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começodeconversa<br />
ALOÍSIO ALVES<br />
Publicitário e membro efetivo da Apalca<br />
Receber com fidalguia<br />
Fortaleza e<br />
Natal já não<br />
são mais tão<br />
atraentes depois<br />
dos constantes<br />
acontecimentos<br />
de violência<br />
urbana<br />
D<br />
efinitivamente, Alagoas está consolidada<br />
como o destino número um<br />
do turismo para a região Nordeste. Esta<br />
é a nossa vocação, nossa grande “indústria”<br />
que vai mover a economia local por<br />
muitos anos. Gera empregos e renda,<br />
movimentando uma gama de serviços e<br />
atividades interligadas. Fortaleza e Natal<br />
já não são mais tão atraentes depois dos<br />
constantes acontecimentos de violência<br />
urbana; belas cidades que, infelizmente,<br />
têm vivido clima de terror apavorando<br />
seu povo e assombrando visitantes.<br />
Graças a Deus, por enquanto, estamos<br />
livres dessa desgraça comandada<br />
pela guerra de gangues do tráfico que<br />
sai dos presídios para as ruas, graças às<br />
ações preventivas de segurança adotadas<br />
pelo governo. Salvador é um caso à<br />
parte. Possui encanto e sedução próprios,<br />
não pelas belezas naturais, como praias,<br />
lagoas e rios, privilégio que abunda no<br />
nosso cobiçado litoral. A Bahia é um<br />
estado de espírito, um berço cultural e<br />
histórico que acolheu os primeiros descobridores<br />
do Brasil e ainda é o principal<br />
roteiro turístico nacional e internacional.<br />
Aqui, o Paraíso das Águas vive um<br />
clima de bonança com hotéis mantendo<br />
uma média excelente de ocupação da<br />
capacidade de leitos para satisfação de<br />
empresários do setor, igualmente bares,<br />
restaurantes, transporte e pessoas direta<br />
ou indiretamente envolvidas com o<br />
trade. Novas unidades hoteleiras já abriram<br />
seus apartamentos este ano e outras<br />
dezenas estão chegando. Bons ventos<br />
para a próxima temporada. Entretanto,<br />
a casa não está devidamente arrumada<br />
para receber com a fidalguia que o ritual<br />
exige. Temos que admitir que somos<br />
ineficientes numa série de requisitos que<br />
desagradam quem nos visita.<br />
Com as novas medidas de fechamento<br />
dos lixões, as prefeituras litorâneas estão<br />
demonstrando incapacidade de coleta e<br />
descarte. O lixo se acumula em volume<br />
preocupante às margens de rodovias.<br />
Na capital e no interior, não existe um<br />
programa de preservação da memória<br />
das cidades, zelo pelo patrimônio, história<br />
e tradições. Muitos conterrâneos não<br />
estão educados o suficiente para manter e<br />
preservar o nosso acervo cultural.<br />
O Litoral Norte, nas últimas décadas,<br />
clama por estradas, infraestrutura,<br />
condições que facilitem conforto e tranquilidade<br />
para os turistas. Cada alagoano<br />
precisa ser um anfitrião, receber da<br />
mesma forma como gostaria de ser recebido<br />
em qualquer lugar que vá. É preciso<br />
fazer pelo visitante o mesmo que gostaria<br />
que fizessem por você. A exploração em<br />
bares, restaurantes, táxis e no comércio<br />
de artesanato, por exemplo, é um tiro<br />
no pé. Quem se sente lesado, explorado,<br />
não volta; é a lei do consumo. Vende mais<br />
quem trata com lealdade e honestidade<br />
os seus clientes.<br />
O turista é um cliente que traz<br />
recursos para movimentar a economia<br />
ampliando as chances de trabalho. Assim<br />
é no mundo inteiro, nos países onde o<br />
turismo é a máquina que produz desenvolvimento.<br />
Números indicam que mais<br />
de dois milhões de pessoas passaram pelo<br />
aeroporto de Maceió em 2017, com perspectiva<br />
de ir muito além este ano. Mas,<br />
nem tudo são flores se não estivermos<br />
qualificados para receber, atender com<br />
dignidade e respeito ao financiador da<br />
nossa saúde econômica.<br />
turismo & negócios<br />
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