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ealizador, este filme conta a improvável história de uma<br />
mulher – Elisa Esposito (brilhantemente interpretada por<br />
Sally Hawkins) – incapaz de falar devido a um acidente na<br />
infância, que vem a travar conhecimento com um anfíbio<br />
humanóide (retratado pelo sempre excelente Doug Jones)<br />
pescado na América do Sul e aprisionado nas instalações de<br />
um centro de pesquisa norte-americano. Rapidamente<br />
começam a entender-se por meio de linguagem gestual e<br />
corporal até ao dia em que Elisa resolve tentar libertar o ser<br />
peculiar para o devolver ao seu meio ambiente.<br />
Não se pode partir para este filme com um olho crítico e<br />
realista, pois há imensas cenas que desafiam os limites do<br />
absurdo (o quarto submerso onde Elisa e o anfíbio se<br />
relacionam mais intimamente é o melhor exemplo). Mais vale<br />
deixarmo-nos levar pela bela narrativa fantasista – onde até<br />
cabe um número musical entre os protagonistas – e<br />
deliciarmo-nos com os pormenores que nos salpicam os<br />
sentidos.<br />
É de realçar também o papel de Michael Shannon que, apesar<br />
de ter nascido para fazer de vilão, não chega a ser<br />
verdadeiramente um monstro, trata-se sim de uma pessoa<br />
levada a agir por necessidade e desespero, ao contrário do<br />
infame capitão Vidal de «O Labirinto do Fauno» que era um<br />
puro sádico.<br />
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