Revista Muhammad Ali Top Top

Um dos episódios que demonstram vividamente o compromisso de Ali com a paz ocorreu na primavera de 1966.
Ali já era um campeão mundial, e aos 24 anos estava no auge de sua carreira como boxeador. Em março do mesmo
ano, o recrutamento militar dos EUA fez com que Ali aparecesse como soldado do conflito armado que estava
ocorrendo no Vietnã. Este seria o começo de uma batalha diferente de tudo que Ali teve que enfrentar no ringue.
Ali, determinado a não participar ativamente do conflito armado, citou reservas pessoais e religiosas, e tornou-se um
notável objetor de consciência. Tão cedo no conflito foram suas objeções que Ali se tornou objeto de duras críticas. Mesmo
Elvis Presley, quando foi chamado às armas alguns anos antes, tinha se alistado “para servir seu país”. O status de
celebridade não confere privilégio. E não responder à chamada foi um crime, envolvendo uma grande multa e até prisão.
No ano seguinte, em julho, Ali se recusou a dar um passo adiante quando os juízes o chamaram pelo
nome de nascimento, Cassius Clay. A sentença proferida foi uma multa de US $ 10.000 e cinco anos
de prisão. Ali passou a duração da guerra apelando através do sistema judicial e, cada vez mais, como
um orador anti-guerra, enquanto a popularidade da Guerra do Vietnã continuava a declinar. Provavelmente,
o golpe mais duro que ele sofreu durante o processo de apelação foi a rescisão de sua licença
de boxe. Como ele não podia estar praticando boxe profissionalmente, acabou perdendo o título.
Em uma entrevista de 1970, Ali se referiu ao incidente do Vietnã em termos que não só revelam seu status de
objetor de consciência contra a guerra de qualquer forma, mas que ele também poderia ter grande empatia: