Revista Portal Virtual idPRESS, março 2018

o analista
CRÔNICAS E ARTIGOS QUE AJUDAM A ENTENDER
O MUNDO E O PAÍS MUITO ALÉM DO SIMULACRO POLÍTICO
município concede, para uma autarquia pública ou
para uma empresa privada, o direito de explorar o
serviço de tratamento de água e esgoto. Não vejo
como seja possível privatizar um aquífero. Uma
fábrica pode furar um poço e ter acesso à água, mas
o uso é regulamentado - no Estado de São Paulo,
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica".
Leia entrevista completa:
Trecho da entrevista
Revista Pesquisa da Fapesp: O Conselho
Mundial da Água não tem posições definidas?
O Conselho trabalha na linha do fórum, não
quer impor posições. Queremos motivar a classe
política para a importância da água, mas não temos
uma opinião em relação à concessão de serviços de
água e saneamento. Tanto público quanto privado
está ótimo, o importante é que seja eficiente.
Produzimos conhecimento na área de segurança
hídrica: damos exemplos de lugares do mundo que
fizeram um bom trabalho em aumentar a resiliência
às mudanças climáticas, temos publicações sobre
que tipos de financiamento podem ser usados para a
infraestrutura hídrica, disponíveis no site:
www.worldwatercouncil.org
DESSALINIZAÇÃO
O engenheiro químico Luís Augusto Martins
Ruotolo, professor, e o doutorando Rafael Linzmeyer
Zornitta, ambos do Laboratório de Tecnologias
Ambientais (Latea) da Universidade Federal de São
Carlos, Ufscar, chegaram a uma nova versão de filtro
de carvão ativado. Na inovação da UFSCar, o carvão
foi preparado aquecendo-se um polímero condutor de
eletricidade, chamado de polianilina, a 800 graus
Celsius (°C). O resultado foi um eletrodo rico em
carbono. Os pesquisadores inseriram dois desses
eletrodos em uma célula eletroquímica composta por
placas de acrílico e borrachas de vedação e
conseguiram, ao ativarem uma corrente elétrica,
separar o sal da água de forma, relativamente,
simples. Os resultados motivaram uma nova corrida
pelo dessalinizador perfeito. A inovação dos
pesquisadores da UFSCar tornou os carvões ativados
mais eficientes e com melhor capacidade de retenção
de moléculas. O estudo já tem amparo do Instituto
Leibniz de Novos Materiais, na Alemanha.
A dessalinização da água é forma mais
provável de garantir o abastecimento nos séculos
futuros. Hoje, estima-se que a quantidade de água
dessalinizada em todo o mundo seja de 100 milhões de
metros cúbicos por dia, o equivalente a 20 vezes a
vazão média do Rio Tâmisa, de Londres. Existem 19
mil instalações que retiram o sal da água em países
como Israel, Arábia Saudita, Cingapura, Austrália,
Espanha e China. Cerca de 400 milhões de pessoas são
abastecidas desta forma. Contudo, os
custos e as tecnologias são ainda impeditivos
para a massificação da técnica (o
custo da dessalinizada pode chegar até a
15 vezes mais que o da água doce
disponível).
Para interessados: Ouça aqui o
podcast com Luís Augusto Martins
Ruotolo
Revista Pesquisa FAPESP
Podcast: Luís Augusto Martins Ruotolo
00:00 / 08:54
Apresentação: Fabrício Marques
Produção e roteiro: Sarah Caravieri
Gravação e montagem: Dagoberto Alves
(Rádio USP)
Leia matéria
completa:
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