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A crônica do escritor Moacyr Luz desfila no patamar de suas<br />
composições. Escreve seus textos com a mesma facilidade que<br />
compôs com seus parceiros Aldir Blanc, Nei Lopes, Hermínio Bello<br />
de Carvalho, Paulo César Pinheiro, Toninho Geraes, Luiz Carlos da<br />
Vila, muitos deles personagens de suas crônicas que perfilam ao<br />
lado, sem hierarquia e constrangimento, de biriteiros de plantão,<br />
garçons de borboleta e taxistas. Moacyr gosta tanto do pagode que<br />
fez nove crônicas novinhas em folha para este livro: “Rua Almirante<br />
Alexandrino”, “Rua Barata Ribeiro”, “Rua Dias da Cruz”, “Rua do<br />
Matoso”, “Rua do Senado”, “Rua Torres Homem”, “Rua Uruguaiana”,<br />
“Rua Viveiros de Castro” e “Aterro do Flamengo”. Rubem Braga, o<br />
capitão do nosso time de cronistas, agradece a preferência e nós<br />
também.<br />
Moacyr Luz sabe que o Rio é uma crônica inacabada, que o carioca<br />
está sempre se reinventando, largando mão do pensamento “antiquário”,<br />
sebastianista, proferido por intelectuais e uns e outros que<br />
adoram zuelar do presente. Paciência. É tipo, bicho, como fala Moa:<br />
o carioca “nada perturba. O trem aperta e sai um partido alto. A fila<br />
estanca e surge um cambista mais à frente”.<br />
Nos 60 anos de Moacyr Luz, comemorados no dia 5 de abril deste<br />
ano, é passada a hora de tiramos as flechas do peito de São Sebastião<br />
do Rio de Janeiro, bebericando um Aperol à moda do Moa.<br />
Saravá!<br />
andré diniz e diogo cunha, os organizadores do pagode.<br />
Laranjeiras, Rio de Janeiro, 2018.<br />
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