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Jornal Paraná Novembro 2018

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OPINIÃO<br />

Estratégia para o açúcar e o etanol<br />

Nosso programa é único, robusto e flexível; é hora de internacionalizá-lo criando um "círculo<br />

virtuoso" no qual os países direcionem o seu excedente de cana para produzir álcool<br />

MARCOS SAWAYA JANK (*)<br />

OBrasil perdeu a posição<br />

de maior produtor<br />

mundial de açúcar<br />

para a Índia, que neste<br />

ano vai produzir 35 milhões<br />

de toneladas, contra 30 milhões<br />

de toneladas do Brasil. Logo<br />

atrás do Brasil vem a Tailândia<br />

com produção de 15 milhões e<br />

exportações de 13 milhões.<br />

Até 2010 navegamos solitários<br />

e imbatíveis no mercado mundial<br />

de açúcar, graças aos ganhos<br />

de produtividade ocorridos<br />

após a desregulamentação<br />

do setor nos anos 1990, à<br />

existência de forte demanda no<br />

mundo e à introdução da frota<br />

de veículos flex-fuel no Brasil<br />

em 2003. O etanol consome 50<br />

a 60% da cana produzida.<br />

Mas nuvens negras foram se<br />

acumulando no horizonte deste<br />

setor. A primeira foi a política inconsequente<br />

de congelamento<br />

dos preços dos derivados de<br />

petróleo no Brasil, que destruiu<br />

a rentabilidade da Petrobras e<br />

dos produtores de etanol. Felizmente<br />

essa política nefasta foi<br />

desmontada no governo Temer.<br />

A segunda, mais sutil, é que a<br />

crise gerada pela falta de investimentos<br />

no setor a partir de<br />

2010, que incentivou concorrentes<br />

a expandirem a sua produção.<br />

Até 2000, a produtividade<br />

de açúcar por hectare da<br />

Tailândia e do norte da Índia<br />

(em Uttar Pradesh, principal estado<br />

produtor) era cerca de metade<br />

da alcançada pelo Brasil.<br />

Hoje ela quase se iguala à<br />

nossa.<br />

Enquanto ficamos esperando<br />

uma política pública decente<br />

para o etanol, que ainda não se<br />

materializou, nossos principais<br />

concorrentes nos alcançaram<br />

na produtividade da cana e na<br />

beterraba açucareira.<br />

Ocorre que esses países concederam<br />

pesados subsídios e<br />

proteções aos seus produtores,<br />

como a fixação de preços garantidos<br />

para a cana-de-açúcar,<br />

elevadas tarifas de importação,<br />

incentivos para conversão de<br />

terras para cana e pesados<br />

subsídios para insumos, crédito,<br />

fretes e exportações.<br />

Isso criou um "círculo vicioso"<br />

em que altos preços fixos de<br />

cana geram excedentes de<br />

açúcar, que são jogados no<br />

mercado mundial com o apoio<br />

dos Estados, derrubando os<br />

preços internacionais e gerando<br />

pressão por mais protecionismo.<br />

O drama do setor sucroenergético<br />

brasileiro é que o etanol<br />

perdeu competitividade para a<br />

Enquanto ficamos esperando<br />

uma política pública decente<br />

para o etanol, que ainda não se<br />

materializou, nossos principais<br />

concorrentes nos alcançaram<br />

em produtividade.<br />

gasolina entre 2008 e 2017 e<br />

agora o açúcar perde mercado<br />

com a expansão acelerada da<br />

cana e da beterraba no mundo,<br />

turbinada por vários governos.<br />

A solução seria criar um "círculo<br />

virtuoso" no qual os países<br />

direcionassem o seu excedente<br />

de cana-de-açúcar para produzir<br />

etanol, em vez de açúcar, seguindo<br />

a experiência brasileira.<br />

China, Índia e Tailândia fixaram<br />

metas de misturar 10% de etanol<br />

na sua gasolina, mas jamais<br />

criaram os instrumentos para<br />

cumpri-las. Se o fizessem, poderiam<br />

consumir 26 bilhões de<br />

litros de etanol por ano até o fim<br />

desta década, reduzindo a sua<br />

dependência por petróleo e as<br />

emissões de gases de efeito estufa,<br />

melhorando a qualidade do<br />

ar e gerando renda e emprego<br />

nos países. Nesse último mês,<br />

o governo da Índia sabiamente<br />

adotou diversas medidas nessa<br />

direção.<br />

Sempre poderemos recorrer à<br />

OMC (Organização Mundial do<br />

Comércio) para questionar subsídios<br />

e proteções que não respeitam<br />

as regras multilaterais de<br />

comércio, mas os processos<br />

levam anos para serem concluídos<br />

e o resultado é incerto, e<br />

nem sempre aplicado.<br />

Temos uma rica experiência<br />

para transmitir a esses países<br />

em termos de flexibilidade de<br />

conversão da cana (em açúcar<br />

ou etanol), mandatos obrigatórios<br />

de mistura de etanol na gasolina<br />

(hoje fixado em 27% no<br />

Brasil) e de carros flex que dão<br />

ao consumidor a opção de<br />

abastecer com gasolina ou etanol.<br />

Nosso programa de etanol é<br />

único, robusto e flexível. É hora<br />

de internacionalizar essa experiência<br />

na Ásia, ajudando os<br />

nossos concorrentes a encontrarem<br />

uma saída virtuosa para<br />

resolver o principal fator que<br />

hoje destrói a rentabilidade global<br />

do setor açucareiro<br />

(*) Marcos Sawaya Jank é especialista<br />

em questões globais<br />

do agronegócio, trabalha<br />

em Singapura. É livre-docente<br />

em engenharia agronômica<br />

pela USP<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA <strong>2018</strong>/19<br />

Mais etanol, menos açúcar<br />

<strong>Paraná</strong> inverte seu mix de produção<br />

na indústria. E no campo, chuvas<br />

reduzem ritmo de colheita levando<br />

usinas a reprogramarem fim de safra<br />

Marly Aires<br />

Historicamente, o <strong>Paraná</strong><br />

tem se caracterizado<br />

pela produção<br />

e exportação de<br />

açúcar, com suas usinas concentrando<br />

o mix mais açucareiro<br />

em seu processo industrial.<br />

Mesmo em outros momentos<br />

difíceis para o mercado<br />

mundial da commodity,<br />

em que boa parte das usinas<br />

brasileiras voltaram seu foco<br />

para a produção de etanol, o<br />

Estado manteve seu mix de<br />

produção mais açucareiro.<br />

Este ano, entretanto, houve<br />

uma inversão neste cenário.<br />

Com os preços do açúcar em<br />

queda no mercado internacional<br />

e previsões de mais um<br />

ano de superávit mundial de<br />

produção, e diante de um cenário<br />

mais favorável para o<br />

etanol no mercado interno,<br />

ante a alta do dólar e do petróleo,<br />

aliado à política de reajustes<br />

da Petrobras, as usinas do<br />

<strong>Paraná</strong> concentraram sua<br />

atenção na produção de etanol<br />

este ano.<br />

Segundo o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, o mix de<br />

produção que, há mais de 10<br />

anos, era de 60% da matéria<br />

prima para a produção de açúcar<br />

e 40% para etanol, este<br />

ano tem ficado em 55% para<br />

etanol e 45% para açúcar. A<br />

produção recorde de etanol no<br />

Estado foi na safra 2008/09,<br />

quando atingiu os 2,052 bilhões<br />

de litros de etanol. E o<br />

mix de produção foi de<br />

58,29% de etanol e o restante<br />

de açúcar.<br />

Chuva atrasa colheita<br />

“Tem usina que não acreditava<br />

que poderia produzir tanto etanol.<br />

Trabalharam no limite máximo<br />

de sua capacidade alcooleira”,<br />

afirmou Tranin, ressaltando<br />

que os vários anos de<br />

forte crise econômica pela<br />

qual passa o setor sucroenergético<br />

pesaram nesta inversão<br />

de cenário.<br />

No final do ano passado, período<br />

em que normalmente as<br />

usinas fazem sua opção pela<br />

fixação de preços do açúcar<br />

no mercado da commodity, os<br />

valores estavam em queda,<br />

contrapondo-se a uma remuneração<br />

mais positiva ao etanol,<br />

o que permitiria recuperar<br />

parte do prejuízo. “Isso fez<br />

com que as usinas do <strong>Paraná</strong>,<br />

que normalmente fixam o<br />

preço de 80% da produção de<br />

açúcar no período, fixassem<br />

um volume bem menor a espera<br />

de uma recuperação do<br />

mercado, que acabou não<br />

acontecendo”, comentou Tranin.<br />

Cerca de 55% da<br />

matéria prima tem<br />

sido destinada para<br />

a produção de álcool<br />

Da mesma forma que na indústria,<br />

no campo, com as<br />

chuvas que não deram trégua<br />

no <strong>Paraná</strong>, houve também<br />

uma inversão de cenário.<br />

A colheita, apesar de<br />

começar mais tarde do que<br />

nos anos anteriores, vinha<br />

em ritmo acelerado, por causa<br />

de uma sequência de estiagens<br />

este ano. Isso levou<br />

muitas usinas a se programarem<br />

para encerrar a safra<br />

já em meados de novembro.<br />

Com as chuvas incessantes,<br />

a colheita já sofreu<br />

atrasos, com as usinas se<br />

reprogramando para terminarem<br />

a safra dentro do período<br />

normal.<br />

Depois de ficar com mais<br />

de 30,8% da safra a frente<br />

do ano anterior, no acumulado<br />

do final do primeiro semestre<br />

de <strong>2018</strong>, três quinzenas<br />

seguidas com muita<br />

chuva inverteu o cenário.<br />

Até o dia 30 de junho, o <strong>Paraná</strong><br />

tinha esmagado<br />

13,566 milhões de toneladas<br />

no acumulado, comparando<br />

com as 10,373 milhões<br />

de toneladas registradas<br />

no mesmo período do<br />

ano safra 2017/18.<br />

Com 76,4% colhidos do<br />

total esperado (36.762.900)<br />

para a safra <strong>2018</strong>/19, até o<br />

dia 15/10, foram esmagadas<br />

28,078 milhões de toneladas<br />

de cana-de-açúcar,<br />

5,5% a menos que as<br />

29,726 milhões de toneladas<br />

registradas no mesmo<br />

período do ano safra 2017/<br />

18, mostrando o atraso da<br />

colheita este ano em relação<br />

ao anterior.<br />

Chama a atenção também o<br />

volume de produção de etanol<br />

hidratado que, apesar do<br />

atraso na moagem da safra<br />

na comparação, está 72,2%<br />

a frente do volume produzido<br />

no ano passado no período,<br />

acumulando 851,7<br />

milhões de litros contra<br />

494,4 milhões. Por conta da<br />

inversão do mix de produção,<br />

a Alcopar já reviu o volume<br />

total de etanol hidratado<br />

para a safra passando<br />

de 759,3 milhões, previstos<br />

inicialmente, para 1,075 bilhão<br />

de litros.<br />

Já de etanol total foram industrializados<br />

1,296 bilhão<br />

de litros, 33,2% a mais que<br />

os 972,8 milhões produzidos<br />

no ano passado no período.<br />

O volume total esperado<br />

também foi revisto de<br />

1,336 bilhão para 1,607 bilhão.<br />

No caso do etanol anidro,<br />

os números esperados<br />

para a safra foram revisados<br />

para baixo, passando<br />

de 576,2 milhões de litros<br />

para 532,6 milhões. Até a<br />

primeira quinzena de outubro<br />

foram produzidos 444,5<br />

milhões de litros, 7,1% a<br />

menos que no ano anterior,<br />

478,3 milhões de litros.<br />

Quanto à produção de açúcar,<br />

já se prevê uma redução<br />

no volume total na safra<br />

de 2,589 milhões de toneladas<br />

para 2,151 milhões na<br />

safra. Até a primeira quinzena<br />

de outubro foram processadas<br />

1,685 milhão de<br />

toneladas, 29,7% a menos<br />

que as 2,399 milhões de toneladas<br />

do mesmo período<br />

na safra passada.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


AUTOMÓVEIS<br />

<strong>Paraná</strong> investe em inovação<br />

Sistema Fiep inaugura o Centro<br />

de Tecnologia de Veículos Híbridos<br />

e Elétricos para desenvolver<br />

projetos de tecnologia e<br />

capacitação profissional<br />

inovação e capacitação profissional.<br />

Foram investidos recursos<br />

em tecnologia de ponta,<br />

que serão voltados para atuação<br />

no desenvolvimento de baterias,<br />

utilizando simuladores e<br />

sistemas de dados veiculares<br />

on road.<br />

cas de startups, com foco em<br />

cidades inteligentes, direcionando<br />

o viés tecnológico industrial<br />

nas áreas de robótica, automação<br />

e desenvolvimento de<br />

sistemas embarcados para<br />

acelerar o desenvolvimento tecnológico<br />

de indústrias.<br />

Imagine um carro sem ruídos,<br />

que não emite poluentes<br />

e mais leve, por ter menos<br />

peças no motor. Os veículos<br />

híbridos e carros elétricos inspiram<br />

tanta confiança, que vários<br />

países já definiram prazos para<br />

montadoras deixarem de vender<br />

carros com motores convencionais.<br />

O Sistema Fiep, alinhado<br />

com as demandas mundiais e<br />

com objetivo de desenvolver<br />

novas tecnologias e acelerar a<br />

modernização no país, inaugurou<br />

no Campus da Indústria em<br />

Curitiba, no <strong>Paraná</strong>, no início de<br />

outubro, o primeiro Centro de<br />

Tecnologia de Veículos Híbridos<br />

e Elétricos do Brasil.<br />

O evento, organizado pelo Senai<br />

no <strong>Paraná</strong>, com apoio do<br />

BNDES, contou com exposição<br />

de carros e a presença dos<br />

principais players nacionais em<br />

eletromobilidade e representantes<br />

de grandes montadoras.<br />

Realizado durante o Encontro<br />

de Inovação em Eletromobilidade,<br />

também teve painéis e<br />

palestras para discutir o tema e<br />

promover engajamento.<br />

Com uma infraestrutura inédita<br />

e laboratórios exclusivos, o novo<br />

Centro de Tecnologia vai<br />

contar com oito laboratórios<br />

modernos, equipados com máquinas<br />

de última geração, Espaço<br />

Maker e 13 salas de aulas<br />

teóricas para formação, que<br />

possibilitarão o desenvolvimento<br />

de projetos de tecnologia,<br />

O novo complexo ainda conta<br />

com conectividade por meio da<br />

Internet das Coisas, sistemas<br />

de comunicação V2X e redes<br />

em geral; Aprofundamento em<br />

sistemas de energia, em parceria<br />

com o Instituto Senai de Inovação<br />

em Eletroquímica e com<br />

as Faculdades da Indústria, nos<br />

temas de Smart Grid (rede elétrica<br />

inteligente); Infraestruturas<br />

de eletropostos e sistemas de<br />

geração de energias renováveis;<br />

e Desenvolvimento de<br />

Smart Cities, junto com a Aceleradora,<br />

em chamadas temáti-<br />

“Nossa missão é inserir a indústria<br />

nacional nesse cenário,<br />

seguindo o programa Rota<br />

2030, estimulando a comercialização<br />

de novas tecnologias no<br />

mercado nacional e desenvolvendo<br />

soluções inovadoras, a<br />

partir de vocações nacionais,<br />

como a composição do elétrico<br />

com o etanol. A atuação na formação<br />

de pessoas também é<br />

estratégica, e ofertaremos cursos<br />

do nível técnico, graduação<br />

e pós”, explica o gerente de<br />

Tecnologia e Inovação do Sistema<br />

Fiep, Felipe Couto.<br />

4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


PALESTRA<br />

Auditor do Ministério do<br />

Trabalho fala sobre segurança<br />

Em debate as diferenças do PPRA,<br />

LTCAT, Laudo de Insalubridade<br />

e de Periculosidade<br />

No último dia 9 de outubro<br />

foi realizada na<br />

sede da Alcopar, em<br />

Maringá, mais uma<br />

Reunião do Comitê de Segurança,<br />

Saúde do Trabalho e<br />

Meio Ambiente da Alcopar.<br />

Desta vez, os temas em debate<br />

foram as diferenças do PPRA<br />

(Programa de Prevenção de<br />

Riscos Ambientais), LTCAT<br />

(Laudo Técnico das Condições<br />

Ambientais de Trabalho),<br />

Laudo de Insalubridade e<br />

Laudo de Periculosidade.<br />

“Há muita confusão sobre<br />

como é feito cada um e o seu<br />

objetivo”, afirmou Adam Fiori,<br />

auditor do Ministério Público<br />

do Trabalho em Maringá, especialista<br />

em Engenharia de<br />

Segurança do Trabalho, em<br />

Higiene Ocupacional e em Engenharia<br />

Ambiental, que esteve<br />

palestrando sobre o assunto.<br />

Participaram do evento gerentes<br />

de Recursos Humanos,<br />

do Jurídico e engenheiros de<br />

Segurança do Trabalho das<br />

usinas.<br />

Em sua palestra, Adam também<br />

deu orientação sobre o<br />

que a fiscalização do Ministério<br />

do Trabalho cobra das empresas<br />

e o que deve ser feito para<br />

evitar problemas, tirou dúvidas<br />

dos participantes e alertou sobre<br />

a necessidade de se contratar<br />

profissionais capacitados<br />

para elaborar a documentação<br />

e implantar os programas de<br />

prevenção exigidos pela legislação,<br />

evitando processos trabalhistas<br />

contra a empresa e<br />

futuros problemas, no caso de<br />

aposentadoria especial.<br />

Reunião foi dia 9 de outubro, na sede da Alcopar<br />

Adam destacou que o PPRA é<br />

um programa que deve nascer<br />

junto com a empresa e existir<br />

enquanto a empresa existir, trabalhando<br />

com a antecipação<br />

de riscos, o reconhecimento e<br />

avaliação destes e o devido<br />

controle. Já os Laudos de Insalubridade<br />

e de Periculosidade<br />

têm como objetivo apontar se<br />

o trabalhador tem direitos trabalhistas<br />

adicionais. Mas, ressaltou<br />

que somente o LTCAT –<br />

Laudo Técnico das Condições<br />

Ambientais de Trabalho é que<br />

comprova a efetiva exposição<br />

do segurado aos agentes nocivos<br />

e que assegura os direitos<br />

previdenciários para aposentadoria<br />

especial.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


SUSTENTÁVEL<br />

Crianças aprendem sobre preservação<br />

Cerca de 600 estudantes são<br />

estimulados pela BSBIOS a<br />

desenvolver a consciência<br />

ambiental com o Programa<br />

Sementinhas do Futuro<br />

Assessoria de Comunicação<br />

Apreservação e o respeito<br />

ao meio ambiente<br />

pautam o Programa<br />

Sementinhas<br />

do Futuro, desenvolvido pela<br />

BSBIOS. De 3 a 5 de outubro<br />

cerca de 600 estudantes, do<br />

quarto ano do ensino fundamental,<br />

de 12 escolas da rede<br />

pública e privada visitaram a<br />

unidade industrial da empresa,<br />

em Marialva/PR, assistiram<br />

palestras sobre a transformação<br />

do grão de soja e da gordura<br />

animal em biodiesel,<br />

energia renovável e ações de<br />

preservação da natureza, além<br />

da peça de teatro “O Sumiço<br />

da Consciência”, com o Grupo<br />

Ritornelo. Com o apoio da Secretaria<br />

Municipal de Educação<br />

de Marialva, também foram<br />

estimulados a desenvolver<br />

a consciência ambiental em<br />

uma atividade extraclasse.<br />

O Programa acontece em sua<br />

terceira edição em Marialva.<br />

“Acreditamos que as crianças<br />

são disseminadoras do conhecimento<br />

e, replicarão em suas<br />

casas, no seu dia-a-dia, as<br />

boas práticas de preservação<br />

ambiental,” destacou o diretor<br />

comercial da empresa, Leandro<br />

Zat. A afirmativa foi corroborada<br />

pelo presidente da companhia,<br />

Erasmo Carlos Battistella, que<br />

acrescentou que com orientação<br />

vamos ter adultos mais<br />

conscientes e responsáveis e,<br />

como resultado, um mundo<br />

mais limpo e acolhedor.<br />

A estudante Amanda Watanabe<br />

Macinelli, de 9 anos, do<br />

Colégio Anjos Custódio, contou<br />

que aprendeu muito sobre<br />

energias. “Aqui se faz um óleo<br />

limpo e, em Curitiba os ônibus<br />

usam biodiesel em 100%, e<br />

que os outros veículos usam o<br />

B10,” declarou ela contando<br />

que também gostou muito do<br />

teatro. O estudante Cauã Brito,<br />

de 9 anos, da Escola Municipal<br />

Guiti Sato, completou afirmando<br />

que a energia limpa é toda<br />

renovável e a energia suja não.<br />

“Hoje eu aprendi como se faz<br />

o biodiesel e, como ele é importante<br />

para o mundo.”<br />

Já a aluna Gabrielly Victória, de<br />

8 anos, da Escola Municipal<br />

Maria dos Santos Severino,<br />

destacou a importância de se<br />

reciclar e também de usar<br />

mais vezes os materiais antes<br />

de serem jogados fora. A professora<br />

Edilaine Alvarenga, da<br />

Escola Municipal Guiti Sato,<br />

destacou que o conteúdo apresentado<br />

reforça as atividades<br />

Alunos visitaram a empresa, assistiram palestras e uma peça de teatro<br />

que são trabalhadas em sala<br />

de aula. “Com a visita eles<br />

passam a se interessar mais<br />

sobre meio ambiente e a ter<br />

uma melhor consciência sobre<br />

as suas atitudes,” completou a<br />

professora que deposita as<br />

suas esperanças nos frutos<br />

que estão sendo plantados.<br />

O gerente geral da Unidade Marialva,<br />

Carlos Roberto Ferreira<br />

Júnior, destacou que observar<br />

o brilho nos olhos das crianças,<br />

a alegria quando interagem<br />

com o teatro educativo e a seriedade<br />

deles assistindo a palestra<br />

é comovente. “Uma semente<br />

está sendo plantada em<br />

cada criança, se essa semente<br />

vai germinar e dar frutos isso<br />

dependerá se ela será regada<br />

na família e na escola, mas<br />

com certeza a contribuição da<br />

BSBIOS é enorme. Se uma<br />

criança de cada turma que recebemos<br />

essa semana crescer<br />

e se desenvolver com a consciência<br />

para o meio ambiente,<br />

para o crescimento sustentável<br />

e para os valores que preservamos,<br />

já terá valido muito a pena,”<br />

relatou Carlos Júnior.<br />

BSBIOS apresenta Relatório de Sustentabilidade<br />

Com o compromisso de ser<br />

sustentável a BSBIOS lançou<br />

em meados de setembro o<br />

seu Relatório de Sustentabilidade<br />

2017. Pelo segundo<br />

ano consecutivo, a empresa<br />

apresentou as suas ações<br />

nas dimensões econômica,<br />

social, ambiental, de governança<br />

e ética, numa demonstração<br />

de transparência<br />

e responsabilidade com a<br />

prestação de contas à sociedade.<br />

O documento foi produzido<br />

de acordo com as diretrizes<br />

da Global Reporting<br />

Initiative - GRI, de forma engajadora,<br />

por meio de seus<br />

colaboradores, de stakeholders<br />

e da consultoria da Fundação<br />

Instituto de Pesquisas<br />

Econômicas - FIPE.<br />

O presidente da BSBIOS,<br />

Erasmo Carlos Battis-<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


tella, ressalta que com<br />

a publicação a Companhia renova<br />

seu compromisso com<br />

a gestão responsável. “Apresentamos<br />

a comunidade muito<br />

além de nossos números,<br />

expomos como é feita a nossa<br />

gestão, o nosso relacionamento<br />

com a comunidade e o<br />

nosso comprometimento<br />

com a ética e a transparência,”<br />

afirmou.<br />

girou em torno de R$ 1,4 bilhão,<br />

no período de 2010 a<br />

2015, gerando 1.116 empregos<br />

adicionais para o município<br />

em 2015”, destacou, ressaltando<br />

que também foi possível<br />

estimar que, no período<br />

de 2016 à <strong>2018</strong>, a contribuição<br />

ao PIB está sendo de R$<br />

7,3 bilhões para Passo Fundo<br />

e de R$ 1,7 bilhões para Marialva.<br />

O professor da FIPE, Doutor<br />

Ariaster Chimeli, destacou<br />

que também foi realizado um<br />

estudo para verificar a contribuição<br />

da empresa ao PIB de<br />

Passo Fundo/RS e Marialva/PR.<br />

“Verificamos que a<br />

BSBIOS contribuiu, de forma<br />

direta e indireta, para o PIB de<br />

Passo Fundo com um total de<br />

R$ 10,2 bilhões, no acumulado<br />

entre 2005 e 2015 e,<br />

com 15,6 mil empregos adicionais<br />

no ano de 2015.<br />

Já em Marialva a contribuição<br />

O prefeito de Passo Fundo,<br />

Luciano Azevedo, ressaltou o<br />

crescimento da empresa.<br />

“Raras empresas conseguiram<br />

fazer no Brasil, em um<br />

prazo muito curto de tempo,<br />

o que a BSBIOS fez, de promover<br />

a transformação completa<br />

de Passo Fundo e região,<br />

gerando mais desenvolvimento<br />

econômico e exercitando<br />

na prática a solidariedade,”<br />

pontuou Azevedo.<br />

Mantendo uma relação aberta<br />

e de desenvolvimento com as<br />

comunidades onde atua, a<br />

BSBIOS apoia e promove atividades<br />

socioambientais, culturais,<br />

educativas e esportivas,<br />

tendo investido em 2017<br />

mais de R$ 600 mil. A ONG<br />

Amor, que também é assistida<br />

pela Companhia, realizou<br />

durante o lançamento do Relatório<br />

uma apresentação de<br />

dança com as crianças da<br />

entidade.<br />

Documento aponta<br />

que o impacto do<br />

PIB superou os 22%<br />

em Passo Fundo e<br />

os 36% em Marialva<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


MEIO AMBIENTE<br />

Mais de 5 mil alunos no Semeando o Verde<br />

Realizado pela Usina Santa Terezinha, o projeto de educação ambiental<br />

promove atividades pedagógicas, culturais e plantio de árvores<br />

Assessoria de Comunicação<br />

Contribuir com o desenvolvimento<br />

da<br />

consciência ambiental<br />

é o objetivo do Semeando<br />

o Verde que, desde<br />

2012, leva a educação sustentável<br />

para dentro das escolas,<br />

abrangendo alunos da rede pública<br />

municipal de ensino. Em<br />

<strong>2018</strong>, o projeto beneficiou cerca<br />

de 5 mil estudantes dos 3º,<br />

4º e 5º anos de 31 escolas em<br />

13 municípios do <strong>Paraná</strong> e<br />

Mato Grosso do Sul. Durante o<br />

mês de setembro, alunos e<br />

professores se envolveram em<br />

atividades que englobaram palestras<br />

educativas, apresentações<br />

teatrais, passeios ecológicos,<br />

concursos culturais com<br />

premiação e plantio de mudas<br />

de árvores nativas e frutíferas.<br />

O projeto é realizado pela Usina<br />

Santa Terezinha em parceria<br />

com secretarias municipais de<br />

educação, IAP (Instituto Ambiental<br />

do <strong>Paraná</strong>) e Emater<br />

(Instituto Paranaense de Assistência<br />

Técnica e Extensão Rural)<br />

e conta com patrocínio da<br />

Arysta LifeScience.<br />

O Semeando o Verde comemora<br />

o Dia da Árvore (21 de<br />

setembro) e nasceu com o propósito<br />

de contribuir para a formação<br />

de uma sociedade<br />

ambientalmente responsável,<br />

colocando as futuras gerações<br />

como protagonistas de ações<br />

que ajudem a recuperar e a preservar<br />

o meio ambiente. Foram<br />

plantadas mais de 22 mil mudas<br />

de árvores produzidas em<br />

viveiros próprios da Usina<br />

Santa Terezinha no mês. O projeto<br />

envolve todas as unidades<br />

produtivas da empresa e é<br />

realizado com a participação<br />

de colaboradores e voluntários.<br />

A Escola Municipal Paulo Freire,<br />

de Tapejara/ PR, é uma das<br />

participantes do Semeando o<br />

Verde. Segundo a coordenadora<br />

pedagógica, Kelly Caetano,<br />

o projeto vem de encontro<br />

com o papel da escola de levar<br />

a educação ambiental para os<br />

alunos. “Os pequenos são o<br />

nosso futuro. Se a conscientização<br />

for trabalhada desde cedo,<br />

eles serão adultos melhores<br />

que poderão ajudar a família<br />

e a sociedade”.<br />

A Usina Santa Terezinha é uma<br />

empresa brasileira do setor sucroenergético,<br />

composta pelo<br />

corporativo e o terminal logístico<br />

- em Maringá, o terminal<br />

rodoferroviário em Paranaguá,<br />

e as onzes unidades produtivas<br />

em Iguatemi, Paranacity, Tapejara,<br />

Ivaté, Terra Rica, São<br />

Tomé, Cidade Gaúcha, Rondon,<br />

Umuarama e Moreira Sales -<br />

no <strong>Paraná</strong>, e Usina Rio <strong>Paraná</strong><br />

- no Mato Grosso do Sul. A<br />

empresa conta com mais de<br />

14 mil colaboradores nos setores<br />

agrícola, industrial e administrativo.<br />

Festa Anual das Árvores<br />

A primeira semente para o<br />

projeto foi plantada em<br />

2005, na Unidade Ivaté, com<br />

a realização do evento chamado<br />

Festa Anual das Árvores.<br />

A partir de 2012, passou<br />

a se chamar Semeando<br />

o Verde e foi disseminado<br />

para todas as unidades produtivas<br />

da Usina Santa Terezinha.<br />

Em sete anos de atividade, o<br />

Semeando o Verde já plantou<br />

mais de 200 mil mudas de<br />

árvores, contribuindo com a<br />

recuperação de áreas de reflorestamento<br />

e envolvendo<br />

mais de 30 mil crianças em<br />

ações educativas com temáticas<br />

ambientais.<br />

Neste ano, o Semeando o<br />

Verde foi certificado com o<br />

Selo ODS (Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável),<br />

concedido pelo Sesi (Serviço<br />

Social da Indústria) do <strong>Paraná</strong><br />

em reconhecimento a projetos<br />

que contribuem para o alcance<br />

das metas de sustentabilidade<br />

estipuladas pela<br />

ONU (Organização das Nações<br />

Unidas). O projeto também<br />

já havia sido reconhecido<br />

pelas edições 2012 a<br />

2015 do Selo ODM (Objetivos<br />

de Desenvolvimento do Milênio)<br />

e pela edição 2017 do<br />

Selo ODS.<br />

8<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


TECNOLOGIA<br />

Santa Terezinha faz estreia<br />

mundial de caminhão autônomo<br />

Os veículos da Volvo do Brasil contribuem para<br />

aumentar a produtividade e longevidade do<br />

canavial ao evitar o pisoteio da soqueira da cana<br />

AUsina Santa Terezinha, considerada<br />

a terceira maior exportadora<br />

de açúcar do Brasil,<br />

somando cerca de 1,6<br />

milhão de toneladas negociadas em<br />

20 países, é a primeira a trabalhar com<br />

os caminhões VM da Volvo do Brasil,<br />

o primeiro com tecnologia autônoma<br />

do mundo.<br />

A usina adquiriu sete unidades do modelo<br />

que ajuda a aumentar a produtividade<br />

da colheita da cana-de-açúcar ao<br />

não esmagar os brotos das próximas<br />

safras. Os VM autônomos, apresentados<br />

há pouco mais de um ano, foram<br />

desenvolvidos a partir de uma demanda<br />

do setor sucroenergético, que precisa<br />

de uma máquina capaz de evitar o<br />

pisoteio da soqueira da cana remanescente<br />

para as safras posteriores.<br />

Ao ter o trajeto a ser seguido determinado<br />

com exatidão, com uma precisão<br />

de 2,5 cm, margem impossível de ser<br />

obtida por um condutor, o caminhão<br />

autônomo, que carrega tecnologia de<br />

geolocalização, percorre todo o caminho<br />

sem pisotear a soqueira, reconhecendo<br />

as curvas de nível do terreno.<br />

“Sem a tecnologia autônoma, a compactação<br />

de mudas impacta na vida do<br />

útil do canavial”, conta Paulo Meneguetti,<br />

diretor financeiro e de suprimentos<br />

da Santa Terezinha.<br />

De acordo com o executivo, a cada<br />

cinco safras potencias de cana, uma<br />

delas é perdida em virtude do esmagamento<br />

dos brotos pelas rodas de um<br />

caminhão convencional durante a colheita.<br />

“Com a nova solução autônoma,<br />

aproveita-se todo o potencial da lavoura”,<br />

diz, ressaltando que como a<br />

usina opera 24 horas por dia, sete dias<br />

por semana durante a colheita, a tecnologia<br />

autônoma minimiza a dificuldade<br />

adicional de se evitar o pisoteio principalmente<br />

à noite, quando as perdas<br />

tendem a ser maiores devido a pouca<br />

visibilidade.<br />

“Diante dos 350 mil hectares cultivados<br />

pelo grupo, a redução de perdas será<br />

gigante”, avalia Meneguetti. O objetivo<br />

da usina para os próximos anos é aumentar<br />

sua produção para 19 milhões<br />

de toneladas de cana-de-açúcar processadas<br />

até 2020, cerca de 5% a mais<br />

que o volume atual.<br />

A usina adquiriu sete unidades do modelo que testou<br />

no ano passado com ótimos resultados<br />

Baseado no semipesado VM, a equipe<br />

de engenharia da Volvo do Brasil, em<br />

Curitiba, em parceria com a engenharia<br />

da Suécia, tornou realidade um veículo<br />

capaz de andar sozinho dentro das lavouras,<br />

mas sem abrir mão do motorista,<br />

que permanece o tempo todo<br />

dentro da cabine e é responsável por<br />

levar o caminhão até o início do trajeto<br />

e conduzi-lo ao ponto de descarga depois<br />

da colheita.<br />

“Esta tecnologia não foi concebida para<br />

eliminar o motorista. Ao contrário, o<br />

veículo ajudará em seu trabalho, aumentando<br />

a precisão, a produtividade e<br />

a segurança”, garante Alan Holzmann,<br />

diretor de planejamento estratégico de<br />

produto da Volvo Na América Latina.<br />

“É como em um avião, em que o piloto<br />

faz os pousos e decolagens e, mesmo<br />

com o piloto automático ativado, continua<br />

acompanhando tudo”, explica o<br />

diretor comercial de caminhões da<br />

Volvo, Bernardo Fedalto. O sistema é<br />

composto por duas antenas GPS de<br />

alta precisão (GNSS/RTK), dois giroscópios<br />

de alta sensibilidade e um display<br />

posicionado no interior da cabine<br />

do caminhão, que funciona como interface<br />

homem-máquina.<br />

Lançamento foi em 2017<br />

O protótipo do caminhão vinha sendo<br />

testado desde maio de 2017 na Usina<br />

Santa Teresinha, quando foi lançado.<br />

Na época, a Volvo previa o início das<br />

vendas para dali três anos, mas, o<br />

bom funcionamento levou a companhia<br />

a iniciar bem antes a comercialização<br />

dos caminhões. “Dissemos<br />

que esse seria o primeiro caminhão<br />

com tecnologia autônoma comercialmente<br />

viável do mercado”, lembra<br />

Wilson Lirmann, presidente da Volvo<br />

para a América Latina. “Agora provamos<br />

isso com a entrega de um lote<br />

de veículos já para a colheita de canade-açúcar<br />

de <strong>2018</strong>”.<br />

A montadora já tem outros interessados<br />

no VM Autônomo, que por enquanto<br />

atende apenas as lavouras de<br />

cana-de-açúcar. Já testa a tecnologia<br />

em outros segmentos, como na mineração,<br />

em uma mina subterrânea na<br />

Suécia, e na coleta de lixo, na Inglaterra.<br />

Já existem também protótipos autônomos<br />

de ônibus e equipamentos de<br />

construção da marca, como carregadeiras<br />

e caminhões articulados.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9


Resistência<br />

Pesquisadores brasileiros e<br />

belgas do Instituto de Biologia<br />

da Universidade Estadual<br />

de Campinas (Unicamp) e<br />

do Vlaams Instituut voor Biotechnologie<br />

(VIB) descobriram<br />

cinco genes que, ao<br />

serem permanentemente ativados<br />

em variedades transgênicas,<br />

tornam a planta<br />

Em meio a um cenário de renovação<br />

política durante as<br />

eleições deste ano, a Frente<br />

Parlamentar da Agropecuária<br />

(FPA) manteve grande parte<br />

dos seus membros para a<br />

próxima legislatura. De 245<br />

parlamentares, 117 foram<br />

reeleitos e permanecem na<br />

bancada. No Senado Federal,<br />

FPA<br />

DOIS<br />

mais tolerante ao estresse<br />

hídrico. A ideia é fazer modificações<br />

genéticas na planta<br />

para tornar esses genes permanentemente<br />

ativados e,<br />

dessa forma, deixar a planta<br />

preparada para uma situação<br />

de seca de modo que apresente<br />

desempenho melhor<br />

sob essa condição.<br />

com a migração de deputados<br />

membros eleitos à Casa,<br />

o percentual é ainda maior.<br />

Dos 27 senadores hoje<br />

atuantes na FPA, 18 permaneceram,<br />

67%. Na Câmara,<br />

dos 218 deputados, 99 foram<br />

reeleitos, sem contar a<br />

perspectiva de novos membros<br />

em 2019.<br />

Bioeletricidade<br />

De janeiro a setembro deste<br />

ano, a biomassa, da qual o<br />

setor sucroenergético tem,<br />

em média, 85% de participação,<br />

comercializou<br />

20.488 GWh no Sistema Interligado<br />

Nacional (SIN),<br />

volume 9% superior ao<br />

mesmo período em 2017,<br />

segundo a Unica. A análise<br />

indica que a bioeletricidade<br />

produzida no Brasil para a<br />

rede equivale a quase duas<br />

vezes o consumo de energia<br />

elétrica no Paraguai em<br />

2017. A oferta de bioeletricidade<br />

também ajudou a<br />

economizar 14% da água<br />

dos reservatórios hidrelétricos<br />

do principal submercado<br />

do setor elétrico brasileiro,<br />

o Sudeste/Centro-<br />

Oeste, que no ano passado<br />

respondeu por aproximadamente<br />

60% do consumo<br />

doméstico.<br />

PONTOS<br />

RenovaBio<br />

Quase 40% das usinas produtoras<br />

de açúcar e etanol<br />

do Centro-Sul do Brasil, região<br />

que abastece grande<br />

parte do comércio global do<br />

adoçante, devem encerrar a<br />

moagem de cana em outubro,<br />

mais de um mês antes<br />

do normal, disse a Unica. As<br />

usinas têm conseguido<br />

manter um ritmo acelerado<br />

de moagem durante a maior<br />

Agronegócio<br />

Mais cedo<br />

parte da temporada iniciada<br />

em abril devido a um clima<br />

mais seco que o normal na<br />

região. Mas menos chuvas<br />

significam também um volume<br />

menor de cana, outra<br />

razão para o início antecipado<br />

da temporada. Em um<br />

ano normal, as usinas estenderiam<br />

a moagem iniciada<br />

no final de março até<br />

meados de dezembro.<br />

O agronegócio já elegeu<br />

seus pontos prioritários para<br />

o próximo presidente. Eles<br />

vão da macroeconomia, que<br />

dá ambiente aos negócios, a<br />

questões relacionadas à segurança<br />

e à sustentabilidade.<br />

Além da execução das reformas<br />

econômicas, o setor<br />

quer uma modernização do<br />

sistema tributário e evitar a<br />

cobrança de impostos sobre<br />

as exportações. Outra prioridade<br />

é uma política agrícola<br />

com diretrizes de médio e de<br />

longo prazos, além de visões<br />

estratégicas para os grandes<br />

mercados como China, EUA<br />

e Aliança do Pacífico. Entre<br />

as propostas estão ainda a<br />

adequação da regra do licenciamento<br />

à atividade agropecuária,<br />

com uma política de<br />

pagamento pelos serviços<br />

ambientais e uma regulamentação<br />

do uso dos biomas,<br />

além de segurança jurídica<br />

nas questões fundiárias,<br />

trabalhistas e criminalidade<br />

no campo. Sem falar<br />

em superar as barreiras da<br />

conectividade no país, defesa<br />

sanitária, transferência de<br />

tecnologia e logística, com<br />

implementação de rotas de<br />

escoamento e a viabilização<br />

dos investimentos nos setores<br />

de transporte e de armazenagem.<br />

As propostas vieram do Conselho do Agro,<br />

que reúne 18 entidades e agregam sugestões<br />

não apenas da cadeia agrícola, mas, também<br />

de entidades industriais e de serviços voltadas<br />

para o agronegócio brasileiro. Uma das<br />

recomendações das entidades do agronegócio<br />

é a regulamentação do Renovabio, Política<br />

Nacional de Biocombustíveis. A consolidação<br />

da agroenergia passa, ainda, pela<br />

realização da reforma tributária no setor de<br />

etanol e pela promoção do crescimento gradual<br />

da mistura de biodiesel ao diesel, além<br />

de viabilizar uma maior participação da biomassa<br />

nos leilões de energia.<br />

Entressafra<br />

A oferta de etanol hidratado<br />

entre setembro de <strong>2018</strong> e<br />

março de 2019, quando se<br />

encerra a entressafra de<br />

cana no Centro-Sul do Brasil,<br />

deverá ser 25% maior na<br />

comparação com igual período<br />

do ciclo anterior, mas<br />

ainda assim insuficiente para<br />

atender à crescente demanda<br />

pelo biocombustível. Com<br />

o consumo crescendo a um<br />

ritmo muito maior do que o<br />

suprimento, os preços devem<br />

se elevar, para um melhor<br />

equilíbrio de mercado.<br />

Do início da safra no Centro-<br />

Sul, em abril, até agosto, a<br />

demanda cresceu 42% na<br />

comparação anual. O problema<br />

é que a entressafra<br />

neste ano será mais longa.<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Etanol<br />

A produção de etanol está<br />

amenizando o efeito da queda<br />

dos preços mundiais de<br />

açúcar para as usinas do<br />

Brasil, apesar do setor poder<br />

ver uma nova consolidação.<br />

Os preços globais<br />

do açúcar caíram para mínimas<br />

em 10 anos no final de<br />

setembro, pressionados<br />

principalmente pelo aumento<br />

da produção da Índia, Tailândia<br />

e da União Europeia<br />

na temporada atual. O Brasil,<br />

um dos maiores produtores<br />

de açúcar do mundo,<br />

tem lidado com o excedente<br />

direcionando mais cana-deaçúcar<br />

para a produção de<br />

etanol.<br />

OMC<br />

A Austrália deve entrar com uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC)<br />

contra os subsídios às indústrias açucareiras indianas concedidos pelo governo. A<br />

reclamação deve-se porque o apoio às usinas indianas levou a um excesso na oferta<br />

global do adoçante e a uma forte queda dos preços, que estão na mínima de 10<br />

anos. Grupos do setor do Brasil e da Austrália têm trabalhado conjuntamente para<br />

preparar a queixa.<br />

A China está intensificando a<br />

campanha em prol da energia<br />

renovável com propostas de<br />

metas mais elevadas para o<br />

consumo de energia verde e<br />

penalidades para quem não<br />

cumprir as metas para ajudar a<br />

financiar os subsídios do governo<br />

aos produtores. O país<br />

que é o maior consumidor de<br />

As usinas indianas assinaram<br />

acordos para exportar açúcar<br />

bruto pela primeira vez em<br />

três anos, graças a um aumento<br />

de preços em Nova<br />

York para máximas em sete<br />

meses, juntamente com subsídios<br />

do governo para tornar<br />

os embarques lucrativos. As<br />

China<br />

Índia<br />

energia do mundo pretende que<br />

as energias renováveis respondam<br />

por pelo menos 35% do<br />

consumo de eletricidade em<br />

2030. Anteriormente, o governo<br />

definia apenas a meta<br />

para que os “combustíveis não<br />

fósseis” representassem 20%<br />

do consumo energético em<br />

2030.<br />

usinas do país, que rivaliza<br />

com o Brasil o posto de<br />

maior produtor mundial, estavam<br />

relutantes em assinar<br />

novos contratos de exportação<br />

até recentemente, já que<br />

os preços globais estavam<br />

sendo negociados muito<br />

abaixo das cotações locais.<br />

Petrobras<br />

Passado o pior momento<br />

da crise, a Petrobras tenta<br />

agora recuperar o tempo<br />

perdido e dar os primeiros<br />

passos para investir<br />

em energias renováveis,<br />

como já fazem grandes<br />

petroleiras concorrentes.<br />

A empresa sabe que está<br />

atrasada, e diz ainda ter<br />

pouco fôlego para fazer<br />

os investimentos, mas vai<br />

incluir essa transição para<br />

um novo cenário ambiental<br />

no plano estratégico<br />

para os próximos<br />

cinco anos, que deve ser<br />

divulgado em dezembro.<br />

Antes da crise, os biocombustíveis<br />

eram a<br />

principal aposta da Petrobras<br />

para participar da<br />

transição para uma economia<br />

de baixo carbono,<br />

com processos produtivos<br />

mais sustentáveis.<br />

Sem dinheiro, a Petrobras<br />

vendeu as usinas e saiu<br />

do segmento. Em sua página<br />

na internet, a empresa<br />

informa que, no futuro,<br />

poderá reavaliar um retorno.<br />

Meio ambiente<br />

É frequente a acusação de<br />

que o agronegócio seria um<br />

dos grandes, se não o principal,<br />

inimigo do meio ambiente.<br />

Mas, recente estudo da<br />

Embrapa mostra que as áreas<br />

de vegetação nativa preservadas<br />

por produtores rurais<br />

equivalem a 25,6% do território<br />

brasileiro, e que a área preservada<br />

corresponda a um<br />

patrimônio imobilizado de R$<br />

3,1 trilhões. Para mensurar a<br />

contribuição financeira do<br />

agronegócio na preservação<br />

Biodiesel<br />

do meio ambiente, a Embrapa<br />

fez também um cálculo da receita<br />

anual que seria gerada<br />

pelo plantio de milho - cultura<br />

presente em todo o país - nas<br />

áreas de reserva legal. Seriam<br />

R$ 6 bilhões por ano, com geração<br />

de 74 mil empregos.<br />

Pode-se dizer que, além de<br />

serem os responsáveis pela<br />

maior parcela de terras preservadas<br />

no País, os produtores<br />

rurais são os que mais<br />

investem na proteção da vegetação<br />

nativa.<br />

A Associação dos Produtores<br />

de Biodiesel do Brasil<br />

(Aprobio) defendeu o aumento<br />

gradual da mistura de<br />

biodiesel ao diesel fóssil em<br />

até 2 pontos percentuais por<br />

ano até que se alcance o limite<br />

de 15% (B15), estabelecido<br />

em lei. Atualmente, o<br />

Brasil mistura 10% de biodiesel<br />

ao diesel. Pela proposta,<br />

os reajustes do porcentual<br />

seriam feitos de seis<br />

em seis meses e permitiriam<br />

que a meta do B15<br />

fosse alcançada em 2022,<br />

dois anos antes do previsto.<br />

A adoção do cronograma<br />

também permitiria futuramente<br />

adotar uma mistura<br />

20%, o B20, que ainda não<br />

é obrigatório pela legislação.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


RECOMENDAÇÃO<br />

Uso de fungicida é a inovação<br />

do processo produtivo<br />

O controle de doenças proporciona às plantas<br />

maior vigor e número de folhas “limpas” e<br />

ativas, aumentando a produtividade<br />

Aprodutividade de um<br />

cultivo agrícola depende<br />

de diversos fatores,<br />

como variedade, solo,<br />

clima, irrigação, técnicas de cultivo,<br />

adubação, manejo de pragas,<br />

doenças e outros. Segundo<br />

Adriano Mastro, do Desenvolvimento<br />

Técnico de Mercado<br />

Cana-de-açúcar da Syngenta,<br />

as pragas e doenças são um<br />

dos fatores limitantes do rendimento<br />

agrícola, impedindo que<br />

a planta expresse todo o seu potencial<br />

genético. “Atualmente,<br />

temos excelentes opções para o<br />

manejo de pragas, obtendo<br />

bons resultados de controle,<br />

seja ele biológico, químico ou a<br />

integração de ambos”, afirma.<br />

Mas quando o assunto é fungicida,<br />

destaca, o setor canavieiro<br />

está apenas começando a aderir<br />

à tecnologia. “Isto é um bom<br />

sinal, pois quando olhamos as<br />

culturas que adotaram o uso há<br />

mais tempo, é notório o incremento<br />

significativo em produtividade<br />

por hectare”, pontua.<br />

A soja, exemplifica Mastro, adotou<br />

a tecnologia por necessidade<br />

em 2005, com a chegada<br />

da ferrugem alaranjada, doença<br />

com alta agressividade de infecção<br />

e redução de produtividade.<br />

“Com o passar dos anos,<br />

observamos que o uso do fungicida,<br />

além do controle das doenças,<br />

proporcionou uma planta<br />

com maior vigor e, consequentemente,<br />

incremento em<br />

produtividade, praticamente dobrando<br />

quando comparado há<br />

15 anos”, diz, ressaltando que<br />

foi assim com o milho também.<br />

“Praticamente 80% do milho<br />

verão e safrinha fazem uso de<br />

fungicidas com alto retorno<br />

econômico”.<br />

Na cana-de-açúcar, cita, houve<br />

uma situação semelhante a da<br />

soja, em 2009, quando ocorreram<br />

os primeiros relatos de ferrugem<br />

alaranjada no Brasil,<br />

porém, diferente de outras culturas,<br />

o setor canavieiro decidiu<br />

abandonar as variedades susceptíveis,<br />

devido a grande diversidade<br />

de variedades disponíveis.<br />

Nesse período a Syngenta<br />

foi a primeira empresa que registrou<br />

um fungicida para a cultura<br />

com foco no manejo da<br />

ferrugem alaranjada em 2010,<br />

o Priori Xtra, recorda-se Mastro.<br />

Com o manejo da ferrugem sob<br />

controle, no decorrer dos anos<br />

e à medida que a colheita mecanizada<br />

crua foi aumentando,<br />

foram surgindo novos desafios.<br />

“Atualmente, o Colletotrichum<br />

(Podridão Vermelha) é a maior<br />

preocupação do setor, pois pode<br />

causar perdas em torno de<br />

30% no TCH e ATR e reduzir a<br />

longevidade do canavial em alguns<br />

casos”, alerta. Também,<br />

as doenças secundárias (mancha<br />

anelar; parda e ocular) estão<br />

bem mais presentes nos canaviais,<br />

proporcionando menor<br />

área fotossintética e podendo<br />

afetar seu desenvolvimento ou<br />

produtividade.<br />

“Por isso é fundamental o uso<br />

do fungicida. Quando controlamos<br />

essas doenças e proporcionamos<br />

às plantas folhas<br />

‘limpas’, maior vigor e número<br />

de folhas ativas, aumentamos a<br />

produtividade”, destaca Mastro.<br />

A Syngenta, com base nos resultados<br />

do Desenvolvimento<br />

Técnico tem avaliado os efeitos<br />

benéficos do fungicida sobre as<br />

plantas, onde há evidencias visíveis<br />

no desempenho fisiológico,<br />

principalmente relacionado<br />

com o aumento de produtividade.<br />

Com relação aos benefícios fisiológicos,<br />

explica Mastro, a<br />

aplicação de Priori Xtra proporciona<br />

à planta folhas mais verdes,<br />

com mais clorofila e maior<br />

desenvolvimento, ou seja,<br />

maior número de folhas ativas.<br />

“A azoxstrobina, presente na<br />

formulação, retarda a senescência<br />

das folhas promovendo<br />

balaço hormonal ideal e reduzindo<br />

o estresse oxidativo. A<br />

consequência desses fatores é<br />

uma planta com maior vigor e<br />

produtividade”, ressalta.<br />

Durante a safra 2017/18, a<br />

Syngenta acompanhou aproximadamente<br />

150 mil hectares,<br />

com média de 24 variedades,<br />

Canavial com fungicida, folhas limpas e alto vigor<br />

em que duas aplicações de<br />

Priori Xtra resultaram em um<br />

ganho médio de 12 toneladas<br />

por hectare.<br />

Diante de um cenário onde o<br />

mercado sucroalcoleiro não<br />

está muito favorável, Mastro diz<br />

que é necessário adotar técnicas<br />

que ajudem no incremento<br />

da produtividade, desde o plantio<br />

até a colheita, “pois é o melhor<br />

caminho para redução de<br />

custo”, enfatiza.<br />

Sintomas de mancha anelar, doença secundária<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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