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Moda, Informação e Entretenimento
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Os princípios da economia circular<br />
estão também motivando uma nova relação entre<br />
marcas premium e respectivos produtos, colocando<br />
o foco na reutilização e revenda dos tecidos e artigos<br />
de maior qualidade. A Eileen Fisher, por exemplo,<br />
recolheu 800 mil peças da marca desde 2009,<br />
oferecendo aos clientes um vale de 5 dólares (aproximadamente<br />
4 euros) por peça entregue. Muitos<br />
artigos são reutilizados na fabricação de novos produtos,<br />
como parte da estratégia de design circular<br />
da marca, ou vendidos através do website eileenfisherrenew.com.<br />
Já a Filippa K abriu uma loja de<br />
peças de segunda mão da marca em Estocolmo, em<br />
1993. A partir de 2018, as lojas norteamericanas da<br />
marca Stella McCartney vão acolher debates com<br />
especialistas sobre a economia circular.<br />
No Brasil, a Saissu é uma marca de moda<br />
masculina que transmite através da responsabilidade<br />
social e ambiental, ações, conceitos e produtos.<br />
Em parceria com ONGs e cooperativas<br />
desenvolve produtos com materiais reciclados, como<br />
a borracha (de câmaras de pneus), lona, algodão<br />
e garrafas PET que viram lindas bolsas, malas,<br />
capas de pranchas, acessórios e calçados. “Os produtos<br />
Saissu são feitos com borracha reciclada. A<br />
borracha vem das árvores. Quando um produto<br />
Saissu planta uma árvore, ele está fechando o ciclo<br />
– veio de uma árvore e terminou em outra”, diz Ricardo<br />
Machado que organizou o projeto.<br />
Iniciativas como essa contribuem para a<br />
disseminação de uma economia circular, na qual<br />
nada se perde e tudo se transforma, considerando o<br />
retorno de matériasprimas ao início da produção<br />
por meio da reciclagem e reutilização.<br />
A Mescla é uma marca que começou experimentando<br />
o conceito de reciclagem, com tecidos<br />
PET e algodão orgânico e reciclado. No início eram<br />
apenas camisetas, até que, entendendo a importância<br />
de aumentar o mix de produtos, lançou sua<br />
primeira bermuda, composta de 70% algodão reciclado<br />
com 30% de fibra de PET. O mais legal é a<br />
etiqueta externa que é feita de retalho de pneu, que<br />
passou por um processo de curtimento igual ao do<br />
couro e leva a marca gravada a laser (sem gasto de<br />
tinta).<br />
A C&A também está à frente de uma cadeia<br />
de fornecimento sustentável e trabalha com metas e<br />
objetivos definidos globalmente para aumentar o<br />
nível de sustentabilidade. A segurança química dos<br />
produtos (tanto para quem usa quanto para o meio<br />
ambiente depois do descarte) tornouse uma meta<br />
global para que até 2020 a empresa ofereça roupas<br />
extremamente saudáveis. Faz parte dessa meta<br />
garantir que todos os processos produtivos que<br />
utilizam água a devolvam tratada e livre desses<br />
tóxicos para o meio ambiente. Isso tudo é garantido<br />
por uma empresa de auditoria, que atua<br />
‘raqueando’ fornecedores e são levados em conta<br />
diversos critérios, desde a segurança do lugar e as<br />
condições de trabalho até os materiais usados.<br />
Além da consciência ambiental, a organização<br />
trabalha em varias frentes, que vão da manutenção<br />
do Instituto C&A à preocupação com bemestar,<br />
segurança, qualidade de vida de funcionários,<br />
clientes e fornecedores.<br />
Os consumidores querem ser mais<br />
sustentáveis, mas precisam de orientação para<br />
fazerem melhores escolhas. As marcas precisam,<br />
assim, de facilitar este envolvimento, através de<br />
iniciativas de reciclagem e revenda. Por outro lado,<br />
à medida que os consumidores se tornam cada vez<br />
mais familiarizados com práticas sustentáveis, as<br />
marcas terão de cumprir as suas promessas<br />
ecológicas.<br />
JANEIRO 201 8 - AMOORENO - 27