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Peregrinando dentro de um olhar - I

Fotografias e pensamentos que ilustram as notas autobiográficas de Plinio Corrêa de Oliveira

Fotografias e pensamentos que ilustram as notas autobiográficas de Plinio Corrêa de Oliveira

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Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong>


<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong><br />

Vol<strong>um</strong>e I<br />

1908 - 1934


Declaração: Conformando-nos com os <strong>de</strong>cretos do S<strong>um</strong>o Pontífice<br />

Urbano VIII, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1625 e <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1631, <strong>de</strong>claramos<br />

não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego <strong>de</strong> palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa<br />

intenção, os títulos elogiosos não têm outro sentido senão o ordinário,<br />

e em tudo nos submetemos, com filial amor, às <strong>de</strong>cisões da Santa Igreja.<br />

1 a edição<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2011<br />

Responsável:<br />

Roberto Kasuo Takayanagi<br />

Capa: Plinio em sua Primeira Comunhão.<br />

© Editora Retornarei<br />

Rua Santo Egídio, 418<br />

02461 - 010 — São Paulo — SP<br />

Tel: (11) 2236 - 1027<br />

E-mail: editora_retornarei@yahoo.com.br


Quem analisar com imparcialida<strong>de</strong> a história da Igreja, no<br />

sec. XX, encontrará entre as figuras do laicato mais salientes,<br />

sem dúvida, o nome <strong>de</strong> Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira.<br />

Em sua longa existência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> jovem atuou ele na vida pública.<br />

Lí<strong>de</strong>r nas Congregações Marianas e mais tar<strong>de</strong> na Ação Católica,<br />

foi eleito <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral, aos 24 anos, pela Liga Eleitoral Católica<br />

(LEC) tendo sido o mais votado para a Constituinte <strong>de</strong> 1934. O<br />

País se surpreendia, então, com o surgimento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova força no<br />

panorama: o eleitorado católico, disposto a ter voz e vez. Sempre<br />

batalhando em prol dos interesses da Santa Igreja, a atuação <strong>de</strong> Dr.<br />

Plinio exerceu inegável influência nos acontecimentos, tanto na esfera<br />

civil como eclesiástica.<br />

Publicou Dr. Plinio 18 livros, sempre sobre temas doutrinários,<br />

com edições em vários idiomas, sendo consi<strong>de</strong>rados alguns <strong>de</strong>les<br />

autênticos “best-sellers”. Sua obra mestra, intitulada “Revolução<br />

e Contra-Revolução”, analisa as raízes da crise contemporânea à luz<br />

da teologia da História. Vários <strong>de</strong> seus pronunciamentos, a propósito<br />

<strong>de</strong> temas can<strong>de</strong>ntes que interessavam à causa católica, tiveram<br />

repercussão internacional, influenciando <strong>de</strong>cisivamente os acontecimentos.<br />

Destacou-se também como profícuo jornalista, conferencista<br />

e professor catedrático <strong>de</strong> História, na Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica <strong>de</strong> São Paulo, a ponto <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado <strong>um</strong> dos polos do<br />

pensamento nacional. Tanto em sua obra escrita quanto em suas aulas<br />

e conferências, Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira se salientava pela clareza<br />

<strong>de</strong> linguagem, beleza <strong>de</strong> estilo e inatacável lógica, primando por<br />

analisar tudo à luz da Fé, único critério válido <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> bem e<br />

<strong>de</strong> beleza.<br />

Por sua atuação como lí<strong>de</strong>r católico, é a sua vida pública bem<br />

conhecida por largos setores da opinião em nosso País e também no<br />

7<br />

Apresentação


Exterior. O mesmo, no entanto, não se po<strong>de</strong> dizer <strong>de</strong> sua pessoa, <strong>de</strong><br />

sua espiritualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> suas originais explicitações no campo filosófico<br />

e teológico, enfim, da história <strong>de</strong> sua alma.<br />

Para sanar essa lacuna, e no intuito <strong>de</strong> tornar a pessoa <strong>de</strong> Dr.<br />

Plinio conhecida em seu todo, foi lançada em 2008 a coleção intitulada<br />

“Notas Autobiográficas”, <strong>um</strong> <strong>de</strong>talhado relato dos episódios<br />

mais marcantes <strong>de</strong> sua vida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mais tenra infância. Baseia-se<br />

essa obra nas suas memórias, contadas a pedido <strong>de</strong> jovens discípulos,<br />

em muitas <strong>de</strong> suas conferências e palestras, ao longo das décadas.<br />

Nelas, a narração <strong>de</strong> fatos <strong>de</strong> sua existência individual é enriquecida<br />

com profundos e vivos comentários a respeito <strong>de</strong> múltiplos<br />

aspectos sociais, culturais e religiosos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a era histórica marcada<br />

por imensas transformações.<br />

Veio a público, ao mesmo tempo, outra coleção, “Opera Omnia”,<br />

<strong>um</strong>a reedição <strong>de</strong> toda a abundante obra escrita <strong>de</strong> Dr. Plinio,<br />

na qual refulgem, a propósito dos mais variados temas, sua in<strong>de</strong>fectível<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao Magistério da Igreja e sua peculiar visualização<br />

dos acontecimentos, na qual Cristo e a Igreja constituem o centro da<br />

História.<br />

Completando essas coleções, vem agora a l<strong>um</strong>e “<strong>Peregrinando</strong><br />

<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong>”, em que são apresentadas as fotografias mais<br />

significativas <strong>de</strong> Dr. Plinio, tiradas nas várias fases <strong>de</strong> sua vida. É este<br />

<strong>um</strong> indispensável contributo para se ter <strong>um</strong>a i<strong>de</strong>ia mais completa<br />

<strong>de</strong> sua rica personalida<strong>de</strong>.<br />

Este primeiro vol<strong>um</strong>e abrange <strong>um</strong> período inicial <strong>de</strong> sua vida,<br />

até os 25 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ou seja, até o fim <strong>de</strong> seu mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado<br />

à Assembleia Nacional Constituinte <strong>de</strong> 1934. Inclui, portanto, a<br />

infância <strong>de</strong> Dr. Plinio <strong>de</strong>corrida no ambiente familiar, ainda impregnado<br />

<strong>de</strong> muitos restos <strong>de</strong> tradições, hábitos e cost<strong>um</strong>es inspirados<br />

pelos princípios da doutrina católica. Depois, a época <strong>de</strong> estudante,<br />

durante a qual teve contato com a nova mentalida<strong>de</strong>, dita mo<strong>de</strong>rna,<br />

e foi ocasião <strong>de</strong> visl<strong>um</strong>brar os primeiros ventos do mundo do pós-<br />

-guerra que passavam a dominar, <strong>de</strong>molindo valores e instituições<br />

seculares. Também são reproduzidas alg<strong>um</strong>as fotos do tempo <strong>de</strong><br />

seus estudos superiores, na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito do Largo <strong>de</strong> São<br />

8


9<br />

Francisco, on<strong>de</strong> se impôs como polemista respeitado, tendo lançado<br />

a “Ação Universitária Católica”, movimento que se esten<strong>de</strong>u a outras<br />

faculda<strong>de</strong>s.<br />

É princípio geralmente aceito por todos que para analisar as<br />

figuras do passado é necessário fazê-lo tomando em consi<strong>de</strong>ração o<br />

contexto <strong>de</strong> sua época. Também no âmbito individual algo <strong>de</strong> análogo<br />

ocorre. É preciso discernir o contexto interior da pessoa, para<br />

entendê-la, principalmente suas gran<strong>de</strong>s metas da existência. O que<br />

faz, por exemplo, <strong>um</strong> São Francisco <strong>de</strong> Assis <strong>de</strong>spojar-se <strong>de</strong> tudo<br />

para seguir a Cristo, enquanto outros viviam cercados <strong>de</strong> pompa em<br />

seus palácios, como São Luís Rei <strong>de</strong> França, alcançando igualmente<br />

a santida<strong>de</strong>? Parece <strong>um</strong>a contradição, à primeira vista, e por isso é<br />

preciso enten<strong>de</strong>r a finalida<strong>de</strong> que cada <strong>um</strong> se propôs atingir na vida.<br />

Quem analisa Dr. Plinio, apenas por sua atuação pública, que<br />

abarcou o sec. XX, quase <strong>de</strong> <strong>um</strong> extremo ao outro, atravessando<br />

contextos históricos tão variados, talvez não consiga tirar facilmente<br />

<strong>um</strong>a resultante. Qual foi o objetivo <strong>de</strong> sua vida?<br />

Aos 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, o Congresso da Mocida<strong>de</strong> Católica, realizado<br />

em São Paulo em 1928, foi o marco <strong>de</strong> sua entrada para o<br />

movimento católico, abrindo toda <strong>um</strong>a nova era em sua vida. Ali o<br />

jovem Plinio encontrou o i<strong>de</strong>al ao qual se consagrou por inteiro até o<br />

seu último hausto, em 1995: a restauração do reinado <strong>de</strong> Cristo, nos<br />

corações, através do reinado <strong>de</strong> Maria.<br />

Esse intuito <strong>de</strong> trabalhar pela implantação do Reino <strong>de</strong> Cristo<br />

na terra levou Dr. Plinio, na década <strong>de</strong> 1940, a pensar na fundação<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a instituição religiosa, chegando inclusive a redigir o esboço<br />

<strong>de</strong> sua regra. Ao longo das décadas posteriores, tentou alg<strong>um</strong>as<br />

vezes retomar essa iniciativa, sob diversas formas, tendo sido <strong>um</strong>a<br />

<strong>de</strong>las a constituição <strong>de</strong> <strong>um</strong> instituto secular. Infelizmente, não conseguiu<br />

concretizar essa iniciativa por falta <strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>de</strong> seus mais próximos seguidores.<br />

O Reino <strong>de</strong> Cristo é antes <strong>de</strong> tudo a conformida<strong>de</strong> do coração<br />

à Lei <strong>de</strong> Deus. Por isso, Nosso Senhor respon<strong>de</strong> a <strong>um</strong>a pergunta dos<br />

fariseus sobre o tempo em que viria o Reino, dizendo: “O Reino<br />

<strong>de</strong> Deus não virá <strong>de</strong> <strong>um</strong> modo ostensivo. (...) Pois o Reino <strong>de</strong> Deus


já está no meio <strong>de</strong> vós” (Lc 17, 20-21). Se Dr. Plinio não alcançou<br />

seu objetivo, em vida, pelo qual tanto trabalhou, que era o triunfo<br />

da Igreja, po<strong>de</strong>mos dizer com segurança que o atingiu plenamente<br />

em seu coração. Se muito fez Dr. Plinio pela causa católica por sua<br />

incansável ação, contudo po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que a sua maior obra<br />

consistiu no aprimoramento <strong>de</strong> sua própria alma segundo os <strong>de</strong>sígnios<br />

<strong>de</strong> Deus.<br />

O que dizer <strong>de</strong>ssa sequência <strong>de</strong> fisionomias <strong>de</strong>sse varão que<br />

consi<strong>de</strong>rava o ser filho amantíssimo da Santa Igreja o seu maior título,<br />

e que não preten<strong>de</strong>u ser em toda a sua longa vida outra coisa<br />

senão <strong>um</strong> eco fi<strong>de</strong>líssimo do ensinamento da Mãe e Mestra da Verda<strong>de</strong>?<br />

São os olhos as janelas da alma, cost<strong>um</strong>a-se dizer, com razão.<br />

Falam eles por si, e dizem aquilo que os lábios não conseguem exprimir.<br />

Nesse sentido, é a fisionomia retratada nestas páginas o mais<br />

autêntico testemunho da história <strong>de</strong> <strong>um</strong>a alma inocente.<br />

* * *<br />

Depois <strong>de</strong> folhear este pequeno livro, o Leitor atento e observador<br />

po<strong>de</strong>rá examinar em si mesmo a impressão causada por este<br />

<strong>olhar</strong>. Dir-lhe-á ele algo? Lembrará alg<strong>um</strong> <strong>de</strong>ver a c<strong>um</strong>prir para com<br />

Deus e a Religião? Recordará, porventura, momentos vividos n<strong>um</strong>a<br />

atmosfera primaveril, no paradisíaco jardim da inocência? Fará<br />

reviver antigas impressões, das quais havia já perdido a lembrança,<br />

<strong>de</strong>spertando talvez as sauda<strong>de</strong>s?<br />

Cabe ao Leitor opinar. Provavelmente, a resposta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />

da limpi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> seu próprio <strong>olhar</strong>...<br />

10


Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

De 1908 a 1934<br />

11


Estou nos<br />

braços <strong>de</strong> mamãe,<br />

com <strong>de</strong>lícias,<br />

sentindo muito<br />

o seu carinho e<br />

confiando nela<br />

com a maior<br />

tranquilida<strong>de</strong>. 1<br />

“<br />

Plinio, com alguns<br />

meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

12


Aos dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

13


Devido à minha<br />

inocência, eu tinha<br />

<strong>um</strong> estado <strong>de</strong><br />

espírito pelo qual,<br />

às vezes, observava<br />

minha alma e<br />

percebia nela <strong>um</strong>a<br />

espécie <strong>de</strong> brilho<br />

auri-prateado<br />

ou <strong>um</strong> aroma,<br />

fazendo-me sentir<br />

tudo quanto eu<br />

tinha <strong>de</strong> brilhante,<br />

<strong>de</strong> reto e <strong>de</strong> puro. 2<br />

Aos quatro ou cinco<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

14


Em Paris, no ano <strong>de</strong> 1912<br />

15


16<br />

Eu fui <strong>um</strong> menino<br />

enormemente<br />

feliz! Quase<br />

angelicamente<br />

feliz! Que alegria<br />

áurea e tranquila<br />

eu carregava em<br />

minha alma, na<br />

primeira infância!<br />

Que bem-estar e<br />

que louçania eu<br />

experimentava<br />

<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> mim!<br />

Eu me sentia<br />

penetrado por <strong>um</strong>a<br />

luz prateada e<br />

juvenil. 3


Em Paris,<br />

no ano <strong>de</strong> 1912<br />

17


Aos quatro ou cinco<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

As minhas reflexões<br />

eram sempre em<br />

função <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

tema religioso, e<br />

a Igreja estava no<br />

centro <strong>de</strong> minhas<br />

cogitações,<br />

amorosamente<br />

e com gran<strong>de</strong><br />

veneração. 4<br />

No litoral paulista<br />

18


Com traje <strong>de</strong> passeio<br />

19


Houve muita<br />

colaboração <strong>de</strong><br />

mamãe e do<br />

fotógrafo para o<br />

resultado obtido<br />

no retrato, mas<br />

eu também fiz<br />

a minha parte,<br />

<strong>de</strong>sejoso <strong>de</strong> adotar<br />

<strong>um</strong>a posição<br />

própria ao Ancien<br />

Régime. Apareço,<br />

<strong>de</strong> fato, tomando<br />

a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />

está se preparando<br />

para dar <strong>um</strong>a<br />

resposta, segundo<br />

as fórmulas <strong>de</strong><br />

poli<strong>de</strong>z do tempo. 5<br />

No carnaval, trajando<br />

fantasia <strong>de</strong> marquês<br />

20


21


No Jardim da Luz,<br />

em São Paulo<br />

Quando eu me<br />

entregava às alegrias<br />

superiores, minha alma<br />

inteira participava <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> encanto, que era,<br />

no fundo, a<br />

consi<strong>de</strong>ração da<br />

or<strong>de</strong>m do universo. 6<br />

22


23


As fantasias<br />

infantis que<br />

mamãe preparava<br />

eram próprias a<br />

entreter a inocência<br />

e sempre tendiam<br />

ao sério, elevando<br />

o espírito das<br />

crianças. 7<br />

No carnaval,<br />

fantasiado <strong>de</strong> trovador<br />

24


25


No carnaval <strong>de</strong> 1917,<br />

com traje <strong>de</strong> marajá<br />

O significado místico e<br />

superior <strong>de</strong> marajá<br />

se me apresentava<br />

como <strong>um</strong>a verda<strong>de</strong>ira<br />

beleza. Entendi<br />

que o fantasiar-me<br />

<strong>de</strong> marajá suporia<br />

serieda<strong>de</strong>, convicção<br />

do meu próprio po<strong>de</strong>r<br />

e do meu direito.<br />

Eu estava ébrio <strong>de</strong><br />

contentamento, e, sem<br />

que entrasse nisso a<br />

menor preocupação<br />

por minha própria<br />

pessoa, sentia a<br />

minha dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

homem realçada. 8<br />

26


27


No dia da Primeira<br />

Comunhão,<br />

19 <strong>de</strong> novembro<br />

<strong>de</strong> 1917<br />

Eu sentia<br />

<strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong><br />

alvura <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> minha alma,<br />

que julgava ter<br />

certa consonância<br />

com a fita da<br />

minha Primeira<br />

Comunhão. Eu a<br />

olhava encantado<br />

e pensava: ‘Não<br />

sei bem o que é<br />

a inocência, mas<br />

percebo que esta<br />

fita é <strong>um</strong> símbolo<br />

<strong>de</strong>la. Oh! A<br />

inocência é <strong>um</strong>a<br />

coisa branca e<br />

sedosa, mas é<br />

também forte! 9<br />

28


29


Durante <strong>um</strong>a<br />

temporada em Águas<br />

da Prata (SP)<br />

Eu olhava para<br />

o meu interior,<br />

sentia-me l<strong>um</strong>inoso<br />

e refletia: ‘Que<br />

luz sinto <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> mim! É<br />

maravilhosa!’<br />

Experimentava<br />

também <strong>um</strong> bemestar<br />

físico especial,<br />

consistente n<strong>um</strong>a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> leveza<br />

em todo o meu<br />

ser. Eu me sentia<br />

translúcido <strong>de</strong> vida<br />

sobrenatural. 10<br />

30


31


Estou<br />

contentíssimo<br />

e cheio da alegria<br />

da virtu<strong>de</strong>, com<br />

certa noção da<br />

minha própria<br />

pureza e,<br />

especialmente,<br />

com a consciência<br />

do valor daquilo<br />

que penso. 11<br />

Aos <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

32


33


Eu tinha sido<br />

educado n<strong>um</strong><br />

meio tradicional,<br />

religioso e<br />

preservado. No<br />

sistema <strong>de</strong> vida,<br />

na <strong>de</strong>coração,<br />

na linguagem<br />

e no ambiente<br />

doméstico em<br />

geral, tudo<br />

era bastante<br />

conservador e<br />

moralizado. 12<br />

No carnaval <strong>de</strong> 1918,<br />

com fantasia <strong>de</strong> mago<br />

34


Aos <strong>de</strong>z ou onze<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

35


36<br />

Habituado com essa<br />

educação, entrei para<br />

o colégio como se<br />

<strong>um</strong> bólido me tivesse<br />

lançado bruscamente<br />

– <strong>de</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong>sse<br />

meio tão aconchegado,<br />

tranquilo e antigo<br />

– trinta anos para<br />

a frente e <strong>de</strong> cheio<br />

no mare magn<strong>um</strong><br />

abrutalhado da<br />

Revolução. No primeiro<br />

dia, senti o choque<br />

dos dois mundos,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo,<br />

n<strong>um</strong> momento, que<br />

estava diante <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

novo caminho e que<br />

o ambiente <strong>de</strong> minha<br />

família, tradicional e<br />

convencional, era o<br />

passado, remoto como<br />

o tempo dos faraós. 13


No Colégio<br />

São Luís, em 1921<br />

37


Na Congregação<br />

Mariana do Colégio<br />

São Luís, em 1921<br />

Eu via bem que o<br />

caos não existia<br />

apenas entre os<br />

meus colegas, mas<br />

que a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong><br />

estava no caminho<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> transtorno<br />

completo da or<strong>de</strong>m<br />

querida por Deus.<br />

Já tinha noção<br />

<strong>de</strong> não se tratar<br />

apenas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

enorme quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pecados, mas <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> pecado imenso,<br />

constituindo <strong>um</strong><br />

todo, idolatrado por<br />

inúmeras pessoas<br />

e que, muito mais<br />

tar<strong>de</strong>, eu chamaria<br />

<strong>de</strong> Revolução. 14<br />

38


39


40<br />

Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong> menino<br />

com personalida<strong>de</strong><br />

em extremo afetiva e<br />

com gosto acentuado<br />

pela estabilida<strong>de</strong>.<br />

Não pensa em<br />

aparecer bem na<br />

fotografia, mas está<br />

imerso em reflexões,<br />

profundamente<br />

preocupado e aflito,<br />

vendo a Revolução<br />

crescer diante <strong>de</strong>le<br />

como <strong>um</strong> dragão e<br />

medindo os sacrifícios<br />

enormes que estão em<br />

seu caminho. É <strong>um</strong><br />

católico que carrega a<br />

sua cruz! 15


Na praia <strong>de</strong> José Menino,<br />

em Santos (SP)<br />

41


42<br />

Estou com<br />

fisionomia<br />

séria, à maneira<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> combatente<br />

pronto para entrar na<br />

batalha a qualquer<br />

hora e <strong>de</strong> corpo inteiro,<br />

não tanto empunhando<br />

a lança, mas tomando<br />

a caneta e travando<br />

<strong>um</strong>a polêmica.<br />

Ao mesmo tempo,<br />

transparecem nesse<br />

menino a bonda<strong>de</strong>, o<br />

afeto, a gentileza e,<br />

no fundo, o amor à<br />

sublimida<strong>de</strong>, com <strong>um</strong>a<br />

espécie <strong>de</strong> alheamento<br />

completo em relação<br />

a tudo o que se<br />

afastar <strong>de</strong>la. 16


Com fantasia <strong>de</strong> espanhol, em Águas da<br />

Prata, por ocasião do carnaval <strong>de</strong> 1922<br />

43


Aos treze ou quatorze<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

Oque mais pesou para<br />

<strong>de</strong>terminar os meus<br />

sacrifícios sucessivos<br />

foi enten<strong>de</strong>r essa<br />

alternativa: se eu<br />

não tivesse <strong>um</strong>a<br />

serieda<strong>de</strong> profunda,<br />

que tomasse o meu<br />

pensamento e minha<br />

atenção <strong>de</strong> ponta a<br />

ponta, <strong>de</strong> maneira<br />

a viver no combate<br />

contra mim mesmo, a<br />

Fé me escaparia, eu<br />

acabaria por romper<br />

com a Religião e<br />

per<strong>de</strong>ria a minha<br />

alma. Tinha <strong>de</strong><br />

escolher entre a glória<br />

– senão aos olhos dos<br />

homens, ao menos<br />

aos olhos <strong>de</strong> Deus – e<br />

a infâmia; o Céu<br />

ou o inferno. 17<br />

44


No dia da formatura.<br />

Colégio São Luís, 1924<br />

45


Aos <strong>de</strong>zesseis anos,<br />

nas fotografias da<br />

carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

Eu via Nossa<br />

Senhora como<br />

Rainha <strong>de</strong> todo<br />

esse setor do<br />

universo chamado<br />

pureza; <strong>de</strong> tudo<br />

aquilo que é puro<br />

a qualquer título,<br />

sobretudo quando<br />

se trata da alma<br />

h<strong>um</strong>ana. Ou seja,<br />

Ela possuía essa<br />

virtu<strong>de</strong> n<strong>um</strong> grau<br />

tão supereminente,<br />

que todas as purezas<br />

existentes não eram<br />

senão participações<br />

e corolários da<br />

pureza d’Ela. 18<br />

46


47


Em setembro<br />

<strong>de</strong> 1928,<br />

encontrei o<br />

Congresso<br />

da Mocida<strong>de</strong><br />

Católica, no<br />

qual conheci<br />

<strong>um</strong> mundo<br />

<strong>de</strong> rapazes<br />

católicos e puros.<br />

Então, começou<br />

a Contra-<br />

Revolução. 19<br />

Na Congregação<br />

Mariana<br />

48


L embro-me <strong>de</strong> mim mesmo,<br />

rezando diante da imagem <strong>de</strong><br />

Maria Auxiliadora e fazendo a<br />

seguinte reflexão: “De agora em<br />

diante, avançarei com facilida<strong>de</strong>, à<br />

maneira do voo garboso e reto <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

águia! Nossa Senhora está contente<br />

comigo e galguei os montes, do alto<br />

dos quais as águias voam”. 20<br />

49


Pouco tempo<br />

<strong>de</strong>pois, tive<br />

seis meses <strong>de</strong><br />

provação! A<br />

tempesta<strong>de</strong> que<br />

veio por cima<br />

<strong>de</strong> mim era<br />

furibunda. 21<br />

Membro da<br />

Congregação Mariana<br />

<strong>de</strong> Santa Cecília<br />

50


51


A águia, em vez<br />

<strong>de</strong> voar, entrou<br />

na chuva <strong>de</strong><br />

lodo tenebrosa,<br />

e então começou<br />

a rezar. Eu rezei<br />

tanto nesse<br />

tempo, que não<br />

havia <strong>um</strong> minuto<br />

livre em que não<br />

o fizesse. 22<br />

Na Congregação<br />

Mariana<br />

52


53


Quando a<br />

provação me<br />

sacudiu o<br />

quanto foi<br />

necessário,<br />

a consolação<br />

começou. 23<br />

Na Linha <strong>de</strong> Tiro da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito,<br />

em 1929<br />

54


55


A final, raia<br />

<strong>um</strong>a aurora!<br />

Compreendi<br />

então que,<br />

no meio da<br />

tempesta<strong>de</strong>,<br />

a águia tinha<br />

feito muito<br />

mais do que<br />

<strong>um</strong> voo para<br />

montes mais<br />

altos: ela<br />

havia batido<br />

com as asas<br />

n<strong>um</strong>a franja<br />

do Céu. 24<br />

Na Gruta da Imprensa,<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em<br />

1930<br />

56


No jardim da Aclimação,<br />

em São Paulo<br />

57


Então, começou<br />

para mim <strong>um</strong><br />

Paraíso na Terra.<br />

Eu, que me havia<br />

sentido quase no<br />

inferno, estava,<br />

<strong>de</strong> certo modo,<br />

no Céu! 25<br />

No pátio da<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito,<br />

em São Paulo<br />

58


No dia da formatura, na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />

59


60<br />

Meu nome<br />

era a própria<br />

representação,<br />

mais direta, mais<br />

contun<strong>de</strong>nte e<br />

mais pontuda<br />

<strong>de</strong> algo que, no<br />

fundo, era a<br />

integrida<strong>de</strong> da<br />

Fé e do amor a<br />

Deus. 26


Lí<strong>de</strong>r da mocida<strong>de</strong><br />

católica no Brasil<br />

61


Na fundação da Liga<br />

Eleitoral Católica,<br />

em 1932<br />

Quando apareceu<br />

a força católica<br />

eleitoral,<br />

a Igreja<br />

entrou para<br />

o centro dos<br />

acontecimentos.<br />

Mudou a<br />

fisionomia do<br />

Brasil. 28<br />

Na Fe<strong>de</strong>ração<br />

das Congregaões<br />

Marianas, em 1932<br />

62


Em Botucatu (SP),<br />

no ano <strong>de</strong> 1932<br />

Em 1933<br />

63


24 anos,<br />

o <strong>de</strong>putado mais<br />

votado do Brasil.<br />

Portanto, com<br />

toda a<br />

publicida<strong>de</strong><br />

colocada sobre<br />

mim, n<strong>um</strong>a<br />

espécie <strong>de</strong><br />

celebrida<strong>de</strong>. E<br />

com <strong>um</strong>a carreira<br />

in<strong>de</strong>finida à<br />

minha frente. 27<br />

Na Congregação<br />

Mariana<br />

64


Deputado fe<strong>de</strong>ral, em 1934<br />

65


A vitória da<br />

Igreja, no que<br />

tocava a mim,<br />

consistia em que<br />

eu não consentisse<br />

em nenh<strong>um</strong><br />

movimento <strong>de</strong><br />

vaida<strong>de</strong>, por menor<br />

que fosse, e estivesse<br />

pronto a entregar<br />

meu cargo em<br />

qualquer momento;<br />

renunciar à minha<br />

carreira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

a Causa Católica o<br />

exigisse. 29<br />

Na Bancada<br />

Paulista, durante a<br />

Constituinte <strong>de</strong> 1934<br />

66


67


Se o apóstolo<br />

tem amorpróprio<br />

e<br />

<strong>de</strong>seja fazer<br />

<strong>um</strong>a carreira,<br />

sem visar<br />

exclusivamente<br />

o serviço da<br />

Igreja, ele<br />

enterra a<br />

Causa que<br />

vai servir. 30<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

em 1934<br />

68


Com os redatores do jornal<br />

“O Legionário”, em 1934<br />

69


70<br />

Eu <strong>de</strong>via fazer<br />

<strong>um</strong> enorme<br />

apostolado, e<br />

essa missão<br />

trazia consigo,<br />

em germe,<br />

<strong>um</strong>a bênção e<br />

<strong>um</strong>a maldição.<br />

Bênção, se eu<br />

fosse inteiramente<br />

<strong>de</strong>sapegado;<br />

maldição se me<br />

apegasse a algo. 31


Durante o mandato<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>putado<br />

71


A minha<br />

preparação<br />

para ser<br />

<strong>de</strong>putado foi<br />

essa batalha:<br />

conservar<br />

o <strong>de</strong>sapego<br />

interior. 32<br />

Em conversa<br />

com amigos da<br />

Congregação Mariana<br />

72


Durante o mandato<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>putado<br />

73


Eu era<br />

a ban<strong>de</strong>ira<br />

e o brio dos<br />

católicos!<br />

33<br />

“<br />

74


Durante o mandato<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>putado<br />

75


Índice<br />

Plinio, com alguns meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>....................................................12<br />

Aos dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>......................................................................13<br />

Aos quatro ou cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>...................................................14<br />

Em Paris, no ano <strong>de</strong> 1912................................................................17<br />

Aos quatro ou cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>...................................................18<br />

No litoral paulista..............................................................................18<br />

Com traje <strong>de</strong> passeio..........................................................................19<br />

No carnaval, fantasiado <strong>de</strong> trovador.................................................24<br />

No carnaval <strong>de</strong> 1917, com traje <strong>de</strong> marajá......................................26<br />

No dia da Primeira Comunhão, 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1917...........28<br />

Durante <strong>um</strong>a temporada em Águas da Prata (SP)........................... 31<br />

Aos <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>........................................................................33<br />

No carnaval <strong>de</strong> 1918, com fantasia <strong>de</strong> mago...................................34<br />

Aos <strong>de</strong>z ou onze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>..........................................................35<br />

No Colégio São Luís, em 1921........................................................37<br />

Na Congregação Mariana do Colégio São Luís, em 1921.............38<br />

Na praia <strong>de</strong> José Menino, em Santos (SP)........................................ 41<br />

Com fantasia <strong>de</strong> espanhol, em Águas da Prata, por ocasião do carnaval<br />

<strong>de</strong> 1922.........................................................................................43<br />

77


Aos treze ou quatorze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.................................................44<br />

No dia da formatura. Colégio São Luís, 1924................................45<br />

Aos <strong>de</strong>zesseis anos, nas fotografias da carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.........46<br />

Membro da Congregação Mariana <strong>de</strong> Santa Cecília....................... 50<br />

Na Linha <strong>de</strong> Tiro da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito, em 1929....................54<br />

Na Gruta da Imprensa, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1930......................56<br />

No jardim da Aclimação, em São Paulo...........................................57<br />

No pátio da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito, em São Paulo............................58<br />

No dia da formatura, na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito................................59<br />

Lí<strong>de</strong>r da mocida<strong>de</strong> católica no Brasil............................................... 61<br />

Na fundação da Liga Eleitoral Católica, em 1932.........................62<br />

Na Fe<strong>de</strong>ração das Congregaões Marianas, em 1932......................62<br />

Em Botucatu (SP), no ano <strong>de</strong> 1932................................................63<br />

Deputado fe<strong>de</strong>ral, em 1934.............................................................65<br />

Na Bancada Paulista, durante a Constituinte <strong>de</strong> 1934..................66<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1934...........................................................68<br />

Com os redatores do jornal “O Legionário”, em 1934..................69<br />

Durante o mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado...................................................... 71<br />

Em conversa, com amigos da Congregação Mariana......................72<br />

Durante o mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado......................................................73<br />

78


Notas<br />

1. Notas Autobiográficas I, p.<br />

63.<br />

2. I<strong>de</strong>m, p. 220.<br />

3. I<strong>de</strong>m, p. 217.<br />

4. I<strong>de</strong>m, p. 222.<br />

5. I<strong>de</strong>m, p. 461.<br />

6. I<strong>de</strong>m, p. 647.<br />

7. I<strong>de</strong>m, p. 457.<br />

8. I<strong>de</strong>m, p. 464.<br />

9. I<strong>de</strong>m, p. 464.<br />

10. I<strong>de</strong>m, p. 625.<br />

11. I<strong>de</strong>m, p. 634.<br />

12. Notas Autobiográficas II,<br />

p. 39.<br />

13. I<strong>de</strong>m, p. 40 e 41.<br />

14. I<strong>de</strong>m, p. 545.<br />

15. Conversa, 7/6/1986;<br />

Conferência, 21/6/1986.<br />

16. Conversa, 31/3/1990.<br />

17. Conferência, 20/2/1982;<br />

Conversa, 23/11/1983;<br />

Conferência, 5/3/1983.<br />

18. ESM, 27/6/1973.<br />

19. Conferência, 13/8/1988.<br />

20. Conversa, 26/6/1986.<br />

21. Conversa, 2/11/1989.<br />

22. Conversa, 26/6/1986.<br />

23. I<strong>de</strong>m.<br />

24. I<strong>de</strong>m.<br />

25. Conversa, 2/11/1989.<br />

26. Conversa, 15/8/1982.<br />

27. Conferência, 22/6/1973.<br />

28. I<strong>de</strong>m.<br />

29. I<strong>de</strong>m.<br />

30. I<strong>de</strong>m.<br />

31. I<strong>de</strong>m.<br />

32. I<strong>de</strong>m.<br />

33. Conversa, 15/8/1982.<br />

79


O“<br />

olho é a luz do corpo. Se teu olho é são,<br />

todo o teu corpo será il<strong>um</strong>inado” (Mt<br />

6,22). São os olhos a janela da alma, e<br />

o <strong>olhar</strong>, a alma da fisionomia. Eles dizem<br />

tudo, falam por si. Por eles melhor se conhece<br />

<strong>um</strong>a pessoa, e é também por eles que melhor o homem<br />

se comunica. Quando faltam as palavras, fala<br />

o <strong>olhar</strong>... E isso basta!<br />

Na presente coleção “<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> <strong>olhar</strong>”, po<strong>de</strong>remos acompanhar a história <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a alma que procurou ser fiel à sua inocência batismal,<br />

sem <strong>de</strong>fecção ao longo dos anos, n<strong>um</strong>a busca<br />

constante da prática do amor a Deus em todas as<br />

coisas.<br />

Des<strong>de</strong> os primeiros lampejos do uso da razão,<br />

embalado por sua extremosa mãe, Da. Lucilia, foi<br />

o pequeno Plinio abrindo os olhos para a realida<strong>de</strong><br />

da vida, tantas vezes ingrata, sempre à procura<br />

do mais elevado, mais nobre e mais puro. Até amadurecer<br />

em seu espírito a noção da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar em prol da Igreja e da Civilização Cristã.<br />

A essa verda<strong>de</strong>ira cruzada consagrou ele toda a<br />

sua existência, procurando em tudo a maior glória<br />

<strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong> sua Mãe Santíssima.

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