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Moda, Informação e Entretenimento

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TECNOLOGIA<br />

O casaco Moon Parka, feito com teias de aranha.<br />

Um acesso<br />

rio que muda de cor, da The Unseen.<br />

Houve uma época em que a matéria­prima<br />

da roupa foi revolucionada por novos processos<br />

químicos (roupa de lycra, por exemplo), agora as<br />

possibilidades são outras. a Modern Meadown é<br />

uma marca que consegue cultivar, em laboratório,<br />

um tecido desenvolvido através da biotecnologia,<br />

um tipo de tecido que a marca acredita que vai ser<br />

comum daqui a uma década. A Modern Meadown<br />

não é a única que está fazendo experiências com as<br />

novas possibilidades tecnológicas na composição<br />

de matéria­prima para uma roupa. Há outras,<br />

como a Bolt Threads, dos EUA, que consegue<br />

cultivar teias de aranhas a partir da fermentação de<br />

proteínas e a transforma em tecido, ou a Spiber, do<br />

Japão, que está tentando seguir o mesmo processo,<br />

mas a uma escala de produção de massa, e que até<br />

já desenvolveu um casaco protótipo em parceria<br />

com a The North Face – o The Moon Parka.<br />

E se é possível cultivar tecido, também é<br />

possível trabalhar com as cores de novas formas. É<br />

o caso da The Unseen, que apresenta uma gama de<br />

tecidos que mudam de cor em interação com o<br />

ambiente, e por isso fala da sua tecnologia como<br />

uma espécie de “alquimia têxtil”. E isto não está<br />

acontecendo somente no campo das ideias, já foi<br />

mesmo produzida uma linha de acessórios para a<br />

Selfridges com mochilas e lenços que mudam de cor<br />

cada vez que tocam na pele ou quando estão<br />

expostos ao vento e ao sol.<br />

Perante tantas possibilidades, a questão que<br />

ocupa os designers e os criadores de moda é muito<br />

mais estética do que técnica: é mesmo possível criar<br />

acessórios e peças de roupa que sejam fruto de<br />

tecnologia, mas que sejam, antes de mais nada,<br />

peças bonitas para se usar no dia a dia?Já existem<br />

algumas propostas concretas de roupa chegando ao<br />

mercado, como é o caso do Jacguard, um casaco da<br />

Levi’s que usa tecnologia Google, e que deve provar,<br />

quando chegar às lojas, que apesar de tudo parece<br />

mesmo um casaco e dá até para lavar. A tecnologia<br />

está nas fibras de uma pequena parte da peça da<br />

roupa, que transforma a manga do casaco numa<br />

superfície que responde ao toque. Não há fios<br />

pendurados, não há baterias, não luzes que piscam e<br />

o resultado é ter uma ligação direta a dispositivos<br />

tecnológicos, como o smartphone ou um relógio, e<br />

conseguir a partir daí fazer pequenas coisas<br />

práticas, como receber notificações ou mudar a<br />

música que está ouvindo. Parece que é assim que<br />

terá de ser a verdadeira roupa inteligente: pode ser<br />

muito esperta, mas tem de continuar parecendo<br />

roupa. Essas mudanças, também, impactarão no<br />

perfil dos profissionais demandados. A capacitação<br />

dos profissionais é um dos eixos centrais desse novo<br />

conceito. Para os profissionais de moda, será<br />

indispensável agregar ao design os conhecimentos<br />

de robótica, programação e neurociência. Todas<br />

essas tecnologias e ferramentas abrem caminho<br />

para o futuro da moda. Agora é esperar para saber o<br />

que as próximas décadas nos reservam.■<br />

52 - JANEIRO 201 8 - AMOORENO

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