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A Hora Suprema da Dor<br />
Celebramos no dia 14 <strong>de</strong> setembro a festa da Exaltação da Santa Cruz.<br />
"Porque por ela, diz Santo André <strong>de</strong> Creta, as trevas são repelidas e volta a<br />
luz. Celebramos a festa da cruz e, junto com o Crucificado, somos levados para o<br />
alto para que, abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da<br />
cruz é tão gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong> tão imenso valor que, quem a possui, possui um tesouro."<br />
O MAIS SUBLIME E ARREBATADOR<br />
DOS EXEMPLOS<br />
Jesus quis que os homens vissem<br />
todo o sofrimento d’Ele, para<br />
que cada um <strong>de</strong> nós tivesse a coragem <strong>de</strong><br />
carregar o seu próprio sofrimento.<br />
Se o Homem-Deus passasse pela<br />
Terra e sofresse um pouquinho, <strong>de</strong>rramando<br />
uma gotinha <strong>de</strong> sangue, remidos<br />
estávamos.<br />
Mas faltaria a lição <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />
com a dor, <strong>de</strong> aceitação do sofrimento<br />
como sendo a mais alta coisa da vida —<br />
não um <strong>de</strong>sastre, um trambolho, algo que<br />
não se compreen<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>veria ter sucedido<br />
—, o caminho necessário para que<br />
o homem chegue até on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve chegar, a<br />
estrada para a qual ele se dirige como sendo<br />
a realização <strong>de</strong> seu próprio <strong>de</strong>stino.<br />
Quer dizer, cada um <strong>de</strong> nós nasceu<br />
para carregar uma cruz, passar por um<br />
horto das oliveiras, beber um cálice, ter as<br />
suas horas <strong>de</strong> agonia em que diz a Deus<br />
Nosso Senhor:<br />
“Meu Pai, se possível, afastai <strong>de</strong><br />
mim este cálice, mas faça-se a vossa<br />
vonta<strong>de</strong> e não a minha.”<br />
A idéia <strong>de</strong> que o homem nasceu para<br />
dar glória a Deus, antes <strong>de</strong> tudo sofrendo,<br />
esta idéia retriz, fundamental na formação<br />
do verda<strong>de</strong>iro católico, não a teríamos se<br />
não fosse apresentada pelo mais sublime<br />
e arrebatador dos exemplos, que é Nosso<br />
Senhor Jesus Cristo morrendo na Cruz.<br />
VISUALIZAÇÃO PAGÃ DA VIDA<br />
Vemos aqui um contraste<br />
com o espírito mo<strong>de</strong>rno,<br />
segundo o qual a finalida<strong>de</strong> do homem na<br />
terra é ter êxito, saú<strong>de</strong>, enriquecer, gozar a<br />
vida e morrer bem tar<strong>de</strong>, quando não mais<br />
houver remédio. E, durante toda a existência,<br />
ter a maior quota possível <strong>de</strong> segurança,<br />
<strong>de</strong> maneira tal que, não apenas o sofrimento,<br />
mas até o medo do sofrimento,<br />
não o assalte.<br />
Tal visualização é pagã por essência.<br />
Calcular a vida assim é calculá-la à maneira<br />
<strong>de</strong> um pagão.<br />
A formação católica prepara as pessoas<br />
para o sofrimento, pois está fundamentada<br />
em Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />
cuja vida foi centrada nesta hora suprema<br />
da dor.<br />
A DOR E A SANTIFICAÇÃO<br />
Como consi<strong>de</strong>ramos os sofrimentos<br />
<strong>de</strong> nossa vida?<br />
Isto nos leva a perguntar como consi<strong>de</strong>ramos<br />
os sofrimentos <strong>de</strong> nossa vida,<br />
dos quais o maior, sem dúvida nenhuma,<br />
é a nossa própria santificação. Toda santificação<br />
séria faz sofrer, e sofrer muito. E se<br />
alguém me disser que não sofre, eu teria<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> perguntar-lhe, <strong>de</strong> imediato:<br />
“Então tu não te santificas?” Porque não<br />
há santificação que não venha acompanhada<br />
<strong>de</strong> dor.<br />
Visando nossa santificação, <strong>de</strong>vemos<br />
fazer perguntas como as seguintes:<br />
Combatemos os maus impulsos que,<br />
em consequência do pecado original e das<br />
nossas más ações, existem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós?<br />
Como fazemos, não só para reprimir<br />
os maus impulsos, mas para praticar as virtu<strong>de</strong>s<br />
que lhes são opostas?<br />
Aceitamos as nossas limitações <strong>de</strong><br />
inteligência, físicas <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m, sociais,<br />
tais como: falta <strong>de</strong> posição social, <strong>de</strong> fortuna,<br />
<strong>de</strong> atrativos? Há pessoas sem graça,<br />
com as quais os outros não gostam <strong>de</strong> ter<br />
relações; passam diante <strong>de</strong>las e, quando<br />
muito, as cumprimentam. Existem também<br />
as muito engraçadas, procuradas por