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GAZETA DIARIO 604

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 14 de junho de 2018<br />

“ROUPA SUJA”<br />

Messer usava mãe falecida, sogra,<br />

esposa e filhos para lavar dinheiro<br />

Depoimento da ex-secretária diz que doleiro era "desequilibrado, hemofóbico, tinha transtorno bipolar e usava drogas"<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

O depoimento da ex-secretária<br />

de Dario Messer,<br />

Carolina Sérvulo, ao Ministério<br />

Público revela detalhes<br />

de como o doleiro fazia operações<br />

na fronteira utilizando<br />

funcionários e familiares.<br />

"O Messer era um homem<br />

altamente hemofóbico,<br />

fazia inimizades facilmente,<br />

tinha transtorno bipolar e<br />

era completamente desequilibrado",<br />

disse Carolina Sérvulo<br />

em seu depoimento.<br />

Carolina também responde<br />

a vários inquéritos por ter<br />

colaborado com o esquema<br />

de Dario Messer. Ela decidiu<br />

colaborar com a Justiça<br />

para reduzir sua pena.<br />

Carolina trabalhou durante<br />

vários anos como secretária<br />

particular do doleiro e tinha<br />

acesso às transações subterrâneas<br />

e negócios escusos<br />

de Messer. "Fui diversas ve-<br />

zes ao Paraguai, e o Messer<br />

pediu para eu trazer dinheiro<br />

para o Brasil, dentro do limite,<br />

para evitar a apreensão. O<br />

dinheiro era entregue a Ilan<br />

Grinspun, que uma vez pediu<br />

para eu transportar R$ 7<br />

mil."<br />

Funcionários da Chai S/<br />

A e Matrix Reality S/A, empresas<br />

de Messer em Ciudad<br />

del Este, também eram usados<br />

para transportar dinheiro<br />

do Paraguai ao Brasil e<br />

do exterior para o Paraguai,<br />

informou Carolina em seu<br />

depoimento.<br />

Segundo ela, Messer ordenava<br />

o envio de grandes<br />

somas de dinheiro que tinha<br />

em contas bancárias no exterior<br />

(Itália, Suíça, Luxemburgo<br />

e Israel) em nome de<br />

empresas offshore e de membros<br />

de sua família para contas<br />

no Paraguai em nome de<br />

suas empresas. O dinheiro<br />

era retirado por Grinspun,<br />

que levava pessoalmente e<br />

também por meio de funcionários<br />

e parentes até os<br />

bancos localizados em Foz<br />

do Iguaçu.<br />

Parentes e funcionários<br />

muitas vezes atravessavam a<br />

Ponte da Amizade de moto,<br />

para evitar a fiscalização. A<br />

travessia era feita diversas<br />

vezes ao dia. "Eles cruzavam<br />

a fronteira para fazer os depósitos,<br />

que eram feitos várias<br />

vezes ao dia."<br />

Segundo Carolina, Messer<br />

usou sua mãe já falecida,<br />

uma tia que vivia em Israel,<br />

sua sogra e uma empregada<br />

doméstica para abrir as contas<br />

bancárias. "A dona Fany<br />

Stelzer, creio que tem 90<br />

anos, e tem contas que Dario<br />

Messer movimentava.<br />

Coitada, ela nem entendia o<br />

que estava se passando", afirmou<br />

a ex-secretária.<br />

Segundo ela, os filhos de<br />

Messer também eram utilizados<br />

para fazer os negócios<br />

sujos. "Ele não tem escrúpulos<br />

quando se trata de ganhar<br />

dinheiro. Chegou a usar até<br />

o nome de sua mãe — que já<br />

estava morta — para movimentar<br />

contas bancárias."<br />

O depoimento de Carolina<br />

Sérvulo revelou que a<br />

sogra de Messer figurava<br />

como dona das empresas<br />

Greenwood Empreendimentos<br />

Imobiliários, Doucet<br />

Empreendimentos<br />

Imobiliários, Beliver Empreendimentos<br />

Imobiliários<br />

Ltda. e Blostock Empreendimento<br />

Imobiliários Ltda.<br />

Sua esposa, Rosane Messer,<br />

era testa de ferro da empresa<br />

DT Comércio e Indústria,<br />

Administração de Bens Próprios,<br />

que administrava e cobrava<br />

aluguéis de inúmeras<br />

propriedades que o doleiro<br />

tinha em vários países.<br />

Amantes e drogas<br />

A ex-secretária sabia<br />

muito também sobre a vida<br />

pessoal de Dario Messer e<br />

Geral<br />

15<br />

Dario Messer é procurado pela Interpol<br />

revelou tudo em seu depoimento.<br />

Disse que tanto ele va levar mulheres estrangei-<br />

contou que Messer costuma-<br />

como a esposa, uma socialite<br />

carioca, usavam drogas seu apartamento. "Eu as reras<br />

e prostitutas de luxo a<br />

que ela mesmo era obrigada cebia com frequência", informou<br />

a a comprar. Carolina também<br />

ex-secretária.<br />

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