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A VIDA HUMANA POR UM FIO<br />
O abismo no convívio social<br />
A ESPIRITUALIDADE<br />
como fator protetivo na<br />
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO<br />
Por Dra Norma A. de Oliveira¹<br />
Aracaju - SE<br />
¹ Psiquiatra, Psicanalista Transpessoal e Terapeuta de Vidas Passadas;<br />
Mestre em Ciências da Saúde pela UFS (Universidade Federal de Sergipe);<br />
Graduada em Medicina pela UFS; Ex-diretora científica e vice-presidente<br />
da ASP – Associação Sergipana de Psiquiatria<br />
Considerado uma epidemia silenciosa, o suicídio<br />
desponta entre as dez primeiras causas de morte no<br />
mundo: (800 a 1 milhão por ano, uma pessoa variando<br />
entre 31 a 40 segundos), matando mais do que as<br />
guerras e os homicídios somados ao ano, sendo que<br />
as tentativas chegam a dez vezes mais. No Brasil, 32<br />
pessoas se suicidam a cada 24 horas.<br />
Dados revelam que tentativas pregressas; trans<br />
tornos mentais como depressão, dependência química,<br />
esquizofrenia, transtornos de personalidade e<br />
outros; perdas recentes; ambiente familiar hostil;<br />
traços de personalidade como impulsividade, agressividade,<br />
labilidade de humor; história familiar de<br />
suicídio; suporte social deficitário; abandono; exposição<br />
a violência familiar e social; abuso físico e/<br />
ou sexual; eventos estressores ao longo da vida desde<br />
a gestação; conflitos de identidade sexual; doenças<br />
crônicas e incapacitantes; dentre outros; são fatores<br />
que predispõem ao suicídio.<br />
Um fenômeno que tem agravado é a indução e<br />
contaminação psíquica dos vulneráveis pela comunicação<br />
via internet, desafiando profissionais das<br />
diversas áreas científicas, estarrecendo a sociedade<br />
12<br />
quando jovens e crianças programam suicídios com<br />
transmissão via on-line; quando adultos investem em<br />
jogos, filmes, músicas, livros e etc. que induzem ou<br />
fazem apologia ao suicídio.<br />
O impacto social é grave, pois, para cada pessoa<br />
que se mata, seus familiares têm suas vidas devastadas<br />
pelos sentimentos de abandono, rejeição, baixa<br />
autoestima, revolta, raiva, impotência, medo, depressão,<br />
embotamento afetivo e vulnerabilidade ao<br />
suicídio.<br />
Evidências científicas destacam fatores protetivos<br />
como: autoestima elevada; bom suporte familiar<br />
com laços sociais bem estabelecidos com família e<br />
amigos; espiritualidade e religiosidade independente<br />
da afiliação religiosa e razão para viver; ausência de<br />
doença mental; estar empregado; ter crianças em<br />
casa; senso de responsabilidade com a família; gravidez<br />
desejada e planejada; capacidade de adaptação<br />
positiva; capacidade de resolução de problemas,<br />
acesso a serviços de cuidados da saúde mental.<br />
Quanto aos fatores espiritualidade e religiosidade,<br />
evidências científicas constatam que a espiritualidade<br />
é um indicador de melhor qualidade de