Jornal Cocamar Maio 2018
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MERCADO<br />
Conflito EUA-China e<br />
alta do petróleo preocupam<br />
Segundo José Roberto Mendonça de Barros, agronegócio brasileiro pode passar a exportar<br />
mais grãos para os chineses, mas não vai escapar de uma possível alta de custos<br />
Em videoconferência<br />
promovida a cada dois<br />
meses com conselheiros<br />
da <strong>Cocamar</strong>, para<br />
uma atualização sobre as tendências<br />
da economia do país e<br />
também do cenário internacional,<br />
o economista José Roberto<br />
Mendonça de Barros disse<br />
no dia 20/4 haver preocupações<br />
em relação ao futuro próximo.<br />
Falando inicialmente sobre o<br />
plano externo, Barros, diretor<br />
da MB Associados, de São Paulo,<br />
pontuou: as economias dos<br />
principais países vêm passando<br />
por um período de crescimento,<br />
mas há indicativos de<br />
que isto não será sustentável.<br />
MUDANÇA - Além das recentes<br />
divergências comerciais entre<br />
Estados Unidos e China, que<br />
sacudiram as relações entre os<br />
dois países, com desdobramentos<br />
em todo o mundo, os<br />
preços do petróleo vêm subindo<br />
seguidamente, como<br />
efeito da retenção promovida<br />
pela Arábia Saudita, com apoio<br />
da Rússia e da Organização dos<br />
Países Produtores de Petróleo<br />
(Opep).<br />
“Acreditamos que em algum<br />
momento a economia internacional<br />
vai mudar para pior”,<br />
disse Barros, referindo-se em<br />
especial aos Estados Unidos,<br />
onde a reforma tributária e a<br />
elevação dos gastos do governo<br />
podem pressionar a inflação,<br />
elevar os juros e valorizar<br />
o dólar. Quanto a China, o<br />
país vai bem, ressaltou o economista,<br />
explicando que o governo<br />
tem defendido o mercado<br />
livre e desfechado uma<br />
ampla campanha para combater<br />
a poluição. Nos próximos<br />
anos o país, que caminha para<br />
uma ditadura completa, deve<br />
manter o seu crescimento.<br />
BRASIL - Como a agricultura<br />
brasileira pode tirar proveito<br />
disso? Na opinião de Barros, a<br />
China tende a retaliar os EUA e<br />
comprar mais grãos do Brasil,<br />
embora já se saiba que o país<br />
asiático mantém a velha política<br />
de nunca apostar tudo em<br />
um único parceiro.<br />
Quanto a economia brasileira,<br />
ele comentou não haver registros<br />
de dois anos seguidos de<br />
inflação ao redor de 3% (índice<br />
do ano passado e a perspectiva<br />
para <strong>2018</strong>). “Pelo<br />
menos algo de bom está<br />
acontecendo”, disse, lembrando<br />
que a agricultura contribui<br />
para isso face a queda<br />
dos preços dos alimentos. Em<br />
contrapartida, houve uma<br />
ruptura regional, com Estados<br />
cujas economias não se recuperam,<br />
caso do Rio de Janeiro,<br />
do Nordeste e de uma parte<br />
de Minas Gerais.<br />
Por fim, na América Latina,<br />
citou que os fatos de mais relevância<br />
têm sido o crescimento<br />
observado em todos os<br />
países do Mercosul e a forte<br />
quebra da safra de soja na Argentina,<br />
fato este que deu sustentação<br />
aos preços internacionais<br />
da commodity.<br />
Agricultura<br />
continua dando<br />
sustentação à<br />
economia<br />
brasileira<br />
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