternos<br />
desconstruídos em tons pastel, bolsas de segurança de<br />
corpo e botas com sola grossa.<br />
Para Alex Mullins, que apresentou o seu primeiro desfile.<br />
Os ternos cinza oversized do designer (uma tendência<br />
duradoura) pareciam uniformes escolares. Sapatilhas de<br />
sola empilhada pareciam confortáveis e preparadas para<br />
os esportes. Jaquetas de linha larga (o tipo que Tommy<br />
Hilfiger fez nos anos noventa) também se<br />
transformaram em peças modernas.<br />
Astrid Andersen, o designer dinamarquês mostrou talvez<br />
a coleção mais bem realizada até o momento. O clima<br />
aqui era menos "dias escolares" e mais "o que você<br />
gostaria de fazer quando crescesse". Alguns modelos<br />
vieram vestidos de vaqueiros, vestidos com chapéus de<br />
dez galões; Outros vieram equipados com casacos<br />
jacquard de seda, evocando aqueles usados por<br />
boxeadores antes de uma grande luta. Os melhores bits,<br />
no entanto, foram, como sempre, os mais simples. Os<br />
sobretudos de algodão escovado, os proporcionaram<br />
uma nova profundidade à coleção da Andersen.<br />
Foi em Kent & Curwen, no entanto, a marca de<br />
propriedade de David Beckham, que o vigor juvenil do<br />
chegou ao seu, clímax. O diretor criativo do rótulo,<br />
Daniel Kearns, juntouse ao fotógrafo Perry Ogden para<br />
produzir uma exposição de fotografias que apresentou a<br />
coleção OutonoInverno 18 / 19 da marca. Com um kitvibe<br />
de luxo, havia lenços de futebol, jaquetas bordadas,<br />
uniformes e blusas. “"Esta coleção nos levou em uma<br />
nova direção", disse Beckham. "Queremos ser uma<br />
marca ‘multigeneracional’ para sua idade, minha idade,<br />
a idade do meu filho", continuou ele. "Perry [Ogden]<br />
capturou o talento cru e jovem de forma perfeita com<br />
suas fotos. Estamos orgulhosos da exposição e da<br />
coleção".<br />
Christopher Raeburn<br />
20 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
PITTI UOMO 93<br />
APitti Uomo começou neste ano, no dia 9 de janeiro, em<br />
Florença, confirmando a sua liderança no segmento da moda<br />
masculina. Como sinal da importância deste evento de referência<br />
para a moda masculina, esteve presente o Ministro do<br />
Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda, cujo discurso incisivo<br />
foi calorosamente aplaudido no antigo palácio da Bolsa de Florença<br />
completamente renovado, que hoje abriga a Câmara de Comércio.<br />
Um evento imperdível no início da temporada, a feira recebeu 1.244<br />
expositores, sendo 570 deles provenientes do estrangeiro (45,8% do<br />
total), até a sextafeira, 12 de janeiro, e mais de 36 mil visitantes,<br />
incluindo 24 mil compradores. O evento exibiu um programa rico e<br />
cada vez mais internacional, como evidenciado pelo esperado<br />
desfile de moda da Brooks Brothers. A marca americana, que<br />
comemorou o seu 200º aniversário este ano, recebeu o prêmio Pitti<br />
Immagine 2018.<br />
O ministro lembrou o quanto Itália deve ao setor têxtil e à moda<br />
mais do que outros setores industriais e, durante três anos, as<br />
autoridades públicas fizeram um grande investimento para<br />
promover o made in italy no mundo. Isto foi feito através do<br />
destaque dos salões mais importantes, como o Pitti Uomo, que<br />
recebeu um apoio financeiro de cerca de 2,5 milhões de euros por<br />
ano, mas também através do estabelecimento de uma unidade de<br />
coordenação que reúne todas as autoridades italianas da moda.<br />
"Este desejo de trabalhar em sinergia, todos juntos, deu frutos com<br />
maior coesão. Em Florença, por exemplo, um dos resultados<br />
tangíveis foi o nascimento do Museu da Moda", disse Leonardo<br />
Bassilichi, presidente da Câmara do Comércio de Florença.<br />
Por sua vez, o presidente da câmara de Florença, Dario Nardella,<br />
lembrou que a cidade investiu 3 milhões de euros em infraestrutura<br />
urbana, incluindo 80 milhões destinados à renovação da Fortezza<br />
da Basso, que acolhe a cada temporada as feiras organizadas pelo<br />
Pitti Immagine. Este também prometeu o fim iminente das obras<br />
para o metro tramway, que paralisaram a cidade durante quatro<br />
anos, garantindo que, para o próximo Pitti Uomo, "será possível<br />
chegar do aeroporto à feira em 15 minutos, graças ao metro”.<br />
Sendo assim, esta 93ª edição da Pitti Uomo começou num contexto<br />
positivo, especialmente porque as estimativas para o início de 2018<br />
são promissoras, após um ano de 2017 que deve terminar com um<br />
crescimento de 2,1% para a indústria italiana da moda masculina,<br />
com um volume de negócios total de 9,18 mil milhões de euros, de<br />
acordo com um estudo da SMI (Sistema Moda Italia), publicado em<br />
consonância com a abertura da Pitti Uomo.<br />
Como sempre, o setor foi impulsionado pelas exportações (+ 3%,<br />
para 5,9 mil milhões de euros), com um aumento de 3,8% nas<br />
vendas para a Europa, e 3,6% nas vendas fora da União Europeia. A<br />
Alemanha (+ 8%), a China e a Coreia do Sul (+ 17,1%) registram os<br />
Trade Show<br />
22 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
maiores aumentos, enquanto as exportações para os Estados<br />
Unidos caíram 4,3%. "Em 2018, o mercado deve crescer<br />
novamente, especialmente com a retomada de mercados<br />
importantes que diminuíram nos últimos anos, como China e<br />
Rússia", concluiu o presidente da feira, Claudio Marenzi.<br />
Os nomes mais promissores do novo cenário da moda na Finlândia<br />
foram as estrelas do projeto Guest Nation patrocinado pela<br />
Fondazione Pitti Immagine Discovery durante Pitti Immagine<br />
Uomo 93.<br />
Oito marcas finlandesas e designers foram escolhidos para<br />
apresentarem suas coleções na área especial do Spazio Carra<br />
(Pavilhão Principal Nível Inferior) da Fortezza da Basso, e<br />
também durante um evento na cidade durante a Pitti Uomo.<br />
As oito marcas representam as marcas de moda masculina<br />
finlandesas mais interessantes. Existem jovens designers premiados<br />
graduados da Universidade Aalto, como Rolf Ekroth e o rótulo<br />
Mannisto de Julia Männistö e marcas mais estabelecidas, como a<br />
marca urbana de roupas de trabalho, a marca clássica de sapatos<br />
Saint Vacant e o minimalista Nomen Nescio. As marcas de<br />
patrimônio finlandesas Turo e RCollection estão apresentando<br />
colaborações com jovens designers. Turo irá colaborar com uma<br />
estilista finlandesa Ikla Wright, com sede em Londres. RCollection<br />
mostrará em Pitti uma coleção de cápsulas realizada por uma<br />
designer jovem, reconhecida internacionalmente, Maria Korkeila. O<br />
finlandês Heikki Salonen, lança sua nova marca masculina de<br />
produtos Vyner em Pitti.<br />
O Prêmio Pitti Immagine 2018 foi anunciado<br />
para a marca amerciana Brooks Brothers. O<br />
Prêmio foi entregue a Claudio Del Vecchio,<br />
presidente e CEO da Brooks Brothers, durante<br />
o evento especial da marca no Palazzo Vecchio.<br />
O varejista mais antigo dos Estados Unidos<br />
celebrou 200 anos de tradição e inovação. A<br />
Brooks Brothers tem crescido constantemente<br />
desde que foi fundada por Henry Sands Brooks<br />
em 1818. De uma pequena loja de roupas<br />
familiar na esquina da Catherine e Cherry<br />
Streets em Manhattan, tornouse uma lendária<br />
marca global. Brooks Brothers desenvolveu,<br />
moldou e definiu o estilo americano. Foi a<br />
primeira empresa a oferecer roupas de ‘prontoparavestir’ e seus itens icônicos foram usados por<br />
gerações de homens e mulheres elegantes e esportivos, incluindo quarenta dos quarenta e cinco<br />
presidentes dos EUA, estrelas de Hollywood, talentos criativos e industriais em todo o mundo. A marca é<br />
um modelo de dedicação tanto à alta qualidade de sua mercadoria como aos seus relacionamentos com<br />
clientes um excelente exemplo reconhecido internacionalmente por sua história e valores empresariais.<br />
Hoje, a Brooks Brothers é liderada por Claudio Del Vecchio, presidente e CEO, que adquiriu a empresa<br />
em 2001. Ele reconheceu o espírito de inovação dentro do DNA da marca, impulsionandoo e a empresa<br />
se tornou um poder comercial para a Itália também.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 23
SUSTENTABILIDADE
Como fechar o Ciclo da Moda?<br />
Numa altura em que as marcas se esforçam para<br />
vestir a camisa da sustentabilidade, começam também a ser<br />
dados os primeiros passos para fechar o ciclo da moda,<br />
particularmente através da reciclagem e da reutilização da<br />
roupa.
SUSTENTABILIDADE<br />
Apesar da mudança para uma economia de<br />
experiências e serviços, os consumidores estão<br />
comprando bens materiais a um ritmo sem precedentes.<br />
Na indústria da moda, a produção de vestuário<br />
deverá escalar 63% até 2030, pressionando<br />
os recursos e os modelos de negócios existentes.<br />
No primeiro relatório “Pulse of the Fashion<br />
Industry”, divulgado em maio de 2017, a Global<br />
Fashion Agenda e o Boston Consulting Group incitaram<br />
as empresas de moda a adotar um modelo de<br />
economia circular.<br />
A sustentabilidade é um tema complexo para<br />
o consumidor – muitas vezes, é difícil fazer escolhas<br />
éticas, apesar das boas intenções. Os consumidores<br />
continuam, também, com um apetite voraz pela fast<br />
fashion (moda rápida).<br />
“Ainda que a maioria dos consumidores<br />
mais jovens afirme que a sustentabilidade e a ética<br />
são critérios chave nas decisões de compra, o seu<br />
comportamento sugere o contrário: menos de metade<br />
(48%) dos consumidores entre os 18 e os 24<br />
anos recicla vestuário”, indica, ao WGSN, Helen<br />
Mountney, diretorageral da consultora Kurt Salmon,<br />
que divulgou os resultados de uma pesquisa<br />
junto de 2.000 consumidores britânicos em abril de<br />
2017.<br />
A pesquisa revelou ainda que as peças de<br />
vestuário têm uma vida curta: mais da metade dos<br />
‘millennials’ só usa um novo artigo durante um ano<br />
e 25% usamno menos de seis meses antes de descartálo<br />
Ȧ reciclagem é uma via fundamental para as<br />
marcas promoverem a economia circular e ajudar os<br />
consumidores a navegar nas águas da sustentabilidade.<br />
As fibras das peças recolhidas estão encontrando<br />
o seu caminho de volta, estendendo a vida<br />
útil do vestuário.<br />
A britânica Marks & Spencer (M&S) lançou<br />
o esquema de recolha de vestuário Shwop (aceitando<br />
qualquer tipo de têxtil) com o parceiro de solidariedade<br />
social Oxfam, em 2008, apresentandoo<br />
nas lojas em 2012. Até à data, foram recolhidos<br />
mais de 29 milhões de peças.<br />
Como grupo, a H&M tem metas ambiciosas<br />
em termos de sustentabilidade, asseverando que<br />
usará exclusivamente materiais 100% reciclados ou<br />
sustentáveis até 2030. A maioria das suas marcas<br />
tem caixas de recolhimento de roupas nas lojas, incentivando<br />
os consumidores com um voucher que<br />
pode ser usado como pagamento parcial em futuras<br />
compras.<br />
De acordo com Elin Larsson, diretora de<br />
sustentabilidade da escandinava Filippa K, as marcas<br />
precisam de ser consistentes, convenientes e<br />
recompensar os clientes. Neste âmbito, a Filippa K<br />
lançou o Collect, esquema de recolher para os artigos<br />
da marca, em março de 2015.<br />
A M&S apresentou o Shwop Suit neste outonoinverno.<br />
Com um preço de 149 libras (aproximadamente<br />
168 euros), o terno masculino da linha<br />
tem 55% de lã reciclada.<br />
Dentro dos seus compromissos ecológicos, a<br />
marca britânica pretende usar 25% de material reciclado<br />
em pelo menos 25% dos seus artigos de<br />
vestuário e para o lar até 2025.<br />
Já a espanhola Mango quer que, até 2022,<br />
50% das suas peças de algodão tenham algodão<br />
sustentável, enquanto continua a incorporar outros<br />
materiais e processos ecológicos nas respectivas linhas.<br />
Como outras marcas de moda, a Mango lançou<br />
também uma coleçãocápsula de fibras<br />
recicladas. A Mango Committed está atualmente na<br />
sua segunda estação.<br />
"Para as empresas que<br />
ambicionam fechar o ciclo da<br />
moda, os esquemas de recolher<br />
são cruciais"<br />
26 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
Os princípios da economia circular<br />
estão também motivando uma nova relação entre<br />
marcas premium e respectivos produtos, colocando<br />
o foco na reutilização e revenda dos tecidos e artigos<br />
de maior qualidade. A Eileen Fisher, por exemplo,<br />
recolheu 800 mil peças da marca desde 2009,<br />
oferecendo aos clientes um vale de 5 dólares (aproximadamente<br />
4 euros) por peça entregue. Muitos<br />
artigos são reutilizados na fabricação de novos produtos,<br />
como parte da estratégia de design circular<br />
da marca, ou vendidos através do website eileenfisherrenew.com.<br />
Já a Filippa K abriu uma loja de<br />
peças de segunda mão da marca em Estocolmo, em<br />
1993. A partir de 2018, as lojas norteamericanas da<br />
marca Stella McCartney vão acolher debates com<br />
especialistas sobre a economia circular.<br />
No Brasil, a Saissu é uma marca de moda<br />
masculina que transmite através da responsabilidade<br />
social e ambiental, ações, conceitos e produtos.<br />
Em parceria com ONGs e cooperativas<br />
desenvolve produtos com materiais reciclados, como<br />
a borracha (de câmaras de pneus), lona, algodão<br />
e garrafas PET que viram lindas bolsas, malas,<br />
capas de pranchas, acessórios e calçados. “Os produtos<br />
Saissu são feitos com borracha reciclada. A<br />
borracha vem das árvores. Quando um produto<br />
Saissu planta uma árvore, ele está fechando o ciclo<br />
– veio de uma árvore e terminou em outra”, diz Ricardo<br />
Machado que organizou o projeto.<br />
Iniciativas como essa contribuem para a<br />
disseminação de uma economia circular, na qual<br />
nada se perde e tudo se transforma, considerando o<br />
retorno de matériasprimas ao início da produção<br />
por meio da reciclagem e reutilização.<br />
A Mescla é uma marca que começou experimentando<br />
o conceito de reciclagem, com tecidos<br />
PET e algodão orgânico e reciclado. No início eram<br />
apenas camisetas, até que, entendendo a importância<br />
de aumentar o mix de produtos, lançou sua<br />
primeira bermuda, composta de 70% algodão reciclado<br />
com 30% de fibra de PET. O mais legal é a<br />
etiqueta externa que é feita de retalho de pneu, que<br />
passou por um processo de curtimento igual ao do<br />
couro e leva a marca gravada a laser (sem gasto de<br />
tinta).<br />
A C&A também está à frente de uma cadeia<br />
de fornecimento sustentável e trabalha com metas e<br />
objetivos definidos globalmente para aumentar o<br />
nível de sustentabilidade. A segurança química dos<br />
produtos (tanto para quem usa quanto para o meio<br />
ambiente depois do descarte) tornouse uma meta<br />
global para que até 2020 a empresa ofereça roupas<br />
extremamente saudáveis. Faz parte dessa meta<br />
garantir que todos os processos produtivos que<br />
utilizam água a devolvam tratada e livre desses<br />
tóxicos para o meio ambiente. Isso tudo é garantido<br />
por uma empresa de auditoria, que atua<br />
‘raqueando’ fornecedores e são levados em conta<br />
diversos critérios, desde a segurança do lugar e as<br />
condições de trabalho até os materiais usados.<br />
Além da consciência ambiental, a organização<br />
trabalha em varias frentes, que vão da manutenção<br />
do Instituto C&A à preocupação com bemestar,<br />
segurança, qualidade de vida de funcionários,<br />
clientes e fornecedores.<br />
Os consumidores querem ser mais<br />
sustentáveis, mas precisam de orientação para<br />
fazerem melhores escolhas. As marcas precisam,<br />
assim, de facilitar este envolvimento, através de<br />
iniciativas de reciclagem e revenda. Por outro lado,<br />
à medida que os consumidores se tornam cada vez<br />
mais familiarizados com práticas sustentáveis, as<br />
marcas terão de cumprir as suas promessas<br />
ecológicas.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 27
SUSTENTABILIDADE<br />
Novos comportamentos, novos valores e<br />
novas possibilidades vão surgindo ao longo do<br />
tempo. Com essas transformações, os modelos de<br />
negócios também vão se modificando e se<br />
adaptando, oferecendo oportunidades para<br />
inovações e melhorias. Mesmo não sendo muito<br />
recentes, os Negócios de Impacto Social (NIS)<br />
ganharam destaque ao utilizar a tecnologia, as<br />
novas mídias e o pensamento inovador como<br />
estratégias para solucionar problemas sociais e<br />
ambientais. Atualmente, muitas empresas têm<br />
adotado um posicionamento mais sustentável,<br />
porém, em alguns casos, não é evidenciada uma<br />
prática de sustentabilidade efetiva. Na moda, o<br />
conceito de sustentabilidade está refletido em<br />
ações que visam minimizar o impacto negativo ao<br />
meio ambiente nas operações realizadas pelas<br />
empresas. Essas ações abrangem a escolha dos<br />
fornecedores, a extração e a produção da matériaprima,<br />
o uso abusivo de agrotóxicos no algodão, o<br />
formato de venda realizado e até o descarte do<br />
produto por parte do consumidor. Apesar de a<br />
moda e a sustentabilidade parecerem conceitos<br />
antagônicos, visto que a moda é uma indústria de<br />
consumo, devendo se reinventar em curto prazo, o<br />
mercado busca diminuir essas diferenças,<br />
propondo estilos e tendências que prolonguem o<br />
uso das peças. Há o incentivo a uma escolha<br />
consciente dos fornecedores e ao uso racional dos<br />
recursos naturais na produção. Essas atitudes<br />
imprimem nas peças e na marca um<br />
posicionamento “ecofriendly”, elevando o<br />
negócio a um outro patamar, onde as pessoas<br />
aplicam comportamentos sustentáveis no<br />
momento do consumo. O posicionamento<br />
sustentável permite às marcas escolherem uma<br />
das três vertentes do eco fashion: moda<br />
sustentável, moda ética e moda consciente, que<br />
influenciam na forma de agir baseado em valores<br />
menos nocivos ao meio ambiente e à sociedade,<br />
promovendo a transparência, a justiça e a<br />
igualdade. Os principais nichos de moda<br />
sustentável são a produção com fibras naturais ou<br />
recicladas; produção com materiais descartados;<br />
e, ecojoias ou biojoias, acessórios de origem<br />
natural ou reciclados. Quando se pensa em<br />
inovação na sustentabilidade, não se fala apenas<br />
de tecnologia, visto que alguns negócios não têm<br />
acesso a elas. Nesses casos, a criatividade é um<br />
fator primordial para inovar.■<br />
28 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
"Ser sustentável é um estilo de vida, que provoca e engaja toda a<br />
sociedade. Cresce o número de pessoas preocupadas com o seu<br />
legado, podendo iniciar com a mudança na forma de consumir"<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 29
@artebaselmiami<br />
"o.T.", 2017 - Katharina Grosse - Acrilíco - Koenig Gallery<br />
30 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
CARNAVAL 2018<br />
O que você vai fazer nos dias de folia?<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 31
CARNAVAL 2018<br />
32 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
A maior festa popular do Brasil vai<br />
acontecer no início de fevereiro. E o feriado<br />
começa no dia 9 de fevereiro, sextafeira, e vai até<br />
14 de fevereiro, quartafeira de Cinzas.<br />
O Carnaval sempre ocorre no Verão,<br />
portanto, independente do que você vai fazer,<br />
seja curtindo o Carnaval na cidade ou na praia,<br />
lembrese de usar um protetor solar. E se você<br />
está usando remédios de forma recorrente, evite<br />
ingerir bebidas alcoólicas ou tomar energéticos.<br />
Misturar essas substâncias poderá fazer mal para<br />
o seu corpo e dar algum efeito colateral. E não se<br />
esqueça de levar os remédios com você, pois caso<br />
precise seguir a prescrição de horário da<br />
medicação.<br />
Se você vai para lugares muito<br />
movimentados, a dica é evitar cartões de crédito,<br />
relógios caros, pulseiras de ouro, brincos, ou seja,<br />
qualquer objeto de valor. Leve somente o básico:<br />
documento, dinheiro (trocado) e carteirinha do<br />
convênio médico para alguma emergência.<br />
Também, evite ir sozinho(a). É mais<br />
recomendável que vá com amigos ou a família.<br />
Pois, caso aconteça algum problema, você terá a<br />
quem recorrer.<br />
Vai curtir os blocos de rua? Se você nunca<br />
curtiu um bloco de carnaval, alguns cuidados são<br />
essenciais para você curtir bons momentos. A<br />
primeira dica é que existem diversos estilos de<br />
blocos, desde axé até rock. Os mais tradicionais<br />
tocam marchinhas já consagradas ou regionais.<br />
Portanto, pesquisar antes de sair de casa (ou do<br />
hotel) é a melhor opção. Para vestir, não há nada<br />
específico, vistase como quiser, mas com estilo<br />
(sempre).<br />
A dica é usar roupas confortáveis e leves (não<br />
se esqueça do calor), e se você preferir ir a caráter<br />
(com fantasia) também está liberado. E para calçar,<br />
prefira um tênis ou uma sapatilha, porque não<br />
machuca os pés. Se bater uma ‘fominha’, verifique<br />
sempre a higiene do local e sempre leve uma garrafa<br />
de água para se hidratar, um isotônico também cai<br />
bem para repor os sais minerais e evite misturar<br />
bebidas alcoólicas. Tanto homens como as mulheres,<br />
a dica é proteção, portanto não se esqueça de levar<br />
camisinhas e curtir a festa sem preocupação.<br />
Prefere viajar? Curtir o Carnaval em outra<br />
região é uma ótima ideia para quem quer conhecer<br />
culturas diferentes, gente nova e aproveitar o feriado<br />
para curtir novas aventuras entre amigos, curtir com<br />
a família ou simplesmente descansar.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 33
CARNAVAL 2018<br />
Mas, deixar a decisão de viajar para a última<br />
hora não costuma ser uma boa escolha e pode<br />
prejudicar o seu orçamento. Por isso, preparese com<br />
bastante antecedência, e encontre preços mais<br />
acessíveis em passagens aéreas, hospedagem e<br />
passeios.<br />
Será que os lugares para onde você quer viajar<br />
cabem no seu bolso? Um planejamento com uma boa<br />
planilha de custos é essencial para quem quer viajar<br />
em feriados prolongados. A dica é separar os destinos<br />
viáveis até chegar àquele que lhe agrade. O ideal é<br />
não se apertar e não deixe a emoção falar mais alto<br />
do que a razão.<br />
Cada detalhe conta na hora de fazer o seu<br />
planejamento de viagem, seja a escolha do destino, a<br />
seleção dos meios de transporte, horário dos voos,<br />
hospedagem, restaurantes, passeios, documentação<br />
e, até mesmo, o que levar na mala. Pesquise. Fique<br />
atento às vantagens e desvantagens do destino.<br />
Sempre é bom ler os comentários de pessoas que já<br />
foram. São pontos de vista diferentes e que podem<br />
fazer a diferença com as suas necessidades.<br />
O ideal é que você veja o mapa da região,<br />
assim você terá uma noção de distância, bairros,<br />
alugar ou não um carro (se for beber, não dirija).<br />
Faça uma lista dos pontos turísticos, restaurantes e<br />
passeios que você quer ir. Marcar no mapa ajuda a<br />
visualizar e montar o roteiro diário. Não esqueça de<br />
verificar se os restaurantes precisam de reserva<br />
antecipada, se precisa comprar as entradas de pontos<br />
turísticos, verificar a documentação necessária, e, por<br />
fim, arrumar as malas.<br />
Se você vai viajar com crianças, é melhor<br />
evitar as regiões com grandes aglomerações. Se as<br />
crianças são pequenas, procure viajar para uma<br />
região mais tranquila e, mesmo assim, coloque uma<br />
pulseira de identificação com seu nome, nome do<br />
hotel e telefone de contato. Outra dica importante é<br />
conversar com seus filhos (já os mais grandinhos)<br />
sobre um local para encontro, caso eles se percam e<br />
como devem agir nesses casos.■<br />
34 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
@artebaselmiami<br />
"Corian Star II", 2017 - Frank Stella - Escultura - Marianne Boesky Gallery<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 35
MODA
Adidas eco-friendly<br />
Tênis com material reciclado com plástico retirado dos mares. Feito aos moldes<br />
do UltraBoost Uncaged da marca, com o diferencial de que o tecido usado no<br />
modelo (primeknit) tem 95% de plástico do oceano em sua composição.
MODA<br />
ADIDAS ECO<br />
OS UNIFORMES DOS TIMES DE FUTEBOL BAYERN DE MUNIQUE E REAL MADRID T
-FRIENDLY<br />
AMBÉM LEVAM O PLÁSTICO DOS OCEANOS EM SUA LINHA DE PRODUÇÃO.
BENKI PIYÃKO<br />
Líder dos Ashaninkas, que nos últimos anos se<br />
tornaram conhecidos no Brasil e no exterior por seu modelo<br />
exemplar de desenvolvimento sustentável, Benki tem como<br />
objetivo unir os saberes indígenas ancestrais e o conhecimento<br />
científico da civilização ocidental no esforço para salvar homem e<br />
o planeta.<br />
Nascido em 24 de fevereiro de 1974, na região do<br />
Cruzeiro do Sul, no Acre, é um indígena político e xamânico do<br />
povo Ashaninkas, localizado no Acre, na fronteira entre o Brasil e<br />
o Peru.<br />
Benki Piyãko é líder das comunidades indígenas do Acre<br />
e, além de defender a preservação de aldeias também combate a<br />
exploração predatória das terras. Procura disseminar técnicas às<br />
comunidades, que ajudem a preservar o meio ambiente.<br />
Benki é também agente agroflorestal e vicepresidente da<br />
organização Ashaninka, onde é responsável pelo manejo de<br />
recursos naturais.<br />
Contemplado pelo PrêmioE, em junho de 2012. O<br />
prêmio foi uma iniciativa da Unesco, do InstitutoE e da<br />
Prefeitura do Rio de Janeiro, objetivando reconhecer iniciativas<br />
de desenvolvimento sustentável. Em dezembro de 2013, no Dia<br />
Internacional dos Direitos Humanos, foilhe atribuído o Prêmio<br />
dos Direitos Humanos da cidade alemã de Weimar, pelos seus<br />
esforços no convívio pacífico entre os ÍndiosAshaninka e seus<br />
vizinhos ‘brancos’. A escolha do ganhador se deu a partir de uma<br />
recomendação da Sociedade para Povos Ameaçados.<br />
40 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 41
BENKI PIYÃKO<br />
42 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
Líder dos Ashaninkas, que nos últimos<br />
anos se tornaram conhecidos no Brasil e no<br />
exterior por seu modelo exemplar de<br />
desenvolvimento sustentável, Benki decidiu fazer<br />
da educação a principal arma na defesa do meio<br />
ambiente dos saberes da floresta. A decisão de<br />
Benki e das demais lideranças dos Ashaninkas,<br />
culminou com a inauguração do Centro de<br />
Formação Aiyoreka Ãntame, cujo nome significa<br />
“Saberes da Floresta” e que está localizado no<br />
município de Marechal Thaumaturgo, com o<br />
objetivo de unir os saberes indígenas ancestrais e o<br />
conhecimento científico da civilização ocidental no<br />
esforço para salvar homem e o planeta.<br />
Os Ashaninka residentes no Brasil<br />
abandonaram definitivamente seu tradicional<br />
nomadismo e se fixaram em torno da aldeia<br />
Apiwtxa. Começou, assim, uma experiência<br />
inédita, com a implantação do primeiro sistema de<br />
recuperação do território, com a utilização de<br />
práticas de manejo sustentável. Desde então, os<br />
Ashaninka já reflorestaram dezenas de hectares<br />
que haviam sido desmatados pelos brancos antes<br />
da demarcação de suas terras e, além das roças de<br />
mandioca e arroz, plantaram árvores frutíferas<br />
regionais, reservando grandes áreas de floresta<br />
para o repovoamento das populações de animais<br />
silvestres. Em torno das casas da aldeia, as abelhas<br />
produzem grandes quantidades de mel e, em<br />
açudes, crescem pequenos peixes para, mais tarde,<br />
serem espalhados pelo rio Amônia, onde passam a<br />
se multiplicar.<br />
Com sua terra sob a constante ameaça dos<br />
madeireiros, em sua maior parte procedentes do<br />
Peru, e de caçadores de animais silvestres, Benki<br />
se deu conta de que o único caminho para a<br />
preservação seria um amplo programa de<br />
conscientização e educação, com base na<br />
valorização da cultura e dos saberes de seu povo.<br />
Para implementar e disseminar esse<br />
programa entre os Ashaninkas e, mais tarde, entre<br />
os demais povos indígenas da Amazônia, Benki<br />
criou a figura do agente florestal. Os agentes,<br />
depois articulados em rede, demonstram aos<br />
indígenas os prejuízos causados pelas práticas<br />
predatórias e ensinam como utilizar os recursos da<br />
floresta de forma sustentável. E os orientam e<br />
ajudam na defesa de seus interesses.<br />
O êxito da experiência de Benki fez com<br />
que o governo do Acre, que se intitula “governo da<br />
floresta”, transformasse os agentes em<br />
funcionários, garantindo, assim, a continuidade e a<br />
ampliação do trabalho”. Com grande capacidade<br />
de articulação, Benki passou a estabelecer contatos<br />
com lideranças da Amazônia e com o meio<br />
acadêmico, abrindo, assim, caminho para a criação<br />
da Escola Aiyoreka Ãntame. Benki faz questão de<br />
salientar que a escola “é fruto da experiência de<br />
nosso povo com a sustentabilidade e atuará como<br />
centro de formação, educação, intercâmbio e<br />
difusão de práticas de manejo sustentável”. Além<br />
de formar jovens e adultos da região em novas<br />
formas de manejo da floresta e dos recursos<br />
naturais, a Aiyoreka Ãntame tem por objetivo<br />
ampliar e aprofundar os conhecimentos sobre o<br />
equilíbrio sustentável dos recursos naturais e<br />
disseminálos para outras etnias, no Brasil e no<br />
exterior.<br />
Benki já ampliou o seu programa de<br />
educação e conscientização para mais de 20<br />
territórios indígenas, onde os agentes florestais<br />
implementam o modelo construído pelos<br />
Ashaninka: a elaboração de um projeto de<br />
pesquisa para analisar as riquezas do território e,<br />
em seguida, a criação de alternativas de<br />
sustentabilidade econômica e ambiental com vistas<br />
à autonomia de seus habitantes. Benki promove<br />
também programas para divulgar a cultura de seu<br />
povo no mundo dos brancos, como o intercâmbio<br />
que reúne jovens ashaninkas com jovens de<br />
diversas regiões do Brasil. O Centro de Formação<br />
Aiyoreka Ãntame está aberto a instituições e<br />
interessados para seminários, intercâmbio e<br />
oficinas com projetos de educação, cultura e meio<br />
ambiente. Um dos objetivos é fortalecer os<br />
conhecimentos tradicionais, para que a população<br />
tenha uma nova visão da floresta. Uma visão que<br />
inclua saber como usar os recursos naturais sem<br />
agredir o meio ambiente e a natureza, de forma<br />
que esse saber possa ser reconhecido como ciência<br />
de conhecimentos práticos, recuperando terras,<br />
florestas e animais e cuidando da biodiversidade<br />
em geral.<br />
A marca carioca Osklen, criada pelo<br />
empresário Oskar Metsavaht foi uma das<br />
precursoras no Brasil e, com um trabalho bem<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 43
BENKI PIYÃKO<br />
realizado, foi elogiada pela ONG WWF (World<br />
Wide Found for Nature) e convidada pela editora<br />
de moda mais importante do mundo, Anna<br />
Wintour, para compor o casting do Runway Green,<br />
um evento que promove a moda sustentável de<br />
luxo. Em 2015, a coleção da marca, apresentada no<br />
SPFW foi inspirada na tribo indígena brasileira<br />
Ashaninka e empregou, além da valorização da<br />
cultura local, tecidos de origem natural, como o<br />
algodão e o linho. E na FIAC, um dos maiores<br />
eventos de arte contemporânea da Europa, Oskar<br />
Metsavaht apresentou na casa de leilões Artcurial<br />
uma série de fotos dos Ashaninkas.<br />
O crítico de arte Marc Pottier lançou<br />
Ashaninkas Paradis Perdu?, livro no qual divide<br />
sua experiência nesta viagem realizada com o<br />
estilista em junho de 2015, que resultou na<br />
instalação audiovisual Interfaces II, apresentada<br />
durante Ocupação Mauá, exposição paralela à Art<br />
Rio. O livro, feito no estilo caderno de viagens com<br />
histórias e fotos.<br />
Interfaces II é uma obra mais complexa.<br />
Oskar conhece os Ashaninkas há muito tempo.<br />
Algumas das imagens que chamam a atenção foram<br />
tiradas à noite pelas lentes de Metsavaht, que<br />
revisitou a grafia dos ornamentos dos Ashaninkas<br />
com pigmentos fosforescentes.■<br />
Artesanato Ashaninka<br />
Interfaces II<br />
Interfaces II<br />
Viver na floresta é o verdadeiro paraíso quando<br />
sabemos respeitá-la, porque a beleza está em tudo<br />
quando sabemos usar. Quero aqui mandar minha<br />
mensagem de uma semana que passei com os<br />
mestres na floresta, ensinado os jovens, essa<br />
criançada de nosso povo Ashaninka, de como<br />
devemos viver com o mundo encantado da<br />
Amazônia. Este encanto está em nossa própria vida,<br />
por isso que eu o amo de verdade, e para que isso<br />
permaneça para minha futura geração. Pude ouvir<br />
histórias lindas e ouvi gritos e falas de sabedoria<br />
vindos dos mestres, como viessem saindo de dentro<br />
daquele verdadeiro paraíso.Vendo o anoitecer, a lua<br />
brilhar, o sol nascer, os animais na floresta contar,<br />
que beleza de fazer coração chorar. Este mundo é<br />
sem maldade. Assim quero viver milhões de décadas<br />
com esta história sendo revelada e mostrando porque<br />
amamos tanto a floresta. Peixe, veado, porco, jacaré,<br />
passarinho, onça e tatu, entre outros, estava em nosso<br />
banquete.Trinta jovens e oito mestres estavam junto<br />
nesta imensa história sem fim.Vivenciei revelações do<br />
começo do mundo, parecia que estava tudo<br />
começando de novo, olhando fora da floresta e o que<br />
está acontecendo com o mundo e a terra, sentindo<br />
uma dor que só faltou chorar de tanta tristeza com a<br />
destruição. Mas não vou deixar de viver o que<br />
aprendi e nem deixar de ajudar o mundo que está<br />
pedindo paz.<br />
Benki Piyãko<br />
44 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
amooreno.com<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 45
TECNOLOGIA<br />
As mudanças na Industria da Moda<br />
A indústria da moda está passando por significativas mudanças e, atenta,<br />
acompanha o desenvolvimento da indústria, as mudanças na economia global e no<br />
comportamento do consumidor.<br />
46 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
No final do século 18, início do século<br />
19, um dos primeiros ramos industriais a<br />
usufruir da nova tecnologia da máquina a<br />
vapor foi a produção têxtil, que antes da<br />
revolução era desenvolvida de forma<br />
artesanal. A terceira revolução industrial<br />
aconteceu em meados do século 20, onde a<br />
“bola da vez” foi a tecnologia da informação<br />
e análise de dados que mudaram<br />
radicalmente a indústria, impulsionando o<br />
crescimento do sistema fast fashion.<br />
E em um futuro bem próximo a<br />
indústria deve intensificar a aplicação da<br />
ciência e da tecnologia em todas as cadeias<br />
de valor e, em menos de 20 anos, a quarta<br />
revolução da indústria influenciará<br />
completamente o surgimento de uma nova<br />
estrutura em níveis locais e regionais.<br />
Foi na edição de 2011 da Feira de<br />
Hannover (Alemanha) que o conceito da<br />
Indústria 4.0 começou a ser revelado ao público<br />
em geral. A iniciativa, fortemente patrocinada e<br />
incentivada pelo governo alemão em associação<br />
com empresas de tecnologia, universidades e<br />
centros de pesquisa do país, que propõe uma<br />
importante mudança de paradigma em relação<br />
à maneira como as fábricas operam nos dias de<br />
hoje.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 47
TECNOLOGIA<br />
Nessa visão de futuro, ocorre uma<br />
completa descentralização do controle dos<br />
processos produtivos e uma proliferação de<br />
dispositivos inteligentes interconectados, ao<br />
longo de toda a cadeia de produção e logística.<br />
Devido aos impactos significativos tanto na<br />
produção quanto no desenvolvimento de<br />
produtos e na forma de se fazer negócio, tais<br />
mudanças têm sido consideradas por alguns,<br />
como a quarta evolução industrial, dando<br />
origem ao termo “Indústria 4.0” como<br />
alternativa à expressão manufatura avançada.<br />
Tornar a indústria 4.0 uma realidade<br />
implicará na adoção gradual de um conjunto de<br />
tecnologias emergentes de TI e automação<br />
industrial, na formação de um sistema de<br />
produção físicocibernético, com intensa<br />
digitalização de informações e comunicação<br />
direta entre sistemas, máquinas, produtos e<br />
pessoas; ou seja, a tão famosa Internet das<br />
Coisas (IoT). Esse processo promete gerar<br />
ambientes de manufatura altamente flexíveis e<br />
autoajustáveis à demanda crescente por<br />
produtos cada vez mais customizados.<br />
Para o sucesso do projeto, a consolidação de um<br />
único conjunto de padrões técnicos de<br />
comunicação e segurança será um elementochave.<br />
Com ele, a troca de informações entre os<br />
diferentes tipos de sistemas e dispositivos será<br />
assegurada, eliminandose as restrições<br />
relacionadas aos padrões proprietários vigentes.<br />
Um dos impactos da digitalização é o aumento<br />
da eficiência ou da produtividade do processo<br />
de produção. Ao monitorar todo o processo, a<br />
empresa consegue alocar eficientemente suas<br />
máquinas, identificar problemas rapidamente e<br />
reduzir gargalos, otimizar processos, reduzir<br />
custos nos produtos e, também, aumentar a<br />
eficiência dos recursos, como energia elétrica, o<br />
que contribui para a redução de custos. Para<br />
minimizar estoques e manter a velocidade de<br />
produção, algumas empresas já estão evoluindo<br />
o seu processo de produção para a manufatura<br />
avançada que envolve a integração das<br />
tecnologias físicas e digitais, a integração das<br />
etapas de desenvolvimento a operação<br />
autônoma de redes. É a integração das<br />
máquinas e sistemas entre si (inclusive entre<br />
48 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
fábricas distintas de uma mesma cadeia de<br />
suprimentos). É a conexão digital da máquina<br />
com o produto. Com suas bases tecnológicas em<br />
sistemas físicos cibernéticos e da Internet das<br />
Coisas (IoT – Internet of Things), tem como<br />
objetivo chegar à fábrica inteligente (Smart<br />
Manufacturing), onde tudo dentro e ao redor está<br />
conectado digitalmente, proporcionando uma<br />
cadeia de valor altamente integrada. As fábricas<br />
inteligentes estão gerando significativos ganhos de<br />
eficiência, tempo, recursos e custos. Os produtos,<br />
máquinas e linhas de montagem comunicamse<br />
entre si, trabalhando em conjunto e se<br />
monitorando, independentemente do local, com<br />
informações trocadas de forma instantânea. É<br />
necessário um alto nível de automação.<br />
Porém, o uso de tecnologias digitais na<br />
indústria brasileira ainda é pouco difundido. O<br />
consenso entre os especialistas é de que a<br />
indústria nacional ainda está em grande parte na<br />
transição do que seria a Indústria 2.0,<br />
caracterizada pela utilização de linhas de<br />
montagem e energia elétrica, para a Indústria 3.0,<br />
que aplica automação por meio de eletrônica,<br />
robótica e programação. A indústria brasileira<br />
está seguindo um caminho que parece natural: no<br />
primeiro momento, foca no aumento de eficiência<br />
e, então, se move para aplicações mais voltadas ao<br />
desenvolvimento de novos produtos e aos novos<br />
modelos de negócio. No entanto, considerando a<br />
posição competitiva do Brasil na economia global,<br />
o mais recomendado seria que o esforço da<br />
digitalização fosse realizado, simultaneamente,<br />
em todas as dimensões. Mas, não é preciso passar<br />
por todo o processo de modernização fabril<br />
ocorrido nos países desenvolvidos nas últimas<br />
décadas para poder abraçar as tecnologias da<br />
internet industrial e da Indústria 4.0. Pode e deve<br />
queimar etapas. O que não se pode é ignorar essa<br />
revolução. Muitas empresas brasileiras não têm<br />
conhecimento dos ganhos que a digitalização pode<br />
trazer para o negócio, tanto em termos de<br />
produtividade quanto em oportunidades de novos<br />
negócios, flexibilização, customização da<br />
produção e redução do tempo de lançamentos de<br />
produtos.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 49
TECNOLOGIA<br />
A criação de plataformas de demonstração<br />
poderia ser uma iniciativa eficaz para estimular a<br />
disseminação do conceito e o estabelecimento de<br />
parcerias entre clientes e fornecedores das novas<br />
tecnologias.Tratase de criar um cenário no qual as<br />
tecnologias de informação e de automação, e não a mão<br />
de obra de baixo custo, é que vão gerar as vantagens<br />
competitivas para as nações com setor de manufatura<br />
relevante. Outra opção seria a substituição da estrutura<br />
por miniinstalações fabris automatizadas. Ela engloba<br />
processamento de pedidos, design, modelagem,<br />
tingimento dupla face, impressão, etiquetagem, corte<br />
ótico, manipulação robótica, costura, acabamento,<br />
empacotamento e expedição.<br />
Imagina o custo que isso representa em todas as<br />
etapas. O desperdício que ao desenvolver um produto<br />
estará sendo evitado. Quando vamos a uma grande loja<br />
com aquele espaço enorme e repleto de roupas, tudo é<br />
estoque, ao vivo e a cores, parado até que alguém<br />
compre. E muitas vezes não compram e então são<br />
dados descontos. E é por isso que o preço é alto, porque<br />
o resto são vendidos por preços mais baixos. São essas<br />
lógicas que com essas tecnologias fica possível eliminar<br />
através das mini fábricas que são ativadas pelo<br />
consumidor, colocandoo como criador e usuário<br />
dentro do sistema de produção existente. Após o cliente<br />
escolher o modelo, padronagem e modelagem, começa<br />
a produção da peça; confecção automática. Ao autorizar<br />
a produção, problemas de ordem social e ambiental,<br />
são reduzidos de forma extremamente considerável. A<br />
virtualização e descentralização do processo de<br />
produção e de compra e venda deve fazer desaparecer<br />
setores que o consumidor não percebe, mas que paga<br />
por eles.<br />
Quando ouvimos falar em espelho mágico, nos<br />
transportamos para o imaginário infantil. Mas,<br />
já existe mesmo um espelho mágico para<br />
adultos. É uma proposta tecnológica da<br />
maquiagem Charlotte Tilbury, que mostra a<br />
pintura de um simples app com sugestões e<br />
tutoriais. Na loja da marca, as pessoas podem<br />
sentarse em frente a um espelho e pedir para<br />
experimentar dez propostas diferentes de<br />
maquiagem. A diferença é que não aparece<br />
ninguém com um pincel e tudo acontece<br />
através da utilização de técnicas de realidade<br />
aumentada.<br />
Máquinas que imprimem roupa pronta, tecidos cultivados a partir de fungos,<br />
tênis que se amarram sozinhos e casacos que dão ordens ao celular:<br />
o futuro da moda é tão técnico como estético<br />
50 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO
Em tempo real, sem tocar num único batom, o<br />
rosto vai aparecendo pintado e adaptandose<br />
aos traços de quem aparece à frente do<br />
espelho. Até é possível rodar a cabeça,<br />
aproximar e afastar, fechar um olho e deixar o<br />
outro aberto para ver melhor a sombra. E este<br />
é só um exemplo do que pode acontecer<br />
quando a evolução das máquinas se coloca a<br />
serviço das marcas e dos produtos.<br />
Um espelho de maquiagem, da Charlotte Tilbury.<br />
Impressora 3D da Kniterate<br />
Agora, imagina você saindo de casa e ver<br />
que lá fora está frio. Então, você entra dentro de<br />
casa e imprime um suéter para vestir. Essa é<br />
uma proposta da Kniterate, uma impressora de<br />
malha 3D que é a mais recente proposta da<br />
tecnologia em roupa e que dá um novo sentido<br />
à arte de fazer tricô. O projeto ainda está em<br />
fase de crowdfunding, mas a ideia é que seja<br />
assim tão simples: propor um design digital,<br />
apertar um botão e tirar o suéter da impressora.<br />
Ser for uma peça simples, como um cachecol, já<br />
sai completamente pronto. Uma peça mais complexa<br />
sai parte a parte e depois é só juntar. Essa máquina<br />
somente estará disponível em abril de 2018 e custará<br />
entre 4.000 e 7.500 dólares. Até a Benetton já faz<br />
tricô com máquinas especiais do Japão. Com uma<br />
técnica semelhante da impressão, onde é introduzido<br />
um longo fio na máquina e que se transforma em um<br />
pulôver sem costuras. A marca Invisible Shoes já está<br />
fazendo sapatos a partir de modelos impressos em 3D<br />
em partes, para depois serem montados para o uso.<br />
É um bom indicador de como cada vez mais, a<br />
tecnologia vai interferir na moda. Num mundo em que<br />
tudo ao redor é inteligente, a questão começa a surgir.<br />
E não apenas sobre as peças de roupas que saibam de<br />
fato fazer coisas, mas também em relação às<br />
tecnologias de produção e, até, a um nível mais<br />
profundo, a ciência das fibras, com resultados diretos<br />
na matériaprima, numa fase anterior à confecção.<br />
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TECNOLOGIA<br />
O casaco Moon Parka, feito com teias de aranha.<br />
Um acesso<br />
rio que muda de cor, da The Unseen.<br />
Houve uma época em que a matériaprima<br />
da roupa foi revolucionada por novos processos<br />
químicos (roupa de lycra, por exemplo), agora as<br />
possibilidades são outras. a Modern Meadown é<br />
uma marca que consegue cultivar, em laboratório,<br />
um tecido desenvolvido através da biotecnologia,<br />
um tipo de tecido que a marca acredita que vai ser<br />
comum daqui a uma década. A Modern Meadown<br />
não é a única que está fazendo experiências com as<br />
novas possibilidades tecnológicas na composição<br />
de matériaprima para uma roupa. Há outras,<br />
como a Bolt Threads, dos EUA, que consegue<br />
cultivar teias de aranhas a partir da fermentação de<br />
proteínas e a transforma em tecido, ou a Spiber, do<br />
Japão, que está tentando seguir o mesmo processo,<br />
mas a uma escala de produção de massa, e que até<br />
já desenvolveu um casaco protótipo em parceria<br />
com a The North Face – o The Moon Parka.<br />
E se é possível cultivar tecido, também é<br />
possível trabalhar com as cores de novas formas. É<br />
o caso da The Unseen, que apresenta uma gama de<br />
tecidos que mudam de cor em interação com o<br />
ambiente, e por isso fala da sua tecnologia como<br />
uma espécie de “alquimia têxtil”. E isto não está<br />
acontecendo somente no campo das ideias, já foi<br />
mesmo produzida uma linha de acessórios para a<br />
Selfridges com mochilas e lenços que mudam de cor<br />
cada vez que tocam na pele ou quando estão<br />
expostos ao vento e ao sol.<br />
Perante tantas possibilidades, a questão que<br />
ocupa os designers e os criadores de moda é muito<br />
mais estética do que técnica: é mesmo possível criar<br />
acessórios e peças de roupa que sejam fruto de<br />
tecnologia, mas que sejam, antes de mais nada,<br />
peças bonitas para se usar no dia a dia?Já existem<br />
algumas propostas concretas de roupa chegando ao<br />
mercado, como é o caso do Jacguard, um casaco da<br />
Levi’s que usa tecnologia Google, e que deve provar,<br />
quando chegar às lojas, que apesar de tudo parece<br />
mesmo um casaco e dá até para lavar. A tecnologia<br />
está nas fibras de uma pequena parte da peça da<br />
roupa, que transforma a manga do casaco numa<br />
superfície que responde ao toque. Não há fios<br />
pendurados, não há baterias, não luzes que piscam e<br />
o resultado é ter uma ligação direta a dispositivos<br />
tecnológicos, como o smartphone ou um relógio, e<br />
conseguir a partir daí fazer pequenas coisas<br />
práticas, como receber notificações ou mudar a<br />
música que está ouvindo. Parece que é assim que<br />
terá de ser a verdadeira roupa inteligente: pode ser<br />
muito esperta, mas tem de continuar parecendo<br />
roupa. Essas mudanças, também, impactarão no<br />
perfil dos profissionais demandados. A capacitação<br />
dos profissionais é um dos eixos centrais desse novo<br />
conceito. Para os profissionais de moda, será<br />
indispensável agregar ao design os conhecimentos<br />
de robótica, programação e neurociência. Todas<br />
essas tecnologias e ferramentas abrem caminho<br />
para o futuro da moda. Agora é esperar para saber o<br />
que as próximas décadas nos reservam.■<br />
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amooreno.com<br />
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EXPERIÊNCIAS<br />
OJojô Café Bistrô foi inaugurado em julho de 2011<br />
numa pacata rua do bairro do Jardim Botânico, na área conhecida<br />
como Horto. A pequena casa de esquina ficou corderosa e<br />
recebeu mesas e cadeiras em sua calçada, encantando a vizinhança.<br />
Desde então as tardes do Horto têm sido perfumadas pelos aromas<br />
que saem da sua pequena cozinha onde são finalizados os pratos<br />
criados pela chef e proprietária Joana Carvalho.<br />
As comidinhas do Jojô, muito bem executadas pela equipe e<br />
cozinheiros da Joana, têm em comum o aproveitamento dos<br />
tempêros. A chef abusa das ervas frescas e especiarias,<br />
aproveitando a combinação dos sabores com frutas frescas e secas,<br />
castanhas e nozes, cereais e outros ingredientes simples, nobres e<br />
sempre saudáveis.<br />
Todos os pães são de farinha orgânica, assados na hora. No<br />
menu do dia, arrozes, saladas, sopas e outras surpresas criam a<br />
varieade do cardápio que nunca cai no lugar comum. Chás de<br />
mistura de flores, ervas e especiarias, quente ou gelado, são umas<br />
das especialidades do Jojô.<br />
Uma pequena casinha no bucólico Horto do Jardim<br />
Botânico, cheia de charme e sabor.<br />
Às sextas, sábados e domingos, as tardes<br />
estão mais gostosas com as<br />
comidinhas do Jojö.<br />
E as tardes de quintas-feiras dá para saborear as<br />
ostras fresquinhas de Santa Catarina.<br />
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Antipasto<br />
Entradinha<br />
Minas<br />
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#VisiteoRio<br />
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